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"Medo de usar script calls e plugins? Isso existe?"
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Desnecessário esse ecchi

AbsoluteXandy Masculino

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04 de Julho de 2015
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SE VOCÊ ESTÁ CAINDO DE PARAQUEDAS NESSE TÓPICO, EXISTE UMA VERSÃO MAIS POLIDA E SEM LINKS QUEBRADOS DESSE TEXTO >AQUI<

Se você está por dentro do meio otaku em qualquer tipo de chat ou rede social, provavelmente deve ter visto muito esse meme sendo utilizado, alguns utilizando ironicamente, outros seriamente. Parando pra ler os comentários dessas coisas pra me deleitar com as maravilhas da desinformação em massa eu percebi que... a situação era pior do que eu esperava.

Bom, não sou a pessoa mais qualificada pra falar sobre, mas com base no pessoal dando informações sendo consideradas verdades, eu diria que posso pelo menos compartilhar algumas coisas sobre isso seriamente!​


EU SOU RAIZ, NA MINHA ÉPOCA NÃO ERA ASSIM!!!!

Como qualquer ser pensante faria, a primeira vez que eu li isso eu apenas dei risada. Aí comecei a vagar um pouco mais por essas interwebs até ver gente que estava legit falando essas coisas como uma realidade... e muita gente concordando! Ok, esse não é nem difícil de ver como está errado, vamos por pequenos exemplos fáceis.​

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=jCX77Je16fk[/youtube]​

O que você acabou de ver é a abertura da primeira adaptação pra anime do mangá Cutie Honey de Go Nagai (Sim, aquele Go Nagai), um anime de 1973 que conta a história de uma garota androide que pode se transformar em qualquer coisa e precisa defender o dispositivo em seu corpo de uma organização maligna chamada Phanter Claw, enquanto busca vingança pela morte de seu pai. Apesar do plot relativamente sério, o anime e o mangá pega uma abordagem mais retardada da coisa, com alguns momentos sérios aqui e ali, se focando bastante em situações sexuais e detalhes como a Honey ficando nua sempre que vai se transformar, muitas vezes perdendo as forças no meio do combate e precisando se virar como veio ao mundo (E com uma espada, claro).

Não precisa nem voltar tanto no tempo assim, em 1985 já estava saindo Dirty Pair clássico (uma das gemas hiper influentes da indústria que pra variar também saiu da Sunrise), um anime que consistia em duas garotas que conseguiam resolver qualquer problema, por mais absurdo que ele fosse. Mesmo sendo um anime onde se tem duas garotas fortes e capazes chutando e atirando em barbado treinado dos anos 80, ele usa muito aquele arquétipo de mulheres sedutoras que deliberadamente optam por usar roupas provocantes e apelam pra sedução durante algumas missões, além das cenas ecchi visuais bem frequentes quando eles tem a oportunidade (Pros padrões da época, até que de bom gosto).

Ainda não está satisfeito? Que tal um anime que não é primariamente ecchi? Top wo Nerae! Gunbuster! de 1988, uma das melhores obras de Hideaki Anno e um favorito pessoal meu é um anime mecha que brinca com a narrativa de animes no estilo "aim for the top", sendo um anime extremamente importante pro estúdio e servindo de base pra animes bem aclamados atualmente, como Tegen Toppa Gurren Lagann e Neon Genesis Evangelion. Mas o que ele tem de tão ecchi assim? Bom, pode ser um choque pro pessoal venera as "críticas" ultra complexas a sexualização de Evangelion, mas Gunbuster tem simplesmente uma das melhores físicas de peitos em animes, muita coisa atual com um monte de tecnologia fora da realidade naquela época ainda custa pra simular uma movimentação tão consistente sem cair em exageros.

Pra fechar com dois exemplos primariamente ecchi e dois randons com ecchi, que tal falarmos de Gundam? Isso aí, Mobile Suit Gundam de 1979 (o anime pra TV), um anime quarentão. Você já assistiu aquilo? É absolutamente impagável como o anime adora mostrar a Kikka (a criancinha loira) nua ou semi-nua sempre que consegue, além de usar a maioria das pausas entre os confrontos das guerras pra mostrar cenas das mulheres da White Base tomando banho. Soa familiar? Então... os animes "de época" são tão santos agora? Os atuais estão tão perdidos assim? Dá um tempo...

