Eu fico bem desanimado com a situação das comunidades Maker hoje em dia. Se comparado a cinco anos atrás, hoje temos menos de 20% do movimento. Desse pessoal, boa parte está sendo tomada pelos ditos "jogos comerciais".
Deixa eu esclarecer uma coisa: Não tenho nada contra (e a favor) aos jogos comerciais de RPG Maker, até o momento que eles começam a tomar o espaço que sempre foi dos jogos feitos por hobby. E não me refiro apenas a quantidade de projetos e jogos na comunidade, até mesmo na maioria dos debates alguém consegue colocar a comercialização dos jogos no meio do assunto. Poucos são os makers veteranos que ainda fazem jogos por hobby.
O mundo maker já é feito de muita expectativa e pouca ação, pois menos de 15% dos projetos se tornam jogos completos (tem gente até que diz que é menos 1%), mas com os jogos comerciais estamos chegando em um novo nível. Em todo lugar vemos pessoas que pretendem lançar um jogo comercial com o RPG Maker, mas pouquíssimas são as que já ganharam algum centavo com um jogo feito na ferramenta. Eu chuto que, nessa comunidade, a quantidade de pessoas que já ganharam alguma grana com o maker não chega a três.
Enfim, além de tomar o espaço da galera que faz por hobby, há duas razões principais que me deixam bem incomodado com essa invasão.
Criar jogos comerciais é, necessariamente, a evolução de criar jogos por Hobby
Sim, tem muita gente que pensa que a evolução e até mesmo o objetivo de todos que desenvolvem jogos por hobby é criar jogos profissionalmente. Pra mim, isso é tão errado quanto que afirmar que o objetivo de todos que jogam muitos games é virar jogadores profissionais.
Jogos comerciais têm algumas grandes desvantagens: Você não pode utilizar recursos com licença não-comercial e em alguns casos precisa pagar para utilizar comercialmente (que são boa parte dos recursos em sites como o Free Sounds). Ao colocar um preço no jogo, o número de pessoas que irá jogar ele é bem menor que se fosse de graça. Lembre-se que na Steam um jogo de 20 reais compete lado a lado com Final Fantasy VII.
Eu não sei quanto a vocês, mas um dos meu objetivos como maker é atingir o maior número de pessoas possíveis com meus jogos, logo colocar um preço vai de encontro com este objetivo e aposto que vocês já deixaram de jogar alguns jogos devido ao preço deles. Um exemplo é o Vorum do [member=2]Star Gleen[/member]. Eu estava ansioso para jogar, mas quando eu soube que ele arranjou uma publisher, diferente da maioria que comemorou, eu fiquei triste que agora nós precisaremos pagar para jogar.
E, quando se coloca dinheiro na jogada, o foco acaba mudando ao menos um pouco. Como provavelmente haverá gastos com os recursos, existe uma chance de você sair no prejuízo, ou seja, pagar 1000 reais para comprar os recursos e lucrar 100, coisa que ninguém quer. No fim, a arte vira produto. Eu até falaria da galera que pretende viver disso, mas esse é assunto para outro tópico. Só digo que as pessoas deviam pensar duas vezes antes de transformar diversão em trabalho.
Capitalismo sem descanso
Há uns cinco anos atrás, na época que praticamente ninguém criava jogos comerciais, se alguém me perguntasse o que eu gostava nas comunidades maker, eu provavelmente responderia que era porque todos aqui faziam o que gostavam unicamente porque gostavam. Sem precisar pensar em dinheiro e nada do gênero.
Vivemos em uma sociedade capitalista. Em alguns grupos, isso vai mais longe, onde o objetivo de vida de algumas pessoas se resume a acumular capital para ostentar. A galera mais velha deve ter conhecido grupos sociais em que as pessoas são julgadas pelo que possuem. Se eu gastar apenas uma hora da minha vida codificando sem pretensão de ter algum lucro mesmo que indiretamente, eu já sou tido como exemplo de retardado em alguns grupos. Não, isso não é exagero e eu já vi acontecer.
