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"Não descarte uma ideia aparentemente ruim, pode ser apenas o efeito do spoiler."
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Entrevista com o GameDev Omar Zaldivar

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A existência virtual é mais como um "JOGO" de azar que sempre dá prêmios. Ronaldo Bento
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21 de Julho de 2015
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Este é um projeto de entrevista que busca homenagear os imprescindíveis parceiros dos desenvolvedores de games e outros. Um singelo tributo aos produtores de conteúdos. Boa leitura!
Entrevista com o GameDev Omar Zaldivar


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O Horror Amarelo é um jogo de suspense/horror lovecraftiano, desenvolvido por um único individuo, mas confesso que tenho minhas dúvidas se o mesmo não recebeu ajuda de “FORA” vindas do além. O jogo foi publicado no site Itch.io e recomendo fortemente o tópico do jogo para conhecer mais. No entanto, não me responsabilizo, pois segundo o escritor e romancistas do gênero de terror:

“A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o mais antigo e mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido“. H.P Lovecraft
Bento: Primeiramente gostaria de agradecer a você Omar Zaldivar por ter aceitado o convite. Como é de praxe gostaria de perguntar: – Quem é o desenvolvedor do game intitulado O Horror Amarelo?

Omar Zaldivar:
- Hora essa meu caro Professor a resposta é obvia... Sou o mensageiro daquele que dorme nas profundezas dos oceanos... estou preparando vocês para quando os astr...

-
NÃO, NÃO... CHEGA DISSO! Vamos responder da forma correta está bem?

- Mas, mas...

-
Isso aqui é uma coisa séria, então vai dar uma volta, vai sacrificar alguém, deixa que eu assumo...

- Tá bom... que cara chato...

- Olá professor, é um grande prazer estar aqui participando dessa entrevista com você, me sinto honrado pela oportunidade. Respondendo sua pergunta posso dizer que Omar Zaldivar é acima de tudo um entusiasta pelas obras criativas, sejam elas em forma de livros, filmes, jogos, desenhos entre muitas outras. Desde muito cedo eu tenho prazer em criar narrativas, mundos, histórias na minha própria cabeça, no papel e agora no mundo dos jogos digitais.

Sou formado em Publicidade e Propaganda e me pós graduei em Linguagens e Mídias Audiovisuais, atualmente exerço a profissão de Roteirista Audiovisual para uma grande instituição de ensino, no setor voltado para estudos e aplicações de tecnologias para educação e educação a distancia. Onde produzimos vídeos, quadrinhos, jogos digitais entre outros tipos de materiais. Embora sempre tenha sido amante dos games e ter brincado com RPG Maker desde muito tempo, foi apenas neste ano de 2020, no meio deste caos que estamos vivendo, que resolvi levar mais a sério e ver até onde consigo chegar dentro do universo do Desenvolvimento.

Bento: Bacana! Continuando... H.P Lovecraft especializou-se no gênero de terror. Suas obras demonstram um universo hostil ao homem e a indiferença às crenças e às atividades humanas. Ele é o autor de várias entidades fictícias anti-humanas. Quais obras você já leu e qual você indica para os moradores do Condado?

Omar Zaldivar:
- Nossa, falar das obras de Lovecraft é sempre um prazer para mim... Vamos lá... Uma das coisas que precisamos saber a respeito do autor como escritor é que ele só publicou um livro propriamente dito na vida, que se não me falha a memória, foi " As Sombras de Insmouth" , todo o resto de sua obra são contos que eram publicados em revistas Pulp da época. Os livros dele vieram post mortem do autor, graças aos amigos que ele teve em vida, que copilaram e organizaram seus contos e ampliaram seu universo, chegando até os dias de hoje. Como escritor HP Lovecraft foi um fracassado. Acredito que o mundo não estava pronto para seu trabalho na época.

- Sugira os contos... Sugiraaa...

-
Calma homem, já vou chegar lá, parece que nasceu de sete meses... Lovecraft escreveu bastante coisa e ele possui um cânone considerado básico de leitura... Chamado de Cthulhu, Nas Montanhas da Loucura, Horror de Dunwich entre alguns outros famosos... Para quem está começando a ler as obras dele eu recomendo começar por um conto curto e que mostra bastante como ele gosta de escrever, chama-se DAGON, é bem singular e rápido de ler, Sussurro na Escuridão ou Sussurro nas Trevas também é excelente, embora seja uma leitura mais longa, A Música de Eric Zahn ou apenas Eric Zahn, Ar Frio, A busca onírica por Kadath. São contos que não estão no panteão dos mais famosos, embora sejam conhecidos, mas são excelentes. Claro que é imprescindível ler os famosões que já citei.
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Bento: Quais jogos inspiraram O Horror Amarelo?

