A existência virtual é mais como um "JOGO" de azar que sempre dá prêmios. Ronaldo Bento
Este é um projeto de entrevista que busca homenagear os imprescindíveis parceiros dos desenvolvedores de games e outros. Um singelo tributo aos produtores de conteúdos. Boa leitura!
Oi, eu sou o Goku! Não sei... Não sei dar entrevista...
Acabou tornando-se uma palestra!
Acabou tornando-se uma palestra!
Continuando com a entrevista com o galante, professor, GameDev e Redator da Staff do Condado Braveheart: Caio Varalta... Só falta o cara ser BONITÃO?
Já ouvi muito o bordão - "Queria ter um filho assim!" Mas no caso do Caio fiquei com inveja dos pais Gamers dele.
Bento: O que você acha que é o mais importante para um Game Dev fazer excelentes jogos?
Caio Varalta: Hm... Persistência, eu acredito.
Nenhuma subdivisão do Game Dev é “fácil”, “simples”. Leva-se tempo para crescer em cada aspecto.
E um bom jogo precisa de maturidade: maturidade de pensamentos, análise, produção e muitos erros.
Os jogos que alcançam sucesso na área geralmente são os que persistem. Os jogos excelentes que encontramos na comunidade são aqueles que passaram por um longo processo de pensamento. Muito suor caiu em cima desses projetos.
Bento: Bacana! Que mensagem você gostaria de passar para aqueles que querem desenvolver jogos no Brasil?
Caio Varalta: Que nós, felizmente, temos muitas comunidades que apoiam isso no Brasil, como o Condado Braveheart.
Que temos muitas ferramentas que facilitam o desenvolvimento de projetos.
Que em 2020, o mercado cresceu como nunca. E que o nosso país não está congelado no processo.
Que é divertido, recompensador, envolve aprendizados absurdos (você já leu a matéria de capa da Make the Game 26?), e se você amadurecer no processo pode fazer a coisa virar seu ganha pão.
Recomendo que entrem nessa jornada sabendo que é um caminho sem volta. E que vocês vão amar.
Caso já tenham entrado, vale a lembrança! Fazer jogos é tudo de bom, ainda mais quando se faz com o coração. =)
Bento: Coração! Lembrei desse:
Bento: Quais jogos Indies ou não, que você recomenda para os moradores do Condado?
Caio Varalta: Uia, tenho uns projetos curiosos na manga aqui.
Caso você seja um casual gamer, qualquer obra do Cronus vai te divertir bastante, mas eu pessoalmente sou apaixonado pelo jogo Umbri and the King of Illusions. É um jogo muito bem feito, polido e tem mecânicas divertidíssimas. Ótimo para fazer speedruns.
Qualquer projeto do @Omar Zaldivar está esperando para te contar várias histórias curiosas. Mas recentemente me diverti bastante com o jogo Contos Medievais. É um projeto de aventura que traz todo o ar de nostalgia e 'classicismo', mas que tem uma proposta bem original. Não vou dar spoilers!
Bento: Cara esse eu não conhecia... Vai para lista @Omar Zaldivar
A minha terceira recomendação é a série Orca, do Matt RvdR. Em especial A maldição de Barbatantes. Esse é um exemplo de jogo que apresenta muita persistência e suor refinado na produção. O jogo tem bastantes surpresas, é muito bonito, original e tem uma história maravilhosa (e engraçada).
A recomendação fora do universo indie e atual é Zelda: Breath of the Wild. Por algum motivo, a Nintendo parece ter uma fórmula secreta de Game Design (tão secreta quanto o Hambúrger de Siri do Bob Esponja), e ela não tem medo de usar essa fórmula!
Esse Zelda traz um frescor a muitas áreas: visual, musical, level design, roteiro etc. e acho que ele é um projeto modelo para todo tipo de desenvolvedor. Recomendo aos devs curiosos darem uma olhada na internet com conteúdos educativos sobre o jogo.
Bento: Existe alguém que você considera muito nesse “Mundo Dev”? Pode citar quantas pessoas quiser.
Caio Varalta: Os meus melhores amigos e amigas do mundo dev se encontram aqui nesta comunidade. Desde que entrei em 2015, a esmagadora maioria dos staffers acabaram se tornando pessoas que eu respeito e gosto muito. Sempre gentis, acolhedores e irmãs/irmãos. Assim como boa parte dos membros que participam ativamente do Condado.
Tem uma pessoa em especial da equipe que estava desde quando entrei a primeira vez, que me puxou na volta deste ano e que se rendeu ao poder das mortadelas recentemente: Jully Anne.
Não consigo ver a Make the Game sem a Ju. Justamente porque, quando comecei, a Ju era a chefe master, enquanto a Nine, Kiro e eu éramos os estagiários dela. Foi uma experiência muito marcante e aconteceu num momento muito bacana da minha jornada nesse meio.
Eu não sei se ela já desenvolveu algum jogo, mas certamente contribuiu (e contribui ainda) absurdamente com o Condado e com a Make the Game. Fico feliz em ver o crescimento da Ju como pessoa e como atual administradora do Condado Braveheart.
Outra pessoa que é referência para mim é o Zaggojhon. Ele foi o primeiro sonoplasta -- o único, na verdade -- que vi levar uma vida “maker” (nas comunidades) dedicada à música. Ele foi o modelo dentro das comunidades que eu tive para, há tempos atrás, ponderar e também escolher o Som como área de foco.
