Cara, em primeiro lugar, claro, parabéns pela superação. Sua situação deve ter sido simplesmente muito chata de lidar. Mas fico feliz em saber que as coisas tem rendido bons resultados pra você!
Se me permite, ainda vou discorrer um pouco sobre o tema. Fica só como reflexão, NÃO É de forma alguma julgamento a você ou suas ideias, está bem?
Em primeiro lugar já vou dizendo que vou falar algo que já é opinião impopular. Ao contrário da onda da "alta estima" que fingem que não ligam pra nada e que os outros "se explodam" e tal, primeiramente vou ter que pegar no gancho do Eranot e dizer que SIM, a opinião das outras pessoas importa sim.
Alguns podem até pensar que dá pra viver em negação do que se passa a nossa volta. Mas infelizmente isso só é arrogância ou então puro e simples medo, travestidos de independência. Óbvio dos óbvios, é preciso saber filtrar de quem quer o seu melhor, de quem quer algo melhor seu por fim de quem não quer nada de você além de te destruir. Só que o jogo nunca é só você e o outro, a opinião "do outro" ecoa em outras pessoas, você sabe disso, e é preciso saber combater o prejuízo que possam te causar por essa via.
No fundo, somos animais sociais. Precisamos de aprovação grupal e muitas vezes nos submetemos a todo tipo de sortilégio pra ser aceito em grupos, principalmente na adolescência, quando nossa identidade está em formação e queremos independência dos nossos pais. Ou seja, o que os outros acham de ti ou de mim, é importante para nossa própria identidade e auto-estima, é um senso que não pode ser simplesmente ignorado. Ou seja, não dá pra simplesmente ignorar tudo o que não te interessa, como críticas. É preciso maturidade pra lidar com o que não possa nos agradar.
Pois o que não prejudica você aqui sendo falado aqui e agora pode render outros resultados mais lá pra frente. Você pode perder oportunidades por causa do que falam por aí de você, ter uma imagem é importante, pois por mais isolado que o cara seja, ainda terá família, amigos, um possível casamento, em muitos casos patrões e outras pessoas que precisarão te conhecer para pode te confiar responsabilidades.
Afinal sua importância numa sociedade se dá através do que você faz e do que você pode oferecer pra sobrevivência delas. Relacionamentos são egoístas por natureza, ninguém vai querer ter uma pessoa pra só ser um atraso de vida, não é mesmo? Então, se você tem o nome sujo na praça, como as pessoas poderão confiar em você? Como você poderá fazer laços e tocar sua vida?
Vamos jogar o assunto de outra forma... Você deve conhecer a trama base de Naruto, conhece? Não estou falando do mimimi daquela traminha enjoada, mas sim da grande linha de tema principal que o define e o rege pelo fundo. Basicamente toda a questão do gênio vs trabalho duro, ou jogando de outra forma um pouco diferente em alguns arcos, mais especificamente, o mérito de você conseguir as coisas sozinho vs a de conseguir com a ajuda das outras pessoas. Se você viu o final do anime, deve saber do que estou falando. O anime nos levanta esse questionamento: Um dia atravessamos a linha de chegada por qualquer um dos métodos, mas... Será que no fundo o resultado é o mesmo?
Um caminho é fazer tudo sozinho, não contando com a admiração ou ódio das pessoas, apenas sendo reconhecido, para o bem ou para o mal. Um cara desses tem sucesso? Claro que tem, dá pra conseguir sucesso assim. Ele pode não chamar atenção das pessoas ou chamar até demais. Contanto que ele não tenha que se esforçar pra ser notado ou pra não ser, tudo bem, correto? Mas será que com esse tipo de pessoas é fácil achar brecha para se relacionar? Dá pra achar alguma empatia em alguém assim? Será que alguém confiaria num cara ou muito quieto ou muito extrovertido, mas que não parece estar aí pra nada fora seus próprios objetivos diretos?
Mas tem o outro tipo de pessoa, que sabe tocar os outros, tem carisma, tem simpatia, sabe criar vínculos, motivar. É tudo isso contra-producente, ficar fazendo esse charme todo? Provavelmente é. Mas o que ele não ganha em trabalho eu acredito que esse tipo ganha na vida, na relação com os outros.
Óbvio que quando você coloca mais pessoas na equação tudo se torna mais caótico. Não sabendo gerir, muita gente só atrapalha. Mas também sabendo gerir essas pessoas, também não dá para tornar as coisas mais fáceis? Mesmo as pessoas que estão pra te trazer abaixo talvez possam vir a ser úteis de alguma forma no grande esquema das coisas.
Óbvio mais uma vez, claro, também é preciso saber separar aqui, acima de tudo saber que alguns casos não tem jeito... tem que isolar essas pessoas de qualquer influência direta ou indireta que elas possam ter da sua vida. Isso pode significar saber ignorar em alguns casos, em outros combatê-las diretamente e em casos extremos até desmoralizá-las completamente e quem sabe até "destruí-las" psiquicamente pra que elas não voltem a te incomodar.
Bom, ninguém disse que viver em sociedade é fácil, não é mesmo? É preciso saber de todo tipo de truque, mas no fim ao menos eu, euzinho aqui acredito que o sistema da vida em sociedade se paga, só é preciso saber jogar bem esse jogo complicado. No caso eu acredito que temos que achar o ponto entre tentar fazer as coisas por conta própria vs fazer com a ajuda dos outros.
Acho que o texto pode ter ficado meio sem sentido por causa do meu sono agora, mas o TL;DR é que saber deixar pra lá certas coisas que falam sobre você é uma tática válida sim, mas não pra todos os casos, é preciso saber tomar as rédeas da sua própria imagem, aquele é você pra sociedade e você precisa saber se defender. Como tudo na vida, é um bom jogo de equilíbrio saber o quanto de "você" importa e o quanto de "os outros", é questão de você achar a sua medida.
No fim, não sei se isso ajuda, mas fica aí como reflexão pra todo mundo. Lembrando a alguns mais novos aqui que isso é uma reflexão sobre o mundo adulto, do trabalho, etc. Isso não é pra briguinha de amiguinho de colégio.
Forte abraço e muita força aí, cara.