Pessoas que falam esse tipo de coisa estão basicamente jogando o sinalizador do "eu não sei o que estou falando", mas é muito triste ver que esse tipo de gente toma muita força da comunidade por não ser normal as pessoas conhecerem animes de época pra confirmar a veracidade da informação. Aliás, caso você queria ver a opening de Gunbuster e Dirty Pair citados aqui, vou deixar em spoiler, dá pra ver bem o naipe dos animes só de assistir elas, recomendo caso não conheça algum dos dois.​

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=l7esByRFS2g[/youtube]

[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=pTMe1vhUxh0[/youtube]


SERIA MELHOR SE TODO ECCHI FOSSE UM HENTAI!

Eu adoraria ver um spin off hentai de coisas tipo High School DxD ou To Love-Ru, mas afirmar que isso seria saudável pra todo anime ecchi é algo bem burro. É só você parar para pensar em ecchi de forma um pouco mais ampla e olhar pro mercado atual de animes hentai (outra coisa que me irrita tanto que daria um tópico próprio), será que Kill la Kill ficaria bom como um hentai? Ter que parar toda a parte absurdamente insana e hiperativa do anime pra ter sexo todo episódio seria mesmo benéfico pra obra? Que tal Monogatari Series? Um anime com diversos temas sexuais e bem conhecido pelo seu uso inteligente de fan service e por ter um plot bem redondinho que se completa perfeitamente a cada temporada que se passa. Será que ia ser bom como um hentai? Não ficaria estranho para um caramba o climão do Araragi com as garotas depois de uns 2~3 episódios ainda abordando todos aqueles mesmos temas?​

Mezzo.jpg

Infelizmente eu não conheço nenhum anime que começou como um ecchi e virou um hentai (ecchi muito perto de ser um hentai são uma categoria diferente), mas eu conheço o oposto! Mezzo Forte é um hentai do estúdio Arms com ação desenfreada badass, animação ultra top tier e plot quase interessante! O estúdio aparentemente se animou muito com o potencial do anime, fazendo Mezzo DSA como um anime ecchi episódico continuando o hentai. O que isso tudo deu? Saiu uma bosta.

Como Mezzo se tornou um anime pra TV, muitas das ideias que deixavam o plot interessante não podiam ser passadas de maneiras legais, eles se forçaram a largar muitos elementos interessantes do original fora e o produto final saiu medíocre. O motivo é bem óbvio, ele não foi feito para ser um ecchi. Parando para pensar o oposto como fizemos agora pouco, não é loucura chegar na conclusão de que as atuais obras de ecchi que a gente tem, não necessariamente funcionariam como um hentai.​


SÓ TEM ECCHI ANIME QUE NÃO SE GARANTE NO PLOT E PERSONAGENS

Um dos meus argumentos "favoritos". Vou tentar ser breve aqui, até por Queen's Blade existir, uma anomalia em forma de marca que saiu de uma expansão pra Lost Worlds feita por um monte de artistas de doujins e se tornou de desde jogos, livros a um anime delicioso com trilha sonora do Yokoyama Masaru (Mas obviamente é dito como ruim pela comidade, afinal de contas, tem ecchi). Não é preciso pensar muito para entender como QB consegue ter tanto detalhe e amor por trás da obra, afinal de contas, cada personagem foi criada pela paixão individual de pessoas diferentes, o que permitia todas as garotas terem um nível de profundidade absurda em questão de design e ainda terem personalidades e gimmicks bem interessantes quando colocados a prova contra as outras. Todo o mundo onde Queen's Blade se passa se torna algo que quanto mais você consome, mais você se apaixona, é uma obra absoluta de um monte de japa fetichista juntando suas forças para criar o cast perfeito, tem um prato pra todo gosto, algo que você quase nunca vai ver fora do gênero em qualquer outro lugar.​


INFELIZMENTE SOMOS OBRIGADOS A VER ECCHI...

