Meus caros amigos como vão!
Existe um concurso literário aqui numa bela cidade vizinha da minha, Jundiaí, cujo nome é Olimpíada de Redação (expie clicando AQUI). Nesse ano entra na sua 12ª edição e sempre com premiações bem interessantes. Eu e minha filhota participamos todos os anos e para mim o maior objetivo destas participações é de fato o desafio de criar nova crônicas, que sinceramente são o meu fraco na hora de escrever, mas assim vou fazendo um treinamento e quem sabe eu ainda não ganho algum prêmio qualquer dia desses.
O texto abaixo é a minha participação de 2014, cujo tema tratava sobre as mudanças que a tecnologia trás para nossas vidas e que pode estar se perdendo com essas inovações. Essa crônica retrata uma opinião que eu tinha na época em que desenvolvi o texto, mas está plenamente aberta a discussões...
É impensável hoje o mundo sem o avanço tecnológico alcançado, em todos os meios, seja ele puramente científico ou de lazer. É um novo mundo, que anda a velocidade de megabytes por segundo.
O aspecto mais positivo desse avanço é sem dúvida alguma a facilidade de acesso à informação: num simples clique todo um mundo se abre. E para as pessoas que como eu sempre tiveram uma pressa danada para tudo, principalmente para o conhecimento, isso veio a calhar.
Mas existe um porém fundamental, que quando mencionado geralmente causa um descrédito e consequentemente uma resistência no público mais jovem: eu sou de outra época!
Sou de uma época que para se conhecer alguém profundamente não adiantava ir ao perfil do Facebook, tinha que travar anos de amizade e assim mesmo corria-se o risco de não conhecê-la por completo. Muitas vezes passamos uma vida sem nem nos conhecermos direito;
Sou de uma época que para desvendar o segredo de um quebra-cabeça não bastava simplesmente pesquisar no Google com alguma palavra chave, você necessitava exercitar seu cérebro por horas a fio para vencer o desafio ou então desistia por um tempo e com a cuca fresca retornava até se superar;
Sou de uma época que os resumos dos mais importantes livros não ficavam expostos no portal de um site literário, era preciso ler do início ao fim inúmeros exemplares, para assim formular seu ponto de vista como um mero hobby de leitor inveterado ou para tirar nota 10 numa redação ou ainda para se dar bem no dificílimo vestibular.
Por ser desta outra época não me julgo nem um pouco superior aos seres mais jovens, só tenho algumas vantagens: aprendi a reconhecer os defeitos e qualidades nas pessoas apenas convivendo com elas; descobri como tirar proveito do meu cérebro através do simples ato de pensar; viajei pela mente e pelo mundo de dezenas de escritores, absorvendo muito do conhecimento que eles tinham para oferecer, sendo necessário para isso apenas ter o hábito de ler.
Essa é a grande diferença do antes e do depois do avanço tecnológico: hoje tudo ficou fácil demais, tão fácil que as excelentes dificuldades que ajudavam a moldar o cidadão se perderam. É impossível que uma pessoa evolua da maneira correta se ela não passar por todos os desafios, passo por passo, dia após dia. Se tudo lhe for dado de mão beijada a incrível sensação humana do descobrir algo novo acabará se perdendo e tudo não passará simplesmente de um gigantesco banco de dados, onde transbordam informações, mas pouco se conhece da fonte que as originou.
Não é necessário abrir mão desse nosso novo mundo, ele veio para ficar e a cada segundo se aperfeiçoar quase que automaticamente, mas se certos costumes, alguns da minha época, forem perdidos completamente, o judeu-russo Isaac Asimov terá acertado em cheio numa de suas obras literárias (Eu, robô), pois todos não passaremos de meros seres robotizados, onde o amar-pensar-sonhar se tornarão meras qualidades, adicionadas ou não no DNA de um novo indivíduo a se gerar, provavelmente fruto de um laboratório qualquer. Se assim for resta torcer que, assim como Isaac também imaginou ao compor o conto O homem bicentenário, o elemento robotizado possa um dia ser mudado, querer ser mudado, agora para um ser pensante e amoroso, cuja busca pelos sonhos seja uma de suas principais razões de existir.
