🤔 Para Refletir :
"Publique seu jogo. Dê a cara a tapa. Vai ter hater? Sim, porque você foi lá e fez, tem gente que nem faz!"
- HenriqueGibi

Confissões de um escritor ocioso Pt. 2

NolanHawk Masculino

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06 de Dezembro de 2018
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Admire o(s) escritor(es) que você gosta, mas nunca se compare a ele(s)
O que colocarei aqui nesse post é com o intuito de ajudar outras pessoas que já pensaram como pensei ou que estejam começando nesse mundo incrível da escrita. Espero que a pouca experiência que eu tenho ajude vocês de alguma forma. Acredite, independente se você escreveu um livro ou um conto ou se poucas pessoas leram seus textos, você é um escritor de verdade.​
Quando comecei a escrever, uma das maiores travas que eu possuía era justamente o fato de sempre comparar a qualidade dos textos que escrevia com o dos autores que eu admirava, o que certamente era um tanto quanto injusto comigo mesmo. Pode parecer meio óbvio o que vou falar, mas é claro que os textos deles acabavam por ter uma finalização profissional, com editores capazes, sem contar com a quantidade de tempo que os próprios escritores tiveram escrevendo-os e revisando-os até a exaustão, tirando todas as falhas e os mínimos erros contidos ali. Então, como poderia meu texto quase sem nenhuma revisão se comparar ao deles na questão da qualidade de escrita? Muito difícil, concorda?​
Admirar também é algo complicado, um sentimento que algumas vezes pode virar uma faca de dois gumes. No meu caso, eu admirava tanto os trabalhos de escritores como H.P Lovecraft, Tolkien, Sidney Sheldon, Patrick Rothfuss, dentre outros, que nem escritor eu conseguia me considerar. Achava que por conta de tais pessoas, o termo ficava tão pesado que eu não o merecia, e tanto por esse motivo quanto pelo que citei no parágrafo acima, sentia-me tão distante deles que isso acabava gerando outra trava. "Como vou correr atrás dos meus sonhos se eles são tão distantes?" < esse pensamento acabava gerando esse > "Não importa qual trajetória eu siga, nunca conseguirei alcançá-los..." O que não é bem assim. Posso não ser ninguém conhecido, publicado ou até mesmo lido por um público enorme, mas dentre todas as pessoas que leram o que escrevo, consigo contar nos dedos as que não gostaram. Carrego comigo um extremo orgulho disso e eu nunca experimentaria tal sensação se os pensamentos que me faziam não começar a escrever prevalecessem.​
Por isso, a mensagem que deixo aqui é a seguinte. Independente do quão distante você estiver dos seus sonhos, isso vale para qualquer área de arte daqui, continue a trabalhar duro, desenvolva seus trabalhos e exponha para o público. Eu sei o quanto é difícil mostrar os primeiros trabalhos para os outros, seja por vergonha ou por descrença que outras pessoas possam gostar do que você escreve, mas busque um amigo que te apoia, um familiar que te ouça ou faça uma conta com um nome que você curta em um fórum onde se compartilham histórias (rsrs). Há também alguns sites que estão abertos para a exposição do que você faz, crie uma página no facebook ou procure leitores no twitter. Talvez algum dia você possa simplesmente virar a pessoa que os outros admiram e nem perceber. Ah, e antes que eu me esqueça, meu nome é Jonathan, sou um pernambucano de 23 anos, escritor, maratonista na corrida pelos meus sonhos e estudante de Letras pela UFRPE. Desculpem-me se viajei um pouco no meu raciocínio, mas espero ter ajudado quem quer que leia isso aqui. Para vocês, meu muito obrigado e até a "parte 3".​
 
Cara, muito boa a conversa desse seu texto.
Eu quero fazer uma adição ao que você disse, acho que isso também ajuda bastante quem está aí travado por não ter "sucesso" no que faz ainda, ou achar que nunca vai ter.

O legal é o processo.

Vou usar o exemplo de um livro, já que estamos falando de escrita aqui. O que nos entretém? O que nos mantém presos à leitura de forma que continuemos a ler e ler e ler? O processo. O caminho. A gente quer saber como o Frodo vai sair da mão dos inimigos, como o Gandalf vai fazer pra sair da torre do Saruman. E o PRAZER está enfiado nessa parte. Não queremos ler/assistir o Frodo sossegado numa cadeira a história toda. Isso não tem graça.

