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- Core32

Diário de uma Andarilha - Parte I

NineK

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20 de Julho de 2015
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Parece que foi ontem que andava por aí, sem destino e sem um lugar para ficar...
Como tudo mudou com apenas o anúncio de um jornal...


I

Tanto tempo sem saber para onde ir... Tanto tempo sem destino... O que não esperava era que, depois de 8 anos, me depararia olhando ao horizonte terras que um dia já estive. Nada parecia ter mudado, as cores ainda eram as mesmas: branco, azul e verde. Mas, sim, algo estava diferente... E com certeza maior. A placa em forma de nuvens na parte de baixo com um grande globo azul e detalhe verdes era novidade, isso só mostrava o quão aquele lugar havia crescido durante todos esses anos. Fiquei receosa de entrar naquela cidade. O que poderia me aguardar depois de tantos anos? Porém, algo me sugava para adentrar... Então fui.

Entrei naquela cidade, a Mundo RPGMaker, era enorme, muito maior do que me lembrava. Como sempre, e por causa das minhas andanças, fui direto para a praça principal, não tinha nenhuma intenção de me fixar novamente... Tinha realmente me tornado uma loba solitária. Ao chegar na praça, várias pessoas conversando, trocando informações e gerando bons debates, fui em direção ao mural, queria saber se encontraria algo interessante para caçar uma recompensa, alguma novidade ou mistério para desvendar, assim poderia sair em minha jornada novamente, sem nenhum lugar fixo.
Ao ficar olhando o mural, um jovem estava gritando e vendendo um jornal, porém não parecia ser daquelas terras. Por curiosidade, cheguei perto, perguntei seu nome, chamava-se Gleen, e o que estava vendendo.

– Olá, Senhorita, estou vendendo um jornal único das terras Condadenses: Edição #6 do jornal Make The RPG. Gostaria de um?
– Huum, parece interessante, terei muito tempo livre na minha viagem, então lerei. Obrigada, Gleen.
– Até mais, Senhorita!
– Hahahaha, não acho que nos veremos novamente...

É, as coisas não são bem como ditamos.

Estava cansada, então fui para uma taverna beber um pouco de cerveja amanteigada. Apesar do cansaço, me ajustei na cadeira e na mesa que estava, olhei para minha mochila e vi o jornal que tinha acabado de comprar. Por que não ler um pouco agora, não é? Com esse pensamento iniciei a leitura.

Antes que me desse conta, tinha terminado. Algo dentro de mim falava alto, queria conhecer aquele lugar nunca visto antes, conhecer mais sobre este jornal e quem o fazia. Queria poder agradecer por tanto conhecimento que havia adquirido em uma simples, mas fantástica, edição daqueles papéis. Bom, foi o que fiz.

Assim que amanheceu, juntei tudo que precisava, suprimentos e afins, para mais uma viagem e parti.

II

Não demorou muito mais que quase 2 dias para chegar, as terras eram bastantes próximas. Talvez por isso fossem aliadas.

Ao chegar, me surpreendi com a visão que tive do Condado. Era esplêndido! Uma planície se estendia no horizonte, era cercada por montanhas ao fim, mas, no centro de tudo, havia um lindo castelo. Porém, não como costumamos ver, era lindo em sua simplicidade, aconchegante, harmonizando por completo com tudo a sua volta. Notei que estava ali parada fazia muito mais tempo do que imaginava, então, com uma lufada de um vento forte me empurrando, dei o primeiro passo em direção ao que seria, mesmo sem saber, um dos lugares mais fantásticos que havia conhecido: O Condado Braveheart.

A medida que caminhava, observava a paisagem. O verde era tão vivo que contrastava tão bem com o azul do céu. Além disso, havia casas que se utilizavam do próprio terreno para construir suas casas, muitas escavadas abaixo de enormes pedras ou utilizando-se do terreno para decorá-las naturalmente. Era realmente lindo. Uma das coisas que me surpreendeu também era como não havia barricadas, limitações de início e fim, era como se aquele lugar dissesse para você, mas sem usar nenhuma palavras: Você é livre.

Após uma longa e maravilhosa caminhada, cheguei ao que poderia ser o local central de comércio e afins, como a praça central da Mundo RPG Maker. Depois de algum tempo me localizando, notei um local, era a casa dos Redatores. Ao chegar em frente, logo notei uma placa ao lado da porta, meio comprida, falando: Aqui quem faz o jornal é você.

Mesmo com receio, lá fui eu colocar minha cara a tapa...

III

Fazia anos que não falava sobre algo para apontar detalhes aos outros, e mesmo quando parei em algum lugar não fazia, era extremamente raro. Mas lá estava, parada, engessada e tremendo de cima a baixo, dentro da casa do Redatores, os criadores do jornal Make The RPG. O que eu estava pensando?! Enlouqueci?! Não sabia responder e muito menos não conseguia parar de escrever a folha sobre sugestões, críticas e o que havia achado daquela edição.