Por isso mesmo eu enxergava e apreciava as comunidades maker como um "descanso" nessa corrida pela carreira que é a nossa sociedade.
Concorda, discorda?
Deixa eu esclarecer uma coisa: Não tenho nada contra (e a favor) aos jogos comerciais de RPG Maker, até o momento que eles começam a tomar o espaço que sempre foi dos jogos feitos por hobby. E não me refiro apenas a quantidade de projetos e jogos na comunidade, até mesmo na maioria dos debates alguém consegue colocar a comercialização dos jogos no meio do assunto. Poucos são os makers veteranos que ainda fazem jogos por hobby.
O mundo maker já é feito de muita expectativa e pouca ação, pois menos de 15% dos projetos se tornam jogos completos (tem gente até que diz que é menos 1%), mas com os jogos comerciais estamos chegando em um novo nível. Em todo lugar vemos pessoas que pretendem lançar um jogo comercial com o RPG Maker, mas pouquíssimas são as que já ganharam algum centavo com um jogo feito na ferramenta. Eu chuto que, nessa comunidade, a quantidade de pessoas que já ganharam alguma grana com o maker não chega a três.
Enfim, além de tomar o espaço da galera que faz por hobby, há duas razões principais que me deixam bem incomodado com essa invasão.
Criar jogos comerciais é, necessariamente, a evolução de criar jogos por Hobby
Sim, tem muita gente que pensa que a evolução e até mesmo o objetivo de todos que desenvolvem jogos por hobby é criar jogos profissionalmente. Pra mim, isso é tão errado quanto que afirmar que o objetivo de todos que jogam muitos games é virar jogadores profissionais.
Jogos comerciais têm algumas grandes desvantagens: Você não pode utilizar recursos com licença não-comercial e em alguns casos precisa pagar para utilizar comercialmente (que são boa parte dos recursos em sites como o Free Sounds). Ao colocar um preço no jogo, o número de pessoas que irá jogar ele é bem menor que se fosse de graça. Lembre-se que na Steam um jogo de 20 reais compete lado a lado com Final Fantasy VII.
Eu não sei quanto a vocês, mas um dos meu objetivos como maker é atingir o maior número de pessoas possíveis com meus jogos, logo colocar um preço vai de encontro com este objetivo e aposto que vocês já deixaram de jogar alguns jogos devido ao preço deles. Um exemplo é o Vorum do [member=2]Star Gleen[/member]. Eu estava ansioso para jogar, mas quando eu soube que ele arranjou uma publisher, diferente da maioria que comemorou, eu fiquei triste que agora nós precisaremos pagar para jogar.
E, quando se coloca dinheiro na jogada, o foco acaba mudando ao menos um pouco. Como provavelmente haverá gastos com os recursos, existe uma chance de você sair no prejuízo, ou seja, pagar 1000 reais para comprar os recursos e lucrar 100, coisa que ninguém quer. No fim, a arte vira produto. Eu até falaria da galera que pretende viver disso, mas esse é assunto para outro tópico. Só digo que as pessoas deviam pensar duas vezes antes de transformar diversão em trabalho.
Capitalismo sem descanso
Há uns cinco anos atrás, na época que praticamente ninguém criava jogos comerciais, se alguém me perguntasse o que eu gostava nas comunidades maker, eu provavelmente responderia que era porque todos aqui faziam o que gostavam unicamente porque gostavam. Sem precisar pensar em dinheiro e nada do gênero.
Vivemos em uma sociedade capitalista. Em alguns grupos, isso vai mais longe, onde o objetivo de vida de algumas pessoas se resume a acumular capital para ostentar. A galera mais velha deve ter conhecido grupos sociais em que as pessoas são julgadas pelo que possuem. Se eu gastar apenas uma hora da minha vida codificando sem pretensão de ter algum lucro mesmo que indiretamente, eu já sou tido como exemplo de retardado em alguns grupos. Não, isso não é exagero e eu já vi acontecer.
Por isso mesmo eu enxergava e apreciava as comunidades maker como um "descanso" nessa corrida pela carreira que é a nossa sociedade.
Concorda, discorda?