Capítulo I
...
Por uma história "triste".
Povoado de Wôdara, fica ao oeste da província e não havia saída para o mar, rodeado por rochas montanhosas. Poucas saídas, um lugar isolado do resto do mundo, mas um ótimo lugar para se envelhecer, você só precisa... Dormir. Não fazer porra nenhuma, desculpe, não lembro o maldito resto da frase.
Isso era o que minha mãe sempre me dizia, bem antes de morrer, ela era uma boa pessoa, isso é o que me dizem sobre ela. Nunca cheguei a vê-la. Não sei se ela parece comigo. Estranhamente não há retratos, e nunca me assimilaram a ela nem nada. Mas é isso, Era uma boa pessoa.
Me chamo Kokonaru. Não sei ao certo quem me deu esse nome, acho que foi só pra não ficar sem nome mesmo. E olhe eu não sou o tipo de pessoa que você gostaria de conhecer, basicamente, eu sou esquisita, a esquisitona, de verdade. Não, não é só mal compreendida, sou estranha mesmo, admito, e é assim que me chamam, quando tem coragem de chegar perto, óbvio.
O que acontece? Ela morreu algumas semanas depois do parto, e quanto ao meu pai, eu nem sei se eu cheguei a ter um mesmo, de família eu não tenho ninguém, sempre tive que cuidar de mim sozinha, foi difícil, mas nós seres humanos nos adaptamos a qualquer situação e não vejo motivos para ficar se lamentando, já foi, já passou.
Não, não tenho vontade nenhuma de conhece-los, para qualquer outra garota isso já seria um ótima desculpa para se cortar, perder sua vida, ou ficar chorando pelos cantos, eu não preciso disso. Não é rancor porra. Simplesmente é passado, já foi, já morreu, literalmente falando.
Apesar de tudo, levo até uma vida boa hoje, no mínimo decente, tenho alguns amigos, conquistei algumas coisinhas, tenho algum amor próprio de vez em quando, outras vezes eu só queria sumir mesmo, me apagar da existência, estou falando sério quanto a isso, não me importaria de morrer, após ler alguns livros de filosofia moderna, vejo que a vida não faz sentido algum, estamos aqui só para dar continuidade a nossa especie, o resto é coisa da mente, parece uma terrível maneira de ver o mundo, não? Pra mim é a maneira certa.
As pessoas na escola parecem me aceitar bem, algumas até falam comigo. Estudo no instituto ao oeste, aquele que os demais bastardos tanto sonham, mas não se dão ao trabalho de se dedicar à uma simples prova de admissão, não os culpo, devem ter vidas boas, familiares presentes, talvez nem eu estudaria se tivesse tudo isso nas mão.
O instituto não fica muito longe da minha casa e costumo ir a pé mesmo, e gosto do que vejo pelo caminho, fora que nessa estação é bem agradável, seria esse o outono? Não tenho certeza, bom, eu moro em uma casa simples, que faz parte de uma pequena vila fechada, lembra bastante um feudo, é enorme aqui dentro, essa casa pertencia aos meus pais, eles pagavam uma certa quantia mensal ao Sr. Tsumhadenur... O nome é algo assim eu juro, só que não consigo pronunciar, ele deixou que eu continuasse lá, portanto que eu prestasse alguns serviços, como cuidar de gente velha, limpar bosta de cachorro, coisas adoráveis, e que não me enchem o saco. Mas pra ser sincera, estou agradecida a ele, se não fosse por isso estaria morando na rua.
Queria ser como as outras garotas, aquelas da minha classe mesmo, elas são sonhadores, sempre sorrindo, expondo suas coisas caras, brincando com o coração de uns caras, essa última parte é realmente engraçada. Sou do "1° Ano A" foi lá que fiz duas boas amizades, com a Momo e a Ozzy. A Momo, eu tenho uma certa admiração por ela, ela não é como os outros aqui, vem de uma família da classe média baixa, se dedicou para estar aqui hoje, já a Ozzy, não é muito apegada a mim, a gente nem se fala direito, mas andamos juntas, e tenho impressão que ela só está comigo por causa da Momo, nunca perguntei mas acho que elas são primas de segundo grau ou algo do gênero.
E vou ver elas amanhã mesmo, Já é o último dia das minhas férias de de primavera, já faz um certo tempo que não as vejo. O Sol já está se pondo, será uma noite fria, não há mais nada há ser feito por hoje, a casa já está arrumada, a comida para o amanhecer já está pronta, eu costumava sentar à beirada da lareira, pegava algum livro que eu deixava em um pequeno que fiz, foi uma boa alternativa para quem evita gastos, eu já li e reli todos os meus livros, tenho até uma certa noção da quantidade de palavras que há neles, quando os dias são assim tento fazes as coisas bem devagar, nem percebo o tempo passando, deixo a banheira esquentando enquanto dou uma volta pela casa, as vezes me perco fitando as estrelas, essas sim são livres e poderiam me entender meus desejos.
Esses banhos são realmente relaxantes e revigorantes, e depois de colocar meu lindo casaco cor de mel que estava em cima da cadeira da cozinha percebi alguns furinhos nele, que chato, pequenos vermes fizeram um estrago aqui... não devia ter deixado fora do roupeiro, ao menos agora tenho algo a fazer pelo resto da noite, costurar.
Acordar cedo com o sol na cara, quem não ama, cubro logo o rosto com a coberta, mas sei que não tenho escolha. Entenda, morando sozinha, você vive sozinha, se eu voltasse a dormir ninguém me acordaria, isso é triste em parte, porém é minha realidade. Ao puxar um pouco mais a coberta pude sentir o frio fluindo sobre os dedos do meu pé, é uma das apavorantes dessa minha realidade, tem dias que é insuportável, bolei até um um projeto de geringonça: para manter a água sempre quente, mas não saiu do papel.
Não costumo comer antes de sair de manhã. Uma xícara de chá, nada mais que isso...
Bom, comecei a escrever por prazer recentemente, usando o wattpad, foi realmente bom, mas gostaria de escrever algo mais sério, sei que estou sando virgulas demais e que as vezes, gostaria de saber o que vocês acharam, em que pontos posso melhorar? Agradeço desde já
Meu Perfil no Wattpad <-
Meu Perfil no Wattpad <-
