Texto escrito para a Gincana de Natal. Perdoai quaisquer erros gramaticais, escrevi de madrugada e morrendo de sono. Talvez eu tenha fugido um cadinho demais do tema no geral, mas acho que dá pra passar. haha
Acabou ficando um pouquinho mais longo do que eu pretendia, mas acho que gostei do resultado (mas só relendo amanhã pra ter certeza). No mais, sintam-se livres pra avaliar como lhes convier. Espero que gostem.
Abraço!(se alguém quiser fazer uma capinha pra eu postar no Wattpad, agradeço)
Acabou ficando um pouquinho mais longo do que eu pretendia, mas acho que gostei do resultado (
Abraço!
Londres à Noite
Londres - 24 de dezembro, ano 1893
Mansão Greenhall
2° Andar - 02:41
Mansão Greenhall
2° Andar - 02:41
- Tem algo de muito errado aqui.
Quatro homens de terno estavam parados no corredor de uma casa bem antiga. Haviam invadido o lugar na surdina, certamente não seriam bem recebidos pelas "pessoas" que viviam naquele lugar. O estranho era que parecia não haver ninguém ali.
- Alguém soube que viríamos? - Perguntou o Inquieto em voz baixa, olhando para os lados, obviamente agitado.
- Cedo demais para dizer. - Respondeu o Cristão, enquanto procurava por algo no bolso interno do paletó. - Mas sem dúvidas eles estavam aqui. O cheiro denuncia.
O Mudo assentiu levemente enquanto o companheiro falava e em seguida lhe entregou um crucifixo prateado. Ele o pegou, deu-lhe um beijo e em seguida o colocou no bolso
- Obrigado.
- Ainda restam os cômodos do terceiro e quarto andar. - Resmungou o Forte. - Devíamos nos separar e investigar. Não podemos ser negligentes.
Os outros três concordaram. Após alguns segundos de sussurros apressados decidiram que era mais seguro seguirem em duplas: Forte e Inquieto pegariam o terceiro andar, enquanto Mudo e Cristão investigariam o quarto. Caso não se encontrassem em quinze minutos, deveriam procurar uns aos outros.
Quatro homens de terno estavam parados no corredor de uma casa bem antiga. Haviam invadido o lugar na surdina, certamente não seriam bem recebidos pelas "pessoas" que viviam naquele lugar. O estranho era que parecia não haver ninguém ali.
- Alguém soube que viríamos? - Perguntou o Inquieto em voz baixa, olhando para os lados, obviamente agitado.
- Cedo demais para dizer. - Respondeu o Cristão, enquanto procurava por algo no bolso interno do paletó. - Mas sem dúvidas eles estavam aqui. O cheiro denuncia.
O Mudo assentiu levemente enquanto o companheiro falava e em seguida lhe entregou um crucifixo prateado. Ele o pegou, deu-lhe um beijo e em seguida o colocou no bolso
- Obrigado.
- Ainda restam os cômodos do terceiro e quarto andar. - Resmungou o Forte. - Devíamos nos separar e investigar. Não podemos ser negligentes.
Os outros três concordaram. Após alguns segundos de sussurros apressados decidiram que era mais seguro seguirem em duplas: Forte e Inquieto pegariam o terceiro andar, enquanto Mudo e Cristão investigariam o quarto. Caso não se encontrassem em quinze minutos, deveriam procurar uns aos outros.
3° Andar - 02:51
- Nada. - Anunciou o Inquieto, saindo do último quarto do terceiro andar. Guardou sua pistola Remington no coldre por dentro do paletó e foi ao encontro do Forte, resmungando baixinho incessantemente.
- Tudo limpo, então. - Respondeu o outro homem. Tirou um relógio de corrente do bolso e o checou. - 5 minutos para o horário marcado.
- Deveríamos ir agora. Não é como se tivéssemos algo mais à fazer.