Omar Zaldivar:
- Uma séries de jogos de terror inspiraram O Horror Amarelo, alguns de maneiras mais diretas como por exemplo Call of Cthulhu: The Video Game e o Call of Cthulhu: The Dark Corners of the Earth, sendo este segundo um jogo mais antigo, lançado em 2005 e que apesar de estar tecnicamente ultrapassado ele consegue transmitir muito bem toda a atmosfera dos Mitos de Cthulhu, misturando elementos de ação, investigação e momentos de stealth. O Call of Cthulhu: The Video Game, tem um enredo muito bom, mas a gameplay dele deixou a desejar em muitos aspectos, o que foi uma pena. Amnesia e Soma da Frictional Game também podem ser chamados de fonte de inspiração, principalmente Amnesia por conta de sua ambientação sinistra, enredo perturbador e efeitos sonoros de te fazer chorar pela mamãezinha se por ventura você resolver jogar a noite, levando em conta sua época é claro, pois Outlast elevou o nível de terror e perturbação, mas ainda prefiro mais toda a atmosfera de Amnesia. E também houve uma série de joguinhos de terror em RPG Maker e Wolf RPG que terminaram por influenciar O Horror Amarelo na forma como ele se desenvolve.

Bento: Quais as principais dificuldades encontradas para desenvolvimento da Demo do game? Quando teremos o jogo finalizado?

Omar Zaldivar:
- As noites de loucura são parcialmente cruéis... mas tudo passa depois que meus mestres sussurram seus ensina...

-
Não, Não... Sai... Sai...

- Eii! Seu mal educado... espera

-
Então, dificuldades, acho que todas aquelas que um DEV solo enfrenta, chega a determinados momentos que você encontra os limites de suas habilidades atuais, ou o cansaço pelo longo caminho percorrido. São nesses pontos onde o criador tem que respirar fundo e se perguntar o que diabos está fazendo e se vale a pena, a depender de suas respostas você saberá se vai ou não seguir em frente... Se depender de mim o jogo vai sair, enfrento vários problemas, pois quero fazer coisas que não domino muitas vezes e simplesmente não consigo, mas acabo sempre dando um jeito e contornando, simplificando o sistema, ou reavaliando a necessidade de ser daquele jeito. Porém o mais provável que o cansaço seja um dos principais adversários do DEV solo, chega um momento da jornada que o projeto te cansa, você está exausto e saturado dele, mais uma vez é aquele momento no qual você para e reavalia seus objetivos, se ele ainda condizem com o que você sente realmente se respira fundo e segue em frente... Eu gosto de dizer uma frase de impacto que para muitos DEVs que estão começando por agora ficam meio chocados... “ Só existem dois momentos realmente bons, divertidos e revigorantes ao fazer um jogo”. Sua concepção onde tudo são flores e tudo é possível e o final dele, onde você finalmente entrega o projeto e se regozija em vê-lo completo e atuante, tudo que está entre esses dois extremos é uma montanha de emoções intensas, de raiva, alegria, frustração, desanimo... fazer jogos não é fácil e nunca será, ainda mais se você opta pelo SOLO DEV, o qual hoje em dia não recomendo por sinal.

Bento: Que mensagem você gostaria de passar para aqueles que querem desenvolver jogos no Brasil? Acha que está aumentando o número de desenvolvedores Independentes?

Omar Zaldivar: - LUTEM PELO SONHOS DE VOCÊS, POIS SÓ VOCÊS PODEM TRANSFORMÁ-LO EM REALIDADE.


- Essa é a mensagem que meu alter-ego e eu gostaríamos de deixar para os DEVs brasileiros, embora exista um crescimento contundente no nosso mercado os desafios são muito grandes. Ainda enfrentamos preconceitos por parte das pessoas que não compreendem como jogos podem ser relevantes, enfrentamos a falta de atenção do governo com nossa área de atuação, falta de melhores incentivos fiscais, internet decente entre outras coisas. O pior de tudo é que este meu discurso é o mesmo de anos atrás, por um lado eu fico muito feliz com o crescimento profissional que a área está alcançando porem a infraestrutura para que ela se amplie não acompanha, mas admitamos que está muito melhor do que em qualquer momento do passado, ser DEV no Brasil é internalizar que você terá muitas batalhas para lutar.

Bento: O que você está achando do evento BraveJam? Como está sendo participar da mesma?

