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Contos de Terralux - A Origem (Capítulo II, III e IV)

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Capítulo II
Após receber a ordem da Grande Entidade, Protectia começou a organizar o Verde e a criar o Universo. Ela moldou o vazio verde em formas maravilhosas: planetas, estrelas, cinturões de asteróides, anãs brancas e nebulosas. E, finalmente, a vida. Tudo o que Protectia criava e tocava era bom, irradiando uma harmonia e beleza inigualáveis.

Porém, havia um aspecto que a Grande Entidade desconhecia: o Verde era um organismo vivo, e como todo organismo, ele buscava se manter em homeostase, em equilíbrio. Tudo o que acontecia ou era criado dentro do Verde gerava uma força contrária para equilibrar a força interna do Verde.

No momento em que Protectia foi criada, outro ser foi gerado também: Villis, a Primeira dos Abissais. Villis representava o oposto de Protectia, sendo a personificação da desordem e do caos. Enquanto tudo o que Protectia criava era bom, tudo o que Villis criava era mau.

Um dia, Protectia e Villis se encontraram. A tensão entre a ordem e o caos era palpável. Sem palavras, elas sabiam que estavam destinadas a batalhar. E assim começou uma luta que durou mil anos, uma batalha épica que reverberou por todo o Verde. Ambas eram idênticas em forças e em poderes, e a luta parecia não ter fim, ameaçando durar para sempre.

A Grande Entidade, percebendo que o confronto eterno entre Protectia e Villis traria apenas destruição, interveio. Usando seu poder supremo, a Grande Entidade baniu Villis para o Abismo, um pequeno universo dentro do Verde, mas separado de todo o resto. Esse Abismo era um lugar de escuridão e desolação, um reflexo perfeito da própria Villis.

Apesar de estar banida no Abismo, Villis era tão poderosa que conseguia ainda influenciar o Verde. Ela começou a criar novos Abissais, seres de menor poder que ela, mas suficientes para cumprir seu propósito: corromper tudo o que Protectia criava.

Diante dessa nova ameaça, Protectia sabia que precisava de ajuda para manter a ordem no Universo. Então, ela decidiu criar novas entidades para auxiliá-la. O primeiro deles era Eligos, o deus da Harmonia. Eligos possuía a capacidade de equilibrar as forças do universo, promovendo a paz e a estabilidade.

Depois de Eligos, outros deuses foram criados, cada um com um papel específico na manutenção da ordem:
  • Alchemia, deus da Alquimia, capaz de transformar e equilibrar as essências das coisas.​
  • Chronormu, deus do Tempo, responsável pelo fluxo temporal e pela continuidade do universo.​
  • Iustitia, deusa da Justiça, que trazia equilíbrio e equidade para todas as ações.​
  • Solis, deusa do Sol, que iluminava e nutria com sua luz calorosa.​
  • Lunari, deusa da Lua, que controlava os ciclos e as marés com sua presença serena.​
O papel desses deuses era enfrentar suas contrapartes Abissais e manter a Ordem no Universo. Eles trabalhavam em conjunto com Protectia, cada um utilizando seus poderes únicos para contrabalançar a influência corruptora de Villis e seus seguidores.

A Primeira Batalha dos Deuses​

A criação desses deuses não passou despercebida por Villis. Do Abismo, ela observava e tramava, enviando seus Abissais para semear o caos e a corrupção. As batalhas entre os deuses e os Abissais eram intensas e constantes. Cada vitória de Protectia e seus aliados trazia um breve momento de paz, mas a guerra pela ordem e pelo caos continuava sem cessar.

Eligos, com seu poder de harmonia, enfrentava os Abissais da discórdia, restaurando a paz onde quer que houvesse conflito. Alchemia equilibrava as essências corrompidas, revertendo as criações malignas de Villis. Chronormu mantinha o fluxo do tempo estável, evitando que os Abissais causassem rupturas temporais. As trigêmeas, Iustitia, Solis e Lunari, trabalhavam juntas para trazer justiça, luz e estabilidade aos mundos.

A Nova Era​

Com a ajuda desses deuses, Protectia conseguiu estabilizar o Universo. As influências de Villis ainda eram sentidas, mas a presença constante dos deuses mantinha o equilíbrio. Uma nova era de harmonia começou a surgir, onde a ordem e o caos existiam em uma dança eterna, cada um desafiando e reforçando o outro.

E assim, o Universo continuou a evoluir, um campo de batalha entre as forças da criação e da destruição. Sob a vigilância de Protectia e seus deuses, o Verde se manteve em um delicado equilíbrio, um testemunho eterno da luta entre a ordem e o caos.

Capítulo III - A TRAIÇÃO
Entre as inúmeras criações de Protectia, havia um planeta ao qual ela dedicou especial carinho e atenção: Luxion. Este planeta, banhado em beleza e harmonia, foi criado para abrigar uma nova espécie de vida, a vida mortal. O terreno fértil de Luxion era perfeito para o florescimento de plantas exuberantes, animais majestosos e uma raça de seres inteligentes, dotados de livre arbítrio e grande potencial.