Desse argumento eu não dou risada, eu fico triste. É extremamente normal animes shonen battle como Nanatsu no Taizai ou o atual rei da polêmica, Fire Force terem cenas sexualizando as garotas, isso é extremamente problemático e pode causar um impacto muito negativo na nossa sociedade, né? Não.

Como a própria demografia shonen dita, esse tipo de anime possui um público alvo primariamente masculino, muitas vezes garotos na escola passando pela puberdade (É só olhar a quantidade de vezes que o elemento de fan service brota junto de obras escolares). O que eu vou dizer pode doer um pouco, mas garotos japoneses na puberdade não se importam com garotas animadas sendo usadas como objetos, e não deveriam se importar. Pessoas que sofreram abusos ou legitimamente se incomodam com esse tipo de imagem sendo passada delas existem sim, isso é bem pesado na maioria dos casos, mas não é um desenho do outro lado do mundo deixar de existir que essa pessoa esteja imune de passar por situações que a lembre de coisas negativas. Se fossemos mesmo cortar qualquer coisa que seja traumática ou "negativa" numa obra, chegaríamos num ponto onde NADA seria permitido, viraria festa.

Já parou pra pensar quanta gente já passou por situações traumáticas vendo membros da família e amigos levando balas e caindo no chão sem vida? Man, isso é algo que me deixa numa bad só de pensar, nunca seria nem capaz de imaginar a dor que uma pessoa dessas sentiu, mas mesmo assim, quando se olha pra mídia, ela não pode ser permitida ter pessoas apontando armas uma pras outras e talvez até atirando por gente assim existir? Passados trágicos em filmes e animes não podem existir por pessoas da vida real terem passado por coisas similares? Pode parecer diferente por ser algo um pouco fora da realidade de alguns de nós, mas é a mesma coisa.

Desculpe ter entrado em um papo meio zoado por um momento aqui, mas foi importante pra mostrar um ponto, agora podemos continuar. Se você não estiver vendo shonen, como você vai ver animes que gosta então? Quero dizer, shoujo é apenas um monte de anime romance meloso que não é tão legal quanto porradaria e vilão maneiro, né? ISSO ESTÁ VERGONHOSAMENTE ERRADO!

Claro, existem sim aqueles shoujos de romance (Assim como shonen também tem seus Nisekoi da vida, não são raros, inclusive), muitas vezes feitos por mulheres e romantizam relacionamentos abusivos e tudo mais. Nesse caso, eu vou ter que estragar a magia, desculpa, mas isso aí é fetiche e esse tipo de coisa também se estende a romances shonen com garota tratando o cara igual lixo por motivo nenhum (E aparentemente isso é bem mais ok pra comunidade). Não importa o sexo do autor, sempre tem quem goste da sensação de ser posto contra a parede e muitas vezes se submeter a tarefas ridículas para um pay-off muito mínimo. Isso fica ainda mais forte quando ativamos o botãozinho de "Japão".

Agora, se você é uma pessoa séria, talvez seja for reals uma garota que vê animes e não sabe da existência de animes legais que não tenham esse tipo de conteúdo sexual ou seja só um barbudo de 20 anos pra cima que já viu tanto dessa merda que quer algo diferente, eu tenho uma informação que pode ser bem maneira pra vocês: E se eu disser que existe um anime original que não só veio do mesmo estúdio como também dos mesmos animadores e diretor de Dragon Ball Z? Mas tipo, com um monte de garotinha badass que você poderia tacar numa Saga Freeza da vida e deixar elas causarem, com atualmente 16 temporadas de quase 50 episódios cada, a maioria dessas temporadas sendo um cast e plot diferente, praticamente um anime novo com mais daquilo que já era legal e pequenos twists pra manter tudo interessante. Isso existe! Apresento a vocês a série de animes de Precure:​

[youtube]https://youtu.be/i3yv9SjYoHQ?t=6&fbclid=IwAR3wNj5okrmBntWofmuV9i4XrXtMYGJJVTeENE05bHdRE83ElZcAv_ErDCk[/youtube]

