🤔 Para Refletir :
"O poder da criação está em suas mãos, escreva sua própria história e abra as portas para aventuras inesquecíveis."
- Versyoh

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Omar Zaldivar Masculino

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Colaboração
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"O medo é o alimento que a mente precisa para mostrar tuas fraquezas..."
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14 de Setembro de 2020
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- 🎶 ... Tô com saudade de tu, meu desejo Tô com saudade do beijo e do mel Do teu olhar carinhoso Do teu abraço gostoso De passear no teu céu...🎶

:Gamers_Rise_Up::kiss::likeasir::noel::sugoi::pensando::clap::wink:

- ... Hummmm! Então vocês vieram, venham, venham entrem, fiquem a vontade, por favor ignorem a bagunça!

o.Oo.Oo.Oo.O:?:?:?'-''-''-'

- Ignorem este punhal totalmente ensanguentado, eu estava... estava... preparando uma picanha para mais tarde, nada haver com sacrifícios aos Deuses Exteriores nem nada do tipo. Mas vamos ao que interessa não é mesmo? Eu sei por que vocês vieram, querem ouvir uma boa história. Deixa eu pegar algum dos meus livros de viagem, tenho muitos relatos interessantes, espero que não se importem com a rusticidade deles, nunca foram devidamente revisados, ou corrigidos, sempre escritos as pressas entre uma hospedaria ou outra. Então que tal diminuir a chama das lamparinas e criar um ambiente aconchegante, se puderem arrumar suas cadeiras aqui dentro deste circulo arcano... É brincadeira, brincadeira, foi só... para descontrair o ambiente. Vamos ao conto de hoje.

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A Cor

Terça feira 20 de Fevereiro de 2018 por volta das 22h30min um forte clarão nos céus de Salvador foi testemunhado por centenas de pessoas, especialistas informam que se trata de um possível meteorito que felizmente teve seu impacto final no mar do Litoral Norte da cidade.

Testemunha 01 – Nome mantido em sigilo – Camaçari/BA – Quarta Feira 21/02/2018


- Tá gravando?...Tá?... Certo... Bom, deixa eu... Espera, preciso de um tempo... Eu sei cara! Eu sei, mas você acha que é simples? Que é só falar que fica tudo bem? Você não tem ideia de nada, você não viu o que eu vi, você apenas viu uma merda de clarão no céu, mas eu vi de verdade, eu tava lá! Eu vi...

Era por volta das dez e pouca, sei lá, 22h:30min, para ser militarmente preciso, eu estava ali em Costa do Sauípe na praia com alguns amigos, resolvemos levar umas tendas, umas cervejas e iriamos passar a noite ali bebendo, conversando, brincando, sempre quis fazer isso mas nunca tinha tido tempo suficiente por conta do trabalho, mas nesse começo de ano consegui um período bom de férias e resolvi que iria realizar esse meu desejo, falei com o pessoal e eles logo se animaram, organizamos tudo no fim de semana e partimos na terça pela manhã mesmo, o plano era curtir o máximo possível, levamos as barracas, churrasqueira portátil, isopor com gelo pra guardar as bebidas e qualquer outra coisa. Depois de uma dia longo de diversão lá pelas 18:00h montamos as barracas e ficamos de boa, nada de errado aconteceu até o momento da queda do tal meteorito. No horário que aconteceu estávamos sentados de frente para o mar conversando quando vimos aquela bola de fogo cortar o horizonte, uma linha diagonal meio alaranjada e ao se chocar com o mar estourou com um clarão fortíssimo que nos cegou por alguns segundos, o mais surpreendente foi que mesmo com o impacto nenhum som se propagou, foi tudo silencioso.

Quando meus olhos começaram a enxergar, eu percebi que meus amigos estavam todos desmaiados, a fogueira que tínhamos acendido estava apagada e a única iluminação que havia era proveniente das estrelas e da lua... E... De um brilho alaranjado alguns metros à frente dentro do mar, na minha cabeça eu deduzi que algum tipo de meteorito havia caído, mas não fazia ideia que eles poderiam possuir algum tipo de luz própria, tirando a luz emanada pelas chamas da combustão do momento que adentra na atmosfera, eu estava um pouco tonto e fui ver se o pessoal estava bem, aos poucos eles também foram acordando e indagando o que havia ocorrido, mostrei a eles a estranha luz que aos poucos começava a desvanecer e poucos minutos depois da queda se apagou completamente, não sei dizer bem o que ocorreu, apenas sentia um tremendo mal estar e uma dor de cabeça latejante, até hoje dois dias depois essa dor de cabeça persiste, um pouco mais branda, mas sempre ali me lembrando do ocorrido, estou muito assustado, nunca tinha visto nada parecido.