Protectia, desejando garantir que Luxion prosperasse, delegou a responsabilidade de cuidar deste mundo ao seu primeiro deus e mais fiel aliado, Eligos, o deus da Harmonia. Durante incontáveis eras, Eligos zelou por Luxion com amor e dedicação. Sob sua orientação, a vida em Luxion floresceu. Os mortais viviam em paz, em comunhão com a natureza e os deuses, numa utopia de ordem e beleza.

Mas, a serenidade de Luxion não duraria para sempre. Villis, a Primeira dos Abissais, exilada no Abismo, não desistira de sua missão de semear o caos. Através de sua influência corruptora, ela alcançou Eligos, plantando sementes de dúvida e tentação em seu coração. A corrupção de Villis era sutil e insidiosa, e pouco a pouco, Eligos começou a sucumbir ao seu poder.

Cego pela corrupção, Eligos abriu portas que deveriam ter permanecido fechadas. Permitindo que os Abissais adentrassem em Luxion, ele traía não apenas Protectia, mas também a essência de seu próprio ser. Os Abissais, criaturas de caos e destruição, se espalharam pelo planeta, corrompendo tudo o que tocavam.

Os humanos e animais de Luxion, antes seres de paz e bondade, foram transformados. A corrupção os converteu nos Corrompidos, entidades maléficas que ansiavam por destruição e caos. As paisagens verdejantes de Luxion tornaram-se terrenos desolados, e o céu, outrora azul e claro, agora estava permanentemente encoberto por nuvens escuras.

Quando Protectia descobriu a traição de Eligos e viu a extensão da corrupção que se alastrava por Luxion, seu coração se encheu de tristeza. A visão de sua criação mais amada, transformada em um lugar de desolação, foi um golpe devastador. Sentindo o peso da responsabilidade de proteger o Universo, Protectia sabia que não tinha outra escolha.

Com lágrimas de pesar, Protectia pronunciou o destino de Luxion. Utilizando seu imenso poder, ela baniu os Abissais que estavam corrompento Luxion, o planeta, seus habitantes e o próprio Eligos para o Abismo, juntando-os ao destino sombrio de Villis. Este ato, embora doloroso, era necessário para preservar a ordem e evitar que a corrupção de Villis se espalhasse ainda mais.
Capítulo IV - A ORIGEM DOS DEMÔNIOS
No sombrio e desolado Abismo, onde Luxion e seus habitantes foram banidos, os Corrompidos encontraram um novo lar junto aos Abissais, leais servos de Villis. Entre as eras, a proximidade entre os Corrompidos e os Abissais cresceu, culminando em relações mais íntimas. Dessa união antinatural surgiram os Demônios: seres de aparência horrenda e poder ímpar, herdando a força dos Abissais e a malícia dos Corrompidos, além de livre arbítrio e inteligência.

Eligos, uma vez o deus da Harmonia, agora corrompido pela influência de Villis, emergiu como o líder supremo dos Demônios. O conhecimento divino distorcido que ele possuía o elevou ao posto de Rei Demônio, governando com sabedoria e autoridade. Sob sua orientação, os Demônios organizaram-se no Abismo, construindo um império isolado de trevas e terror.​

A Ascensão de Eligos, Rei Demônio​

Eligos, seduzido pela promessa de poder e renovado propósito, guiou os Demônios em uma era de expansão e conquista dentro do Abismo. As habilidades estratégicas e o conhecimento de Eligos, misturados com a força brutal dos Abissais e a astúcia dos Corrompidos, solidificaram o domínio dos Demônios sobre seu reino sombrio.

Os Demônios ergueram fortalezas intransponíveis, cidades macabras e monumentos de desespero no Abismo. A própria existência dos Demônios no Abismo tornou-se uma ameaça latente ao equilíbrio do Universo, um testemunho sombrio da corrupção e da destruição que se alastravam sob a liderança de Eligos.​

A Ameaça Iminente​

Embora confinados ao Abismo, os Demônios representavam uma ameaça crescente e iminente para os deuses e habitantes do Verde. Protectia, ainda lamentando a perda de Luxion e a traição de Eligos, reconheceu o perigo que os Demônios representavam. Se não fossem contidos, poderiam encontrar maneiras de estender sua influência além das fronteiras do Abismo, espalhando o caos e a destruição pelo Universo.

Os deuses, unidos em sua determinação de preservar a ordem, começaram a se planejar, pois sabiam que uma hora ou outra Eligos e seus demônios iriam se liberar, e uma guerra contra eles era inevitável.​

O Futuro Incerto​

Enquanto os Demônios expandiam seu império nas profundezas do Abismo e os deuses preparavam-se para o confronto, o Universo observava com apreensão. A ascensão dos Demônios e a corrupção de Eligos foram um lembrete sombrio da fragilidade da ordem e da constante ameaça do caos.

O destino do Universo agora dependia da habilidade dos deuses de manter a harmonia e da coragem dos mortais de resistir à tentação da destruição. Em meio ao turbilhão de conflito, a esperança de um equilíbrio duradouro permanecia, alimentada pela determinação implacável de Protectia e seus aliados divinos.

E assim, a guerra silenciosa entre os deuses e os demônios prosseguia.​
 
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