Existe um concurso literário aqui numa bela cidade vizinha da minha, Jundiaí, cujo nome é Olimpíada de Redação (expie clicando AQUI). Nesse ano entra na sua 12ª edição e sempre com premiações bem interessantes. Eu e minha filhota participamos todos os anos e para mim o maior objetivo destas participações é de fato o desafio de criar nova crônicas, que sinceramente são o meu fraco na hora de escrever, mas assim vou fazendo um treinamento e quem sabe eu ainda não ganho algum prêmio qualquer dia desses.
O texto abaixo é a minha participação de 2014, cujo tema tratava sobre as mudanças que a tecnologia trás para nossas vidas e que pode estar se perdendo com essas inovações. Essa crônica retrata uma opinião que eu tinha na época em que desenvolvi o texto, mas está plenamente aberta a discussões...
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A MOROSIDADE TECNOLÓGICA
É impensável hoje o mundo sem o avanço tecnológico alcançado, em todos os meios, seja ele puramente científico ou de lazer. É um novo mundo, que anda a velocidade de megabytes por segundo.
O aspecto mais positivo desse avanço é sem dúvida alguma a facilidade de acesso à informação: num simples clique todo um mundo se abre. E para as pessoas que como eu sempre tiveram uma pressa danada para tudo, principalmente para o conhecimento, isso veio a calhar.
Mas existe um porém fundamental, que quando mencionado geralmente causa um descrédito e consequentemente uma resistência no público mais jovem: eu sou de outra época!
Sou de uma época que para se conhecer alguém profundamente não adiantava ir ao perfil do Facebook, tinha que travar anos de amizade e assim mesmo corria-se o risco de não conhecê-la por completo. Muitas vezes passamos uma vida sem nem nos conhecermos direito;
Sou de uma época que para desvendar o segredo de um quebra-cabeça não bastava simplesmente pesquisar no Google com alguma palavra chave, você necessitava exercitar seu cérebro por horas a fio para vencer o desafio ou então desistia por um tempo e com a cuca fresca retornava até se superar;
Sou de uma época que os resumos dos mais importantes livros não ficavam expostos no portal de um site literário, era preciso ler do início ao fim inúmeros exemplares, para assim formular seu ponto de vista como um mero hobby de leitor inveterado ou para tirar nota 10 numa redação ou ainda para se dar bem no dificílimo vestibular.
Por ser desta outra época não me julgo nem um pouco superior aos seres mais jovens, só tenho algumas vantagens: aprendi a reconhecer os defeitos e qualidades nas pessoas apenas convivendo com elas; descobri como tirar proveito do meu cérebro através do simples ato de pensar; viajei pela mente e pelo mundo de dezenas de escritores, absorvendo muito do conhecimento que eles tinham para oferecer, sendo necessário para isso apenas ter o hábito de ler.
Essa é a grande diferença do antes e do depois do avanço tecnológico: hoje tudo ficou fácil demais, tão fácil que as excelentes dificuldades que ajudavam a moldar o cidadão se perderam. É impossível que uma pessoa evolua da maneira correta se ela não passar por todos os desafios, passo por passo, dia após dia. Se tudo lhe for dado de mão beijada a incrível sensação humana do descobrir algo novo acabará se perdendo e tudo não passará simplesmente de um gigantesco banco de dados, onde transbordam informações, mas pouco se conhece da fonte que as originou.
Não é necessário abrir mão desse nosso novo mundo, ele veio para ficar e a cada segundo se aperfeiçoar quase que automaticamente, mas se certos costumes, alguns da minha época, forem perdidos completamente, o judeu-russo Isaac Asimov terá acertado em cheio numa de suas obras literárias (Eu, robô), pois todos não passaremos de meros seres robotizados, onde o amar-pensar-sonhar se tornarão meras qualidades, adicionadas ou não no DNA de um novo indivíduo a se gerar, provavelmente fruto de um laboratório qualquer. Se assim for resta torcer que, assim como Isaac também imaginou ao compor o conto O homem bicentenário, o elemento robotizado possa um dia ser mudado, querer ser mudado, agora para um ser pensante e amoroso, cuja busca pelos sonhos seja uma de suas principais razões de existir.