🤔 Para Refletir :
"O segredo para desenvolver ótimos jogos é... ahm... bom, se eu contasse, não seria mais segredo."
- Jazz

Antagonistas e o Complexo de Deus

Irineu Masculino

Conde
Membro
Membro
O quê? Você realmente ia ler aquilo até o final?
Juntou-se
26 de Agosto de 2017
Postagens
327
Bravecoins
142
Olá a todos!
Introdução
Se lembram daquele tópico que eu fiz sobre Earthbound e o TEA? Eu vi que vocês gostaram da forma como o tópico foi estruturado, então este será parecido, porém irá abordar outro tipo de psicológico em personagens de videogames.

O que é o Complexo de Deus?
Caso você pesquise na Wikipédia, irà aparecer: "Complexo de Deus é um comportamento social cujas características são o excesso de arrogância e/ou apatia dos indivíduos que o apresentam para com uma sociedade, círculo ou pirâmide social. Embora existam semelhanças, não se deve confundir com transtorno de personalidade narcisista (TPN)."
Isto é um resumo de como pessoas com esse comportamento social agem, ou seja, pessoas não precisam necessariamente acharem que são uma divindade para estarem nesse complexo. Ficou difìcil de entender? Se você já assistiu Death Note, imagine uma pessoa com a personalidade parecida com a de Light Yagami. Uma pessoa com esse complexo costuma ter as seguintes características:
- Arrogância
- Apatia
- Comportamente violento
- Intolerância a críticas
- Auto-estima elevada
- Misantropia/Tendências anti-sociais


Relação com Antagonistas
É muito comum você ver antagonistas com esse tipo de mentalidade em todos os tipos de obras (Principalmente Videogames). Nos videogames, o antagonista tem o objetivo de dominar o mundo, destruir a humanidade ou outro objetivo pessoal que envolve os dois anteriores como consequência. Mas por que esse tipo de vilão quer isso? Ele acha que o único digno de governar o mundo dos mortais é ele? Ele acha que a humanidade inteira é uma praga e somente ele tem o direito de exterminá-la? Ele acha que seus desejos pessoais devem ser realizados mesmo que isso afete negativamente outras pessoas? Isso é um caso que varia de enredo para enredo, mas temos uma semelhança entre esses objetivos. Todos eles são objetivos que uma pessoa com o Complexo de Deus teria.

Controvérsia com o Protagonista
O protagonista, na maioria das obras, tenta representar o contrário do que o vilão seria, ao invés de mau e arrogante, ele geralmente é bom e humilde. Nos RPGs por exemplo, o protagonista começa no Level 1, sem nenhum talento ou desejo pessoal, ele apenas quer impedir que o vilão faça o mal. Esta é a controvérsia da maioria dos enredos, um protagonista sem nenhum talento natural ou vantagem, que apenas quer impedir que algo ruim aconteça, que derrota um antagonista que nasceu com certas vantagens em comparação a outras pessoas e quer a todo custo cumprir seu objetivo... Este é um caso parecido com Link e Ganondorf. Enquanto Link precisa fazer uma jornada para se tornar forte o bastante para derrotar Ganondorf, o mesmo já nasceu mais poderoso que a maioria das pessoas em sua volta.

Conclusão
Uma frase que podia resumir a última parte do tópico é: "Nenhuma árvore é tão grande a ponte de não poder ser derrubada". A consequência de um indivíduo que não supera seu Complexo de Deus é sempre cair, os videogames já provaram isso para nós um monte de vezes. Isso não se aplica apenas à antagonistas, mas sim a todo tipo de ser.

Isso é tudo!
 
Interessante sua matéria confesso que a uns anos atrás o "complexo de deus" como você diz era algo bem mais frequente (e ainda é um pouco) mas eu percebo que ao longo dos anos que muitas obras tem arriscado a ir um pouco mais além, um exemplo clássico é do anime Trigun (se prepara que te spoiler :x) onde Knives (irmão de Vash protagonista do anime) vivem um conflito entre eles pois vivem em um planeta hostil onde pessoas usam plantas da natureza para usarem energia elétrica e tanto Vash como Knives são experimentos que transformarão plantas em seres vivos pensantes e Knives com grande poder deseja exterminar a raça humana pois acredita que as plantas são seres superiores e não aguenta a forma como os humanos as destroem. Outros vilões mais bem formulados mas que não tem de certa forma intenção de destruir o mundo que é Akuma que apenas possuí um desejo insaciável por lutas sangrentas e sempre almeja se superar mais e mais, e por aí vai....