Então a mesma coisa eu digo pra sua carreira/trabalho/sonho: Aproveite o processo. Se divirta com as frustrações e não fique angustiado "medindo" o quanto falta pra chegar lá. A história é contada no "durante". O início não importa. O fim até importa, mas é o fim, ninguém gosta quando algo bom acaba.

Faça seus sonhos serem constantemente construídos, tenha prazer no processo e corra dos fins.

Obrigado por compartilhar essa reflexão com agente, Nolan. o/
 
Última edição:
Linda discussão. Vontade de responder imediata. Vamos lá.
Vou começar colocando alguns pontos que me vieram à memória assim que li seu texto:

- lembrei de um filme sobre um escritor que faz um pacto pra ser autor bem sucedido e fica 10 anos usufruindo disso (se não me engano, o nome do filme é "o julgamento do diabo"). Em uma das cenas, não lembro das imagens, mas lembro da fala, soa que ele não estava feliz porque ser autor de sucesso não era ser um bom autor, então "quase valeu a pena" e por não ter "valido totalmente a pena" o diabo perde no julgamento e ele deve rescindir o contrato.

- você e eu somos da mesma área, sou formado em letras há mais de uma década e nesse caminho eu vi muitos alunos e alunas desenvolverem habilidades porque foram encorajados a se descobrirem com o mínimo de comparação, mas com a inspiração necessária. Só de você dar atenção pra alguém que escreveu algumas linhas e decidiu mostrar pra você, porque você é a referência que ela quer ter, tem confiança na sua leitura e deseja ouvir alguma resposta sua, pode abrir caminho pra um novo Machado, Lovecraft, Tolkien. A inspiração não significa destronar um ícone, mas é um indício de que você tem um caminho aberto e pode chegar lá, sim.

- às vezes a gente se compara e tudo ganha um tom de competição e quase que instantaneamente somos nocauteados pela nossa inexperiência, pela realidade que estamos vivenciando no momento, pela expectativa do peso e do esforço que vamos ter que fazer pra poder chegar lá. Pior ainda é quando há identificação com o tema e a gente pensa "putz...eu queria ter pensado nisso/ caramba, eu tive essa ideia há uns dois meses" e nos sentimos roubados de alguma forma, quase como se fosse proibido criar algo naquele teor.

Agora falando especificamente de mim:

- muitas vezes eu tive preconceito comigo mesmo após formado em relação à escrita porque eu achava que devido ao diploma eu deveria mostrar excelência. Isso assombra muita gente em diversas áreas, não só na escrita. E isso é uma bobagem.

E um recorte pra fala do Alkemarra:

- O legal é o processo.



Pronto, vou começar.

Um escritor é quem escreve. Não há diploma pra isso, há prática e permissividade. Prática porque devemos testar possibilidades de escrita, linguagens, gêneros, arranjo... o legal é o texto (processo). Permissividade porque devemos permitir que o texto flua sem demandar dele sucesso, lucro ou fama (poeticamente, um parto).

Os textos que eu publiquei aqui ( e os que eu tenho guardados) são as primeiras produções criativas depois de muito, muito tempo (acho que a última vez que escrevi algo que não fosse técnico pra me divertir, eu tinha 16 anos). E eles vieram pelo mero prazer do processo, o mesmo acontecia com meus projetos de maker.
O estudar, o planejar, o trabalhar duro é pela busca do processo, no fundo é isso que vai nos levar à felicidade (ou trazer a felicidade, escolha). Quando isso se perde, quando o processo é uma obrigação pura e simplesmente, o peso fica insuportável pra muita gente (pra mim ficou) e aí vem a tristeza, vem a sensação de fracasso precoce, vem a vontade de "procurar algo útil pra fazer".

Por mais que eu veja tudo isso, quer dizer que isso tá fixado dentro de mim? Não. Inclusive, é muito comum ter dúvidas, escrever inadequadamente, desviar da regra, colocar coisa nada a ver, não enxergar a necessidade de melhora (o autor/a é pai/mãe coruja: seu bebê é o mais perfeitinho da floresta) e nada disso tira o mérito da produção. Eu até esqueço dessas observações todas e a crise vem com tudo (tô num hiato maker, chamei de férias por eufemismo), e preciso de ler algo como seu texto ou que alguém me lembre dessas coisas pra eu poder voltar aos trilhos.

