A existência virtual é mais como um "JOGO" de azar que sempre dá prêmios. Ronaldo Bento
Este é um projeto de entrevista que busca homenagear os imprescindíveis parceiros dos desenvolvedores de games e outros. Um singelo tributo aos produtores de conteúdos. Boa leitura!
Entrevisto um ex-professor e amigo* que não está ligado diretamente ao desenvolvimento de games. Todavia curte jogos com temática retro.
*Sim! Já trabalhamos em projetos sociais numa ONG em Suzano-SP
“Ter uma ideia todo mundo tem. Porém, colocá-la em prática é mais difícil do que parece”. — Visitei meu amigo professor Bento e fui abordado com perguntas para essa entrevista.
Bento: Agradeço muito por aceitar o convite e compartilha sua experiência conosco. Por favor, conte-nos quem é o jogador e colecionador de games das antigas?
Sandro Rocha: Valeu novamente por pensar em minha humilde pessoa para essa entrevista, já que não estou envolvido no desenvolvimento de jogos e também não sou ativo nas comunidades. Não utilizo nickname, sendo assim vamos continuar como Sandro mesmo. Posso dizer apenas que conheci o Bento nos Fliperamas e perdi muita ficha para ele no KOF 97 (risos). Depois ficamos amigos e jogamos muito jogos e formei em história, mas não é minha praia é muito complicado, mas trabalhamos juntos em uma ONG. Mas sai para fazer outras coisas. Hoje trabalho numa loja de games, mas com a pandemia está complicado manter o emprego. Acho que teremos que fechar infelizmente.
Bento: É verdade! O KoF 97 e 98 foram uma loucura com contras na época. Além disso, éramos rivais no Street Figter Zero 2. Mas chega de nostalgia. Em que circunstâncias você teve contato com um videogame pela primeira vez? Quando aconteceu?
Sandro Rocha: — Lembra que minha mãe me buscava nos fliperamas e que não gostava que andasse com você?
Bento: — Claro eu sou 5 anos mais velho, além disso, você sempre ficava me procurando para jogar... Acredito que ela pensava: — Esse cara é má companhia para meu garoto. Contudo, por favor, responda a pergunta meu amigo! (risos)
Sandro Rocha: Nossa faz tempo! Acho que foi com o Super Mario Bros 3 em algum clone do nintendino, mas minha memoria não remete em qual. Uma coisa tenho certeza, foi na casa do meu vizinho. Meu primeiro console foi o Mega Drive com o Sonic e depois não parei mais.
Bento: Como você vê a importância daquelas publicações do passado, como a Gamers, Super GamePower e Ação Games, dentre outras nos dias de hoje, quando a informação vem minuto a minuto?
Sandro Rocha: O mercado de revistas de videogame aqui no Brasil foi muito forte entre meados da década de 1990 até o começo dos anos 2000, quando a internet acabou assumindo o papel de principal fonte de notícias. Assistir a uma E3 ao vivo, por exemplo, era algo inimaginável naquela época. Nós dependíamos totalmente da cobertura feita pelas revistas para estar por dentro dos lançamentos e dicas de jogos. Sempre que eu folheio uma edição das revistas que você mencionou, consigo sentir todo o esforço e o carinho depositados naquelas páginas. Com muito menos recursos que hoje em dia, mas com um produto genuíno e muito autêntico, feito com paixão. Falando nisso, a revista do Condado é muito competente e não deve nada para as revistas mencionadas. Não leio tudo, porque não sou desenvolvedor, mas sei que possui qualidade em tudo.
Bento: Muito obrigado! Você se lembra de qual foi à primeira revista de videogame que você viu na vida? E você já tinha idade para comprar uma dessas por conta própria? Você prefere alguma empresa em particular?
Sandro Rocha: A primeira revista de videogame que eu tive foi a Ação Games Nº2, com Double Dragon na capa e um fundo que era uma imagem de TV super ampliada. Essa edição é de 1991 e eu tinha apenas 6 anos na época. Toda essa fase de Ação Games, Super Game, Videogame e Game Power, quem comprava as revistas era o meu pai, que também gostava muito de jogar, principalmente os jogos de MSX. Eu passei a assumir as despesas com revistas na época da Gamers e da Nintendo World, quando meu pai passou a ligar menos para jogos. Inclusive, devo a ele tanto a paixão por revistas, quanto por videogames, já que meu pai é um leitor inveterado e um super nerd das antigas. Sobre as minhas preferências, eu confesso que nunca tive um lado nessa história, justamente porque fui uma criança sortuda que teve NES, Master System, Mega Drive e Super Nintendo. Enquanto a galera se matava, eu pegava jogos emprestados de todas as plataformas. Além disso, sempre fui rato de fliperama. Mas sobre isso fica para nosso futuro projeto*.
*Sim! Estamos trabalhando num livro denominado Fliperamas de Boteco.
Bento: Como começou sua paixão por games Old School?
Sandro Rocha: Eu cresci jogando, acho que não posso negar que tive bastante influência do já mencionado pai e dos meus dois primos, frequentava a casa da minha tia e lá rolava de tudo (no bom sentido), além dos consoles, utilizávamos muito emuladores, principalmente os de Neo Geo, Mega Drive, SNES e Nintendo 64.
Ficávamos jogando e cuidando dos consoles. Passando um tempo percebi que tinha alguns consoles e ganhei outros e aprendi a consertar com meu tio que é eletricista. Hoje sou sócio da DC games. Vendemos e consertamos consoles e trabalhamos com retro games, que alias já foi uma locadora que o ilustre professor Bento trabalhou*.
*Sim é verdade! Relatei no livro: COMO ERA SER GAMER ANTES DO ADVENTODA INTERNET.
Venda de: Vídeo Games, Celulares, Informática e Eletrônicos. Manutenção de: Vídeo Games, computadores e Celulares. Localizada em Suzano -SP
Bento: Como professor, jogador e aspirante a desenvolvedor, acredito que os Games podem ser usados como ferramentas educacionais, especialmente em metodologias relacionadas à tecnologia da informação, como um grande apoio para a aprendizagem. Acredita que isso seja possível? Jogou algum game educacional? Já pensou em desenvolver algum jogo com temática educacional?
Sandro Rocha: Tudo é valido no intuito de promover a educação em nossa nação. Claro que testei seu jogo Yuru Yuri Perfect Math e parabéns pela matéria de capa da edição passada (no caso edição 26 — Jogos e Aprendizado: PERSPECTIVAS DE JOGADOR, DESENVOLVEDOR E EDUCADOR ), mas acho que todos os jogos possibilitam algum aprendizado. Não é verdade que muitos jogadores aprenderam o idioma Inglês por conta dos games?
Bento: Sim é verdade! @Ricky O Bardo o Host do melhor podcast da galáxia denominado Toca do Dragão menciona isso sempre. Agradeço muito pela oportunidade de entrevistá-lo e deixo em aberto para considerações finais ou mesmo um jabá, recado ou conselho que gostaria de passar adiante?
Sandro Rocha: Agradeço pela entrevista, já que até hoje fui entrevistado apenas para seleção de vagas de emprego (risos). Também agradeço pelo convite em participar do depoimento do seu 3º livro e peço para os desenvolvedores se inspirarem nos jogos clássicos e criar seus jogos com “pegada retro”. Muito Obrigado!