Desculpe o áudio ruim, mas é um exemplo muito bom que tinha fácil no youtube ;3;

Clique aqui para informações adicionais se tiver se interessado, levando em conta que este é apenas uma série de animes dentro do gênero de Mahou Shoujo (Basicamente a contraparte shoujo de Shonen Battle), obviamente por ser um anime feito pensado para um público feminino, você não vai ter que se preocupar com ecchi ou cenas de abuso estranhas do nada e personagens femininas ficando de escanteio por garotos japoneses não se identificarem tão bem com protagonistas femininas. Caso curta Precure e queria mais animes nessa pegada, recomendo ir para os outros mahou shoujos da Toei, alguns mais focados em lutas, outros menos, indo desde Sailor Moon a Doremi já deve ser um ótimo começo pra conseguir correr atrás de coisas do gênero que te satisfazem melhor por conta própria.


ENCERRANDO O PONTO!

Bom, tá ficando bem tarde, dei o exemplo de mahou shoujos, mas se você passar a usar sites tipo My Anime List ou o Anilist, você pode pesquisar animes por gêneros e checar suas tags antes de assistir, é uma ótima forma pra quem não curte ecchi consumir anime sem ficar pegando públicos específicos com suas balas perdidas de frustração. O meio otaku não costuma pesquisar muito antes de assistir e anime é algo que vem estando bastante em crescimento, então novatos acreditando em qualquer coisa que digam e desinformação vinda de gente que sabe mais ou menos (ou finge que sabe, no caso de coisas tipo youtubers BR de anime que gostam de pescar público com essas coisas) é bem comum.

A maior merda é como todo mundo quer reclamar, mas ninguém quer resolver o próprio problema pesquisando uns 5 minutos antes de assistir algo. Claro, ninguém é obrigado a conhecer tudo e gente nova na comunidade acaba sendo pega no meio da paranoia de gente "grande" querendo chamar atenção, mas o importante é no final reconhecer que na internet as pessoas adoram falar sem entenderem do assunto ou sequer ter uma opinião mais ou menos formada sobre aquilo, frequentemente causando memes tipo esse.

Espero ter ajudado quem de verdade se incomodava com ecchi e ao mesmo tempo, espero ter colocado a cabeça de otakinho pra funcionar, é realmente triste ver como uma comunidade inteira pode ser tão alérgica a pensar. Mas eai? Leu até aqui? Se quiser adicionar algo, só falar. Tá tarde e eu provavelmente esqueci de um monte de detalhe legal, sinta-se livre pra enriquecer a conversa.


Fiquem na paz... boa noite!​
 
Última edição:
Para mim o problema nem é o ecchi ou a sexualização mas a forma que esse recurso é usado.
Tem diversos animes bacanas que sabem utilizar esse recurso, um exemplo que eu costumo usar é o Shokugeki no Souma, no anime sempre que as pessoas comem a comida e ela é muito gostosa o personagem acaba tem um "orgasmo culinário" e rola umas cenas ecchi representando o sentimento do personagem ao provar a comida, alem disso em nenhum momento o anime se limita a ficar dando close em peito e bunda das personagens femininas de forma aleatória.
O que a galera costuma reclamar é quando o ecchi aparece em momentos que não tem sentido ele estar ali, ai sim seria desnecessário.
 
patriciomi comentou:
Para mim o problema nem é o ecchi ou a sexualização mas a forma que esse recurso é usado.
Tem diversos animes bacanas que sabem utilizar esse recurso, um exemplo que eu costumo usar é o Shokugeki no Souma, no anime sempre que as pessoas comem a comida e ela é muito gostosa o personagem acaba tem um "orgasmo culinário" e rola umas cenas ecchi representando o sentimento do personagem ao provar a comida, alem disso em nenhum momento o anime se limita a ficar dando close em peito e bunda das personagens femininas de forma aleatória.
O que a galera costuma reclamar é quando o ecchi aparece em momentos que não tem sentido ele estar ali, ai sim seria desnecessário.
É bem raro existir ecchi que atrapalhe, o estúdio/diretor/animadores precisam ser muito ferrados ou bem amadores pra fazer uns truques que incomodam, mas aí já entra mais na qualidade questionável do que você tá assistindo e muito menos no mérito de um gênero inteiro. Como ecchifag, eu costumo não achar necessário quando ele não é bom (Tipo uns SAO da vida que vc esquece que tem ecchi quando termina de assistir).​
 