Você é corajoso e uma inspiração. Você escreve e vai desatando seus nós pra se mostrar escritor. Isso aqui " Acredite, independente se você escreveu um livro ou um conto ou se poucas pessoas leram seus textos, você é um escritor de verdade." é lindo. Obrigado, Jonathan S2.


P.S: esse ano eu conheci muitas pessoas legais e fui me lançando em novos desafios. Meu hall da fama pessoal tem novos rostos. Espero que Omar, Jc, Café, Richard, Nando, Kitsune, Gabe-com-S-de-S2, Raizen e outros que tem seu quadrinho lá um dia saibam que são inspiradores (em alguns eu tenho vontade de dar uns socos de vez em quando, mas faz parte do processo, e o legal é o processo hehe).

P.S2: " Carrego comigo um extremo orgulho disso e eu nunca experimentaria tal sensação se os pensamentos que me faziam não começar a escrever prevalecessem".... dá vontade de imprimir os comentários positivos e espalhar pela casa.


Nos vemos na parte 3.


C YA.
 
Cara, muito boa a conversa desse seu texto.
Eu quero fazer uma adição ao que você disse, acho que isso também ajuda bastante quem está aí travado por não ter "sucesso" no que faz ainda, ou achar que nunca vai ter.

O legal é o processo.

Vou usar o exemplo de um livro, já que estamos falando de escrita aqui. O que nos entretém? O que nos mantém presos à leitura de forma que continuemos a ler e ler e ler? O processo. O caminho. A gente quer saber como o Frodo vai sair da mão dos inimigos, como o Galdaf vai fazer pra sair da torre do Saruman. E o PRAZER está enfiado nessa parte. Não queremos ler/assistir o Frodo sossegado numa cadeira a história toda. Isso não tem graça.

Então a mesma coisa eu digo pra sua carreira/trabalho/sonho: Aproveite o processo. Se divirta com as frustrações e não fique angustiado "medindo" o quanto falta pra chegar lá. A história é contada no "durante". O início não importa. O fim até importa, mas é o fim, ninguém gosta quando algo bom acaba.

Faça seus sonhos serem constantemente construídos, tenha prazer no processo e corra dos fins.

Obrigado por compartilhar essa reflexão com agente, Nolan. o/

Eu ia usar esse tema para a Parte 3, mas vou dar uma modificada para não ser redundante com o que vc escreveu aqui kkkkkkkk, e obrigado você por ter lido, fico extremamente grato. Ah, e foi uma ótima adição!
 
Linda discussão. Vontade de responder imediata. Vamos lá.
Vou começar colocando alguns pontos que me vieram à memória assim que li seu texto:

- lembrei de um filme sobre um escritor que faz um pacto pra ser autor bem sucedido e fica 10 anos usufruindo disso (se não me engano, o nome do filme é "o julgamento do diabo"). Em uma das cenas, não lembro das imagens, mas lembro da fala, soa que ele não estava feliz porque ser autor de sucesso não era ser um bom autor, então "quase valeu a pena" e por não ter "valido totalmente a pena" o diabo perde no julgamento e ele deve rescindir o contrato.

- você e eu somos da mesma área, sou formado em letras há mais de uma década e nesse caminho eu vi muitos alunos e alunas desenvolverem habilidades porque foram encorajados a se descobrirem com o mínimo de comparação, mas com a inspiração necessária. Só de você dar atenção pra alguém que escreveu algumas linhas e decidiu mostrar pra você, porque você é a referência que ela quer ter, tem confiança na sua leitura e deseja ouvir alguma resposta sua, pode abrir caminho pra um novo Machado, Lovecraft, Tolkien. A inspiração não significa destronar um ícone, mas é um indício de que você tem um caminho aberto e pode chegar lá, sim.

- às vezes a gente se compara e tudo ganha um tom de competição e quase que instantaneamente somos nocauteados pela nossa inexperiência, pela realidade que estamos vivenciando no momento, pela expectativa do peso e do esforço que vamos ter que fazer pra poder chegar lá. Pior ainda é quando há identificação com o tema e a gente pensa "putz...eu queria ter pensado nisso/ caramba, eu tive essa ideia há uns dois meses" e nos sentimos roubados de alguma forma, quase como se fosse proibido criar algo naquele teor.