Mas acho que a grande característica das obras de entretenimento hoje em dia é tentar subjetivizar este conceito, fazendo perguntas se o vilão é realmente vilão ou se heróis são realmente heróis, o que ao meu ver é um pouco perigoso porque apesar de isso incentivar a percebermos que a vida não se trata de A+B=C também em certos casos nos faz tentar achar que pode ser d boas cometer tais atrocidades por uma causa maior, e eu já vi muita gente pensando desta forma, como por exemplo no anime Death Note onde eu conheci muita gente que torcia para o Kira ganhar mesmo sabendo de todas as atrocidades que ele já fez.

Acho que uma obra deveria sim aprofundar nos motivos e razões para os vilões desenvolverem este complexo para mostrar que por trás de todo vilão existiu uma formação que moldou suas ideias, mas também acho que deveriam reforçar o quanto estas ideias devem ser erradas de se pensar ou praticar oferecendo outras alternativas para tais insanidades.


 
Concordo com o que o [member=648]Cross Maker[/member] disse. É bom questionar certas coisas, como por quê alguém decide se tornar um criminoso por exemplo, mas não podemos usar nada como justificativa pra cometer os crimes.

Também acho válido questionar certas situações, onde os verdadeiros vilões são "admirados como heróis", e outros (que muitas vezes são inocentes, ou estão do lado certo da história) são completamente demonizados pela sociedade. As tais chamadas injustiças, que acredito que todo mundo aqui já viveu, ou presenciou de perto em algum momento da vida.

Sou muito fã da série Trigun, se não se importa de eu fazer uma correção a história...

Vash e Knives não são "plantas" (no sentido vegetal da coisa), eles são "usinas", que em inglês também é chamado de "plants" (ou Power Plants), e os tradutores (não sei se foi por ignorância ou preguiça de ler a história pra entender o contexto) traduziram tudo errado.

Eles são seres criados artificialmente para se tornarem usinas vivas, que geram grande quantidade de energia (por isso daquele braço canhão bizarro que solta rajadas mortais, saca?).:awesome:
 
Também acho válido questionar certas situações, onde os verdadeiros vilões são "admirados como heróis", e outros (que muitas vezes são inocentes, ou estão do lado certo da história) são completamente demonizados pela sociedade. As tais chamadas injustiças, que acredito que todo mundo aqui já viveu, ou presenciou de perto em algum momento da vida.

Achei interessante esta observação, ta ai uma boa proposta pra uma historia em que muitos heróis são tratados como vilões na sociedade e muitos vilões como heróis, ta ai um enredo muito daora que poderia sair bastante coisa util e de lição de vida cristalizados com críticas sociais.

Sobre sua Observação: [member=1673]CleanWater[/member]

Sim de fato, no entanto se não me engano para que a usinas funcionem eles utilizam uns recursos da natureza (que no caso seria estas Power Plants) tanto é que no mangá existem (e me corrija porque eu não manjo muito) Power Plants "humanas" que no caso seria o Vash e o Knives (entre outros) e Power Plants não humanas (que no caso seriam as plantas), tanto é que no mangá se você entrar dentro das usinas (aquelas lampadas gigantes), vai ver que existem power plants que vivem dentro das usinas ou seja (como eles seriam usinas vivas se eles vivem dentro das usinas??) as usinas seriam meio que as ferramentas que extrai energia destes seres, no caso o Knives ele queria proteger tanto as Power Plants humanas, quanto as não humanas já que todos são de sua espécie, e no caso do braço ele só podia fazer aquilo porque a arma que ele usava era adaptada para extrair a energia dele e transformar em um canhão energético (a arma seria meio que uma mini usina que extraia a energia de Vash) e eu tenho uma teoria de que esta arma foi criada por Knives a partir de partes de uma usina abandonada já que Vash e Knives moraram um tempo juntos nestes lugares, antes de se pegarem feio em uma briga (mas isso ai e só teoria minha mesmo kkkk)