Destesto ecchi com todas as minhas forças. Tenho nojo, raiva, e muitas vezes estraga a experiência pra mim - Evangelion (um anime que gosto muito por cauda do plot e da inovação no gênero mecha) me deixou especialmente irritada com algumas cenas que se resumiam a peitos e bundas ocupando metade da tela. Ah, e nem venham com essa de "faz parte do plot, sobre o desenvolvimento sexual no Shinji blablabla" porque muitas das cenas sequer estavam no ponto de vista dele, e existem formas bem melhores que apresentar maturação sexual no plot sem ser com fanservice. Muito do fanservice em Evangelion é bem idiota, não acrescenta em nada no enredo, e só faz irritar os viewers (OU atrair viewer que gosta disso, né). [dsclp aí o desabafo, tava precisando]

PORÉM!!!!

Respeito e defendo a liberdade artística das pessoas, e não acho que de forma alguma deveriam proibir os autores de produzir ecchi. Continuo achando errado ecchi em obras que são destinadas ao público mais geral, como desenhos infantis, por exemplo. Mas, restringindo o público apenas a quem gosta e pode ver, acho mais do que justo ser liberado. Imagina o artista lá, de boa, desenhando o ecchi dele, publicando para outros fãs de ecchi, botando um aviso/tag de que tem ecchi, aí chega uma galera chata e reclama/denuncia/manda o artista parar de fazer a arte dele só porque também tem nojo de ecchi? Ah, vsf! É só não ler!

Mas em geral, eu ainda recomendaria vocês, queridos gamedevs e autores de história, não colocarem ecchi em suas obras, por uma questão de restrição de público. É a mesma coisa que gore; você pode querer usar para dar um certo teor à historia, mas do mesmo jeito que tem muita gente que não pode/consegue/gosta de ver gore, também tem muita gente que não pode/consegue/gosta de ver ecchi. Aí tem que ver se vale a pena essa restrição para vocês.
 
Pretty-Belle comentou:
Destesto ecchi com todas as minhas forças. Tenho nojo, raiva, e muitas vezes estraga a experiência pra mim - Evangelion (um anime que gosto muito por cauda do plot e da inovação no gênero mecha) me deixou especialmente irritada com algumas cenas que se resumiam a peitos e bundas ocupando metade da tela. Ah, e nem venham com essa de "faz parte do plot, sobre o desenvolvimento sexual no Shinji blablabla" porque muitas das cenas sequer estavam no ponto de vista dele, e existem formas bem melhores que apresentar maturação sexual no plot sem ser com fanservice. Muito do fanservice em Evangelion é bem idiota, não acrescenta em nada no enredo, e só faz irritar os viewers (OU atrair viewer que gosta disso, né). [dsclp aí o desabafo, tava precisando]

PORÉM!!!!

Respeito e defendo a liberdade artística das pessoas, e não acho que de forma alguma deveriam proibir os autores de produzir ecchi. Continuo achando errado ecchi em obras que são destinadas ao público mais geral, como desenhos infantis, por exemplo. Mas, restringindo o público apenas a quem gosta e pode ver, acho mais do que justo ser liberado. Imagina o artista lá, de boa, desenhando o ecchi dele, publicando para outros fãs de ecchi, botando um aviso/tag de que tem ecchi, aí chega uma galera chata e reclama/denuncia/manda o artista parar de fazer a arte dele só porque também tem nojo de ecchi? Ah, vsf! É só não ler!

Mas em geral, eu ainda recomendaria vocês, queridos gamedevs e autores de história, não colocarem ecchi em suas obras, por uma questão de restrição de público. É a mesma coisa que gore; você pode querer usar para dar um certo teor à historia, mas do mesmo jeito que tem muita gente que não pode/consegue/gosta de ver gore, também tem muita gente que não pode/consegue/gosta de ver ecchi. Aí tem que ver se vale a pena essa restrição para vocês.