Agora falando especificamente de mim:

- muitas vezes eu tive preconceito comigo mesmo após formado em relação à escrita porque eu achava que devido ao diploma eu deveria mostrar excelência. Isso assombra muita gente em diversas áreas, não só na escrita. E isso é uma bobagem.

E um recorte pra fala do Alkemarra:

- O legal é o processo.



Pronto, vou começar.

Um escritor é quem escreve. Não há diploma pra isso, há prática e permissividade. Prática porque devemos testar possibilidades de escrita, linguagens, gêneros, arranjo... o legal é o texto (processo). Permissividade porque devemos permitir que o texto flua sem demandar dele sucesso, lucro ou fama (poeticamente, um parto).

Os textos que eu publiquei aqui ( e os que eu tenho guardados) são as primeiras produções criativas depois de muito, muito tempo (acho que a última vez que escrevi algo que não fosse técnico pra me divertir, eu tinha 16 anos). E eles vieram pelo mero prazer do processo, o mesmo acontecia com meus projetos de maker.
O estudar, o planejar, o trabalhar duro é pela busca do processo, no fundo é isso que vai nos levar à felicidade (ou trazer a felicidade, escolha). Quando isso se perde, quando o processo é uma obrigação pura e simplesmente, o peso fica insuportável pra muita gente (pra mim ficou) e aí vem a tristeza, vem a sensação de fracasso precoce, vem a vontade de "procurar algo útil pra fazer".

Por mais que eu veja tudo isso, quer dizer que isso tá fixado dentro de mim? Não. Inclusive, é muito comum ter dúvidas, escrever inadequadamente, desviar da regra, colocar coisa nada a ver, não enxergar a necessidade de melhora (o autor/a é pai/mãe coruja: seu bebê é o mais perfeitinho da floresta) e nada disso tira o mérito da produção. Eu até esqueço dessas observações todas e a crise vem com tudo (tô num hiato maker, chamei de férias por eufemismo), e preciso de ler algo como seu texto ou que alguém me lembre dessas coisas pra eu poder voltar aos trilhos.

Você é corajoso e uma inspiração. Você escreve e vai desatando seus nós pra se mostrar escritor. Isso aqui " Acredite, independente se você escreveu um livro ou um conto ou se poucas pessoas leram seus textos, você é um escritor de verdade." é lindo. Obrigado, Jonathan S2.


P.S: esse ano eu conheci muitas pessoas legais e fui me lançando em novos desafios. Meu hall da fama pessoal tem novos rostos. Espero que Omar, Jc, Café, Richard, Nando, Kitsune, Gabe-com-S-de-S2, Raizen e outros que tem seu quadrinho lá um dia saibam que são inspiradores (em alguns eu tenho vontade de dar uns socos de vez em quando, mas faz parte do processo, e o legal é o processo hehe).

P.S2: " Carrego comigo um extremo orgulho disso e eu nunca experimentaria tal sensação se os pensamentos que me faziam não começar a escrever prevalecessem".... dá vontade de imprimir os comentários positivos e espalhar pela casa.


Nos vemos na parte 3.


C YA.

Dovah, primeiro, eu fico extremamente grato por ter lido meu texto e ter compartilhado sua experiência e visões acerca do assunto. Eu tinha vontade de escrever desde os 16 anos também, mas eu tinha uma baita falta de confiança, o que fez postergar a minha entrada nesse mundo por muitos anos. O primeiro curso que entrei na faculdade foi história, mas não me identifiquei e só depois entrei em Letras. Num dos primeiros dias do novo curso, conheci minha melhor amiga, que virou tipo uma irmã pra mim. Como a viagem do busão era longa, passei a ida escrevendo umas 3 páginas da minha primeira história e na volta pra casa, mostrei pra ela antes da gente se conhecer direito. Eu NUNCA MAIS vou esquecer do sorriso de animação e incredulidade que ela deu ao saber que tinha sido eu que tinha escrito aquele texto. Então é meio que isso, é muito massa conseguir despertar esse sentimento nas pessoas, e é por isso que eu escrevo.
 
Neste post vou novamente me despir um pouco da minha persona assumida aqui na Condado para responder de forma direta...