Testemunha 02 – Nome Mantido em Sigilo – Salvador/BA – Sexta Feira 23/02/2018

- Já pode começar...

- Já posso? Certo... Vejamos...

Eu cheguei na praia com minha família de manhã, estava fazendo um calor enorme, as aulas de minha filha só iriam voltar no começo de Março então resolvemos ir ao Litoral Norte, lá tem na minha opinião as melhores praias, quando chegamos já deu pra notar algumas coisas diferentes, uma parte do mar estava tomada por uma mancha alaranjada já chegando bem próximo da areia, nunca tinha visto algo assim, pensei que poderia ser algum tipo de vazamento, haviam outras pessoas olhando pra aquela situação, ninguém se atrevia a se aproximar da água, o que era muito prudente já que não se sabia o que era aquilo, nunca tinha visto de perto algum tipo de desastre de ambiental e fica ainda pior, quando nos aproximamos tinha um tapete de peixes, moluscos, caranguejos meio que agonizando na areia e todos eles estavam na cor laranja, mas não parecia ser algo manchando as escamas e cascas, era como se elas houvessem adquirido aquela coloração, era muito bizarro, nada de praia naquele dia.



Testemunha 03 – Pescador – Nome Mantido em Sigilo – Salvador –Domingo 25/02/2018

- Eu não sei o que aconteceu, saímos cedo pra pescar...

- Você estava acompanhado não é?

- Sim, meu amigo e eu. Saímos cedo e fomos para o mar, tínhamos ouvido falar da mancha laranja então resolvemos ir a um local um pouco mais distante, fazemos pesca submarina, nos preparamos, pegamos o barco e fomos para águas mais profundas e mergulhamos com nossos arpões, o que vimos lá foi a coisa mais estranha e assustadora, todo o leito marinho estava tomado de uma cor laranja, a areia, as algas, as plantas marinhas, vários peixes e pequenos crustáceos estavam meio mortos no fundo, nunca tínhamos visto nada, absolutamente nada, como aquilo. Nessa momento aconteceu a coisa mais incrível de todas, uma luz laranja começou a emanar do ambiente ao nosso redor, não sabemos de onde vinha, parecia que vinha de todos os lugares, tudo parecia brilhar e nos engolir, era uma luminosidade fosforescente alaranjada, tal como a estranha cor que pintava o ambiente, foi uma sensação muito estranha, saímos de lá o mais rápido possível.

OBS: A testemunha e seu amigo morreram em menos de duas semanas depois do ocorrido por causas estranhas, os cadáveres foram encontrados em suas casas desidratados e desnutridos.

GRANDE MANCHA LARANJA SE ESPALHA PELAS PRAIAS DE SALVADOR, ESPECIALISTAS NÃO SABEM A CAUSA!

FAUNA MARINHA ESTÁ MORRENDO LENTAMENTE, MANCHA LARANJA INFECTA TUDO QUE TOCA!

PRAIAS ISOLADAS E IMPRÓPRIAS PARA O BANHO, MANCHA LARANJA NÃO PARA DE SE EXPANDIR, AUTORIDADES PREOCUPADAS.

ÁGUAS DA BAHIA DE TODOS OS SANTOS ESTÃO MORTAS! ESPECIALISTAS ANUNCIAM EXTINÇÃO DA VIDA MARINHA NA REGIÃO


Testemunha 04 – Tenente – Nome mantido em sigilo – Salvador – Quarta Feira 15/08/2018


Não tenho muito que dizer, quando percebemos já estava sobre nós, essa estranha cor foi tomando tudo que era vivo: animais, plantas, rochas, o mar, rios e por fim pessoas, debilitando lentamente, conduzindo - nos a morte, fomos sugados, servindo de alimento para algo que não tem qualquer explicação racional, não temos armas para combater isso, não importa para onde tentemos fugir, nunca é longe o suficiente, a realidade? Estamos condenados, se você conseguir sobreviver e um dia encontrar estas gravações, saiba que existem coisas além da nossa pobre compreensão, boa sorte.

