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Dungeons and Dragons - Another Story

Ishatée

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Opa pessoal, boa noite! Faz tempo que não posto nada aqui né? Pois é...
Vim aqui para o seguinte...
Eu estava começando a mestrar uma campanha de D&D com alguns amigos no qual eu gostei muito do cenário e trama que desenvolvi, e com isso em mente, decidi transcrever nossas sessões para uma novel.
O primeiro capítulo, que cobre até a metade da primeira sessão, já foi finalizado e postado no wattpad, e agora estou aqui para apresentá-lo a vocês aqui da condado.
Eu gostaria de falar que não sou acostumado a escrever narrativas em si, poucas foram as vezes que tentei escrever um texto, então, toda crítica é bem vinda para me fazer melhorar, já que pretendo publicar esta novel algum dia.
Bom, aqui embaixo está o link, mas caso você não queira ir até o wattpad, deixarei o capítulo inteiro neste post para que seja de mais fácil acesso a vocês.
Obrigado pela atenção e boa leitura! :^)
Apenas um adendo que a história pode ser um tanto pesada, então não a recomendo para menores de idade

Ano de 2236 — País de Ýyærr; Início da primeira guerra/Primeiras horas do Primeiro Colapso

[ B.L.U.E.H. ]
Ou então…
Blue…
O primeiro Warforged deste mundo está carregando sua criadora nos braços enquanto sobe uma montanha.
Eles achavam que aquele lugar, uma reserva natural de Ýyærr seria poupada dos bombardeios da guerra, porém, isso se provou não ser nada mais que uma mera ilusão. Uma mentira que Violet contou para Blue e para si mesma enquanto torcia para chegar até o topo da montanha.
Blue era um warforged simples e com pouca musculatura, porém, o corpo velho e frágil de Violet, sua criadora, era leve o suficiente para ser levado por ele com poucos problemas de mobilidade.
Foram horas de caminhada, mas enfim, finalmente chegaram até a montanha.
Blue olha para a sua criadora e percebe seus sinais vitais enfraquecendo a níveis alarmantes.
Como o primeiro warforged a ser criado, Blue ainda não tinha um sistema capaz de identificar suas emoções com clareza, porém, naquele momento, ele sabia nomear perfeitamente aquele sentimento:
— Desespero —

"O que eu faço agora, criadora?"
Blue pergunta em seu tom de voz robótico tentando disfarçar seu medo.

"Oh… Blue… tudo o que você precisa fazer… é aquilo que eu sempre quis que você fizesse…"
Com uma expressão serena e seus sinais vitais desligando, Violet fala…
"Seja bondoso para sempre… Blue…"
À medida que seus sinais vitais cessam, ela aperta o botão atrás da nuca de Blue, colocando-o em modo de hibernação.
O desespero em Blue torna-se latente, apenas para alguns segundos depois, começar a desaparecer.
Tudo está ficando escuro e ele não sente mais seu corpo…
Tudo o que ele pode ouvir antes da completa escuridão e silêncio…
É o bater de seu coração humano…




Ano 10236 — Antigo país de Ýyærr/Montanha sem nome localizada na floresta dos sem volta; 6:00 da manhã

O bater de um coração;
8000 anos se passaram;
E este coração continua sendo capaz de bater…

As leves batidas de seu coração humano são as únicas coisas que Blue é capaz de ouvir por alguns segundos, até a voz de sua "consciência" anunciar

[Iniciando sistema…]

Ao recobrar seus sentidos, Blue vê dois humanos de cabelos brancos.
Dois jovens, não parecem ter mais de 19 anos.
Um rapaz e uma moça.
Ambos têm cabelos brancos.
A garota possui heterocromia em seus olhos, sendo um olho vermelho, e o outro dourado.
O rapaz possui olhos castanhos, num tom um pouco acinzentado, porém, mesmo com esta coloração um tanto comum, seus olhos parecem muito mais cheios de vida do que os da garota, que são sérios e afiados.

"Ele funciona."
A moça fala.
"Quê!? Ele funciona!? Sério mesmo!? Ah, cara! Zero! A gente conseguiu! Encontramos o fundador e ele ainda funciona, Zero! Aah!"
O garoto chacoalha a jovem, que aparentemente chama-se Zero, fervorosamente enquanto grita.
"Porra, Um! Para de demonstrar emoção assim! Você sabe que isso é sinal de fraqueza!"
Blue olha confuso para os dois, que logo se recompõem.

