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- HenriqueGibi

{Contos do Velho M}: A (Bela) Morte.

Tetoxd

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01 de Fevereiro de 2017
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A (Bela) Morte

Eu já lhes disse que escapei da morte uma vez? Não? Bem, na verdade, eu não escapei da Morte, nem me livrei da Morte (Risos), mas consegui permanecer vivo. Lembro-me como se tivesse acontecido hoje (e realmente aconteceu), de que ela era linda. Sem dúvidas, era a coisa mais bela da qual consigo recordar em sã consciência. Como de costume, estava na Taverna do Pônei Saltitante (sim, eu já estive lá) tomando uma saborosa caneca de Hidromel, e me mantendo informado dos acontecimentos das redondezas. Dentre os assuntos que circulavam, o que mais me despertou a curiosidade, foi sobre uma onda de mortes que estava acontecendo. Tomado ainda mais pela curiosidade, chamei o Halfling (Hmm, acho que conhecem como hobbits, estou certo disso?) que havia comentado, e chamei-o para me informar um pouco mais.
-Ah, Andarilho (Esse é um, dos vários nomes pelo qual sou conhecido), o fato é que ninguém sabe, ao certo. Uns dizem que foi um fantasma (Fantasmas existem? Bem, você descobrirá), outros dizem que foi um assassinato. - Explicou Truk.
-Se não existe um motivo evidente, o que há de comum, entre todos os casos? - Perguntei, com ar investigativo.
-Todos são homens, e a maioria destes, de idade bem avançada. - Respondeu Truck.
-Bom, então melhor nos cuidarmos, hein? - Expus minha deixa.

Com a cabeça cheia, despedi-me de todos os mais próximos na Taverna, e parti em retirada. Com um assobio, chamei meu grande companheiro, Spark (Chame de Faísca, se quiser), e assim, continuei meu trajeto cavalgando em um ritmo considerável rápido. Foi me deixando levar em meus pensamentos, que já não tinha mais percebido a presença da chuva, e que esta se fazia presente há bastante tempo, pois a estrada se mostrava bastante surrada pela chuva (Como quem leva golpes em uma briga). Em uma das poças preenchidas de lágrimas de núvem (Um ponto de vista diferenciado, quando se viveu o bastante, e viu de muita coisa), tinham lágrimas de verdade. Pode parecer estranho, mas acho que naquele momento, o céu chorava junto à menina que também chorava na estrada. Quando me dei conta, já estava tinha estendido o braço, e ofereci-lhe meu chapéu, e minha capa.

Durante o caminho, nada falamos. É estranho carregar alguém durante um percurso, e não se comunicar, mas assim aconteceu. Ao chegar no INN em que estive me acomodando, subi as escadas, e segui em direção ao quarto que me acomodava. A garota então, após entrar ao quarto, apresentou-se.
-Primeiramente, como devo chamá-lo? Sr. M. - Perguntou a garota.
-Possuo muitos nomes, Sr. M. é um deles. - Respondi, curioso.
-Me chamo Jean, e sou a sua morte, ou a sua vida, você escolhe. - Apresentou-se mostrando seu rosto, com um belo sorriso.
Sinceramente, eu não consigo descrever quão bela era a garota, a sua voz não podia ser comparada a nenhum tom, ou melodia, pois não havia nada que pudesse chegar perto da melodia que era a sua voz. Seus cabelos eram da cor do fogo, ou melhor, o fogo quando comparado aos cabelos da Jean, não possuia cor. Seu sorriso iluminou todo o quarto, como a lua ilumina a terra.
Por um segundo, vi toda a minha vida em questão de milésimos. Então, me dei conta de que realmente era verdade, estava entre a vida e a morte.
-Você não me deseja? Esta pode ser sua ultima lembrança. - Perguntou, me deixando confuso.
Meus olhos, junto aos pensamentos humanos, ainda que fortes, se mostravam hipnotizados. Mas, consequentemente, minha envelhecida mente, permanecia inalterada.
-Você é bela, por fora. Talvez a lhe desejasse, séculos atrás. Hoje, não mais. - Respondi, com clareza.
-Não temo a morte, sendo franco, já faz tempo que te espero, porém nunca vieste ao meu encontro. E agora que se fazes presente, sei o quanto é bela. Este é o fim, ou o começo? - Completei.
Sem demonstrar qualquer reação incomum, a Morte caminhou vagarosamente em minha direção, e me deu então, o Beijo da Morte, e que este, me deixou vivo.
-Você é belo, por dentro. - Expôs sua deixa, a Morte.
De súpeto, ela havia sumido. Então, quando voltei a si, já me encontrava sozinho no quarto.

Não tema a morte. Ela pode ser Bela.

Ass: Sr. M.
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