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- Eu preciso revisar estes textos todos... hahahahaha!... Droga

- E com isso chegamos ao fim deste pequeno conto, espero que tenham gostado... Não se preocupe, não creio que algo assim vá acontecer por aqui. Um homem a muito tempo atrás relatou algo parecido com esse fenômeno, se querem saber mais procurem por aí A COR QUE VEIO DO ESPAÇO, espero que retornem para mais histórias de meus livros de relatos... ATÉ BREVE

- 🎶Mas é claro que o sol, vai voltar amanhã! Mais uma vez... Eu sei...🎶
 
Eu sabia que podia esperar uma alma cheia de histórias pra contar de ti!! Não me decepcionei! Muito bom. Meus parabéns!

Meu bom amigo que veio das cartas, iremos aprofundar os laços através de nossas histórias, somos almas que já se perderam na loucura, então conseguimos enxergar no mais além de mundo dos "normais"... HAHAHAHAHAHAHAAH!!! FICO FELIZ QUE TENHA GOSTADO DAS LINHAS GROSSEIRAS QUE ESCREVI! VIRÃO MAIS!
 
- Hoje o dia está chuvoso não é... seus amigos não vieram? Entendo, não quiseram sujar os pés de lama e nem molhar as roupas, acho justo, eu no lugar deles, faria a mesma, coisa, sentaria ao lado de uma lareira quentinha, me serviria com uma saborosa xícara de chocolate quente, não repare na bagunça da mesa... estava estudando um pouco.

- Não se preocupe nada perigoso como Magia Antiga, inclusive é tabu falar disso, para todos os efeitos... Ela não existe. Mas eu sei o motivo de você ter vindo até aqui, você quer mais histórias estranhas com pessoas esquisitas. Sente-se, fique a vontade, abra as orelhas bem orelhudas! Vou lhe contar outra história toscamente registrada.

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Enigma da Escuridão

00:00h

Na meia noite do dia 20 para o dia 21 de março de 2018, Ricardo entrou em sua sala para iniciar mais uma jornada de trabalho, colocou a mochila em um canto, ergueu os braços para cima e os alongou, sentiu os ombros estalarem um pouco, acendeu todos os monitores de sua estação de trabalho, sempre preferiu trabalhar de madrugada por ser um horário tranquilo e também por que normalmente é mais fresco, ainda mais falando de uma cidade quente como Salvador. Sentou-se em sua cadeira conferiu as pastas na área de trabalho de seu computador, abriu uma separada do grupo de ícones onde guardava os trabalhos incompletos, antes de prosseguir levantou-se e foi até a cozinha buscar um pouco de chá de erva cidreira e logo prosseguiu com seus afazeres. No momento em que voltou para sua cadeira todas as luzes apagaram e Ricardo ficou mergulhado na mais completa escuridão. No dia seguinte os funcionários do turno da manhã encontraram a sala vazia, apenas a bolsa de Ricardo estava no mesmo lugar onde ele havia deixado... E mais nada.

00:04h

Ricardo abriu os olhos e não enxergava nada de tão escuro, sentia-se um pouco atordoado, percebeu que estava deitado no chão de barriga para baixo, a textura do piso era um pouco áspera, como se estivesse deitado em cima de uma pedra, tateou no escuro buscando sua cadeira, mas nada encontrou, um sopro de ar frio fez seu corpo estremecer e aguçar os sentidos, tentou levantar-se, estava um pouco aturdido, uma estranha sensação de amplitude lhe dominou os sentidos, onde estava? Com toda a certeza não era sua sala. Com alguma dificuldade colocou-se de pé e tentou forçar a visão para ver tentar enxergar alguma coisa, porem seu esforço foi em vão, enxergava apenas a escuridão densa, tateou seu bolso e respirou aliviado ao sentir seu celular, rapidamente o puxou acendendo a lanterna do aparelho, embora não fosse um foco de luz muito potente era mais do que o suficiente para trazer alguma claridade para o ambiente. O chão de fato era de pedra, na verdade de grandes lajotas de pedras quadrangulares simetricamente encaixadas, a mente de Ricardo rodou, nada daquilo fazia qualquer sentido, a um minuto atrás estava se preparando para as rotinas da noite e agora estava naquele lugar bizarro, sem nem ao menos saber como foi parar ali, sentia um medo crescente lhe dominar o espirito.