Omar Zaldivar:
- Eu aprecio bastante esse tipo de evento, ele movimenta a comunidade e te gera portfólio, a BraveJam é um ótimo evento, foi uma bela iniciativa da Condado para alegrar o fim de ano.
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Bento: Quais seus projetos futuros? Pretende lançar outros jogos?

Omar Zaldivar:
- Estamos nos preparando para o ritual do alinhamento dos astr..pffffhuummmmfyymmmmm

- Apenas o ignore meu bom professor, ele definitivamente não está bem hoje..hehehe... respondendo sua pergunta sim, pretendo lançar outros jogos, inclusive um já está em seu inicio de desenvolvimento, com uma equipe pra lá de porreta mas que irei no momento manter em segredo, O Horror Amarelo terá uma sequencia também, que está em status de inicio de planejamento, pretendo lançar um serious game tratando da Síndrome de Burnout, um mal que vem assolando os profissionais dos dias atuais e especialmente os de saúde em 2020. E estou envolvido em outro projeto de terceiro, o qual não posso comentar ainda.

Bento: Quais jogos Indies você recomenda para os moradores do Condado?

Omar Zaldivar: -
Eu Recomendo O Horror Amarelo... brincadeira... não, sério recomendo mesmo O Horror Amarelo, junto com ele recomendo Arquivos Ocultos do nosso querido Richard ou Ricky o Bardo, recomendo o jogo brasileiro Árida, muito bom o game, da Aoca Game Lab, desenvolvedora baiana, Lenin the Lion é outro jogo muito legal, feito em RPG Maker MV inclusive, tá pra ganhar uma versão para Switch, Project Zomboid, em minha opinião o melhor jogo de apocalipse zumbi que existe, ainda em desenvolvimento, mas nossa! É muito bom. Recomendo também a série de jogos Plataformas/Puzzle Trine, são três jogos, o terceiro é um pouco mais ou menos comparados aos dois primeiros, mas o conjunto da obra é magnifico, Mr Bree, um jogo no estilo insano de Super Meat Boy e nacional. Jogos Indies existem as toneladas, sugiro a galera dar uma olhadinha na Steam, não falta jóias preciosas.

Arquivos Ocultos: O Desaparecimento de Julia Hill do autor @Ricky O Bardo

Bento: Sempre faço essa pergunta aos meus entrevistados. Como professor, jogador e aspirante a desenvolvedor, eu acredito que os Games podem ser usados como ferramentas educacionais, especialmente em metodologias relacionadas à tecnologia da informação, como um grande apoio para a aprendizagem. Acredita que isso seja possível? Jogou algum game educacional? Já pensou em desenvolver algum jogo com temática educacional?

Omar Zaldivar: -
Eu joguei muitos jogos educacionais, principalmente no trabalho, geralmente muitos dos jogos foram roteirizados por mim, mas fora do trabalho eu também joguei alguns títulos legais feitos por uma galera da Universidade Estadual da Bahia, e volta ou outra eles soltam títulos com uma pegada educativa, joguei um Tower Defense cuja a temática era a Independência da Bahia, um simulador de fazenda no período do Brasil Colonial, jogo de ação e aventura na Revolução Francesa, eles possuem propostas legais de projetos, sempre saem coisas diferentes. O próprio Árida possui uma linha educacional muito bem apresentada e que se encaixa perfeitamente com a proposta do game que acompanha a jornada de uma menina em busca do pais no meio do sertão do nordeste no período da Guerra de Canudos, muito bem apresentado, contextualizado, a equipe pesquisou a fundo, viajou para as localidades onde se passa o jogo. Eu sempre defendi e defendo o jogo digital, analógico como uma poderosa ferramenta de ensino, se for bem trabalhado, bem implementado você tem um leque muito grande para estreitar os laços com os alunos e facilitar que o mesmo possa absorver conteúdos mais complicados. Por mais jogos educacionais de qualidade. E respondendo a segunda pergunta, se já pensei em desenvolver um jogo educacional, lhe digo que já pensei e que irei em breve, se tudo der certo, pois a proposta do Projeto Burnout é ser um game divertido, informativo e educacional.

Bento: Gostei muito do seu depoimento... Muito enriquecedor! Agradeço muito pela oportunidade e deixo em aberto para considerações finais ou mesmo um recado ou conselho que gostaria de passar adiante?