 
  Darei minha contribuição ao debate, pois trata-se de um tema que muito interessa-me. Penso que utilizar-se da complexidade para abolir a construção de uma ética - relativizar a postura do antagonista - soa-me um tanto... cínico. Eu vejo o recurso à complexidade como uma forma de mostrar que o Mal não é um dado, como uma substância perfeita e imutável que extrapolaria as condições concretas de vida e sociedade. Expor as razões pelas quais o antagonista torna-se antagonista significa diagnosticar as origens da maldade, situá-la no âmbito das relações, sejam elas sociais, políticas ou inter-subjetivas. Realizar uma genealogia do Mal é um passo imprescindível para evitar que ele surja novamente. Em meu projeto, o antagonista possui motivações palpáveis, ele não é mal por natureza, mas foi levado a sê-lo por n fatores. Isso justifica seus atos? Não. E é por isso que existe o grupo do protagonista para enfrentá-lo. Compreender como algo vem a ser o que é não é a mesma coisa que aceitar esse algo tal como ele é. Eu posso perfeitamente compreender as motivações de um Kira, de um Thanos ou de um Killmonger, o que não significa dizer que eles estão certos. Eles não estão, mas como é possível que pessoas como o Kira ou o Killmonger existam? Dizer que eles são maus porque são e pronto é preguiçoso e reducionista.
  Dorfan - o antagonista da minha história - se vê não como mau, mas como um revolucionário. E suas intenções são, em essência, nobres: acabar com a opressão dos humanos sobre os "não-humanos" (como os magos). Aqui, entra uma discussão deveras antiga, que remonta à Maquiavel e ao cerne da filosofia política: os fins justificam os meios? Para Dorfan, sim. Para os protagonistas, não.O embate entre eles se dá no nível dessa polêmica. E minha proposta, desde o início, é mostrar que o erro de Dorfan foi justamente o de acreditar que sim, os fins justificam os meios.​

Achei interessante esta observação, ta ai uma boa proposta pra uma historia em que muitos heróis são tratados como vilões na sociedade e muitos vilões como heróis, ta um enredo muito daora que poderia sair bastante coisa util e de lição de vida cristalizados com críticas sociais.

  Lembro de ter visto um projeto aqui do fórum que parte exatamente dessa premissa. Trava-se de uma distopia, havia uma resistência e um governo totalitário, mas essa resistência era vista como meros terroristas e a organização que dominava o mundo era vista como salvadora e protetora da humanidade. Não lembro o nome do projeto, mas sei que ele existe.​
 
[member=1916]RaonyFM[/member] , achei bem interessante a reflexão do seu projeto, fiquei ansioso pra ver o jogo completo agora! :XD:
Lembro de ter visto um projeto aqui do fórum que parte exatamente dessa premissa. Trava-se de uma distopia, havia uma resistência e um governo totalitário, mas essa resistência era vista como meros terroristas e a organização que dominava o mundo era vista como salvadora e protetora da humanidade. Não lembro o nome do projeto, mas sei que ele existe.

Não cheguei a conhecer esse projeto, mas essa também é a premissa do Porradaria 3 (trabalhando nele no momento).

A descrição (traduzida) na página do falecido Greenlight


Depois de cair com sua espaçonave roubada em um desconhecido planeta, o Ninja foi resgatado por um grupo de resistência ao governo chamado "A Resistência".
Agora, contra sua vontade, o Ninja deverá lutar ao lado d'A Resistência contra o governo maligno para escapar deste atormentado planeta.


A história também me lembrou muito a segunda temporada do Gundam 00 (recomendo fortemente a todos assistirem esse anime, tem oficialmente na Crunchroll).

[member=648]Cross Maker[/member]
O anime é um pouco diferente do mangá.

No mangá é mostrado que as usinas (plantas) tem forma humana, mas são incapazes de sobreviver fora da redoma de vidro (exceto Knives e Vash, por meios ainda não explicados). No mangá, a habilidade do "Braço de Anjo" é uma habilidade natural deles, no anime, as armas servem apenas para "despertar o potencial latente".

Infelizmente não consegui comprar o resto dos volumes (parei no 7 na época), mas a série Trigun Maximum continua da segunda parte do anime em diante, explicando muita coisa mal explicada no anime.
 