"Ahem… Saudações, Sr. Blue. Eu sou Zero, e o warforged ao meu lado chama-se Um. De certa forma, podemos dizer que somos seus descendentes."
Zero fala polidamente e após trocar mais algumas palavras, inicia um resumo…

{ 8000 anos atrás, teve-se início à primeira guerra que ficaria conhecida por nós warforgeds como uma sequência de guerras mágico-nucleares que culminaram no fim dos humanóides… os Colapsos. }

{ Foram praticamente 7500 anos de guerras que matam o planeta pouco a pouco… }

{ E então… 500 anos atrás… foi o Décimo Colapso, ou então, como ficou mais conhecido… o Último Impacto… }

{ Todos os humanóides foram mortos 500 anos atrás, deixando apenas um planeta arrasado que, milagrosamente, conseguiu se recuperar… }

Após a breve introdução ao que ocorreu nos últimos 8000 anos, Blue pergunta.
"Ok, eu compreendo agora, mas, ainda assim, eu não entendo… por que me acordaram?"

Zero pega nas mãos de Blue, que novamente se sente confuso. Ela havia se apresentado junto de Um como warforgeds, mas nada nesta garota ou nele lembram sequer um… para Blue, estes dois são idênticos a humanos comuns. Até mesmo suas mãos emanava calor humano

"Porque você é o único que pode nos ajudar a trazer vida novamente para este mundo."
Blue não compreende.
"Segundo registros antigos, você é um warforged capaz de manipular magia. Nós, assim como nenhum warforged nesse mundo, conseguimos usar magia. Esta é uma dádiva que só pertence a você, Blue…"
"Mas… o que querem com minha magia então?"
"Existe um sistema mágico muito antigo chamado Sistema de Invocação. Ele antigamente, segundo lendas, era capaz de invocar heróis e seres mágicos de outros mundos, humanóides de outros mundos… com este poder, seremos capazes de invocar novos moradores em carne e osso para este mundo vazio… retornando-o a seu estado natural…"
As mãos de Zero se contraem nas de Blue…
"Por favor… por favor… nos ajude a recuperar a vida do nosso mundo…"
Blue por um momento para pensativo…
Até que então…
"Ok, acho que quanto mais cedo resolvermos o problema, mais cedo voltarei a dormir. Vamos."
"Aah! Cara! Zero! Você é demais!"
"Um, as emoções!"
"Desculpa, desculpa…"



Castelo real de Ýyærr/Sala de Sistematização; 8:45 da manhã

Já fazia dez minutos que Blue encontrava-se em uma sala estranha.
Haviam prédios saindo das distantes paredes assim como do teto e do chão.
Blue estava em um palanque no meio da sala com Zero, Um, o warforged rei e a warforged rainha daquele país.
Após dez minutos energizando o lugar, o chão, teto e paredes começam a brilhar e uma leve névoa cobre, dando a impressão de os prédios serem infinitos.
É difícil de conceber a ideia de que este lugar esteja dentro de uma sala em um castelo, mesmo que ele seja enorme…

"Muito bem, podemos começar."
O rei fala para um warforged vestido como um sacerdote que começa a recitar encantos mágicos… talvez mágicos não seja a palavra adequada, vendo que Zero disse que warforgeds eram incapazes de usar magia neste mundo… seria isso uma oração para algum deus? Ou seria realmente magia latente presente no ambiente energizado por Blue?

Com isso, o rei olha para a multidão de warforgeds aparentemente nobres, e fala:
"Por 500 anos, este mundo perdeu suas almas. Por 500 anos, este mundo perdeu sua cultura verdadeira. Por 500 anos, perdemos nossos criadores e tivemos que dar nosso melhor para preservar seus costumes. Mas agora, nosso esforço acabou! E ele não foi em vão! Hoje! Ýyærr recupera seus humanóides! Hoje! Ýyærr invocará humanóides heróicos e valentes de todo o vasto universo para povoar nosso mundo, evoluir nossa cultura e mantê-la viva até o fim dos tempos!"

E com um grito…

"VIVA OS HUMANÓIDES!"

O brilho presente na sala torna-se cegante…
E então…

O brilho cessa e cerca de 40 humanóides das mais diversas raças olham entre si confusos.

Blue olha para o rei, e sua expressão é de maravilhado e aliviado.