SE QUISER ESCREVER ESCREVA!

Aprendi isso à alguns anos, um momento complicado de minha vida, sempre desejei fazer algo relacionado a escrita, sabia que tinha uma boa criatividade mas não tinha ideia se conseguia transformar isso de fato em um bom texto. Porem comigo as coisas muitas vezes funcionaram na base do:

- Se ele conseguiu fazer, eu também consigo!

Graças a esse pensamento acabei me jogando em muitas coisas, criei um canal no youtube e o mantive por muitos anos, embora nunca tenha sido um sucesso, foi bastante prazeroso, escrevi meus primeiros roteiros para curtas metragens, filmei alguns e os vi prontos, fiz curso de teatro por anos e apresentei peças em palcos conhecidos daqui da minha cidade, realizei eventos, fiz palestras, workshops a respeito do universo dos jogos digitais, grande parte dessas coisas não me lançou ao estrelato ou me deu uma super fama, mas posso dizer que cada uma dessas aventuras me auxiliaram a definir um pouco de quem sou hoje. Escrever foi a mesma coisa e começou com Howard Philip Lovecraft, escritor do início do século XX, nascido na cidade de Providence nos Estados Unidos. Quando adolescente escrevi músicas e poesias bobas e românticas, acabaram perdidas por ai. Quando fiquei mais velho a vontade de produzir algo literário se tornou mais acentuada, mas eu não sabia o que exatamente, anos depois a resposta veio em forma de um conto estranho chamado Dagon, meu primeiro conto de Lovecraft.

Eu devorei tudo que encontrei dele, pesquisei sobre sua vida, história, obviamente mergulhei em seu universo e fiquei fascinado, obviamente atualmente os contos de H.P.Lovecraft, vão parecer bastante datados, com uma linguagem rebuscada e densa, muita gente admira os mitos mas não gosta do material original que os originou, interessante não é? Não é o meu caso, eu sempre gostei de literatura mais densa, consumi autores Russos quando mais novo, autores da primeira fase do romantismo no Brasil, Amores de Perdição e Amores de Salvação que o digam, então aqueles textos com descrições baseadas em adjetivos me foram bastante interessantes. Depois de um tempo imerso a afirmativa anterior começou a me cutucar mais e mais forte, eu queria fazer algo daquele tipo também, eu queria contribuir de alguma forma com aquele universo, mais ainda, quando descobri que os mitos lovecraftianos são de domínio publico. Um belo dia estava fazendo uma excursão com um grande grupo de amigos e quando estávamos de retorno no ônibus, tive a oportunidade de entreter um jovem rapazinho muito querido por mim e o fiz inventando naquele momento uma história, uma história lovecraftiana.

O garoto amou o que narrei pra ele e eu também gostei muito do resultado daquele improviso verbal, guardei na minha lembrança, iria escrever aquilo em algum momento, porem fui protelando... até que as coisas na minha vida ficaram um pouco difícil... precisava de algo para motivar minha mente, o ócio cerebral é muito daninho para mim, por isso que sempre mantenho minha cabeça em constante atividade, então um belo dia sentado em frente ao PC, abri meu Word e escrevi aquela narrativa que havia contado para meu amigo no ônibus, ao retornar da excursão. Foi como uma explosão, desse conto inicial vieram outros e mais outros, foi como abrir uma represa, fechei literalmente um livro. Foram 13 contos completos, compilados, revisados por uma profissional da área e eventualmente apresentados a editoras... Mas sem um retorno positivo de publicação.

Recentemente uma editora finalmente me respondeu, embora tenha sido uma negativa, o responsável por avaliar meu trabalho teceu elogios muito bons a respeito do que eu havia produzido, explicou o motivo de não terem aceitado e me sugeriu buscar um outra editora ou lançar de forma independente, pois aquele trabalho merecia ser lido, depois disso eu olhei para meus outros trabalhos que continuei escrevendo e tomei uma decisão, iria publicar, seguir o conselho, publicar por mim mesmo, mostrar ao mundo o que eu podia fazer, independente de fazer sucesso ou não, comecei o projeto no Wattpad, que alguns aqui devem conhecer, busquei ajuda e orientação de uma amiga escritora que já está no mercado a anos e ela me ofereceu apoio e contatos com diversos grupos de escrita e de escritores, estou simplesmente me jogando nesse mundo, experimentando sem esperar por um retorno positivo ou negativo, claro que se for positivo é melhor ainda, mas no fim para mim não importa, eu escrevo Mythos, eu escrevo horror lovecraftiano... e eu escrevo por que gosto, por que me sinto feliz com isso.