09:00h

Nenhum sinal de Ricardo, em casa ele não apareceu nem deu noticias, os amigos não tem qualquer sinal dele, a policia foi acionado, mas para se caracterizar desaparecimento somente após quarenta e oito horas, nada podia ser feito no momento.

00:15

Ricardo caminhou por alguns minutos naquele estranho lugar e não demorou muito para encontrar uma enorme e grossa pilastra, a cada momento a mais que permanecia ali, mais a sensação de terror o consumia, tentava se convencer que estava apenas tendo um pesadelo, e que iria acordar a qualquer instante dormindo sobre seu teclado, mas o momento de despertar simplesmente não chegava, o desespero tornou-se insuportável. O rapaz começou a correr em busca de uma saída, por alguém, por algo, por qualquer coisa que o fizesse acordar, então tropeça e vai de cara ao chão, o celular se espatifa contra a pedra e a escuridão sufocante volta a engoli-lo por completo, Ricardo estava sozinho e chorando no escuro de algum lugar desconhecido.

12:00h – uma semana depois

As buscas continuavam nada foi descoberto, o paradeiro de Ricardo é completamente desconhecido, todos os passos do dia do sumiço foram refeitos e tudo apontou que ele não chegou a sair da empresa, inquéritos estavam prestes a ser estabelecidos, descontentamentos, desespero, tristeza, nenhuma informação chegava, os familiares de Ricardo apelavam para todas as formas possíveis de buscas, até mesmo grudar fotografia em postes, participar do quadro de desaparecidos do jornal local... Tudo era infrutífero.

00:30h

Ricardo rastejava pelo chão de pedra, a fricção com a pedra danificou suas roupas, cortando sua pele, a mente do rapaz já havia se convertido em algo quebrado e desordenado, o tempo naquele lugar parecia dilatado, havia a sensação de que dias haviam transcorridos, os minutos se tornavam horas e as horas minutos, Ricardo alucinava em momentos de risos histéricos contrapondo-se a momentos de prantos exacerbados, a escuridão... a escuridão invadia-o pelos poros, pelas cavidades nasais, parecia agora habitar em seu interior e se remexer como um ser vivo em suas entranhas, estava dolorido, sangrando. Em um rompante de loucura Ricardo se levantou e começou a correr, gritar, tropeçava, caia mas voltava a correr novamente, até que seus pés pisaram no vazio, seu corpo pairou no espaço infinito e começou a cair no nada... Ele nem mesmo gritou, tamanho seu alivio por finalmente por um fim naquele momento doentio de existência.

15:00h – um ano depois

Ricardo é encontrado vivo caído em um córrego perto da empresa onde trabalhava, não apresentava sinais de ferimentos ou qualquer outro tipo de agressão, o mais estranho é o fato dele ter sido encontrado dormindo e quando acordou, não conseguia dizer qualquer coisa coerente em relação a onde esteve ou com quem esteve, ele mal conseguia falar uma frase completa, depois de amparado no seio familiar, Ricardo nunca mais foi o mesmo, o escuro o aterrorizava e nunca podia ser deixado sozinho sem começar a gritar enlouquecidamente, passava a maior parte do tempo dormindo e quando acordado apenas olhava fixamente para o teto balbuciando coisas incompreensíveis, sua vida tinha chegado ao fim da linha... Ao fim.

:reading: :reading: :reading:
- Prontinho, o que achou deste caso? Curioso não? Eu me pergunto o que aconteceu? O que o jovem Ricardo viu enquanto caia no vazio? O que havia lá realmente... Perguntas, perguntas... que não vão ter respostas. Existem mais coisas entre o céu e a terra que supõe nossa vã filosofia... Alguém disse isso, interessante não?

- A chuva parou, mas não creio que o tempo vai abrir, sugiro que volte agora e conte essa história aos seus amigos... Até a próxima e cuidado com o escuro.
 
- Chega não posso aguentar mais nem um segundo! Está muito quente! Como isso é possível até pouco tempo trás as nuvens cinzas não deixavam o céu de Portossul, bastou dizer que a primavera chegou e elas desapareceram... Não faz o menor sentido isso. Por Cthulhu, creio que irei derret... humm... olha só que está aqui, fazia um tempo que vocês não apareciam por aqui.