"O sistema de invocação… funcionou…"

Ao se recompor, o rei dá suas primeiras palavras aos recém invocados humanóides.

"Bem vindos à Arthmir! Novos habitantes!"

"Cadê!? Cadê a carroça!?"
Uma lizardfolk em desespero olha para os lados rapidamente.

"Uma carroça! Ia me atropelar! Eu morri!? Esse é o pós vida!? Eu tô no céu ou no inferno!?"

"Acalme-se, Lizardfolk. Você não está morta… Vocês estão aqui para repopular este mundo."

"Opa! Repopulação!? Agora sim estão falando minha língua!"
Um kobold exclama de forma animada enquanto agarra a área da cintura de sua túnica.

Todos olham incrédulos.


Castelo real de Ýyærr/Sala de reunião; Alguns minutos após a ativação do sistema de invocação

"O sistema não funcionou como esperávamos…"
Fala o rei com as mãos na cabeça.
"A maioria parece saber lutar, pelas roupas que usam…"
Um fala um pouco ansioso.
"Mesmo que eles sejam inexperientes, não é nada que um pouco de treino não resolva…"
Frédéric, um warforged de barba e cabelos brancos fala.
"É, tem razão, não temos escolha a não ser treinar esse povo para prepará-los para este mundo…"


Área residencial nobre/proximidades do castelo real de Ýyærr; 11:30 da manhã

Após a organização dos invocados em esquadrões, os mesmos escolhem suas casas em uma área residencial nobre próxima ao castelo.

A lizardfolk chamada Maiken procura por uma casa próxima a uma árvore grande.
Seu passado em seu mundo original consistia em vagar o tempo todo, então ela desacostumou a ficar em uma residência única e uma árvore, na sua visão, lhe daria um pouco do gosto de vagar pela natureza novamente.
Ao chegar em sua possível nova casa. Maiken percebe uma meio elfa de pele parda e cabelos ondulados volumosos parando junto dela em frente a casa

"Ah, você quer essa casa?"
A meio elfa pergunta.
"Ah, sim… eu gosto de estar próxima à natureza, então uma casa perto de uma grande árvore seria o ideal…"
"Beleza, pode ficar com essa, eu procuro outra."
Ah, hm, valeu! E… qual o seu nome?"
"Charlotte Vuillermoz."
Após suas apresentações, ambas seguem seus caminhos. Maiken entrando em sua nova casa e Charlotte a procura de uma, o que a leva a ter seu caminho cruzado com Bohdi, um kobold marrom.

"Ah, você é o cara que pôs fogo na cozinha, né?"
"Foi sem querer! Eu juro!"
"Bom, não é como se eu pudesse julgar, não sei como você cozinhava no seu mundo, tendo em vista que todos nós fomos abduzidos pra cá…"

Um leve silêncio se instaura entre os dois e Charlotte dá uma leve risada, aparentemente ela estava pensando em algo engraçado.

"Mas ei, eu acho melhor você ficar nessa casa perto do castelo. Caso você bote fogo na cozinha de novo, vai poder pedir ajuda mais rápido."
"Ah, sim, valeu!"
"Nada, eu vou ficar na casa ao lado. Última coisa que quero é um incêndio se espalhando pela vizinhança…"

Em meio a isso, Talion, o elfo, pega uma casa isolada da vizinhança e entra sem olhar nos olhos de ninguém.

O tempo passa e Zero e Um vão até a casa de Maiken.



“Ah, Um e Zero…”
A lizardfolk exclama.
“E aí. Vai querer conhecer a cidade capital agora?”
Zero fala e um estalo ocorre na mente de Maiken;
Ainda no castelo, após apagarem o fogo acidental que Bohdi colocou na cozinha, Maiken decidiu que iria explorar a cidade e conhecer o ambiente daquele novo mundo dominado por warforgeds.
Zero diz que antes eles deveriam escolher uma casa na vizinhança nobre, que seria sua residência.
E com isso escolhido agora, Zero e Um foram até a lizardfolk para guiá-la em um tour pela cidade.

“Opa! agora sim, conhecer a cidade!”
Maiken dá um leve impulso para a frente enquanto acelera o passo.
Ela não pode conter seu instinto de aventura.

“Epa, epa, pera aí, mocinha!”
Um coloca a mão na frente de Maiken fazendo bico.
“Antes disso, precisamos chamar o resto do seu esquadrão.”

