A Rua Brayner
Não me lembro muito bem de quais atos ou joguetes do destino me fizeram vir morar, com quinze anos de idade, nesta tão mal falada rua, mas, desde que cheguei aqui, tenho presenciado alguns casos estranhos, de pôr os cabelos em pé do mais corajoso dos homens, quem dirá para alguém da minha idade. Podem até pensar coisas como: “Ah, ele está querendo chamar atenção.”, ou até “Esse menino tem um parafuso a menos, não dá para levar a sério o que diz.”, mas acredite, já pensei nessa possibilidade. Fora que ela cai por terra quando não sou só eu que presencio essas coisas estranhas, ou seja, tudo passa a ser mais crível.
Nós éramos cinto, Arthur, Tiago, Sarah, Stephanny e eu, Gabriel. Os relatos contidos aqui são um conjunto de experiências vividas por nós cinco, as vezes por dois ou mais de nós, podendo envolver outros moradores e até mesmo a rua inteira.
Por mais fantasiosos que sejam, nestas transcrições dos mais vis acontecimentos, aqui está contida a verdade, nada mais nada menos que a verdade, uma que o povo desta rua parece ter medo de revelar, pois só quem mora aqui sabe dos perigos que os espreita na calada da noite.
Somos os sobreviventes, leiam com atenção os nossos relatos e tirem suas próprias conclusões. De uma coisa eu sei, existe algo entre o céu e a terra que ignora, ou melhor, nem sequer se importa com o seu conceito de lógica. Por isso, desejo-lhes cautela, já que este tipo de evento que aqui narrarei não são, em hipótese alguma, exclusivos da famigerada Rua Brayner.