Uma linha interessante é pensar que "o público geral" tem um contexto totalmente diferente aqui e no Japão. Claro que você tem estúdios que se interessam mais em apelar pra um público do ocidente, mas eles são pouquíssimos e um deles é a Trigger que mesmo assim continua entupindo seus animes de fan service, criando algumas das jogadas mais geniais dentro dessas coisas tipo como foi com Kill la Kill em 2013.

Até onde eu sei, ecchi em animes infantis não existem (e concordo que não deveriam). Infelizmente eu não vi tantos quanto gostaria e a comunidade nunca assiste essas coisas pra realmente confirmar (Não vamos confundir animes infantis com animes para jovens adolescentes, onde esse tipo de conteúdo mais fanservice acaba aparecendo de maneira mais light dependendo do público alvo).

De qualquer forma, agradeço pelas adições, principalmente em relação a parte final!​
 
Chegando atrasado mas ainda em tempo:

Este tópico é uma preciosidade perdida aqui no fórum. Vou dar minha contribuição ...

Eu acredito veemente que se alguém tem problema com ecchi, o problema não é do ecchi e sim da pessoa. Vou dar um exemplo: Eu não gosto de futebol, logo eu não assisto partidas de futebol. Por que eu assistiria algo que me desagrada?

Dito isso, precisamos deixar claro que existe algum exagero sim em certas obras. Me refiro a cenas que não cumprem nenhuma função para o desenvolvimento da história ou dos personagens e está lá apenas "por que sim".

Outra coisa que gostaria de ressaltar é que ecchi não pode ser traduzido SEMPRE como exposição do corpo feminino. Existem ecchi para todos os gostos, inclusive tem uma obra chamada Grand Blue onde o tempo todo os personagens masculinos ficam pelados (e acreditem isso tem sentido dentro da história).
1602099058621.jpeg

Um ponto que é preciso deixar claro que não se pode argumentar a favor, seja em ecchi ou qualquer tipo de obra são situações onde abusos e violências são cometidos. Não existe defesa para glamourização de crimes. Curiosamente matar uma pessoa é um ato bárbaro e condenável na maioria das sociedades civilizadas mas ninguém se importa quando esse tipo de violência é glorificada nas animações. Estranho....
 
Chegando atrasado mas ainda em tempo:

Este tópico é uma preciosidade perdida aqui no fórum. Vou dar minha contribuição ...
Oh no, eu não sabia que esse tópico tinha ficado todo quebrado com o tempo. Para quem brotou agora, recomendo ler ele por aqui:

Eu acredito veemente que se alguém tem problema com ecchi, o problema não é do ecchi e sim da pessoa. Vou dar um exemplo: Eu não gosto de futebol, logo eu não assisto partidas de futebol. Por que eu assistiria algo que me desagrada?
Eu acredito no ecchi bom e no ecchi ruim, mas ele é definido pela variedade de calcinhas, não propósito narrativo.​
Acho incrível como é um conceito alienígena para as pessoas que nem tudo no mundo foi feito para você. Existem coisas que podem ser da melhor qualidade num gênero, se esse gênero inteiro for algo que você não aprecia, aquilo sozinho não vai te fazer gostar a não ser que uma corrente de pequenas coisinhas clique muito bem contigo — mesmo assim suas chances serão melhores indo numa aposta mais segura.​
Eu também acho que não tem nada de errado desgostar de ecchi, mas querer sumir com a existência de um gênero por você não fazer parte do público alvo é no mínimo infantil.​