Outro estalo;
Zero havia explicado que quando quisessem conhecer a cidade, todos deveriam ir juntos, pois o protocolo de responsabilidade indica que os warforgeds responsáveis pelos esquadrões devem estar com todo o esquadrão próximo a eles para evitar de se perderem ou entrarem em qualquer problema ou conflito.

“Ah, sim, entendo… bom, eu vi todas as casas que o pessoal do esquadrão escolheu. Podemos ir lá facilmente.”
“Oh, isso facilita meu trabalho.”
Zero deixa um leve sorriso formar-se em seu rosto enquanto prepara-se para ir até a casa que Maiken irá guiá-los.

Maiken decidiu optar pela casa mais isolada primeiro, Talion, um elfo de cabelos brancos e olhos dourados, não havia falado com ninguém do esquadrão até agora e parecia bastante irritado e deslocado.

“Não se preocupem, eu vou contagiá-lo com minha animação, vocês vão ver!”
Um fala sorrindo enquanto bate incessantemente na porta de Talion.
“Ei! Ei! Ei! Vem cá, vamos conhecer a cidade todos juntos! Vai ser legal!”

Talion abre a porta e encara de forma julgadora o Warforged.
“Olá! Vamos conhecer a cidade?”
“Você se considera um ser vivo, máquina?”
Talion pergunta em tom ameaçador, deixando Um sem palavras por um instante e logo depois, com uma expressão um tanto triste, mas sem deixar seu sorriso apagar-se.
Zero, vendo o estado de um, toma a dianteira da conversa e põe sua mão na porta a qual Talion ia fechar.
Ela o encarou no fundo de seus olhos com visível raiva.
“Não. Não nos consideramos seres vivos, agora, vem logo conhecer a porra da cidade.”
“Eu não obedeço máqui-”
“Eu estou cagando para o que você quer obedecer. Vem logo.”
Ela tenta puxá-lo para fora da casa pela gola, mas Talion utiliza sua técnica de monge das sombras para desaparecer na casa totalmente escura. Aparentemente, ele não acendeu as velas da casa, deixando seu interior totalmente afundado na escuridão.

Zero suspira;
“Bom, aparentemente o elfo tá fazendo birra. Não podemos sair pra ver a cidade sem ele, então, se quiser dar uma forcinha, Maiken…”
“Relaxa, eu vou lá…”

Maiken vai entrando na casa à medida que vai abrindo as janelas para não precisar acender as velas.
Após abrir tudo, sobrou apenas um quarto de porta fechada, ele provavelmente está ali.
Maiken vai em direção a porta, até que ela se abre aos poucos, mostrando Talion com um olhar de culpa.

“Me desculpe, Maiken… Eu não queria deixar você sozinha com aquela… coisa…”
Aparentemente, Talion não gosta nem um pouco dos Warforgeds… Seria algo em seu mundo original?
“Err… tudo bem… relaxa… só… vamos logo conhecer a cidade, tá? Zero disse que precisa de todos nós juntos para conhecê-la.”
Talion para pensativo. Ele não quer se expor para um mundo cheio de máquinas, mas, aparentemente, é sua única escolha.

A próxima casa é a de Bohdi.
“Oh! Claro! adoraria conhecer a cidade! Vai ser divertido, eu imagino. Conhecer o mundo novo em que irei viver e as pessoas que irei conviver… Vamos, vamos!”
A animação dele é maior do que imaginaram que seria.

Por fim, o grupo vai até o castelo real para chamar Blue.
Blue estava caminhando pelo castelo, o qual era sua casa nova. Diferente dos humanóides invocados, Blue era visto como o progenitor dos warforgeds modernos, logo, ele é visto como uma espécie de nobre algo no mesmo patamar dos humanóides, ou até mesmo um pouco mais importante.
Talvez vejam ele como um possível backup para caso tudo dê errado? Talvez…

Blue de início não deseja ir, mas como sua reintrodução ao mundo tornou-se responsabilidade de Zero e Um, eles não o deram escolha.

E então… Todos passam a caminhar pela cidade.

Após passarem pela feira de comidas da cidade, todos chegam à uma praça com os mais diversos jogos e comércios.
Todos, menos Talion, que está observando aparentemente crianças, se animam para jogar cartas com alguns warforgeds.

