Quid ita serius?
ABRUPTO FALAR
Eu vi o amor, correndo descalço,
pisando e sujando o pé no lamaço,
desenhando um sol na folha de almaço
sem nem um espaço para o sol se pôr.
Eu vi o almaço virando lição,
vi a professora corrigindo à mão
e os amiguinhos rindo de montão
do baita zerão que levou o amor.
Eu vi o amor atrás de um emprego,
também de amigos e de um chamego,
mas só achou rejeição e desapego
em um mundo cego e sem compaixão.
Findou se culpando por não ter mais nada.
O orgulho casou, a mágoa está formada.
Não houve lugar pra se fazer morada
e, sem falar nada, o amor chegou ao fim.
Mas nasceu de novo no fundo de mim,
tal como Rosa de Saron, carmesim,
vivo como fogo, nem água flui assim,
depois que, enfim, descobri o que é amar.
Assim é o amor, uma triste verdade,
nasce no valente e morre no covarde.
O orgulho o corrói, a mágoa o invade,
e então a maldade toma o seu lugar.
Pois vim semear o amor de aquém
dentro daquele que dele faz desdém.
O intuito é despertar o amor em outrem
e esperar que este o leve além.
Assim diz meu eu, até que me pare.
Escrevo, até que o amor no ser pare
e o mais tardar não os separe,
num tênue anseio e abrupto falar.
- Edy Souza
Eu vi o amor, correndo descalço,
pisando e sujando o pé no lamaço,
desenhando um sol na folha de almaço
sem nem um espaço para o sol se pôr.
Eu vi o almaço virando lição,
vi a professora corrigindo à mão
e os amiguinhos rindo de montão
do baita zerão que levou o amor.
Eu vi o amor atrás de um emprego,
também de amigos e de um chamego,
mas só achou rejeição e desapego
em um mundo cego e sem compaixão.
Findou se culpando por não ter mais nada.
O orgulho casou, a mágoa está formada.
Não houve lugar pra se fazer morada
e, sem falar nada, o amor chegou ao fim.
Mas nasceu de novo no fundo de mim,
tal como Rosa de Saron, carmesim,
vivo como fogo, nem água flui assim,
depois que, enfim, descobri o que é amar.
Assim é o amor, uma triste verdade,
nasce no valente e morre no covarde.
O orgulho o corrói, a mágoa o invade,
e então a maldade toma o seu lugar.
Pois vim semear o amor de aquém
dentro daquele que dele faz desdém.
O intuito é despertar o amor em outrem
e esperar que este o leve além.
Assim diz meu eu, até que me pare.
Escrevo, até que o amor no ser pare
e o mais tardar não os separe,
num tênue anseio e abrupto falar.
- Edy Souza