Entrando no gancho do mano [member=1916]RaonyFM[/member] uma observação interessante é criar enredos em que dois personagens passam por mesmas situações cruéis e injustas, no entanto um acaba superando a situação e encontrando meios para superar tais injustiças no mundo, o outro por sua vez observa todos os problemas e encontra na insanidade a solução para os problemas tornando-se um antagonista, esta eu também vejo como uma proposta extremamente produtiva de mostrar dois lados de uma mesma moeda e de como pessoas podem reagir de maneira positiva ou negativa na mesma situação, estes tempos atrás assisti um filme (baseado em fatos reais) sobre alunos nos Estados Unidos que sofreram opressão e rejeição na escola por serem diferentes, mas o interessante é que o filme mostra duas pessoas dentro desta escola que passam pela mesma opressão, uma moça que ao ser rejeitada de muitas formas sofrendo bullyng encontrou no sofrimento uma oportunidade de ajudar pessoas que passam pela mesma situação que ela, o outro rapaz por sua vez encontrou no sofrimento ódio e amargura e acabou realizando ataques terroristas na escola onde vários alunos acabaram morrendo (inclusive esta mesma moça que superou estes desafios)​

Thanks [member=1673]CleanWater[/member] é que eu sempre gostei de Trigun mas só conhecia o anime (e um pouco do que falam do mangá hahahaha)

 
Cross Maker comentou:
Entrando no gancho do mano [member=1916]RaonyFM[/member] uma observação interessante é criar enredos em que dois personagens passam por mesmas situações cruéis e injustas, no entanto um acaba superando a situação e encontrando meios para superar tais injustiças no mundo, o outro por sua vez observa todos os problemas e encontra na insanidade a solução para os problemas tornando-se um antagonista, esta eu também vejo como uma proposta extremamente produtiva de mostrar dois lados de uma mesma moeda e de como pessoas podem reagir de maneira positiva ou negativa na mesma situação, estes tempos atrás assisti um filme (baseado em fatos reais) sobre alunos nos Estados Unidos que sofreram opressão e rejeição na escola por serem diferentes, mas o interessante é que o filme mostra duas pessoas dentro desta escola que passam pela mesma opressão, uma moça que ao ser rejeitada de muitas formas sofrendo bullyng encontrou no sofrimento uma oportunidade de ajudar pessoas que passam pela mesma situação que ela, o outro rapaz por sua vez encontrou no sofrimento ódio e amargura e acabou realizando ataques terroristas na escola onde vários alunos acabaram morrendo (inclusive esta mesma moça que superou estes desafios)​


Thanks [member=1673]CleanWater[/member] é que eu sempre gostei de Trigun mas só conhecia o anime (e um pouco do que falam do mangá hahahaha)

  Não é querendo me gabar ou fazer merchan gratuito do meu projeto, mas isso meio que acontece na história, não é o foco, mas acontece, pois o protagonista, assim como Dorfan, é um mago e combate a mesma opressão que ele, mas por outros meios... hahaha...​
 
Cross Maker comentou:
Mas acho que a grande característica das obras de entretenimento hoje em dia é tentar subjetivizar este conceito, fazendo perguntas se o vilão é realmente vilão ou se heróis são realmente heróis, o que ao meu ver é um pouco perigoso porque apesar de isso incentivar a percebermos que a vida não se trata de A+B=C também em certos casos nos faz tentar achar que pode ser d boas cometer tais atrocidades por uma causa maior, e eu já vi muita gente pensando desta forma, como por exemplo no anime Death Note onde eu conheci muita gente que torcia para o Kira ganhar mesmo sabendo de todas as atrocidades que ele já fez.

Acho que uma obra deveria sim aprofundar nos motivos e razões para os vilões desenvolverem este complexo para mostrar que por trás de todo vilão existiu uma formação que moldou suas ideias, mas também acho que deveriam reforçar o quanto estas ideias devem ser erradas de se pensar ou praticar oferecendo outras alternativas para tais insanidades.
Death Note é uma obra com muitas perspectivas, em um certo ponto de vista, qualquer personagem de Death Note pode ser considerado um vilão. Spoiler para quem não viu Death Note:
Lembrando que em uma parte da obra, L contrata ladrões para ajudar ele a descobrir quem é o Kira, nos primeiros episódios é dito que L só aceita investigar casos com um certo nível de dificuldade, isso mostra o egocentrismo dele. Apesar do Light ter feito várias coisas horríveis para conseguir seu objetivo, não acho certo classificar o L como o bonzinho da estória.

