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""Não é sobre fazer o jogo perfeito, é sobre fazer o seu melhor.""
- Ricky O Bardo

A Arte do Desenvolvimento de Personagens

Hizashi_Brum

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11 de Janeiro de 2018
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A Arte do Desenvolvimento de Personagens



Sem sombra de dúvidas os personagens são o pilar de uma boa história. Não há quem discorde que personagens cativantes e interessantes possam salvar uma história que não tenha a mesma qualidade, poucos podem dizer o mesmo quando a situação é inversa. Um mundo rico em detalhes perderá sua estabilidade se seus personagens foram rasos, sem personalidade e profundidade.

[redalert]Mas como podemos trabalhar nossos personagens para evitar este problema?[/redalert]


Mais do que Simples Pixels em uma Tela



Nós, Desenvolvedores de Games e Contadores de Histórias temos um grande poder em nossas mãos, algo fantástico: A Habilidade de Criar! Mas não é simplesmente criar um char no photoshop, botar um nome legal e inserir o sprite na pasta do seu projeto. O poder que esta habilidade confere é o de criar um ser vivo, não biologicamente falando, mas sim criativamente. Quantas vezes nos deparamos com personagens unilaterais, sem expressão, sem emoções, apenas robôs programados para agir da forma mais fria possível?

O grande segredo está em ver seu personagem mais do que um conjunto de pixels em uma tela, você deve vê-lo como um ser vivo, um ser imperfeito, com seus problemas, suas emoções, suas falhas, seus objetivos, ambições, desejos... Quando você insere o aspecto humano em seu personagem você verá a diferença que isto faz para uma história.

No momento em que você percebe que aquele vilão extremamente maldoso, que cometeu tantas crueldades, possui um lado humano, mesmo que esteja enterrado em um poço de amargura e rancor, você consegue sentir algo diferente a respeito dele, se isso for bem construído você acaba se surpreendendo ao ver que compreende os motivos dele ser tão cruel. Empatia é a palavra certa para isso. A mesma observação pode ser vista no herói da história.

Personagens unilaterais (Vilões 100% ruins e heróis 100% bondosos) são muito comuns e quando você vai se aprofundar em suas histórias, você descobre que aquele vilão é o monstro que é, pura e simplesmente porque ele é o vilão e deve ser mal. Do outro lado, quando olhamos o herói, ele é esse poço de bondade, porque ele é uma pessoa de bom coração que só quer ajudar aos outros, não possui falhas, não comete erros, não toma decisões erradas... É tão perfeito que é quase um Deus, ou é só um personagem mal construído mesmo.

Quanto mais camadas um personagem possui, personalidade, defeitos e qualidades... Quanto mais humanidade ele tiver, mais você cativará os jogadores. Você os fará se importarem com o personagem, se algo ruim acontece com ele, eles se desesperarão. Um excelente exemplo onde isso pode ser observado é naqueles vilões que são tão bem construídos, que você acaba torcendo para eles em alguns momentos.

Irei ilustrar abaixo alguns exemplos de Heróis e Vilões que foram bem desenvolvidos e construídos por seus criadores. Personagens que foram vistos por eles como peças vivas, com suas diversas camadas trabalhadas para criarem a persona final:



[size=14pt]Vilões



Light Yagami (Death Note)
SwBeSWY.png
Darth Vader (Star Wars)
m2bFcNw.png
Sephiroth (Final Fantasy 7)
yNUwZu4.png
Cersei Lannister (Game of Thrones)
rKVDa5c.png
Coringa (A Piada Mortal)
axiymvI.png



Heróis



Motoko Kusanagi (Ghost in the Shell)
BO6Q4qs.png
Frodo Bolseiro (Senhor dos Anéis)
GZBp6yi.png
Chloe Price (Life is Strange)
j1fluRu.png
Eleven (Stranger Things)
jTPWatD.png
Rorshach (Watchman)
Rfu3uvG.jpg



O que nos torna Humanos?



