Como vocês desenvolveriam os personagens e a relação entre eles em um jogo?
Gostaria de ver a opinião de vocês
Como é de praxe. Primeiramente parabéns pela iniciativa [member=1551]StoryBook[/member]
Não querendo ser sarcástico de forma alguma... Longe disso! Todavia (opinião pessoal, mas com embasamento em cursos e trabalhos realizados) antes de pensar nos respectivos personagens é fundamental começarmos pela Estrutura inicial, por exemplo, existe um lugar/local e seus respectivos personagens. Alguma coisa acontece (geralmente algo ruim). Os personagens precisam intervir para tentar resolver, mas muitos desafios são colocados, problemas para serem resolvidos. Surge o clímax ou ponto de virada, (momento emocionante e importante) e aproximamos para o confronto final e consequentemente o resultado desse confronto, seja ele bom ou ruim. E a volta para o inicio, porém algo mudou nos personagens...
Agora procuro desenvolver o personagem principal, antagonista ou vice versa... Às vezes é interessante começar pelas características do antagonista. Seguindo para os personagens secundários, amigos, mentor(a), traidores etc...
Por exemplo:
Estou trabalhando num roteiro de um curta para um Encontro de Cineastas, Roteiristas e Produtores de Audiovisual no qual participo duas vezes ao mês.
SOBRE CAFAJESTES E PIRIGUETES
Por Ronaldo Bento
Inicio pelo Lugar/ local como mencionado acima:
FADE IN
INTERIOR. BOATE - NOITE
SALÃO de festas. Ambiente à meia-luz, completamente lotado.
O BATIDÃO DE FUNK é ensurdecedor, as pessoas chacoalham o corpo ao som do ritmo.
O recinto parece ser galpão adaptado, típico de subúrbios: um retângulo com entrada de um lado; no outro, o balcão, as mesas e os banheiros improvisados.
No centro do salão, garotas dançam e rebolam de forma apelativa enquanto riem com picardia. Estão agitando em grupo, parece uma coreografia ensaiada entre amigas.
Os rapazes, em círculo, observam em êxtase o desempenho delas. Também as pessoas sentadas nas mesas e em pé junto ao balcão.
Recostados na parede, destaque em uma dupla de amigos na faixa de 25 anos, um boa pinta e um franzino.
O som de funk desce levemente enquanto os créditos do filme vão surgindo sobrepostos a planos gerais do baile.
INTERIOR. BOATE - NOITE
Destaque de novo nos dois rapazes. Enquanto um bebe de forma displicente, o outro, elétrico, balança o corpo ao som do funk.
O primeiro é MARCÃO. Um moreno alto e forte, de cavanhaque e cabelo curto; toda pinta de pitboy em final de carreira. Absorto, não parece estar curtindo o baile.
O segundo é FELIPE, um clarinho franzino de olhos vivos e gestos hiperativos. Está completamente hipnotizado pelas dançarinas.
Luís nota que Marcão está apático e interpela-o em cobrança.
LUÍS Mequié, cê num tá curtindo o baile não?
O tom é incisivo, e Marcão se resigna em dar explicações. Seu olhar corre pela pista, onde as garotas estão cada vez mais ousadas e escandalosas.
MARCÃO Ah! Esse lugarzinho é fuleiro pra caralho. Só-dá-piriguete!
(CONTINUED)
Não há verdades só uma singela demonstração simplificada
Indicação: Livro - Guia Oficial DC Comics: Roteiros
Uma das mais importantes obras teóricas sobre a criação de histórias em quadrinhos foi lançada pelo selo Opera Graphica. É o Guia oficial DC Comics - Roteiros, escrito por
Dennis O´Neil, um dos mais importantes roteiristas e editores de sua geração.
Os quadrinhos e cinemas são ótimos materiais de apoio para o desenvolvimento de personagens...