CleanWater comentou:
Também acho válido questionar certas situações, onde os verdadeiros vilões são "admirados como heróis", e outros (que muitas vezes são inocentes, ou estão do lado certo da história) são completamente demonizados pela sociedade. As tais chamadas injustiças, que acredito que todo mundo aqui já viveu, ou presenciou de perto em algum momento da vida.
Injustiça é uma das piores coisas que um ser humano pode sofrer... No nosso mundo, há pessoas que fizeram mil atrocidades e uma coisa boa e sempre vai ter alguém que vai ignorar essas mil atrocidades e tratar o indivíduo como herói, da mesma forma que existe o contrário do fato anterior. O mundo por si só já é injusto, então a melhor forma de driblar isso é se esforçando naquilo que você faz.

RaonyFM comentou:
  Darei minha contribuição ao debate, pois trata-se de um tema que muito interessa-me. Penso que utilizar-se da complexidade para abolir a construção de uma ética - relativizar a postura do antagonista - soa-me um tanto... cínico. Eu vejo o recurso à complexidade como uma forma de mostrar que o Mal não é um dado, como uma substância perfeita e imutável que extrapolaria as condições concretas de vida e sociedade. Expor as razões pelas quais o antagonista torna-se antagonista significa diagnosticar as origens da maldade, situá-la no âmbito das relações, sejam elas sociais, políticas ou inter-subjetivas. Realizar uma genealogia do Mal é um passo imprescindível para evitar que ele surja novamente. Em meu projeto, o antagonista possui motivações palpáveis, ele não é mal por natureza, mas foi levado a sê-lo por n fatores. Isso justifica seus atos? Não. E é por isso que existe o grupo do protagonista para enfrentá-lo. Compreender como algo vem a ser o que é não é a mesma coisa que aceitar esse algo tal como ele é. Eu posso perfeitamente compreender as motivações de um Kira, de um Thanos ou de um Killmonger, o que não significa dizer que eles estão certos. Eles não estão, mas como é possível que pessoas como o Kira ou o Killmonger existam? Dizer que eles são maus porque são e pronto é preguiçoso e reducionista.
  Dorfan - o antagonista da minha história - se vê não como mau, mas como um revolucionário. E suas intenções são, em essência, nobres: acabar com a opressão dos humanos sobre os "não-humanos" (como os magos). Aqui, entra uma discussão deveras antiga, que remonta à Maquiavel e ao cerne da filosofia política: os fins justificam os meios? Para Dorfan, sim. Para os protagonistas, não.O embate entre eles se dá no nível dessa polêmica. E minha proposta, desde o início, é mostrar que o erro de Dorfan foi justamente o de acreditar que sim, os fins justificam os meios.​
Há duas linhas de pensamento sobre a maldade humana: "O ser humano já é mau por natureza" ou "O ser humano não nasce mau, a sociedade o corrompe". Dessas duas, eu prefiro acreditar na segunda, pois apesar de eu não ser muito velho, muitas pessoas ao longo da minha vida já me influenciaram a fazer a ação errada em uma determinada situação. A sociedade mais nova criou um tipo de cultura onde é Cool não fazer boas ações.
Aproveitando que o RaonyFM fez um mer... Quer dizer, uma citação do projeto dele sobre a mentalidade do vilão e seus objetivos, eu também vou fazer algo parecido.
Nesse quesito, o antagonista de Extrate é bem parecido com Dorfan... O objetivo dele é acabar com as desigualdades criadas pela sociedade e pelo próprio mundo, mas fazendo más ações, que por ironia do destino, essas ações vão acabar envolvendo o protagonista. Pra quem gosta de sociologia e filosofia, ele é meio que uma mistura de Marx e Maquiavel (Extrate em geral, faz críticas bem sutis ao marxismo).

 
Voltar
Topo Inferior