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Docinhos Salgados (+16) - Capítulo 4: Uma princesa de verdade

AbsoluteXandy Masculino

Marquês
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O lugar era agitado, não demorou muito para meu broche começar a brilhar. A cor era vermelha. Corri tentando prestar atenção nas portas, até o momento em que eu encontrei uma porta de cor vermelha, tal como a luz do acessório. Acho que é pra lá que eu vou. Assim entrei no lugar, sendo surpreendida pelo que me aguardava.
A menina segurava uma caneca plástica azul na mão, o conteúdo não era explícito. Para minha surpresa, o quarto em questão não era tão chamativo quanto o resto da pousada, era tudo muito simples, com uma cama de madeira, uma pia pequena, um tapete preto logo em baixo de uma mesa com dois banquinhos, uma televisão enorme e bem no fundo do quarto, uma porta, muito provavelmente para o banheiro. Além disso, tudo no visual da menina me chamava muita atenção, pois era alguém que eu poderia chamar de... conhecida? Seu cabelo branco relativamente curto de franja feita, roupas pretas pesadas, provavelmente para esconder suas dobrinhas, apesar de que os braços redondinhos entregavam, fora a tatuagem de teia de aranha contornando seu olho direito, fazendo com que ela fosse impossível de esquecer. Era uma princesa, se não me engano, a Princesa Assustadoralina, mesmo sem sua coroa não era difícil para mim a reconhecer graças ao conjunto geral. Enquanto pensava, ela olha pra mim com uma cara surpresa, como se também lembrasse de mim.
—Não acredito! Você é a princesa do Mundo Docinho, né?
Não sei se é muito surpreendente ela me reconhecer. Já nos enfrentamos em diversas provas da Liga das Princesas, ela nunca foi uma rival real, as únicas vezes em que eu perdia para ela, acabava sendo em provas de confronto físico, onde eu acabava em desvantagem por ela ser meio gordinha. Meus pensamentos foram interrompidos por uma pergunta:
—Você está bem? Não disse uma única palavra até agora.
Acabei sendo obrigada a responder da forma mais direta possível:
—Me desculpe! Estava surpresa por te encontrar aqui.
Ela parecia estranhamente feliz em me ver. Tentando me concentrar no trabalho, perguntei o que ela queria me chamando.
—Você precisa de algo?
Ela parecia meio envergonhada quanto a isso, mas respondeu logo em seguida.
—Não realmente, eu só precisava conversar um pouco.
Conversar? Não sei se é isso que o velho Assombrado gostaria que eu fizesse quando me mandou trabalhar, mas não me parece uma tarefa difícil. Acabei aproveitando a chance para tirar alguma satisfação.
—Você realmente lembra de mim pelos nossos confrontos na liga?
Um brilho logo acendeu em seu olhar.
—Claro! Eu sou uma grande fã sua! Tanto pelos nossos confrontos quanto pelo que você consegue proporcionar contra as outras princesas! A forma na qual você consegue ser tão versátil... é simplesmente inspiradora!
Ela se impressionaria se descobrisse o quão inútil eu sou fora da liga...
—Fico feliz em saber que gosta do meu desempenho, mesmo eu não tendo participado em mais de duas ligas graças a minha idade.
Desde que pisei neste mundo, essa é a primeira vez que me sinto superior em uma conversa. O mais bizarro é pensar que isso ainda é com a princesa nativa deste lugar.
Estava aparente pela caneca em sua mão que ela tremia enquanto tentava falar, além de raramente direcionar seu olhar para mim.
A garota parecia inquieta sobre algumas coisas, e depois de um tempo criando coragem decidiu falar:
—Princesa, o que faz em um lugar como esse?
Essa formalidade toda me dá um troço ruim... me faz lembrar de todo aquele ritual de boas maneiras da minha mãe, ainda mais não sendo tão necessário, levando em conta que ambas somos tecnicamente bem próximas em questões sociais, argh.
—Você pode me chamar apenas de Pudim. É mais do que o suficiente.
Ela parecia um pouco incomodada também, acho que fiz um favor para ambas.
—Certo! Mas terá que me chamar pelo meu nome também, você lembra dele... não é?
Felizmente eu lembro, então acho que consigo me safar de nossa primeira decepção.
—Sim, Assustadoralina, né?
Um sorriso imediatamente estampou-se em seu rosto, confirmando minha resposta balançando a cabeça.
—Bom, eu acabei saindo do castelo de meu mundo, e precisava ficar em algum lugar. Acabou que um dos funcionários desta pousada me recomendou para o dono.
Ela claramente tinha se surpreendido com minha resposta, logo respondendo:
—Mas, você é uma princesa, merece mais do que isso!
Eu meio que conseguia imaginar para onde essa conversa iria, então sem demorar muito eu respondi:
—Ah, estou bem aqui, acho mais justo se eu fizer algo em troca de um teto, sabe... trabalhando e tudo mais.
Sua expressão se tornou séria no mesmo momento:
—Você é bem madura... pela liga eu sempre imaginei que fosse do tipo desleixada.
Por que tão direta!? Isso meio que machuca, sabia? Claro que eu não ia dizer isso pra ela, deixa eu corrigir melhor a minha fala:
—Eu não sou realmente madura, digo, não sou nada mais que uma pirralha de dezoito anos.
Certo... é bem melhor que eu não minta, ela deve saber quem eu realmente sou desde o início! Me tirando de meus pensamentos ela responde:
—Isso não é ruim, as pessoas sempre estão nos mandando crescer, aos dezoito já pensar assim é ótimo... digo, mesmo aos meus vinte e três anos, meu pai vive me tratando como criança, apesar de eu realmente dar motivos para este tipo de tratamento.
Ela passou a dizer coisas muito pessoais, porém, aos poucos eu pude sentir que sua vergonha era deixada de lado:
—Pudim, você tem certeza mesmo que não quer ir para meu castelo? Eu realmente te admiro muito, seria uma honra ter você na minha casa, você poderia considerar isso seu pagamento!
Não há como eu aceitar algo tão injusto:
—Desculpe, isso não me parece nem um pouco justo, não posso aceitar algo assim.
Seu rosto sério logo se converteu em uma carinha triste, que recitava as seguintes palavras:
—Pois é, acho que não seria justo pra mim, ter uma pessoa tão incrível como você tão perto.
Por algum motivo eu me senti virando a vilã de minha própria história fui obrigada a me desculpar:
—Não foi isso que eu quis dizer! Eu só não me sentiria bem assim.
A garota parecia forçar um sorriso:
—Tudo bem, se você não quer, não precisa ir. Mas já que está trabalhando aqui, fique comigo mais um pouco!
Depois de todo aquele aperto, é o mínimo que posso fazer, ao menos, foi o que eu quis dizer:
—Claro, eu posso ficar aqui mais um pouco.
Pouco a pouco, o brilho em seus olhos voltava, mostrando seu real desejo de conversar comigo:
—Espera aí, eu tenho outra caneca!
Assustadoralina se levantou e foi em direção à outra caneca azul idêntica à que usava, despejou o conteúdo do bule próximo a pia na caneca e trouxe a mim cuidadosamente enquanto eu andava em direção a um dos banquinhos próximo a mesa.
—Aqui, chá para você!
Me sentia culpada vadiando no meio do trabalho, mas meio que me senti obrigada a tomar, assim que coloquei as minhas mãos na caneca, eu agradeci.
—Oh, obrigada.
Enquanto ela voltava para o outro banco, tomei um gole. O gosto não era muito diferente do que eu esperava, apesar do chá parecer meio grosso. Estava prestes a perguntar sobre o chá, mas ela foi mais rápida dizendo:
—Por favor, diga que está bom.
Não está realmente ruim, mas eu preciso dizer sobre essa grossura, realmente me incomoda:
—Está bom.
Ei, não foi isso que eu queria dizer!
—Sério? Fico muito feliz que tenha gostado!
Que tipo de ação instintiva foi essa? Não era realmente o que eu queria dizer, mas acho que isso acontece de vez em quando. Pelo menos, eu achava isso até agora:
—Agora, diga que eu sou bonita.
Espera aí, que tipo de conversa maluca ela quer ter? Não vou colaborar com isso. Eu me senti culpada a pouco tempo, mas não vou fazer tudo que ela disser só por ela ter-
—Você é muito bonita, de verdade!
Não, não, não, eu não queria dizer isso! Tem algo de errado comigo, muito errado! Não é possível que eu esteja sendo controlada. Calma Pudim basta dizer que ela não é bonita, e você estará indo contra a ordem dela.
—Na verdade... eu acho que você é a pessoa mais linda que eu já vi na minha vida.
Ela no mesmo momento ficou sem reação graças à vergonha, mas isso não realmente importa, como raios eu não consigo ir contra a ordem dela? Pensando de maneira embaralhada pela confusão disso tudo, a única coisa que me parecia crível, é aquele chá. Mas não é como se eu tivesse sido drogada, eu estou totalmente consciente, só não consigo ir contra as ordens dela!
—Pudim, tome mais um pouco do chá. Ou melhor, tome todo ele;
Isso é diferente de me fazer falar, eu não vou realmente tomar isso, né? Bom, pelo jeito sim. Contra a minha própria vontade, virei a caneca na mesma hora, tomando o chá como se fosse a melhor coisa que já tivesse experimentado em toda a minha vida, foi bizarro. A Princesa Assustadoralina veio em minha direção logo em seguida, por algum motivo, eu estava surpresa demais para tentar me mexer, quando finalmente estava bem pertinho do meu rosto, me deu um selinho em minha bochecha esquerda, seguida das últimas palavras que me lembro deste dia:
—Boa noite.​

Guia Docinho para Pessoas Salgadas #4 - A marca da aranha
“No mundo reverso, todas as mulheres da família real possuem uma tatuagem de teia de aranha em algum lugar de seus corpos (Normalmente um lugar visível). Ao contrário do que muitos dizem, essa tatuagem não vem por magia negra, elas são feitas a mão após a garota atingir seus dezesseis anos, pois a partir desta idade, a mulher real passa a produzir um veneno não letal em seu corpo que é capaz de se manifestar em qualquer um de seus fluídos corporais. A pessoa que ingerir este veneno de alguma maneira será sujeita ao controle temporário da usuária da marca.”​

 
As coisas começaram a ficar animadas de repente.
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