Apesar de não prosear muito com o Zaggo, sou muito grato pelo trabalho que ele fez/faz dentro das comunidades makers. Foi uma ótima influência para mim!
Por fim, eu gostaria de comentar sobre um jovem professor que tem feito um trabalho mais bonito que o outro para o Condado e para a comunidade indie de jogos no Brasil.
E esse cara é você, Bento. Quando a pandemia aconteceu, você acabou se dedicando por inteiro para catalogar projetos, criar matérias, escrever livros e agregar com todo o tipo de conhecimento nessa área para a gente.
Acho que você tem um background que poucos membros tem, e não tem medo de usá-lo. Por isso, espero que continue na sua jornada em prol da popularização do conhecimento gamer à todos.
É um trabalho muito bonito, que merece destaque sempre. Quem te conhece de perto, sabe o quão dedicado você é! Tenho a honra de acompanhar sua jornada e crescimento de pertinho. =)
Enfim, deixo uma menção honrosa aos maravilhosos desenvolvedores que citei anteriormente e à querida equipe da Staff. Eu tenho grande carinho por muitos daqui, tenho vontade de escrever sobre todas as inspirações e amigos/irmãs/brothers que tenho na comunidade, mas isso certamente daria um livro à parte. Vocês são demais!
Acabei falando de você e da Jully porque realmente me deram um UP assim que eu voltei à comunidade, e ao Zaggo por ser a referência mais próxima da comunidade no caminho que hoje escolhi trilhar. São três pessoas muito inspiradoras. =)
Bento: Idem! Vamos continuar... Sempre faço essa pergunta aos meus entrevistados. Como professor, jogador e aspirante a desenvolvedor, acredito que os Games podem ser usados como ferramentas educacionais, especialmente em metodologias relacionadas à tecnologia da informação, como um grande apoio para a aprendizagem. Acredita que isso seja possível? Jogou algum game educacional? Já pensou em desenvolver algum jogo com temática educacional?
Caio Varalta: Como colega de trabalho seu, de hobbie e de escrita, com certeza, professor!
E para você que está lendo essa mensagem, quero avisar de novo que Bento, Gabriel e eu escrevemos uma matéria curiosa sobre Jogos e Aprendizados na edição 26 da Make the Game! Corre lá para ver!
Quando trabalhei lecionando, Bento, passei dois anos ensinando programação a crianças e adolescentes através da ferramenta Tynker (que é basicamente o Scratch).
Em uma das feiras de apresentação da escola, os alunos criaram biomas interativos -- com fauna, flora, personagens e cenário --, e utilizaram esses “minijogos interativos” para explicar as características dos biomas e a diferença entre eles. Foi muito mágico!
Momentos como estes mostraram que estamos em uma era bem diferente de 20 anos atrás, e que a tecnologia e os games tem MUITO a agregar à educação.
Os jogos estão literalmente por todas as partes. Um dos tópicos em alta na educação hoje é justamente sobre a Gamificação de aulas e projetos.
Se você perguntar para o pessoal daqui do fórum, muitos dirão que aprenderam inglês através dos jogos.
Estou mentindo? xP
Muitos jogos aproveitam a oportunidade para expor seus jogadores à reflexões históricas, discussões e sensações. Eu visualizo jogos como Journey, Detroit: Become Human e Age of Empires/Mythology bons exemplos disso.
Quais tipos de aprendizados podemos tirar de cada um destes jogos? Quais tipos de discussões eles fomentam? Como poderíamos utilizar deles para ensinar certos conceitos em sala de aula?
Video games são uma realidade alternativa. Se nós aprendemos ao entrar em contato com nossa realidade, com nosso espaço, o que nos impede de aprender ao jogar um jogo que simula essa realidade?
Mentalmente e psicologicamente estamos em direta conexão com esses espaços digitais.
Por estes e vários outros motivos, estou com você, professor!
Já joguei o Yuri Yuri: Perfect Math e o Guardiões da Natureza. São os dois jogos mais próximos de referência dentro da comunidade com a temática. Espero poder participar de produções com este cunho no futuro, sim.
Bento: Agradeço muito pela oportunidade de entrevistá-lo meu caro colega e deixo em aberto para considerações finais ou mesmo um jabá, recado ou conselho que gostaria de passar adiante?
Caio Varalta: Bento, eu que agradeço por essa maravilhosa oportunidade! Fico feliz em conversar com você e com todos os leitores. Espero que essa conversa gostosa tenha sido agregadora de alguma forma para alguém. Também espero que o limite de caracteres não passe do limite no tópico... kkkkkk.
O conselho que eu gostaria de deixar é batido, mas é verdade: sozinho a gente vai rápido, mas acompanhado a gente vai longe. Busquem amigos, desenvolvedoras, busquem parcerias, façam conexões!
Quem quiser conhecer um pouco do meu trabalho como músico e sound designer, pode entrar no meu soundcloud: soundcloud.com/caiovaralta e também pode me seguir no instagram, @caiovaralta.
Para terminar, quero deixar o meu vídeo mais recente de Sound Design:
É isso. Até mais, Bento. E obrigado, amigo! Boa sorte nas próximas entrevistas, esse projeto é dez.
Valeu, pessoal! =)
Agradeço muito pela entrevista e recomendo fortemente a revista Make The Game edição Nª 26
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