^^' *:)*:):likeasir::goodroy:


- A mas é lógico que eu sei o que vocês querem... estão atrás de mais aventuras de minha jornada pelo mundo não é? HAHAHAHAHAHAHA! Vocês são muito previsíveis, mas eu fico feliz com isso... Por favor você aí, não toque nesse livro, a não ser que goste de ser possuída por uma entidade grotesca que fará teu corpo inchar de gordura, te deformando completamente... Obrigado, isso... aí mesmo nessa prateleira. Agora sente-se com seus amigos.

^^'*:)*:)*:)*:)*:)


- Desta vez a história que vou contar é um pouco diferente das anteriores, mas é muito interessante, acredito que valerá a pena vocês ouvirem... O que? Máscara preta com chifrinhos? É para a festa a fantasia de um amigo que gosta de usar maquiagem de palhaço, não reparem...

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Eterna Vigilância

Era uma noite escura, o céu nublado e pesado ameaçava chuva para breve, os grandes edifícios projetavam sombras densas nos becos, um convite tentador para as imoralidades e ilicitudes. Já passavam das 23h:30min, os prudentes evitariam caminhar pelas ruas a esta hora, automóveis quebravam o silencio assustando os gatos vagabundos, os ratos corriam livremente pelos becos alimentando-se da excrecência humana... De repente um grito feminino alçava aos céus, em tom de desespero... alguém pedia por socorro.

Um par de pés ligeiros sobre saltos altos em disparada pelo calçamento sujo e descuidado, quatro pares de pés rudes calçando sapatos sujos e enlameados em perseguição ferrenha, um volumoso busto feminino arfava desesperado buscando ar; quatro sorrisos repugnantes com barbas desgrenhadas ou bigodes desordenados pareciam confiantes e esperançosos, desejavam uma recompensa forçada e prazerosa. No fundo do beco uma parede, no olhar assustado de belos olhos verdes de cílios longos a esperança se apagando, risadas rudes se ouviam atrás dela. Quatro homens brutos devoravam a jovem moça com olhares lupinos e lascivos, um deles apertava o meio de suas pernas mal conseguindo conter sua ereção, bestas que se escondiam entre os seres humanos, apodrecendo a sociedade lentamente... Mas naquela noite isso não iria acontecer, era minha cidade. Quando o primeiro homem moveu-se para frente em direção a mulher, saltei no meio deles, um pouso suave auxiliado pela grande capa negra, aqueles homens rudes não deram nem para o aquecimento, meus anos de intenso treinamento físico e marcial haviam me transformado em uma perfeita máquina de combate, em poucos minutos meus oponentes estavam no chão, desacordados. A mulher a minha frente estava assustada porem visivelmente aliviada, sorriu e agradeceu:

- Obrigada Batman!

Batman, Homem Morcego, Vigilante de Gotham, Cavaleiro de Gotham, Cavaleiro das Trevas... Eu tenho muitos nomes, lutando contra o crime desta cidade abandonada pelas autoridades, eu busco manter as noites seguras e coibir os maníacos, que só este lugar é capaz de gerar, dentro de seus próprios limites... Pelo menos era isso o que eu fazia há dois anos em Gotham, mas sem dúvida é bem diferente do que faço hoje no Mercadinho Preço Bom, no subúrbio da cidade de Salvador no Estado da Bahia.

Há dois anos eu havia terminado minha ronda e voltado para a Mansão, Alfred costurou minhas feridas, entregou-me um analgésico e fui dormir, quando acordei, estava deitado em um quarto pequeno, de um pequeno apartamento, em um pequeno prédio em um bairro chamado Nova Brasília. No primeiro momento achei que estava sendo vítima de algum alucinógeno do Coringa, ou algum enigma cruel do Charada, porem com o tempo, me dei conta que não era o caso. Alguma coisa aconteceu, algum fenômeno me mandou para outro universo, onde o Batman e suas noites de luta haviam sido resumidas a história em quadrinhos, toda minha vida contada em revistas baratas vendidas em bancas de jornal.

