🤔 Para Refletir :
"No alto daquela ideia, plantei um projeto de jogo. A empolgação da ideia bate, o fracasso da ideia cheira."
- DanTheLion

Diário Natalino da Andarilha I

NineK

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Em uma das minhas andanças para novos conhecimentos e descobertas, no Reino de Natalina fiquei.
Capitão Noel me abrigou e me deu um lar e família a mais, ensinando sobre o Espírito Natalino.
Porém, naquele ano, tudo mudou...


Nevasca I

11 Abril, ano 417.

Anos de espera pela profecia do inverno mais rígido que haveria pelas terras do Condado. Pensávamos que seria no ano 416, porém nada catastrófico ocorreu. Não até agora...

Hoje, após 100 anos, algo que não acreditávamos, e não passava de lenda, ocorreu. A Lua Infectada. Não parece que algo irá alterar ou mudar, até agora está tudo normal, talvez normal até demais… Nunca vi tamanha tranquilidade e silêncio por estas terras congelantes de Natalina. A Grande Lua está incrível, quanto mais olho mais me encanto. Sinto algo aflorar em mim, como se aquecesse meu coração e pudesse ser o que nunca fui por completa.
Os Noel estão fora do Reino para fazer análises e traçar todas as rotas possíveis para o Natal deste final do ano. Não podem atrasar o serviço impecável que tanto se orgulham! Eles precisam saber quem foi bonzinho ou não também, e mesmo quem não foi ainda receberá presente para poder refletir e pensar em como agir futuramente.


01 Março, ano 417.

Os Reinos se encontram em caos. A Lua Infectada afetou de formas alastrantes, nunca pensávamos que isso poderia ocorrer. Vivíamos em harmonia com todas as raças, mas não sei o que houve para toda essa reviravolta dentro deles acontecer, independente do que a Grande Lua possa fazer. Como chegou a esse ponto?!
O Reino de Natalina está totalmente fora de controle, há disputas e mortes por todos os lados. Estamos tentando conter os que foram infectados. Dói, dói muito ter que prendê-los... Eles fazem parte do nosso Reino... Da nossa família... Por que isso teve que ocorrer?

Capitão Noel mandou renas-correio para informar sua situação, que não parece tão boa quanto a nossa, mas com certeza tristeza paira sobre aquele velhote por saber que sua terra também sofreu os efeitos da Grande Lua. Entretanto, não tivemos nenhum retorno do Ogro Noel, o que só entristece ainda mais nosso Capitão, já que o considera como irmão e do jeito que o mundo se encontra teme o que possa estar ou tenha ocorrido com ele. Onde será que ele está?! Preocupação preenche o coração de todos. Claro, Natalina precisa de seus governantes. A esperança deles diminui a cada dia.

27 Novembro, ano 417.

Tivemos que nos esconder durante muito tempo, até para levantar acampamentos e criar refúgios. Foram meses difíceis, principalmente neste inverno sem fim. Nosso Capitão Noel, Rei do Natal e do Reino de Natalina, foi usurpado de seu posto por aquele que mais confiava, e o qual tinha compartilhado a honra de fazer parte de sua família com seu nome, o Ogro Noel.
Semana passada o Ogro chegou no palácio, seguido por aqueles que tinham sido infectados pela Grande Lua, fora de controle e seguidos por duendes, os quais também haviam ajudado o Capitão Noel durantes anos, além de diversas raças distintas.
Devíamos ter notado, ter prestado mais atenção, mas por que sentimentos, sejam eles bons ou ruins, são tão inconspícuo?! Entretanto, independente de qual raça sejamos, somos egoístas e nos preocupamos apenas com nós mesmo, até que o pior aconteça com o outro não iremos reparar. Agora estou aqui no meu turno de vigilância em um dos acampamentos do exército do Capitão Noel, o vento parece farfalhar algo nos meus ouvidos, algo cruel. Talvez eu esteja tempo demais no mesmo canto, irei esticar um pouco as pernas, levarei meu lampião que, pendurado com um cabo sobre meu ombro como de costume, não é muito para este frio insuportável que resolveu nos açoitar, mas ao menos me sinto um pouco mais aquecida e que até no impossível a luz e a esperança possam alcançar e sobreviver nos lugares mais inóspitos.

Em minha caminhada ao redor do acampamento não me encontrei com ninguém, parecia que não existia uma alma viva ali apesar das chamas acesas nos lampiões das tendas. Entretanto, minha surpresa maior veio logo em seguida, indo um pouco além do acampamento e da floresta, perto do penhasco... Em sua extremidade havia uma silhueta, grande e que irradiava poder e calor. Já havia sentido aquela sensação diversas vezes, mas, naquele momento, parecia único, como se algo em si não brilhasse e tivesse a mesma intensidade de antes, porém a sua força de vontade fazia vacilar essa fraqueza. Sim, existia uma luta muito maior do que a de qualquer Reino sendo travada ali, uma luta interna. Alguma coisa estava para ser decidida e que iria ser cumprida a ferro e fogo.

Continua...
 
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