Por fim ficamos com a pergunta: O que nos Torna Humanos? O que realmente nos torna diferentes um dos outros? São estas questões que nos ajudam a tornar nossos personagens mais vivos. São nossas diferenças, nossas imperfeições, defeitos, erros, mas também são nossas qualidades, virtudes, desejos, emoções e sonhos. Um conjunto de cores e texturas que se juntam e formam algo vivo. Isso é o que precisamos para tornar nossos personagens em algo maior do que palavras e imagens em nossas criações. Precisamos deixar de lado o personagem preto e branco e despertar um personagem que é um caleidoscópio de cores. No fim, o que teremos é um ser vivo, um ser cativante, um personagem que ficará gravado na mente daqueles que desfrutam de sua criação e que, em alguns casos, pode deixar uma grande marca nas pessoas.
 
Só faltou aí o Yugi Mutoh e o Seto Kaiba (do mangá, do anime não por que o anime foi uma porcaria).  :XP:
 
Curti seu artigo mas discordo em alguns pontos existem muitas histórias bem construídas que conseguem substituir personagens cativantes, mas ao contrário é bem raro tu achar,
    No caso dos heróis e vilões não sou contra ambos serem "100% entre aspas mal e bom" (porque isso não existe se tu analisar em detalhes, mesmo em obras que reforçam isso), se você conseguir aprofundar bem as razões e os motivos que os levaram a essas atitudes acho que pode ser uma bela proposta, mas isso também depende muito do tipo de game que você esta criando (exemplo jogos com temáticas infantis, tipo mario e sonic chega a ser bizarro aprofundar muito suas personalidades e o enredo já que estes universos não focam nesta temática), no caso dos vilões sou muito contra jogos, animes ou filmes que tentam "justificar" as atitudes de um vilão, conheço muitas pessoas que torciam ardentemente pelo kira se sair ileso no final de death note mesmo sabendo das coisas cruéis que ele já fez que não o justificam de maneira nenhuma, mas sou a favor de conteúdos de entretenimento que demonstrem (na mente do vilão) quais foram as razões humanas que o levaram a tal insanidade que na mente dele faz muito sentido, mas que se você avaliar o todo da história você vai perceber que ele está errado e que ele deve pagar pelos seus erros (não que isso necessariamente aconteça rsrs), neste caso eu sou completamente a favor de um vilão com uma história aprofundada porque se não a impressão que dá quando se não oferece este ponto de vista, é que devemos ser a favor e entender que ta d boas se ele matar a pessoas se tiver propósitos maiores, e acredite eu já vi muita gente dizer isso (por mais triste que pareça :/ ). Acho que o único caso que eu apoiaria este tipo de narrativa, seria a história te mostrar da perspectiva da sociedade que ele é um vilão mas no fim você percebe que ele era um herói mas que a sociedade o tratava como vilão fazendo uma crítica social ferrada a sociedade como um todo (ai sim eu apoiaria, desde de que ele não utilizasse a sociedade como desculpa para ele fazer coisas horríveis, mas apenas que houvesse uma transição de vilão a herói de acordo com a perspectiva de ambos os lados), acho legal também uma proposta que faça o vilão se arrepender e transcender o herói, isso seria bem massa, mas NUNCA justificar um vilão como um todo.
      No caso do herói, também sou a favor de que seus defeitos sejam mostrados, afinal somos humanos, temos defeitos e erros sempre, e acho que seria legal da mesma forma fazer do herói uma transição a vilão, em casos que ele era bom mas devido a escolhas e pensamentos errados mostra aonde ele pode chegar, mostrando os riscos que todos nós podemos correr caso tenhamos pensamentos deturpados de certas coisas, fazendo-nos refletir sobre nós mesmos e nossos comportamentos humanos a qual constantemente nos consideramos como HERÓIS, mas que quando percebemos nossos erros nos tornamos mais vilões do que heróis em determinadas atitudes e mal percebemos aonde chegamos em nossos pensamentos e atitudes erradas, enfim está é minha opinião a respeito.
 
Opa, obrigado pelos comentários pessoal :) Gostei muito dos pontos levantados por você Cross.

Quanto a jogos infantis e/ou com temática simples nem tem o que falar mesmo, os jogos foram feitos para ser simples, então aprofundar essas questões não faz sentido.

Concordo sobre a tentativa de justificar os motivos do vilão. O certo não é justificar, mas sim explicar suas razões, é diferente. O personagem fica muito fraco quando seus motivos para cometer atrocidades é simplesmente para cometer atrocidades. Quando você explica os motivos dele cometer tais atos você não está justificando suas ações, você está dando um pouco mais de sustância para o personagem.

