Nolan Hawk - Jornada para os Deuses
Havia uma lenda que era ouvida a várias e várias gerações nas planícies congeladas de Snolur. Nela, falava que se você seguisse na direção das maravilhosas luzes dançantes do céu, você daria de cara com os Deuses e se você carregasse uma boa oferenda, por sua coragem e determinação, eles lhe dariam o poder de fazer um desejo, e eles o iriam atender, seja ele qual for.
O jovem Karasus e seus amigos Abel, Bethy e Petrus cresceram escutando essas lendas no vilarejo dos homens gato. Então, certo dia, depois de terem se divertido, rolando na neve até cansarem, Karasus, que dentre os demais, de longe era o que tinha a pelagem mais avermelhada, falou:
O que vocês acham de perseguirmos os Deuses quando ficarmos mais velhos? Todos olhavam para ele com um ar de incredulidade, mas foi Abel o primeiro a se manifestar contra a ideia:
Você está louco? O que está pensando. Você sabe que os que procuram os Deuses nunca mais voltam?! Quer que isso também aconteça com a gente? Abel era grande para a sua idade, o maior da turma. Era um belo gato rajado e um jovem imponente que todos acreditavam que na idade certa, poderia ser o novo líder da tribo.
Ah, lá vem você com esse pessimismo. Temos vários anos para nos prepararmos, não é como se fossemos amanhã. O que vocês acham? E olhava para Bethy e Petrus. Os dois eram irmãos gêmeos e se entreolharam quando a palavra foi passada para eles. Tinham os pelos do corpo negros como carvão e olhos de um verde tão brilhante que lembravam safiras. O primeiro a ter a palavra foi Petrus e ele como sempre se empolgou com a ideia do amigo.
Tô dentro, você sabe que eu te seguiria para onde quer que você fosse, certo? E a Bethy também. A felina revirava os olhos, sabia que acabaria tendo que ir com a trupe. Abel não sabia dizer não ao seu amigo e Petrus faria tudo para impressionar-lo, então restava a ela ser a mente sensata do grupo. Após todos se decidirem, todos foram para suas respectivas casas e sonharam com o dia em que partiriam para essa excitante jornada. Alguns vários anos se passaram e finalmente o dia em que eles iriam abandonar a vila chegou. Era uma data importante para o vilarejo. O começo das comemorações do solstício, que era o dia em que eles cultuavam e adoravam seus Deuses com mais afinco e paixão. Em um resumo rápido, mas não desleixado, fogueiras eram acesas, havia danças, muita bebida, tambores batendo e cópulas ao ar livre.
Quando tarde da noite o festival chegou ao seu ápice, Karasus começa a pôr seu plano em prática. Primeiro, junto com Petrus, ele abre a porteira onde o gado da neve era posto para dormir, escolta com a tocha o melhor espécime do rebanho e segue para a entrada da vila se esforçando ao máximo para não fazer barulho. Enquanto isso, Bethy e Abel vigiavam os arredores de cima das casas para avisar caso alguém se aproximasse deles. Tiveram certos momentos que ou Abel, ou Bethy tiveram que interceder, mandando-os mudar de rota enquanto distraía um ou outro morador da vila que decidiu sair mais cedo da parte mais interessante da festa. Bem, ao menos para os mais jovens e cheios de vitalidade, se é que me entende.
Salvo esses problemas que foram contornados com maestria pelo grupo, não houve nada de interessante nessa fuga. Eles escolheram o dia certo e a hora certa para fazê-la. Nada mais justo depois de anos e anos de planejamento. Na entrada da vila, estavam alguns mantimentos, peles grossas para aquecê-los do frio, tochas e material de pederneira para acendê-las, um bom estoque de água e por último, mas não menos importante, algumas espadas, porretes e outras armas para o grupo se proteger de qualquer tipo de ataque predatório
Karasus inspirava forte o frio ar da noite e segurava seu impulso de gritar. Com certeza estava apavorado, ninguém que tinha começado aquela jornada retornou à vila para contar história. Tinha medo de levar seus amigos para uma armadilha ou simplesmente de estar levando-os para a morte. Mas eles planejaram aquilo por tantos anos. Independente do que acontecesse eles iriam fazer dar certo. E foi assim que eles começaram sua árdua jornada, com as luzes dançantes acima das cabeças e a lua cheia de testemunha. Karasus a frente, segurando uma tocha acesa, Petrus atrás dele, seguido do boi de neve, Bethy e Abel por último.