O Sol já estava querendo se pôr e nem havia me dado conta disso, estava tão divertido que o tempo passou voando. Se era assim só por escrever uma carta, imagina como não seria muito mais participando? No que você tá pensando, Nine?! Por favor, és uma loba solitária, pare de pensar nisso! Claro, não parecia possível também uma pessoa como eu, que não tem muito o que acrescentar, ajudá-los. Terminei de escrever a carta, envelopei e deixei dentro da caixa direcionada ao seu fim. Saí de lá me sentindo muito mais alegre, com muito medo, obviamente, mas feliz. Peguei minha mochila que havia deixado no chão encostada no pé da mesa aonde estava escrevendo e fui procurar algum inn para descansar, tinha sido uma viagem desgastante e não tinha parado desde que havia chegado ali.

Um forte, mas doce, rajada de Sol iluminou o quarto e foi me acordando aos poucos. A coloração era totalmente diferente, um dourado tão vívido e brilhante como jamais tinha visto antes, talvez por causa do local que o Condado era cercado ou a própria magia e harmonia que ali existia, ou ambos. Levantei apreciando tudo aquilo, poderia nunca mais rever isso. As partículas de poeira cintilavam de forma tão bela que pareciam ter vida... Espere, algumas estavam se movendo, poderia ser... Sim, eram pequenos seres mágicos. Surpresa, saltei da cama. Aqueles serzinhos estavam me rodeando, mas o mais incrível era como meu corpo estava ficando mais aquecido, confortável e energético. Quanta magia haveria naquele lugar? Essa ideia me sugava juntamente com as demais curiosidades e vontades que ia criando.

Após me arrumar, desci para tomar o café da manhã. Ao chegar na recepção, a dona disse, com um enorme sorriso, que havia alguém me aguardando no refeitório. Com receio, fui até lá, principalmente porque estava morrendo de fome, não tinha comido nada na madrugada pois o cansaço superou minha fome eterna.
Abrir a porta do refeitório e observei o local, várias mesas de madeiras muito bem talhadas, algumas com detalhes únicos, talvez representando alguma história antiga do local ou do Condado e quem já passou por ali. Mas, o mais estranho e que me chamou bastante atenção, foi um pequena figura verde sentada em uma das mesas ao fundo, parecia ser um dinossauro, porém em fase bebê. Nossos olhares se encontraram e pude ver claramente que, apesar da aparência, ali possui anos de experiência e vivência. Um frio percorreu minha espinha de baixo a cima e desejei que não fosse ele o "alguém" que estava me aguardando.

Mas como eu devia suspeitar, minha sorte não é das melhores. Assim que trocamos olhares, ele acenou. Fui até a mesa e a medida que me aproximava sentia uma aura de poder, alguém que poderia saber de tudo e todos, saberia impor sem temer e não dá um passo atrás independente do perigo a sua frente... Claramente ninguém ia tremer perante isso, puuuf... Quem ia ter medo de um dinoussaurinho, não é? Sim, eu. Fui em sua direção pois sabia, do fundo da minha alma, que não podia negar o convite.

IV

Me sentei, porém com muito medo e tremendo.

— Se acalme, fia. Não mordo.

Por instinto, dei um leve salto de susto da cadeira. O ser a minha frente riu, o que, de certo modo, me acalmou e senti um alívio. Pude sentir no seu tom ao falar e logo depois na risada que era um ser de bom coração. Meu corpo relaxou, me fazendo perguntar a coisa mais idiota de todas...

— O que é você? Um dinossauro bebê?
— O que achas? Isso é realmente importante?
— Sinto muito. De longe parecia, mas a medida que me aproxima e ao ouvir falar, senti que possuía um conhecimento e vivência muito além do que aparenta...
— Hahahahaha, pois bem, nisso está certa, mas não vamos nos ater a aparências. Vim até aqui responder sua carta pessoalmente. Sou o Yoshi, um ser pré-histórico do Condado e também Redator do jornal Make The RPG.

UAU! Como aquilo me pegou desprevenida. Por isso a senhora da recepção sorria tanto ao citar o "alguém", ele era realmente alguém importante.

— Estou faminto, posso me juntar a você nessa refeição matutina?
— Obviamente! Será um prazer!

E assim iniciou a mudança no rumo da minha jornada ao qual eu jamais esperaria.

V

Após o café, que emendou com o almoço, o Yoshi me levou até a casa dos Redatores. Dessa vez, passando da bancada da recepção e indo para o escritório (e enorme!) por dentro. Por um segundo achei que fosse uma biblioteca, porém notei que era isso E um correios na parte do térreo. O porão era onde haviam as máquinas de impressão, ferramentas para criação de tipografias e o que mais se pode imaginar. No segundo andar era as oficinas e salas de trabalho e desenvolvimento do jornal, muitos ali estavam trabalhando e... Rindo! Com certeza o ar era de muita alegria. Mas, quando menos esperava, ouvi grito e um estrondo.

