ELE DIZ QUE AS COMPANHIAS DE JOGOS DEVEM "SE DIVORCIAR DA POLÍTICA".
Chefe da Epic Games, Tim Sweeney, disparou críticas ardentes sobre loot boxes e jogos "pay-to-win" durante o seu discurso na DICE Summit deste ano. Como reportado pelo Hollywood Reporter, Sweeney disse que a indústria precisa se distanciar de um "modelo contraditório do cliente" se ela quiser manter a confiança de sua audiência.
"Devemos perguntar a nós mesmos, como indústria, o que queremos ser quando crescer? Queremos ser como Las Vegas, com máquinas caça-níquel ... ou queremos ser amplamente respeitados como criadores de produtos em que os clientes podem acreditar? Eu acredito que veremos cada vez mais publicadoras fugindo das loot boxes.", disse Sweeney.
"Deveríamos ser muito discretos em criar uma experiência onde o resultado possa ser influenciado pelo gasto de dinheiro. Loot boxes proporcionam todas as mecânicas de um jogo de azar, exceto a habilidade de conseguir mais dinheiro no final."
A incapacidade de converter o resultado em dinheiro é o que impediu algumas jurisdições de definir as loot boxes como uma forma de jogos de azar: A Comissão de Jogos de Azar do Reino Unido, por exemplo, disse no ano passado que, como as loot boxes não podem ser monetizadas oficialmente, elas são isentas de serem classificadas como jogos de azar. Mas a correção técnica da definição está perdendo terreno para preocupações relativamente óbvias do "senso comum", e os pedidos por alguma forma de regulamentação estão crescendo.
Sweeney também criticou o que ele chamou de "modelo adversário do cliente", que é particularmente comum nas plataformas de mídia social. "Temos negócios que lucram prejudicando seus clientes", afirmou. "O Facebook e o Google têm sido líderes nisso. Eles fornecem serviços gratuitos e depois fazem você pagar pelo serviço deles em perda de privacidade e perda de liberdade".
Separado do aspecto econômico dos negócios, Sweeney também abordou a crescente politização do discurso na indústria. Ele disse que os jogos se tornaram "tanto uma plataforma de comunicação quanto uma experiência de entretenimento", o que confere "responsabilidades especiais que teremos que levar muito a sério".
Curiosamente, enquanto o conteúdo e os criadores de jogos (e as conversas sobre eles) se tornaram mais abertamente políticos nos últimos anos, Sweeney acredita que a solução é remover completamente a política da equação.
"O mundo está realmente ferrado no momento. No momento, nossas orientações políticas determinam em qual restaurante de frango fast-food você vai. E isso é realmente idiota", disse ele, conforme citado pelo IGN. "Não há nenhuma razão para arrastar tópicos divisivos como esse para os jogos."
As empresas devem ser "locais neutros", onde funcionários e clientes "possam ter suas próprias opiniões e não serem julgados por nós por isso", afirmou.
"A missão da Epic produzir ótimas tecnologias e ótimos jogos. E podemos contar com todos os funcionários da Epic - podemos até exigir que todos os funcionários da Epic se unam por trás dessa missão. Mas todos os outros assuntos têm que respeitar suas opiniões pessoais. E eles podem diferir da gerência ou de outros ou o que quer que seja".
Sweeney disse que a melhor maneira de as empresas evitarem "controvérsias em torno da censura política" de nações estrangeiras é "se divorciarem da política".
Parece-me uma posição impossível de tomar: se há algo que a recente controvérsia do Blitzchung demonstrou claramente, é que um compromisso firmado com a "neutralidade" é em si uma posição política a favor do status quo. A decisão da Blizzard de silenciar o discurso político de suas apresentações de e-sports foi provavelmente a razão pela qual a empresa se viu envolvida em meses de escândalo.
Fonte: PC Gamer
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