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- codingkitsune

Como uma koi

kanta

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12 de Dezembro de 2017
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Como uma koi

O som do calçado de madeira estalava no asfalto molhado respingando as gotas de lama para todos os lados, por onde passava mulheres e homens se encolhiam numa tentativa falha de que aquele que tanto temiam lhes poupassem a vida, inútil dizer que ele não estava interessado em suas tolas vidas fúteis, estava ali a negócio e nada mais.
E ainda que nada pudesse lhe chamar a atenção naquele lugar, devido a sua concentração em terminar com tudo aquilo rapidamente fora de fato surpreendente quando aquela voz fraca e serena conseguiu desarmá-lo interrompendo o seu trajeto retilíneo pondo uma expressão naquele rosto impassível.

— Perdoa-me senhor, mas o senhor está bem? indagou-lhe preocupado, moveu-se para tão rápido e mecanicamente que quem o avistasse fazendo tal movimento teria certamente duvidas de ele era mesmo um humano

— Você! como você fala a minha língua? não é como hoje em dia falar como se falava antigamente em outras línguas.

— Oh, meu senhor, nem sempre foi assim como me vê foi um homem bem-nascido e afortunado, mas infelizmente ingênuo acreditei nas pessoas erradas e foi passado para trás e hoje estou como vê

— Ainda assim disse-lhe fazendo um gesto com a mão como você vê há tantos bem-nascido não dignos das dadivas que recebem.

— Diga-me como bom homem acabou na sarjeta?


— Foi vítima das minhas próprias escolhas e nada mais, quando olham para mim não veem o homem que eu fui muito menos o que eu sou o que eles, meu senhor, é apenas está velha carcaça pútrida se esgueirando entre as lixeiras fétidas a procura do eles já não querem mais.

Diante das fortes palavras daquele homem ele se calou e só então começou a reparar nas vestes encardidas que mais pareciam farrapos daquele homem fitou-lhe dos pês a cabeça e foi no topo daquele homem em que ele se concentrou ao perceber que seus cabelos pareciam ter sido a arrancados sem mais delongas encarou o homem a sua frente como se fosse algo simples e casual disse-lhe

— Meu irmão foi alvejado e está no hospital estava indo vê-lo assim que acabasse o que tinha para fazer não espera que alguém fosse perceber minha preocupação.

— Você é só um menino não se cobre tanto.

— Você é diferente e está certo eu sou só um menino temendo pela vida do meu precioso irmão quero correr para onde ele está e abraça-lo, mas tenho que trabalhar.

— Eu lamento você é tão jovem parece carregar o mundo em suas costas

— O mundo não, mas quem sabe toda uma província, porem não falemos de mim conte-me quem lhe fez isso?
— Isso?

— Em sua cabeça eu posso ver claramente que você não está ficando careca foi arrancado.

— Oh isso, isso, meu senhor, foi a coisa mais cruel que me fizeram na vida estava voltando após um dia duro de trabalho quando me pegaram estou acostumado a ser agredido e xingado infelizmente, porem o que aconteceu não foi nada disso sua voz falhou, mas logo se recuperou e continuou

— Fui torturado.

— Puxaram-me pelo braço aos xingos me empurraram feito saco lixo e quando cansaram disso jogaram-me no chão e me golpearam até cansarem, mas não satisfeitos arrancaram meus dentes e cabelos e me fizerem isso apontou o homem para a cicatriz em suas costas nessa hora suas lagrimas caiam robustas pela face suja.

Seus olhos se enchiam de lagrimas e seus dentes trincavam em fúria estava decidido a fazer algo ainda que atrasasse sua ida ao hospital

— Conte-me quem foi não precisa temer podes me contar em segredo então o fraco senhor sussurrou calmante em seu ouvido

— Rapazes peço que dois vocês fiquem aqui para protege-lo o resto apenas me sigam.

Após uma hora e quarenta e de procura finalmente seus rapazes haviam lhes dado um sinal positivo agora os cinco jovens estavam
surrados a sua frente ele os olha com desdém asco e cólera.