Dito isso, precisamos deixar claro que existe algum exagero sim em certas obras. Me refiro a cenas que não cumprem nenhuma função para o desenvolvimento da história ou dos personagens e está lá apenas "por que sim".
Sem querer eu já dei minha opinião sobre isso. É insano pensar que um elemento precisa ser atrelado a algum desenvolvimento para ser bom ou justificável. Numa obra audiovisual, existe muito mais do que apenas a narrativa — a cena pode estar lá para cumprir uma espécie de estética específica, ou até agir de repelente pra pessoas mais sensíveis num anime que toca em temas que não são muito bem vistos.​
Dois exemplos básicos, mas se formos nos aprofundar nisso, pode ter certeza que não para por aí.​
Outra coisa que gostaria de ressaltar é que ecchi não pode ser traduzido SEMPRE como exposição do corpo feminino. Existem ecchi para todos os gostos, inclusive tem uma obra chamada Grand Blue onde o tempo todo os personagens masculinos ficam pelados (e acreditem isso tem sentido dentro da história).
Ironicamente, não é tão incomum. Mas esse tipo de coisa costuma ficar mais no meio ignorado de animes/mangás por ser mais difícil de quebrar no âmbito shonen/seinen que o otaku padrão vai se aprofundar mais.​
Existem sim exemplos bem legais de shonens bem focados nos bishounens da vida, ou que são pelo menos balanceados. O mangá de Bakemonogatari é um bom exemplo — se eu dissesse que parte do motivo de eu continuar lendo não ser pelo Dramaturgy brasileiro gostosão e o Oshino com a bermuda tão baixa que se ele pular, coisas aparecem — você poderia me chamar de mentiroso. Quando você parar pra analisar minhas obsessões e acabar descobrindo como muitas delas tem uma ligação assustadora com pretty boys (tipo Yu-Gi-Oh!) tudo deve começar a fazer mais sentido.​
Eu também diria que o caso de Grand Blue é mais uma desculpa do que um sentido, mas faz bem o trampo, então GG.​
Um ponto que é preciso deixar claro que não se pode argumentar a favor, seja em ecchi ou qualquer tipo de obra são situações onde abusos e violências são cometidos. Não existe defesa para glamourização de crimes. Curiosamente matar uma pessoa é um ato bárbaro e condenável na maioria das sociedades civilizadas mas ninguém se importa quando esse tipo de violência é glorificada nas animações. Estranho....
Esse pensamento é perigoso. Qualquer "problema" que ecchi pode apresentar pra uma pessoa, é puramente moral e tentar discutir compasso moral nunca vai nos levar pra algo que não seja um loop entre dois valores completamente diferentes.​
Acredito que sejam mentalidades dessas que fazem sites históricos precisarem ter avisos ridículos assim:​
1.png
Eu cresci com a vida martelando na minha cabeça que faz parte de ser um humano funcional separar mídia da realidade, então ver algum filme ou anime que mencione acontecimentos terríveis ou que mostre coisas que na vida real não seriam aceitáveis me ativa uma habilidade passiva de não transferir a forma que aquela mídia tratou aquilo pro meu dia a dia e esperar que todo mundo faça o mesmo. Honestamente, a maioria esmagadora das pessoas horríveis do mundo fariam atrocidades com ou sem alguma mídia replicando aquilo perto delas.​
Remover essas coisas da lista do que um anime ou qualquer coisa pode ou não falar limitaria eles a um nível opressivo quando você pensa que a moral se molda a cada pessoa e algo vai ser uma prática horrível pra alguém em algum lugar.​
 
Eu gostei bastante de suas colocações e gostaria de frizar apenas alguns pontos:

Eu entendo que animes são um produto e portanto estão ali para serem consumidos. Via de regra eles são voltado a um público específico e portanto é a esse público que a obra deveria agradar.

Pelo fato de ser uma obra audio-visual, um anime pode sim gastar tempo de tela cultuando algum tipo de estética visual. Aliás quem já assistiu Tenki ko Ko pode ver claramente o quanto o Mestre Makoto Shinkai gasta de tempo de tela para exibir puramente técnicas de animação da paisagem e da chuva. Em kotonoha no Niwa isso é ainda mais notório. Então não vejo nenhum problema quando animadores gastam tempo de tela exibindo sua técnica em desenhar/animar partes do corpo humano. Salvo situações onde isso é fieto de forma ofensiva, e sim isto está relacionado a valores morais.