O nome Bruce Wayne não significava nada aqui, era visto como exótico, provável delírio de pais fanáticos por quadrinhos, eu não tinha mansão, eu não tinha mordomo, eu não tinha dinheiro... Mas uma coisa eu tinha... Contas a pagar, naquele mundo eu não era diferente do Paulão da regulagem, precisava de um trabalho, preparei um currículo e busquei grandes companhias, mas ninguém levava a sério alguém que se chamava Bruce Wayne e que havia sido CEO das Indústrias Wayne. Terminei por encontrar um emprego em um mercadinho do bairro como gerente de estoque; de senhor Wayne, me tornei “Batman” o Gerente das Trevas, pois diziam que estava sempre com cara amarrada e que aquilo era “A TREVA”. Confesso que meu primeiro ano levando essa nova vida, foi muito difícil, sem Alfred, eu precisei cozinhar minha própria comida, lavar minha roupa, arrumar a casa, nunca imaginei o quão difícil seria manter um banheiro limpo. Mas aos poucos fui me acostumando com a rotina de um homem trabalhador, me tornei mais amigável e o apelido de “Batman” não me incomodava mais, minha vida como o Cavaleiro das Trevas parecia distante agora, não precisava me preocupar com loucos querendo me matar, não tomava mais remédios para dormir e graças à ajuda psicológica a qual me submeti estou tratando meu trauma da perda de meus pais quando criança. Descuidei-me um pouco do corpo, não era difícil de fazer isso, com aquela delicia chamada coxinha sendo vendida fresquinha, na praça perto de minha casa, eu estava feliz, uma nova chance de viver, no fundo era aquilo que eu sempre havia almejado... Mas.

A noite estava escura, o céu nublado anunciava uma possível chuva de madrugada, mas mesmo assim o calor era grande, esse maldito verão baiano, não importava se chovia ou não, o calor era constante, havia completado dois anos neste mundo, tão parecido e ao mesmo tempo tão diferente do meu, hoje recebemos um novo estoque de sabão em pó, o que me levou a sair bem mais tarde. A rua estava deserta, apenas os cachorros fagueiros brigavam e latiam por alguma cadela no cio, meu corpo pedia por cama, tinha planejado uma ida a praia na manhã seguinte, mas um grito feminino me tirou dos meus pensamentos, dobrando a esquina de uma viela uma mulher correu em minha direção, havia pavor em seus olhos, logo em seguida dois homens visivelmente alterados por álcool e entorpecentes vieram rindo em sua perseguição... Meu corpo reagiu sozinho, em poucos minutos os meliantes estavam com suas caras estouradas jogados na calçada, quando me virei para a moça assustada a reconheci, era uma das meninas da limpeza do mercado, ela estava chorando e sorriu para mim:

- Obrigada seu “Batman”

Depois daquela noite algo mudou em mim, entrei na academia, recuperei meu tônus muscular, larguei os pequenos vícios adquiridos, fiz um mapeamento de toda a região do bairro de Nova Brasília, cada boca de fumo, ponto de venda, prostíbulo, arranjei um casaco longo e preto, adaptei um cinto velho com compartimentos para guardar algumas shurikens caseiras, um bastão de mogno feito sob encomenda na marcenaria de Jorginho, iria me ajudar a manter os criminosos em seus devidos lugares, o maior investimento foi à máscara, essa eu encomendei pela internet em um site especializado em criar réplicas em couro. Esta noite estarei saindo depois da 00H:00min, eu achei que minha vida poderia ser diferente, já que estava em um universo diferente do meu, mas me enganei, este mundo também sofre e sangra pela crueza humana, não posso e nem consigo ser indiferente... Afinal...

- Eu sou o Batman.

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- O que acharam dessa? Diferente não é? Realmente um relato digno de ser recordado, bom agora vão embora, que o calor está demais, estou pensando seriamente em nadar no lago hoje, deve estar bem refrescante...

- AHHH e se vocês querem ler histórias tão interessante quanto essas eu sugiro que vejam o link abaixo que irei disponibilizar para vocês... não deixem de visitar

A Cor e outros Contos Inomináveis - Omar Zaldivar - Wattpad
 
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“Batman” o Gerente das Trevas

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Fazia tempo que eu não dava tanta risada lendo um conto.
Cara, ficou incrível.

Sinceramente, se eu tivesse algum domínio de quadrinhos ia te convidar pra fazermos um piloto com esse universo aí e enviar pra DC, como um adendo para as Terras Paraleas. Seria muito dahora ver uma representação brasileira desse naipe, parecendo um crossover entre DC e Lovecraft.
 
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