Omar Zaldivar: -
Primeiramente eu gostaria de agradecer muito pela oportunidade de conceder esta entrevista, foi muito gostoso responder as perguntas, brincar nas respostas, acho que a sua iniciativa Professor, louvável. Agradeço a Condado Braveheart por manter este espaço de diálogo aberto para que as pessoas possam se conhecer umas as outras, aprender alguma coisa, tirar alguma lição em uma comunidade como a nossa que está crescendo, se apoiar e ajudar é muito importante. Gostaria de agradecer ao pessoal do grupo do Café Gamer os Coffelanders e ao pessoal do querido Toca do Dragão, sempre tão querido e tão presente. E gostaria de dizer a todos aqueles que estão começando a carreira nesse mundo Dev, mesmo que seja apenas por diversão, não perca tempo, não invente desculpas, não se auto sabote, se tu quer fazer um jogo, sente e produza, ficar no mundos das ideias não irá fazer com que o teu game se materialize na sua frente, é um processo cansativo e desgastante mas com uma recompensa muito grande no final da jornada, não tenham medo e não desistam dos projetos, no fim só depende de vocês se moverem para que as coisas aconteçam. Mais uma vez obrigado Professor e nos vemos por aí...

- Ele já foi? Olá... tem alguém aí? Ninguém? MARAVILHA!!! POIS MUITO BEM TOLA HUMANIDADE, SE PREPAREM PARA O QUE ESTA POR VIR, PREPAREM-SE PARA O DESPERTAR DAQUELE QUE DORME NAS PROFUNDEZAS DO OCEANO, POIS ELE VIRÁ, ELE DESPERTARÁ, QUANDO OS ASTROS SE ALINHAREM O MEU MESTRE IRÁ ESPALHAR O MEDO E A OUC...HUMMMMMMFANNNNAFADAFJFDSKFASDDDSDADFE

-
Já chega disso se pateta, vamos embora...

- Mas e a profecia...? E A PROFECCIIAAAAAAAAAAAAAAA!!!!????

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Agradeço muito pela entrevista e recomendo fortemente o jogo O Horror Amarelo.
 
Última edição:
Mais uma bela entrevista ... Como eu suspeitava... ele de fato é um cultista...
Vou preparar um elder sign aqui...

Aproveitando o espaço gostaria de perguntar para @Omar Zaldivar :

1) Você já jogou Algum jogo da linha Arkham horror?
2) Conhece o RPG chamado Cult? Se sim, já jogou?
3) Já jogou Inomine (RPG)?

No mais, parabéns ...
 
Mais uma entrevista b sucedida! Parabéns @BENTO por sempre fazer um trabalho tão bacana e bem engajado com os DEVS aqui do Condado. E parabéns ao Nobre @Omar Zaldivar que encanta a gente com seu belo jogo cheio de horror é loucura! Agradeço humildemente a menção ao Arquivos Ocultos e recomendo Fortemente ao pessoal que jogue Horror Amarelo! parabéns pessoal uma entrevista muito bacana!
 
Mais uma bela entrevista ... Como eu suspeitava... ele de fato é um cultista...
Vou preparar um elder sign aqui...

Aproveitando o espaço gostaria de perguntar para @Omar Zaldivar :

1) Você já jogou Algum jogo da linha Arkham horror?
2) Conhece o RPG chamado Cult? Se sim, já jogou?
3) Já jogou Inomine (RPG)?

No mais, parabéns ...

Resposta 1:
Então, eu conheço so jogos da série Arkham Horror, inclusive eu tenho o Eldricht Horror aqui em casa, gosto muito.

Reposta 2 e 3:
Sim conheço Cult mas nunca joguei. vale o mesmo para Inomine, conheço mas nunca joguei.
 
Foi incrível entrevistar o amigo @Omar Zaldivar muito bacana seu trabalho... Valeu!

"O oceano é mais antigo do que as montanhas e está cheio com recordações e sonhos do tempo." H.P. Lovecraft
 
- O prazer é todo meu professor...

- Todo nosso você quis dizer...

- Você e eu somos a mesma pessoa, deixe de inventar moda...

- hunf...
 
Grande Omar! Um ser deveras misterioso! Desde que chegou no Condado, com aquele primeiro texto de apresentação, eu já sabia que iria gostar de ti! Te vejo de uma forma tão particular que consigo te imaginar como um NPC em qualquer jogo que eu pense em criar e não descarte a possibilidade de realmente isso acontecer.

Bela entrevista, professor!!
 
Grande Omar! Um ser deveras misterioso! Desde que chegou no Condado, com aquele primeiro texto de apresentação, eu já sabia que iria gostar de ti! Te vejo de uma forma tão particular que consigo te imaginar como um NPC em qualquer jogo que eu pense em criar e não descarte a possibilidade de realmente isso acontecer.
- Muito honrado por isso me caro irmão de insanidade, acredito que tudo seja um plano dos meus grandes mestres para o momento que o mundo mergulhar em loucura, nós possamos unidos, guiar as pobres almas em desespero para o encontro com a libertação final!!!!
 
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