Os jogos de cartas e tabuleiros são tradicionais em todos os mundos de onde o grupo veio, então, as regras não são estranhas a eles, mas mesmo assim…
“Bora, Talion! Vem jogar também!”
Bohdi chama o elfo para se juntar a partida.
“Eu… não conheço esses jogos… não são comuns no meu mundo.”
“Como assim você não conhece Pôquer!?”
“Eu… apenas não conheço… vai me ensinar a jogar por acaso?”
“Ah mas eu vou sim!”
“Ah…”
O plano de auto isolamento de Talion fracassou miseravelmente.

O tempo passa e a vencedora do jogo é Maiken.
Bohdi a parabeniza;
Talion permanece em silêncio;
Blue sugere um ‘toca aqui’ para Maiken, que o devolve;
Um a parabeniza de forma histérica;
E Zero ri da situação, aparentemente ela está se divertindo.
Até que…

“AAARGH! UM LADRÃO!"
Uma mulher grita enquanto um homem tenta roubar sua bolsa.
Após alguns segundos, o ladrão consegue fugir.

“O que estão fazendo!? Vamos atrás dele!”
Zero fala enquanto corre na mesma direção do bandido.
“Qualé! Eu achei que uma sociedade robôs já teria acabado com a criminalidade ou coisa assim, sei lá!”
“Não seja ingênuo, corrupção é inerente aos humanóides e replicamos os humanóides!”
Zero e Bohdi discutem enquanto correm.
Após poucos minutos de corrida, o grupo intercepta o ladrão, que sorri.
E então…
“Maiken! Cuidado!”
Maiken é quase acertada por uma adaga jogada por um aparente capanga do meliante que surge da multidão, mas é salva por Zero, que a empurra para fora do alcance da lâmina, que por sua vez, acertou seu ombro, deixando um sangue branco e brilhoso sair de seu corpo, semelhante à seiva de uma planta.

E assim, têm-se início ao combate com o bandido e seus dois capangas.

O primeiro a agir é o chefe, que vai em direção à Bohdi que é o mais próximo dele após Zero sair de sua posição para proteger a lizardfolk.

O bandido tenta dar uma facada no abdômen de Bohdi, aparentemente ele está lutando para matar.
Bohdi desvia como se estivesse dançando e ridicularizando o ladrão.
O ladrão logo em seguida muda o alvo para Talion, que vem chegando com sua lança.

O ladrão soca a parte da lança próxima a ponta que não é segurada por Talion, que, por conta disso, desequilibra por um instante, mas antes que o ladrão possa reagir, puxa a lança e tenta acertar o rosto do ladrão, que desvia por pouco, se ferindo um pouco.

Mas, o que Talion vê, o horroriza.

O sangue do ladrão, não era branco ou brilhante…
Era vermelho e viscoso…
Como sangue humanóide…

Em meio ao horror de Talion, o bandido sorri e faz um sinal de silêncio, colocando seu dedo na frente se seus lábios alegres…

“Ele… sangrou…”

A luta continua.

Bohdi continua desviando e dançando dos capangas aguardando por alguma brecha, até que um dos ladrões pisa em falso, permitindo o Kobold atacar seu pé fazendo-o desequilibrar e cair, mas logo em seguida, o outro capanga ataca, apenas para ser desviado na dança contínua de Bohdi, que não permitiu brechas em nenhum momento.

Logo em seguida, Maiken puxa sua rapieira e acerta o segundo capanga que ainda continua em pé.

Ele não estava esperando este ataque pelas costas e caiu desnorteado.

O primeiro capanga está prestes a levantar até a chegada de Blue, que com seu bastão fala em tom alto.
“Desculpe meu filho!”
E o acerta na cabeça, nocauteando-o.

Em meio a isso, Talion está paralizado e prestes a ser atacado pelo ladrão líder da gangue.

“Talion! Acorda!”

Bohdi grita e vai até sua direção.

O ataque com adaga do ladrão irá acertá-lo, Bohdi não chegará a tempo.

Até que, Zero, que estva sem agir até agora tentando estancar o sangramento, vendo o elfo prestes a ser atacado, chuta o ladrão, arremessando-o para longe e deixando-o desnorteado.

“Não… Ele sangrou… Ele sangrou…!”

“Uh… Sim, ele tá sangrando… aquela seiva…”
Bohdi fala confuso para Talion
“Não… Não…”
“Talion?”
Um fala preocupado.
“ELE SANGROU!”
Talion grita em alto e bom tom.
“ELE SANGROU COMO NÓS!”
Após o grito, Talion tenta correr, mas Maiken o impede, segurando-o.