- Vamos esperar. Não podemos correr o risco de surpreendê-los e levar um tiro.
A contragosto, o Inquieto assentiu. Era contra sua natureza ficar esperando sentado, mas deviam cumprir o combinado. Caso eles não aparecessem em cinco minutos, iriam procurá-los.
- Tudo limpo, então. - Respondeu o outro homem. Tirou um relógio de corrente do bolso e o checou. - 5 minutos para o horário marcado.
- Deveríamos ir agora. Não é como se tivéssemos algo mais à fazer.
- Vamos esperar. Não podemos correr o risco de surpreendê-los e levar um tiro.
A contragosto, o Inquieto assentiu. Era contra sua natureza ficar esperando sentado, mas deviam cumprir o combinado. Caso eles não aparecessem em cinco minutos, iriam procurá-los.
4° Andar - 02:51
O Cristão jazia no chão em uma poça de seu próprio sangue. Dois homens se encaravam, quietos. Até que o Elegante quebrou o silêncio.
- Bem, sem dúvidas era um tolo. - Suspirou, olhando com um ar de pena para o corpo estirado no chão. - Salmos da Bíblia? Ora, chega a ser ofensivo. É como se ele me considerasse um demônio.
O Elegante sorriu, mostrando caninos compridos e afiados. Anormalmente compridos e afiados. O Mudo continuou parado, encarando-o.
- Nada a dizer? Seu amigo está morto, sabe? - Ao perceber que não obtinha qualquer reação, o Elegante deu de ombros. - Eu ouvi falar sobre vocês. Caçadores, segundo contam. E muito talentosos, a acreditar nas histórias. Quase como encarnações do Van Helsing das lendas.
Ele foi se aproximando do Mudo, lentamente. Passou por cima do corpo sem vida do Cristão e parou a um palmo de distância do outro homem.
- Mas ouvi histórias principalmente de você. Rápido. Forte. Brutal. Sem piedade e nem remorso. - Estudava-o com franca curiosidade nos olhos. - Mas não esperava que isso também se aplicasse para com seus próprios companheiros. Por que o matou?
- Bem, sem dúvidas era um tolo. - Suspirou, olhando com um ar de pena para o corpo estirado no chão. - Salmos da Bíblia? Ora, chega a ser ofensivo. É como se ele me considerasse um demônio.
O Elegante sorriu, mostrando caninos compridos e afiados. Anormalmente compridos e afiados. O Mudo continuou parado, encarando-o.
- Nada a dizer? Seu amigo está morto, sabe? - Ao perceber que não obtinha qualquer reação, o Elegante deu de ombros. - Eu ouvi falar sobre vocês. Caçadores, segundo contam. E muito talentosos, a acreditar nas histórias. Quase como encarnações do Van Helsing das lendas.
Ele foi se aproximando do Mudo, lentamente. Passou por cima do corpo sem vida do Cristão e parou a um palmo de distância do outro homem.
- Mas ouvi histórias principalmente de você. Rápido. Forte. Brutal. Sem piedade e nem remorso. - Estudava-o com franca curiosidade nos olhos. - Mas não esperava que isso também se aplicasse para com seus próprios companheiros. Por que o matou?
3° Andar - 02:54
Os corpos do Forte e do Inquieto estavam caídos a beira da escada que daria acesso ao 4° andar. Dois homens estavam ajoelhados sobre eles, com os dentes cravados em seus pescoços. Não houvera sequer um simulacro de luta: num segundo estavam vivos, no outro não estavam mais.
4° Andar - 03:00
O silêncio se alongava no quarto. O Elegante deu às costas ao mudo e se dirigiu para sua poltrona, sentando-se e indicando um lugar à frente.
- Sente-se, caso queira. Não seremos interrompidos. Meus meninos receberam ordens bastante específicas, e seus meninos... Bem. Creio não ser necessário dizer.