Não precisamos nos comparar com os autores que gostamos, não estamos em competição com eles, na verdade apenas queremos entrar no mesmo mundo que eles entraram, o rico universo das palavras e histórias, queremos sentir o que eles sentiram quando concluíram um livro, queremos testemunhar o que eles testemunharam ao verem as pessoas reagirem aos seus trabalhos... não devemos ter medo de arriscar, medo de errar, o tempo voa e os arrependimentos virão, então para que em um futuro não tão distante você que almeja criar não se arrependa, faça! Faça agora!

- FAÇA JÁ!
 
Neste post vou novamente me despir um pouco da minha persona assumida aqui na Condado para responder de forma direta...

SE QUISER ESCREVER ESCREVA!

Aprendi isso à alguns anos, um momento complicado de minha vida, sempre desejei fazer algo relacionado a escrita, sabia que tinha uma boa criatividade mas não tinha ideia se conseguia transformar isso de fato em um bom texto. Porem comigo as coisas muitas vezes funcionaram na base do:

- Se ele conseguiu fazer, eu também consigo!

Graças a esse pensamento acabei me jogando em muitas coisas, criei um canal no youtube e o mantive por muitos anos, embora nunca tenha sido um sucesso, foi bastante prazeroso, escrevi meus primeiros roteiros para curtas metragens, filmei alguns e os vi prontos, fiz curso de teatro por anos e apresentei peças em palcos conhecidos daqui da minha cidade, realizei eventos, fiz palestras, workshops a respeito do universo dos jogos digitais, grande parte dessas coisas não me lançou ao estrelato ou me deu uma super fama, mas posso dizer que cada uma dessas aventuras me auxiliaram a definir um pouco de quem sou hoje. Escrever foi a mesma coisa e começou com Howard Philip Lovecraft, escritor do início do século XX, nascido na cidade de Providence nos Estados Unidos. Quando adolescente escrevi músicas e poesias bobas e românticas, acabaram perdidas por ai. Quando fiquei mais velho a vontade de produzir algo literário se tornou mais acentuada, mas eu não sabia o que exatamente, anos depois a resposta veio em forma de um conto estranho chamado Dagon, meu primeiro conto de Lovecraft.

Eu devorei tudo que encontrei dele, pesquisei sobre sua vida, história, obviamente mergulhei em seu universo e fiquei fascinado, obviamente atualmente os contos de H.P.Lovecraft, vão parecer bastante datados, com uma linguagem rebuscada e densa, muita gente admira os mitos mas não gosta do material original que os originou, interessante não é? Não é o meu caso, eu sempre gostei de literatura mais densa, consumi autores Russos quando mais novo, autores da primeira fase do romantismo no Brasil, Amores de Perdição e Amores de Salvação que o digam, então aqueles textos com descrições baseadas em adjetivos me foram bastante interessantes. Depois de um tempo imerso a afirmativa anterior começou a me cutucar mais e mais forte, eu queria fazer algo daquele tipo também, eu queria contribuir de alguma forma com aquele universo, mais ainda, quando descobri que os mitos lovecraftianos são de domínio publico. Um belo dia estava fazendo uma excursão com um grande grupo de amigos e quando estávamos de retorno no ônibus, tive a oportunidade de entreter um jovem rapazinho muito querido por mim e o fiz inventando naquele momento uma história, uma história lovecraftiana.

O garoto amou o que narrei pra ele e eu também gostei muito do resultado daquele improviso verbal, guardei na minha lembrança, iria escrever aquilo em algum momento, porem fui protelando... até que as coisas na minha vida ficaram um pouco difícil... precisava de algo para motivar minha mente, o ócio cerebral é muito daninho para mim, por isso que sempre mantenho minha cabeça em constante atividade, então um belo dia sentado em frente ao PC, abri meu Word e escrevi aquela narrativa que havia contado para meu amigo no ônibus, ao retornar da excursão. Foi como uma explosão, desse conto inicial vieram outros e mais outros, foi como abrir uma represa, fechei literalmente um livro. Foram 13 contos completos, compilados, revisados por uma profissional da área e eventualmente apresentados a editoras... Mas sem um retorno positivo de publicação.