Não se pode desvincular uma obra do contexto no qual ela está inserido. Não existe essa de "imparcialidade" em qualquer tipo de obra. Se algo está retratado em uma obra, tenha certeza que existe intencionalidade naquela ação. Por mais que essa intencionalidade seja banal. Estamos falando de ecchi mas gostaria de desnudar esse termo e falarmos diretamente do que ele significa: erotismo em maior ou menor grau.

Nossa sociedade possui grandes problemas quando o assunto tange sensualidade/erotismo. Isso grande parte é culpa de "nossa" formação histórica cristã. Em anos mais recentes a aversão ao sensual, ao erótico e ao nú tem se tornado muito maior graças a uma onda conservadora (hipócrita) que tem assolado os países ocidentais. Um comportamento bastante reacionário diante da ascensão das liberdades individuais.

Felizmente existem animes para todos os gstos hoje em dia e se alguém não gosta de um gênero, esa pessoa pode muito bem optar por evitar esse gênero. Eu por exmeplo, passo longe desses shonen "porradeiro" e me orgulho de nunca ter assitido Naruto por exemplo e ter dropado DB na saga de "Friza" (isso há uns 20 anos atrás).

Mas existe uma questão que pode passar desapercebido no tipo de fala como apresentado no parágrafo acima: É que animes assim como qualquer outro tipo de mídia, possuem poder não apenas de entreter mas de reforçar comportamentos nas pessoas.

É muita inocência acreditar que uma obra, seja ela qual for não possa influenciar pessoas. E quando eu digo influenciar não estou dizendo que a obra vai transformar a um cidadão pacato em um assassino serial. Mas no mundo de bolhas em que vivemos obras com certas ideologias podem reafirmar pensamentos e comportamentos que são inadequados para o bom convívio em sociedade.

Quando um anime como Death Note, por exemplo glamoriza o fato de que o protagonista mate pessoas apenas por que possui o pode de fazê-lo, a despeito do que diz a lei, o anime passa para algumas bolhas sociais a mensagem de qua aquilo é o correto. E qui não estou falando de valor moral, mas de valor legal.

Quando em um anime um personagem aperta o seio de uma garota sem o consentimento dela ou até contra a própria vontade da garota estams falando de uma situação que pode ser tipificada pela lei como "no mínimo" assédio sexual. E se essa situação é retratada como algo divertido pelo anime, ele reforça para o seu público que "fazer isso é divertido". Quando na verdade estamos falando de um crime tipificado em lei. Isso eu não considero como ecchi, mas como abuso.

Não me importo que o anime gaste seu tempo de tela exibindo calcinhas para entreter quem quer que seja. Mas EU considero (essa agora é uma opinião minha) que todo elemento de uma narrativa, seja ela qual for deve cumprir uma função. Isso é algo muito evidente quando um escritor está escrevendo diálogos (um problema da maioria das obras de autores inexperientes). Os diálogos devem ser objetivos e cumprir a função de mover/desenvolver a história.

Como erotismo é a mesma coisa: pegue uma cena sensual /erótica de um anime e remova ela. Se a cena removida não fizer diferença para a história em minha opinião ela é desnecessária.
 
Eu não assisti tantos animes e nem de longe me consideraria um Otaku, mas, assim como qualquer forma de expressão artística, todo mundo tem o direito de colocar tudo (Sim, tudo!) que desejar em suas obras. A forma como o público vai receber o que você coloca na sua obra é outra história... Meu problema com Ecchi nem é o "Isso é desnecessário! Estão sexualizando a personagem!", porque o mundo real já está tão, digamos, degenerado soltinho que nem faz sentido estranhar o que acontece nos animes. Meu real problema com Ecchi é que ele é uma "pornografia light", ou seja, ele tem os mesmos malefícios da pornografia, só que em escala menor. Não vou entrar em muitos detalhes já que esse não é o tema do tópico, mas essa hiper-sexualização do entretenimento é uma das formas de emasculação da sociedade moderna.
BTW, outra coisa ruim em anime com Ecchi é que você não pode assistir quando seus parentes estão por perto.
 
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