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"Não, não olhe para mim, olhe para seu mouse e teclado e comece a desenvolver!"
- Victor Sena

Animatronick

InterPlay Masculino

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07 de Janeiro de 2017
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Animatronick


Eu já pensei em várias possibilidades, mas... Parece que só a hipótese de mostrá-la já me trará grandes preocupações. *Suspiro* Se ao menos as pessoas fossem um pouco mais... Receptivas. Sei lá...
Depois de muito tempo pensando, não sei se a mostro ao mundo. Mas também seria uma coisa muito ruim saber que a tenho presa em meu porão.
Às vezes eu me sento aqui na minha poltrona e fico observando-a. Ela está desligada, claro, mas... Ainda assim, parece apenas estar dormindo. Sua aparência ficou perfeita. Deu muito trabalho fazer essa pele sintética, mas ficou igualzinho a pele humana.


– No quê que eu tô pensando? Calma Roger, é apenas um animatronick. Não é real.

Ele foi até sua criação e mudou a posição de um botão que havia dentro da boca dela. A parte da frente do rosto dela desencaixou-se, deixando à mostra uma pequena parte metálica que havia em seu interior. Roger empurra o rosto da animatronick para cima como se fora um capacete de soldar.

– Assim é melhor. – Comenta e, logo após, senta-se novamente em sua poltrona.

Pelo menos assim eu... Consigo pensar melhor. O que devo fazer?


Na tarde do dia seguinte...

– Lucas! – Gritou Roger, de pé em frente ao portão do amigo. Tocou a campainha e, um pouco depois, ele apareceu.
– Roger? E ae, mano? Tudo bem com você, cara?
– Tudo. – Respondeu. É sempre bom poder abraçar um amigo que você não vê há muito tempo.
– Entra aí, mano. O sol está quente agora... Vamos conversar aqui dentro. – Disse Lucas.
– Só estava esperando você chamar.

Parece que a casa do Lucas não mudou muito. A mesma quantidade de cocô de cachorro espalhada... Ele podia dar uma ‘lavada’ nessa área. Olha só quanta folha espalhada...

- Você quer alguma coisa pra beber, mano?
- Ah... Quero sim. Tô com muita sede. Tem água?
- Claro. Só um instante.

Depois de conversar um pouco com o amigo, Roger decide dizer porque ele estava ali. Mas é melhor ir devagar pra não assustá-lo. Não acho que o Lucas seja desses, mas... É melhor me prevenir.

- Então Lucas... Você tá livre nessa semana?
- É... Eu acho que tô sim. Por quê?
- É que eu gostaria que você fosse lá em casa. Tem... Uma coisa que eu gostaria de te mostrar. Bem, ela não é exatamente uma coisa, mas... Enfim. O que você acha?
- Hm... Por mim tudo bem. Que dia?
- Agora.


Dentro do ônibus, à noite...

- E então... Quem vai estar lá conosco? Você disse que não estaremos sozinhos.
- Bem... Lembra-se que eu disse que tinha algo que eu queria que você visse?
- Aham...
- Então... Ela não é exatamente uma coisa. É meio... Alguém.
- É, você já disse isso. É alguém que eu conheço?
- Não.

Lucas percebe Roger relutante.

- Ela é... Diferente.
- Diferente...?
- Uhum... Especial.
- Sei.

Quando eles chegaram em frente da casa de Roger, Lucas já estava inquieto.

- Escuta, por que não podia ser amanhã? Ou outro dia? Por que tem que ser à noite?

Roger parecia estar se certificando de que não havia ninguém seguindo-os, ou observando-os.

- Você tá estranho, cara. – Comentou Lucas.
- É melhor à noite porquê... Porque... Porque é mais calmo. Ninguém pra atrapalhar ou para chegar na hora errada. Isso atrapalha.
- Atrapalha o quê?
- Vem que eu vou te mostrar.

Roger guia Lucas até um local onde pode deixar sua mochila e segue até a porta do porão. Ok... Só espero que ele não pire.

- Lucas... Antes de nós entrarmos, você...
- Que foi cara, você tá todo nervoso? Parece até que a gente vai encontrar um fantasma aí dentro.
- É que você tem que me prometer que não vai pirar.
- O quê? Não me diga que tem mesmo um fantasma aí dentro. – Disse Lucas achando graça.
- Não, cara... Eu tô falando sério. Prometa-me que você não vai pirar, não vai sair correndo, nem vai fazer qualquer coisa desse tipo.
- Qual é, cara? Até parece que eu sou desse tipo. Você tá me deixando preocupado. O que você fez?
- Eu... Fiz uma coisa que vai revolucionar o jeito que nós vemos as coisas.

Roger abriu a porta e, após descerem alguns degraus, acendeu a luz. Foi então que Lucas percebeu o que realmente era ali. Eles desceram e Lucas ficou observando todas aquelas coisas que Roger tinha em seu porão.

- Que isso cara? Você montou um laboratório no seu porão?
- Legal, né?
- O quê?! Você tá de brincadeira comigo? Isso é demais! – Disse Lucas segurando em sua mão um pote com algo dentro que se parecia com um mini cérebro azul florescente. – Que doireira... Como foi que... Foi você quem fez isso tudo?
- Bom, não era desse tamanho quando eu comecei, mas... Vem cá.

Eles caminharam até o fundo do local e, virando a esquerda, pararam em frente a uma porta.

- O que eu queria te mostrar mesmo está aqui.

A porta era de chumbo. Parecia coisa militar. Lucas bateu com a mão na porta e pôde ouvir que era maciça.

- Pra quê você tem uma coisa dessas aqui embaixo? O que tem atrás dessa porta?
- Você verá. – Respondeu Roger apertando o botão vermelho que estava ao seu lado direito.




Continua...
 
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