Recentemente uma editora finalmente me respondeu, embora tenha sido uma negativa, o responsável por avaliar meu trabalho teceu elogios muito bons a respeito do que eu havia produzido, explicou o motivo de não terem aceitado e me sugeriu buscar um outra editora ou lançar de forma independente, pois aquele trabalho merecia ser lido, depois disso eu olhei para meus outros trabalhos que continuei escrevendo e tomei uma decisão, iria publicar, seguir o conselho, publicar por mim mesmo, mostrar ao mundo o que eu podia fazer, independente de fazer sucesso ou não, comecei o projeto no Wattpad, que alguns aqui devem conhecer, busquei ajuda e orientação de uma amiga escritora que já está no mercado a anos e ela me ofereceu apoio e contatos com diversos grupos de escrita e de escritores, estou simplesmente me jogando nesse mundo, experimentando sem esperar por um retorno positivo ou negativo, claro que se for positivo é melhor ainda, mas no fim para mim não importa, eu escrevo Mythos, eu escrevo horror lovecraftiano... e eu escrevo por que gosto, por que me sinto feliz com isso.

Não precisamos nos comparar com os autores que gostamos, não estamos em competição com eles, na verdade apenas queremos entrar no mesmo mundo que eles entraram, o rico universo das palavras e histórias, queremos sentir o que eles sentiram quando concluíram um livro, queremos testemunhar o que eles testemunharam ao verem as pessoas reagirem aos seus trabalhos... não devemos ter medo de arriscar, medo de errar, o tempo voa e os arrependimentos virão, então para que em um futuro não tão distante você que almeja criar não se arrependa, faça! Faça agora!

- FAÇA JÁ!

Então mano, no meu começo me faltava muita confiança, mas o amor pela escrita acabou sendo maior e por isso perseverei. E eu fico muito feliz que venha aqui compartilhar suas experiências comigo e com quem ler esse post, eu escrevi ele justamente para isso ^^, muito obrigado Omar!
 
Prezados, boa tarde!
Inicialmente gostaria de parabenizar os colegas pelos incríveis e inspiradores comentários tecidos nesse saudável debate. O relato de vocês também me serve como uma forma de renovar as energias e voltar a me dedicar ao que realmente gosto: contar histórias. Muitas vezes esquecemos que por destras da obra existe um ser de carne e osso que também possui angústias e anseios.​
Lovecraft hoje é reconhecido como um nome de peso na literatura, contudo, em sua época, seu público era bastante reduzido. Para Tolkien, a vida também não foi diferente, o livro "The Hobbit" foi finalizado em 1932, mas as vendas e o sucesso do livro só chegou em 1937. Muitas vezes pensamos que para ser um bom escritor precisamos de um sucesso instantâneo, uma história com milhares de visualizações em poucos dias, ter o seu nome citado com exemplo "do que se deve fazer" ou ter uma obra devorada em minutos por uma base de consumidores ávida por esse material. Mas não é.​
Quando decidi começar a escrever, queria ser como Tolkien, ser criativo e conseguir imaginar todo um mundo com criaturas diversificadas e vívidas. Depois conheci Lovecraft e gostei também do seu estilo. Assim, entrei em uma espiral autodestrutiva (e procrastinadora) por não saber qual seria o caminho "certo" para seguir e me tornar um bom escritor. Somente quando eu descobri que não precisava ser igual a eles - ou a qualquer outro escritor - é que pude olhar para mim e começar a desenhar o meu próprio estilo de escrita.​
Eu não sou Tolkien, nem nunca serei, mas posso aprender com ele. Aprender com Lovecraft, com Machado de Assis, com Douglas Adams, com NolanHawk, com Misterdovah, com Omar Zaldivar, e com todos os demais escritores, sejam eles famosos (e escritores de best-sellers), sejam eles anônimos, desconhecidos ou iniciantes. Toda leitura é uma oportunidade de aprender. Toda leitura é um fragmento daquilo que fará você se tornar o melhor de si.​
No final da jornada, você não será como nenhum outro escritor, mas você poderá ser você mesmo.​
Abraços.​
 
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