Diário de bordo 14/12

[annaneves]

Das utopias
Mario Quintana

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!
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14/12/21 🌧

Hoje foi um dia um tanto estranho. Eu guardei as coisas do meu antigo emprego dentro de uma caixa pra acomodar minha nova área de trabalho, apareci numa revista, ganhei menção honrosa num concurso, ... E isso é ótimo! Digo, é ótimo mesmo, mas eu sempre fico meio sem reação e acabo pensando como se não merecesse essas coisas de verdade. " O concurso nem era algo oficial" ou " Apareci lá por sorte" , e talvez "Menção honrosa não é exatamente um pódio". E eu me sinto mal, porque é legal de verdade, mas ultimamente tenho me cobrado em ser a melhor em tudo. Então cara, tô botando na minha cabeça que é uma grande coisa se eu ver como uma grande coisa, só preciso me convencer disso. O problema quando eu ganho alguma coisa, que a priori ,seja realmente espetacular, eu acabo festejando, anunciando pros quatro ventos e adivinha? Viro a megalomaníaca, a egocêntrica. Então na maioria das vezes eu tento me conter e baixar minha bola na hora, e isso é meio...​

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Então se você tá se sentindo insuficiente como eu, faz o seguinte: veja a sua presente situação como se você tivesse uns 6 anos. Com certeza, na minha posição, a minha eu do passado ia sair saltitando e gritando " EU VIREI DESENHISTA MESMO!". Então só de pensar que sou irada aos meus olhos de criança, já me sinto o suficiente.​

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Dica de hoje: Seu eu de criança não precisa de muito pra se impressionar com seu eu atual. Só de você ser um cara alto que trabalha e ganha dinheiro (DE VERDADE) , cara, você já é o máximo.​

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[Eliyud]

Uma vez li em algum lugar que "a nossa mente é o nosso maior inimigo". Apesar de não significar a mesma coisa, produz o mesmo sentido a seguinte frase: "somos nós contra nós mesmos". Em outras palavras, quão pequeno nós somos pra nós e, ao mesmo tempo, quão grande nós nos achamos, não é?! Não por nos acharmos grandiosos. Grandes! Do tamanho que... ...qualquer rajada de vento traria entulhos e nos machucaria, por não haver espaço aquém de nós. E não por sermos de fato pequenos, mas que, por não nos identificarmos com o equilíbrio, sentimos que somos inferiores e nunca somos suficientes.

Eu me perdia quase todo dia em tantos devaneios. Depois, passei a perceber que a percepção que os outros tem de nós, pertence aos outros. Nós? Somos algo novo todo dia, enquanto os mesmos sempre.

Seus textos são sempre bons de ler! Não só porque você escreve bem, mas porque dá pra sentir a intensidade das suas palavras.