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Cidade das Luzes

Grimoire

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29 de Novembro de 2017
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E aí pessoas. Bom dia/tarde/noite. Depois de um bom tempo, estou voltando a escrever e reescrever um "livro" que idealizei, e resolvi pedir uma avaliação do prólogo pra ver o quão enferrujado eu estou. É uma leitura bem curta, então se tiverem um tempo livre aí, acredito que seria uma boa. Ah, e não tenham medo de detonar o texto apontando cada mínimo erro, seja de ortografia, coerência ou outros, estou querendo exatamente isso. rs
Agradeço desde já e vamos lá.

Cidade das Luzes

“A lua está bonita.” Foi o que pensou o homem enquanto dava um trago em seu cigarro. Estava encostado ao parapeito no terraço de um prédio enquanto encarava o céu, impassível. Tirou uma garrafinha de inox do bolso e deu um longo gole do uísque contido nela. “É bom não ter que economizar mais. Isso realmente é um trago encantador.” Aparentava ser jovem, com no máximo vinte e cinco anos. Deu um segundo longo gole e riu de um jeito estranho ao perceber que já estava mais do que meio bêbado. “Não deveria beber tanto agora, não é? Imagine se urinasse minhas calças.” Afora as conversas consigo mesmo, sua mente estava vazia. Em paz, pela primeira vez em muito tempo. Nunca fora dado à multidões, sempre havia preferido o conforto de sua própria companhia. Talvez por isso se sentisse em paz naquele momento, solitário a não ser pela companhia da lua.

Nas ruas abaixo a cidade de São Serafim se preparava para a noite. As luzes das casas aos poucos se apagavam, enquanto seus moradores se preparavam para pausar sua luta individual e começar a sonhar. Casais apaixonados provavelmente estavam exercendo seu amor, enquanto mães solteiras colocavam seus filhos na cama e os olhavam com ternura. Também existiam aqueles amigos que começavam a sair de suas casas para comemorar uma coisa ou outra e, embriagados, brindar à nada além de sua amizade e amor uns pelos outros. Em cada ponto de luz existia uma chance, um sonho.
No terraço onde se encontrava o jovem, a lua lançava uma luz sobre seu rosto, delineando um fascínio nunca antes sentido enquanto tais pensamentos perpassavam sua mente. A cidade parecia uma constelação, onde as estrelas se extinguiam com um único toque em um interruptor. Cada ponto de luz daquela constelação respirava.

Uma nuvem cobriu a lua, lançando sombras sobre o rosto do jovem. Foi como se o próprio céu quisesse lhe mostrar que, apesar de sua epifania embriagada, ele não fazia parte daquilo. Nunca faria. Não era parte daquela constelação, era o vazio do espaço. O homem suspirou resignado. Deu o último gole na garrafinha de bolso, o último trago no cigarro e subiu no parapeito. A nuvem terminou sua passagem e a lua mais uma vez iluminou o rosto do homem. Ele não chorava. Tinha uma expressão vazia, como se estivesse despido de qualquer emoção, apesar do turbilhão que acontecia dentro dele. “Que as sombras me acolham em seu seio.” E se lançou.​
 
O texto está lindo! Muito bem escrito, e faz muito bem o papel de prólogo (o final dá um baque e uma vontade do caramba de ler o resto).
Quanto a erros, só notei dois, no emprego da crase. Não sou expert em gramática também, então posso estar enganado, mas acho que não se usa a crase nesses casos que eu sublinhei. (Só se usa quando há uma preposição "a" + um artigo "a". Em ambos os trechos só tem a preposição.)

Grimoire comentou:

Nunca fora dado à multidões, sempre havia preferido o conforto de sua própria companhia.
(...)
Também existiam aqueles amigos que começavam a sair de suas casas para comemorar uma coisa ou outra e, embriagados, brindar à nada além de sua amizade e amor uns pelos outros. Em cada ponto de luz existia uma chance, um sonho.

(Se você pode tanto retirar a crase quanto substituir por "às multidões" ou "ao nada", se sua intenção era a de colocar a preposição também.)
 
Opa, obrigado pelo comentário!

Fico bem grato pelo elogio, e estou feliz que tenha curtido. Quanto ao erro apontado, a crase sempre é fatal pra mim. Não sei porque mas sempre tendo a esquecer de algumas ou colocá-las aonde não existem. Isso e os porque, por  que, porquê.
Culpa de ter faltado nas aulas de português, suponho.  haha

Vou revisar e corrigir possíveis erros gramaticais. Novamente, muito obrigado. Abraço!
 
Belo prólogo Grimoire. Continue mostrando mais coisas do livro pra gente.
Apesar de estar curto, não vejo pra onde mais poderia desenvolver sem ferir a lógica inicial. Tá mais pra um conto.
E que conto bad ;(
Se acaso fosse continuar, já tem alguma idéia de como prosseguir?

epifania embriagada (...)
Vou começar a usar esse termo ;v

Levando em consideração que é um prólogo que encena o ambiente do livro, a Cidade de Luzes, e como o personagem se vê nela, o início está muito bom.
Minha dica é tentar não "clicherizar" a idéia. Não dar nenhum final hollywoodiano nem dramático demais. Até porque, o que mais gostei é o retrato de indiferença da cidade para com o que o personagem vê (ou deixa de ver) nela...

"Que as sombras me acolham em seu seio."

Ótimas frases, por sinal ;)
Abraço! o/
 
Ler tais elogios é uma ótima massagem pro meu ego.  haha

Brincadeiras à parte, fico bem feliz que tenha curtido. A intenção era ser bem bad mesmo, pra passar o tom do livro como um todo.
Não vai ser uma estória muito feliz.  rs
Tenho uma certa ideia de pra onde quero levar a narrativa, mas pelo feedback que tenho recebido não sei se devo manter o rumo à partir desse Prólogo. Estava escrevendo e comecei a pensar que talvez fosse melhor mantê-lo só como um conto à parte... Mas enfim, vou brincar de testar aqui.  haha

Sendo bem sincero a intenção era puxar pra uma "fantasia urbana", meio World of Darkness (Vampiro a Máscara, Mago a Ascensão,
etc), por isso o tom mais depressivo apesar da "beleza" da cidade de São Serafim. Mas talvez no final das contas soe um pouco forçado se partir daí.

Agradeço de novo pelo comentário. Abraço!
 
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