O Mudo assentiu e encaminhou-se para o lugar indicado. Não tirou os olhos do Elegante por um segundo sequer, nem mesmo enquanto limpava o sangue de sua faca com um pedaço de pano. O Elegante sorriu mais uma vez.
- Sabe qual é a minha idade, filho? Tenho seiscentos e oitenta. Seiscentos e oitenta e nem um segundo de sono desde os trinta. Imagina o quão cansativo é isso, mesmo para um Strigoi? - Ele desviou o olhar, aparentemente rememorando. - Ah, mas por aqui vocês nos conhecem por outro nome. Sempre me esqueço.
- Vampiro.
- E ele fala! - O Elegante bateu palmas e soltou uma gargalhada deliciada. - Isso merece um brinde.
O Não-Mudo ergueu uma sobrancelha enquanto o vampiro servia uísque em dois copos. Pegou o seu quando este lhe foi oferecido e bebeu tudo de um só gole.
- Eu sei o motivo de você ter vindo aqui. O motivo pelo qual tem, incansavelmente, caçado minha espécie. - Ele deu um longo gole. - Devo dizer que é bem raro existir alguém como você, que nos conhece e deseja algo do tipo.
- Eu sei.
- Pois bem. Então somos opostos, por mais clichê que isso possa parecer.
- Eu sei.
- Excelente. Já que é assim, podemos?
- É claro.
- Sente-se, caso queira. Não seremos interrompidos. Meus meninos receberam ordens bastante específicas, e seus meninos... Bem. Creio não ser necessário dizer.
O Mudo assentiu e encaminhou-se para o lugar indicado. Não tirou os olhos do Elegante por um segundo sequer, nem mesmo enquanto limpava o sangue de sua faca com um pedaço de pano. O Elegante sorriu mais uma vez.
- Sabe qual é a minha idade, filho? Tenho seiscentos e oitenta. Seiscentos e oitenta e nem um segundo de sono desde os trinta. Imagina o quão cansativo é isso, mesmo para um Strigoi? - Ele desviou o olhar, aparentemente rememorando. - Ah, mas por aqui vocês nos conhecem por outro nome. Sempre me esqueço.
- Vampiro.
- E ele fala! - O Elegante bateu palmas e soltou uma gargalhada deliciada. - Isso merece um brinde.
O Não-Mudo ergueu uma sobrancelha enquanto o vampiro servia uísque em dois copos. Pegou o seu quando este lhe foi oferecido e bebeu tudo de um só gole.
- Eu sei o motivo de você ter vindo aqui. O motivo pelo qual tem, incansavelmente, caçado minha espécie. - Ele deu um longo gole. - Devo dizer que é bem raro existir alguém como você, que nos conhece e deseja algo do tipo.
- Eu sei.
- Pois bem. Então somos opostos, por mais clichê que isso possa parecer.
- Eu sei.
- Excelente. Já que é assim, podemos?
- É claro.
4° Andar - 4:27
Uma taça com restos de um líquido vermelho e espesso estava emborcada em cima da escrivaninha do antigo escritório do Elegante. Este, por sua vez, estava caído ao chão com uma faca prateada cravada em seu peito. Um sorriso estava cristalizado em seu rosto, mas não seu costumeiro sorriso de ironia, um sorriso sincero, quase como se de alguma forma ele finalmente tivesse encontrado a felicidade.
Jardins - 4:27
O Renascido se dirigia a saída da Mansão Greenhall. Seu carro estava estacionado próximo aos portões de ferro, o chofer previamente contatado.
- Phillip.
- Senhor.
Ele entrou no carro e se acomodou no banco traseiro. Um sorriso que beirava a loucura surgiu em seus lábios. Após a morte, ele se sentia mais vivo do que nunca.
- Phillip.
- Senhor.
Ele entrou no carro e se acomodou no banco traseiro. Um sorriso que beirava a loucura surgiu em seus lábios. Após a morte, ele se sentia mais vivo do que nunca.