Se os Deuses existem, eles nos ajudarão nessa jornada. Falava Karasus com um misto de ignorância e esperança na voz. A noite estava só no início e eles tinham um grande caminho a percorrer.
O jovem Karasus e seus amigos Abel, Bethy e Petrus cresceram escutando essas lendas no vilarejo dos homens gato. Então, certo dia, depois de terem se divertido, rolando na neve até cansarem, Karasus, que dentre os demais, de longe era o que tinha a pelagem mais avermelhada, falou:
O que vocês acham de perseguirmos os Deuses quando ficarmos mais velhos? Todos olhavam para ele com um ar de incredulidade, mas foi Abel o primeiro a se manifestar contra a ideia:
Você está louco? O que está pensando. Você sabe que os que procuram os Deuses nunca mais voltam?! Quer que isso também aconteça com a gente? Abel era grande para a sua idade, o maior da turma. Era um belo gato rajado e um jovem imponente que todos acreditavam que na idade certa, poderia ser o novo líder da tribo.
Ah, lá vem você com esse pessimismo. Temos vários anos para nos prepararmos, não é como se fossemos amanhã. O que vocês acham? E olhava para Bethy e Petrus. Os dois eram irmãos gêmeos e se entreolharam quando a palavra foi passada para eles. Tinham os pelos do corpo negros como carvão e olhos de um verde tão brilhante que lembravam safiras. O primeiro a ter a palavra foi Petrus e ele como sempre se empolgou com a ideia do amigo.
Tô dentro, você sabe que eu te seguiria para onde quer que você fosse, certo? E a Bethy também. A felina revirava os olhos, sabia que acabaria tendo que ir com a trupe. Abel não sabia dizer não ao seu amigo e Petrus faria tudo para impressionar-lo, então restava a ela ser a mente sensata do grupo. Após todos se decidirem, todos foram para suas respectivas casas e sonharam com o dia em que partiriam para essa excitante jornada. Alguns vários anos se passaram e finalmente o dia em que eles iriam abandonar a vila chegou. Era uma data importante para o vilarejo. O começo das comemorações do solstício, que era o dia em que eles cultuavam e adoravam seus Deuses com mais afinco e paixão. Em um resumo rápido, mas não desleixado, fogueiras eram acesas, havia danças, muita bebida, tambores batendo e cópulas ao ar livre.
Quando tarde da noite o festival chegou ao seu ápice, Karasus começa a pôr seu plano em prática. Primeiro, junto com Petrus, ele abre a porteira onde o gado da neve era posto para dormir, escolta com a tocha o melhor espécime do rebanho e segue para a entrada da vila se esforçando ao máximo para não fazer barulho. Enquanto isso, Bethy e Abel vigiavam os arredores de cima das casas para avisar caso alguém se aproximasse deles. Tiveram certos momentos que ou Abel, ou Bethy tiveram que interceder, mandando-os mudar de rota enquanto distraía um ou outro morador da vila que decidiu sair mais cedo da parte mais interessante da festa. Bem, ao menos para os mais jovens e cheios de vitalidade, se é que me entende.
Salvo esses problemas que foram contornados com maestria pelo grupo, não houve nada de interessante nessa fuga. Eles escolheram o dia certo e a hora certa para fazê-la. Nada mais justo depois de anos e anos de planejamento. Na entrada da vila, estavam alguns mantimentos, peles grossas para aquecê-los do frio, tochas e material de pederneira para acendê-las, um bom estoque de água e por último, mas não menos importante, algumas espadas, porretes e outras armas para o grupo se proteger de qualquer tipo de ataque predatório
Karasus inspirava forte o frio ar da noite e segurava seu impulso de gritar. Com certeza estava apavorado, ninguém que tinha começado aquela jornada retornou à vila para contar história. Tinha medo de levar seus amigos para uma armadilha ou simplesmente de estar levando-os para a morte. Mas eles planejaram aquilo por tantos anos. Independente do que acontecesse eles iriam fazer dar certo. E foi assim que eles começaram sua árdua jornada, com as luzes dançantes acima das cabeças e a lua cheia de testemunha. Karasus a frente, segurando uma tocha acesa, Petrus atrás dele, seguido do boi de neve, Bethy e Abel por último.
Se os Deuses existem, eles nos ajudarão nessa jornada. Falava Karasus com um misto de ignorância e esperança na voz. A noite estava só no início e eles tinham um grande caminho a percorrer.