— Vocês devem se perguntar por que eu trouxe vocês aqui porque eu pedi para que meus amigos lhes dessem uma boa amaciada.

eu respondo o porquê fiquei sabendo por fontes confiáveis que os senhores gostam de bater em pessoas fracas que vivem na rua.
Neste momento uns garotos que sorriram e disse

— é bom de bater e é mais fácil também dá para o gasto

— Que sorriso bonito o seu não é, uma boca cheia de dentes, mas sabe o que eu acho?  uma piada só boa quando todo mundo ri

— Você não acha Yamaguchi? E então um dos homens veio se aproximando lentamente — olha veja bem o yamaguchi está serio ele não parece ter achado graça.

— Você achou engraçado yamaguchi?

Yamaguchi era um homem calmo, contudo naquele momento ele parecia se controlar para não perder o controle com toda força que ainda possuía ele acenou negativamente com a cabeça.

— Olha só yamagichi não está feliz deixa eu contar uma história para vocês.

— Yamaguchi entrou para nossa família quando era criança foi a muito tempo atrás então eu ainda não tinha nascido o meu tio o salvou, ele foi abandonado pela mãe quando era muito pequeno e só sobreviveu porque foi adotado por moradores de rua que o alimentaram o aqueceram deram-lhe um nome o único que eles sabiam que pertenciam a nossa língua ensinaram ele a ler e a escrever enfim eles eram bons pais o Yamaguchi teve sorte.

Bem até um grupo parecido com seu invadir a barraca deles a noite e começar a bater neles como se fossem baratas é claro diante dos gritos ele acordou tentou socorrer seus pais mais foi jogado na parede nesse momento ele fez a única coisa que ele pode fazer com oito anos de idade ele gritou , gritou muito até quase a garganta sangrar foi quando meu tio ouviu e chegou até  lá os covarde fugiram e o pais do Yamaguchi foram levados ao hospital mas não registram.

Yamaguchi perdeu a única e coisa e a mais valiosa que tinha os seus pais, e o meu tio fez o melhor que pode por ele, mas nada vai apagar a dor de ver seus pais serem assassinados pelo simples motivo de serem pobres e fracos.
Naquele instante os jovens prepotentes ficaram em silencio

— Você não vai nos matar, não é?

— Matar eu? Não! ainda não primeiro vocês vão sofre muito antes disso a morte não paga por todo mal que vocês fizeram a estas pessoas

— Você não pode fazer isso eles nem são gente, e nós, nós pagamos impostos muitos impostos temos o direito de limpar a nossa cidade.

— Nossa cidade ele repetiu e então começou a rir

— Sua cidade né

— NÃO! esta não é a sua cidade, vocês são apenas uns babacas vindos da metrópole, mas essa não é a questão aqui e vocês sabem disso agora eu vou sair e vocês rapazes se divirtam se poderem.

— Yamaguchi pode fazer o que você quiser com eles eu não me importo tenho apenas um pedido quero que você arranque os cabelos e os dentes antes de começar ah as unhas arranque as unhas uma por uma.

—Wakarimasu

— Jaa ne

— Meu senhor onde esteve?

— Resolvendo coisas eu te fiz esperar, mas valerá a pena você virá comigo.

— Para onde?

— Para minha casa a princípio serás bem recebido lá e quando poderes te sustentar pelas próprias pernas te darei casa e trabalho nunca mais passaras fome e como você fala nossa língua tão bem será bem fácil vais viver em paz agora.

— Obrigado senhor seu tivesse meus dentes agora eu estaria sorrindo.

— Não me agradeça pelo menos não agora amanhã quando você seus tiver seus dentes outra vez me agradeça sorrindo.

As lágrimas escorreram dos seus olhos mais uma vez com a voz embargada em choro o ele perguntou.

— Senhor por que está fazendo isso por mim?

— Acima de tudo eu ainda sou humano eu não vendi minha alma o corpo talvez como você pode ver.

— Elas são lindas senhor quem as fez?

— Minha mãe, que vai estar comigo até meu último suspiro ela está em presente cada trecho da minha pele coberta por tinta.

— Com tanto pedaço ocupado senhor onde pretende colocar o eu pai?

— O meu pai ele está guardado no meu nome sabia?

— Perdoe-me senhor qual é o seu nome?

— Kohaku

— Como a gema senhor?

— Não

— Como uma koi.
 

Anexos

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