Há diferença entre:

- O Mago Salazar quer destruir o Reino porque ele é um Mago das Trevas e um ser tomado de maldade.

- O Mago Salazar quer destruir o Reino, pois já foi, no passado, um grande estudioso, mas ao se aprofundar no estudo da morte ele acabou sendo banido pelo concelho dos magos. Depois de anos em exílio alimentando um ódio por ter sido jogado fora depois de tanto se dedicar ao Reino ele finalmente se deixa levar pelo rancor e decide se vingar daqueles que menosprezaram seu trabalho depois de tanto ter se doado pelo bem do Reino.

Estudo da Morte é terminantemente proibido no reino de Salazar, então ele sabia no que estava se metendo ao estudar este tipo de magia, logo sua vingança não é justa, tendo em vista que ele cometeu um crime e recebeu uma punição conforme a lei. Você pode até trabalhar que toda essa raiva do Salazar no fundo é com ele mesmo, por ter sido pego cometendo tal crime ou por ter se permitido ser tentado pelo estudo de artes profanas, mas seu rancor acabou cegando-o para isto.

Aqui você não justifica o motivo do Mago Salazar querer destruir tudo, você explica porque ele quer destruir tudo, e explicar as razões e motivações dos personagens, sejam vilões ou heróis é um MUST HAVE em um história.

Mais uma vez obrigado por trazer seu ponto de vista, apresentou pontos muito relevantes :) tks o/

 
Excelente tópico [member=1897]Hizashi_Brum[/member]

Eu também criei um (na realidade uma série chamada: A importância do...) abordei o vilão, anti-herói, herói, Mentor e personagens secundários... Gostei bastante e continue com tópicos relacionados ao estudo do Desenvolvimento de Personagens. Valeu!
 
Excelente texto.  Me fez pensar se não tem textos com o mesmo tema aqui no condado, não procurei mas fico feliz por este existir.
 
BENTO comentou:
Excelente tópico [member=1897]Hizashi_Brum[/member]

Eu também criei um (na realidade uma série chamada: A importância do...) abordei o vilão, anti-herói, herói, Mentor e personagens secundários... Gostei bastante e continue com tópicos relacionados ao estudo do Desenvolvimento de Personagens. Valeu!

Grande Professor, muito obrigado. Eu já dei uma passada no tópico "Para contar uma boa história: Introdução", preciso deixar um feedback depois, estou te devendo essa rsrs sorry. Na verdade foi seu texto que despertou o interesse em fazer esse tópico. Já vinha alimentando a vontade de falar sobre os personagens (Que vou carregar comigo para o túmulo a convicção de que são o principal pilar de uma história), seu texto deu o ponta-pé inicial, obrigado :) Já vi tem que mais um tópico na área vou passar lá depois.

HermesPasser comentou:
Excelente texto.  Me fez pensar se não tem textos com o mesmo tema aqui no condado, não procurei mas fico feliz por este existir.

Muito obrigado pelo Feedback Hermes, prof. Bento taí com uns tópicos bacanas sobre enredo, vale a pena conferir.
 
Grande Professor, muito obrigado. Eu já dei uma passada no tópico "Para contar uma boa história: Introdução", preciso deixar um feedback depois, estou te devendo essa rsrs sorry. Na verdade foi seu texto que despertou o interesse em fazer esse tópico. Já vinha alimentando a vontade de falar sobre os personagens (Que vou carregar comigo para o túmulo a convicção de que são o principal pilar de uma história), seu texto deu o ponta-pé inicial, obrigado :) Já vi tem que mais um tópico na área vou passar lá depois.


Muito Obrigado pela Menção [member=1897]Hizashi_Brum[/member]

"Para contar uma boa história" também será uma série, mas dessa vez não é um debate como foi "A importância do..." e sim um tutoria básico... Estou pensando em 7 ou 8 Atos. Muito obrigado e gostei muito do seu trabalho e continue... 
 
Otimo texto.
Viloes/herois tem motivos pra ser assim,gosto de fazer meus personagens como se fosse vivos,cheios de defeitos ,neuras,traumas
Violes q tem seu lado de bondade e herois com defeitos a mostra dao charme a uma obra.
 
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