O tempo passa e os guardas reais levam os meliantes…
Após o escândalo de Talion, o chefe dos bandidos debocha falando que eles iam substituir os warforgeds, então eles não sangram igual aos humanóides.

“Talion, ele não sangrou vermelho… todos viram o sangue branco… apenas você viu diferente…”
Um tenta tranquilizar Talion

“Não… eu sei o que eu vi… eu sei o que eu vi… eu não vou machucar alguém vivo…”
“Você não vai machucar ninguém vivo, Talion”
Um retruca.

“Você está me pedindo para ferir algo vivo!”
“Não estamos pedindo isso, porra! Estamos pedindo para você fazer seu trabalho de trazer a vida de volta para este mundo, caralho.”
Zero exclama em tom irritadiço. Sua relação com Talion já não era das melhores, agora, parece que ela irá piorar.
Talion faz uma expressão de julgamento para Zero, que franze ainda mais sua testa.
“Eu não tenho que obedecer uma máquina.”
Talion sai andando.
“Se sair pela cidade sozinho antes de terminarmos o protocolo, será caçado, e eu juro a você. Se você for caçado, eu não moveria um dedo para te ajudar, pois eu já vou ter avisado das consequências de suas ações.”
Talion respira fundo e dá meia volta e, ao passar novamente por Zero, fala.
“Você tem seus méritos, máquina, eu até te levaria a sério… se você respirasse.”
Zero dá uma respirada funda.
“É isso que você queria para me levar a sério? Se sim, vamos logo.”

O tempo passa, a cidade foi conhecida, e à noite, todos, menos Talion, estão se preparando para a festa de recepção aos humanóides no castelo.

Após alguns momentos, todos chegam e começam a interagir, menos Bohdi, que anda pelo castelo a procura de Zero. Aparentemente, as palavras de Talion o deixaram preocupado com a warforged e o incentivaram a procurá-la para ver se está tudo bem.

Ao chegar em um corredor que levava para as áreas subterrâneas do castelo, Bohdi escuta barulho de impacto em uma parede.
Seguindo os sons, Bohdi chega até uma câmara subterrânea onde encontra Zero socando incessantemente uma parede com toda a sua força.
Ele decide olhá-la de perto, mas sem interrompê-la, apenas estando lá para caso ela canse ou fique ferida.
E então…

Ao dar mais um soco na parede com seu braço esquerdo…
Pequenos raios elétricos percorrem o braço, que explode em diversos pedaços e jorra seu sangue robótico.

“Eu posso não ir para o pós vida no paraíso, nem no inferno, Talion… Mas você… você vai.. e os demônios farão questão de te arrastar pessoalmente… eu tenho certeza disso…”
Zero fala em tom choroso enquanto seu braço pinga seiva.

“Sabe… Você… tem sonhos…?”
Bohdi fala enquanto sai de seu esconderijo e se aproxima de Zero, completamente desestabilizada.

“Tsk! Claro que tenho sonhos…”
“E qual é…?”
“Eu… quero ser humana… este é o sonho do Um também…”
“Bom… sabe algo que conecta todos os humanóides? Sonhar.”
“...”
“Eu já visitei os sonhos de muitas pessoas. Alguns são mais esperançosos enquanto outros são mais tristes e melancólicos… Mas a questão é todos tem sonhos… e eu acho que isso te torna mais próxima de uma humana do que você pensa…”
“...”
Zero encara Bohdi ainda com um olhar choroso.
Ela não parece negar completamente nem aceitar completamente o que Bohdi diz, este conflito em sua mente apenas a permite encarar o Kobold em silêncio enquanto suas lágrimas aos poucos param.

“Bom… err… você… precisa de ajuda com seu braço…?”
“Ah, isso? não se preocupa… eu apenas preciso ver um médico e ele vai estar de volta no lugar…”
“Oh… certo, certo… menos mal…”
“Relaxe, eu não vou morrer por isso… pode subir e aproveitar a festa… Eu subirei em um instante…”
O kobold sorri e volta para a festa, onde encontra Um completamente bêbado.

“Heh, a festa é para nós ou para você?”
“Haah! ha! E aí meu bom!”
“Oi, oi… ei Um, eu tenho uma pergunta para você…”
“Diga, diga!”
“Vocês warforgeds tem pau?”
“Oxi! É claro que a gente tem!”
 
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