— Aaaah — suspirou Yoshi — e lá vamos nós de novo. Quem será que foi a vítima dessa vez?

Fiquei com MUITO medo. Como assim vítima?! Será que caí em alguma armadilha? Não sabia o que fazer, mas não tinha também para onde fugir. Não mais.

Ao chegarmos no terceiro andar me deparei com a cena mais... Estranha e patética de todas?! Havia um humano, ou melhor, um fauno-unicórnio (?) de cabeça para baixo no corrimão em frente a uma sala enorme, balbuciando coisas aleatório (entre elas: Fiquem tranquilo, estou vivo ainda... Só não sei inteiro — ou algo assim), uma madeira talhada escrito "Editor-chefe" se encontrava pregado na porta, a qual se encontrava quebrada no chão, provavelmente por causa o fauno-unicórnio que saiu voando por ela. Yoshi entrou na sala falando, em um tom firme, algumas coisas para a figura que se encontrava encostada na frente da mesa gigante ao fundo. Com toda certeza aquela figura me causou mais arrepios e medo do que o Dinossauro Bebê, com toda certeza absoluta. Principalmente porque estava claro que a mesma foi que chutou aquele grande fauno-unicórnio para fora da sala, até destruindo a porta no processo.

O Yoshi estava falando algumas coisas e a medida que progredia, a figura amedrontadora virava a cabeça em minha direção. Sério, aquilo estava assustador. Porém, as suas feições iam ficando mais alegres e um sorriso cheio de esperança e alegria tomava conta. Continuei com medo, obviamente, a cena anterior e ainda ali parada do pobre unicórnio não me deixava ter qualquer outro sentimento além desse.

VI

Em um ato inesperado, a figura veio correndo em minha direção, segurou minhas duas mãos e ficou me encarando com olhos brilhando. Yoshi, ao ver toda aquela situação, veio e a afastou.

— Você quer trazer ela para a equipe ou mandá-la para os quintos, fiote?! Se acalme, ainda não falei com ela sobre isso... E tenho certeza que assim só vai ser mais difícil...
— Eeerh, Yoshi, quem é ela? — perguntei, e sim, eu gaguejei cada letra (mas vamos omitir na frase isso :x)
— Eu não disse, Cabeça de Vento, acalme-se! Nine, essa é a Jully Anne, a atual Editora-chefe do jornal e escravizad... Digo, moradora do Condado — Yoshi virou a cabeça e murmurou algo que tenho quase certeza que foi "escravizadora de redatores", mas fiquei com medo de confirmar esse detalhe.
— Seja mais que bem-vinda, Nine-chaaan! Nossa, todos ficamos super felizes com sua carta. Você não tem noção de como deixou o ambiente aqui mais alegre e animado. Ah, talvez você não tenha visto, mas postamos no mural principal da Casa dos Redatores sobre vagas para a equipe! Como adoramos o que escreveu e Yoshi, depois de conversar um pouco contigo, acho que seria uma boa, por que não se junta a nós? Hein? Hein? Hein?
— Eeeeeeeeeeeeerhhh... Mas eu sou uma andarilha, além disso, eu não sei como poderia ajudar. O trabalho feito no jornal é extremamente bem feito, não acho que poderia acrescentar em al...

Antes que me desse conta, ela já havia indo a sua mesa, estava escrevendo algo, voltado para o corredor onde estávamos, se debruçou no corrimão, sem se importar com o pobre fauno-unicórnio, e gritou chamando por algum ajudante para entregar aquele ofício.

— Pronto, estará oficializado em breve! — disse Jully Anne com um sorriso no rosto.
— Você fez mesmo isso? A pobre nem terminou de falar ou concordou... — falou Yoshi com um tom de desistência.
— Alguém pode me explicar o que tá ocorrendo? — perguntei, porém com medo da resposta.
— Ah, agora você será membro da Casa dos Redatores. Enviei um ofício para oficializar e todos saberem.
— O QUÊÊÊ?! — é, gritei.
— Você sabe que poderia ter me entregado o ofício, né? — suspirou Yoshi — Enfim, deixando tudo de lado, e peço desculpa desde já pela situação, Nine, mas seja oficialmente bem-vinda a Equipe e ao Condado!

É, eu não sabia o que falar ou o que fazer. Assim iniciou, oficialmente, minha estadia pelo Condado.




Continua na próxima parte ;3
 
O dia que a Nine QUEBROU meu coração... Essa postagem ainda me deixa triggered.  :>.<#:
 
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