"Esto no me gusta"
Um amigo me perguntou se eu preferia "Marvel" ou "DC" sem saber ele que faz algum tempo que deixei de acompanhar esse tipo de produção americana. Na verdade faz mito tempo que "desencanei" desses super-heróis.
Sempre achei Lobo mais "maneiro" do que Wolverine.
Eu sempre fui muito mais antenado à histórias em quadrinhos produzidas no Japão do que na América do Norte, exceto talvez por algumas coisas que eram "underground" na época (inicio dos anos 90). Ainda assim eu seguia religiosamente os quadrinhos do Homem-Aranha, do Batman e do Superman (na época que podíamos comprar uma revista com o troco do mercado).
Biblioteca Monteiro Lobato, Salvador-BA.
Em Salvador (onde eu morava) havia um biblioteca chamada Monteiro Lobato e as vezes eu passava as manhãs por lá (fazendo trabalho pra escola) e lendo quadrinhos que haviam à disposição (inclusive para empréstimo). Na biblioteca tive contato com outros super-heróis que eu até então desconhecia (como por exemplo, o Surfista Prateado, manto, olho e Homem de Ferro). Me lembro de uma história onde em que pela primeira vez eu vi o Homem-Aranha e os vingadores juntos e que no final o aracnídeo recusava o pedido para entrar no grupo liderado pelo Capitão América.
Naquela época de certa forma eu acredito que acompanhava esses super-heróis mais por falta de opção mesmo. Meus adorados mangás não existiam em solo nacional e "o que vinha de fora eram caros demais" e ainda por cima em inglês ou japonês. Outro tipo de quadrinho que eu costumava consumir eram as histórias do Zagor e esporadicamente do Tex. Na verdade nunca consegui gostar do muito do Tex mas adorava "a pegada" sobrenatural das aventuras do Zagor.
Tinha o Connan também e eu adorava aquelas páginas em preto e branco. Acredito que foi nas páginas de algum almanaque do Connan que conheci Solomon Kane e Red Sonja. Foi vasculhando a banca de revista a procura de histórias do Connan que eu conheci o Monstro do Pântano e Constantine. Um pouco depois eu viria a conhecer o selo Image Comics e me apaixonar por GEN13.
Nunca (?) Entendi por que a FairChild sempre acabava com as roupas rasgada...
Eu não posso afirmar mas acredito que a crise econômica gerada pela Guerra do Golfo abalaram de alguma forma a indústria de quadrinhos e as vendas não iam muito bem. Constato isso a partido do fato de que eu costumava comprar na banca duas revistas pelo preço de uma (revistas encalhadas e relançadas à exaustão). O Brasil vivia um momento difícil como Governo Collor.
Eis então que chego na banca e me deparo com o anúncio de que o super-homem havia morrido. Aquele fato provocou um alvoroço entre os consumidores de quadrinhos da região onde eu morava e na escola onde eu estudava. Digo isso por que em todas as bancas às quais eu buscava aquele quadrinho me deparava com a mesma situação: Todas as unidades da revista (A morte do super-homem) haviam se esgotado.
Foi então que eu soube de que na escola um cara tinha a revista e mesmo sem conhecê-lo foi a sua procura. O cara não me emprestou a revista mas me contou o que aconteceu e levou a revista um outro dia para que eu e outros garotos pudéssemos folheá-la durante o "recreio". Claro que eu um "pequeno gafanhoto" fiquei muito abalado já que a partir daquele dia eu não voltaria mais a ler as aventuras do "Homem-de-Aço". Eu estava enganado pois em pouco tempo me deparei com a noticia de que o super-homem havia "retornado. Foi então que caiu minha ficha: eu estava sendo feito de trouxa.
Eu estava acostumado com as histórias de animes japoneses onde a morte do personagem era definitiva. Um dos meus traumas de infância aconteceu quando Roy Focker da série Macross morreu. Também fiquei extremamente chocado quando Macgaren (inimigo do Jaspion) morreu. Eu levava essa história de que "um personagem pode morrer" muito a sério.
O Retorno do Super-Homem me decepcionou bastante. Por que eu finalmente percebi que aquilo tudo havia sido apenas uma jogada de marketing para "alavancar as vendas" do quadrinho. Definitivamente aquele foi o ponto em que abandonei meu apreço pelo "Homem-de-Aço". Segui em frente com o Batman e com o Homem Aranha. Vale a pena lembrar que Batman sempre foi muito popular especialmente por causa do filmes do Tim Burton (de 1989) ao tempo em que o Homem Aranha era menos conhecido do grande público (cuja maior referência era um seriado de 1977).
O filme "Batman Eternamente" de 1995 me pareceu uma verdadeira aberração e por essa opinião eu meio que entrava em conflito com "a galera" que era fã do Batman na escola. Por causa da cegueira dos fãs eu "larguei mão" do Batman e a essa altura eu já estava "em lua de mel" com a Image Comics então "segui adiante". Naquele ano eu também já estava viciado em coisas como Vampiro a Máscara, GURPS e Magic. Então não foi muito difícil parar de comprar Revistas do Homem Aranha já que eu não tinha grana para comprar tudo.
No final de 1995 minha única ligação com os super-heróis fora do universo da Image Comics era o Game de Luta Marvel Super Heroes da Capcom que invadiu os Arcades. Foi esse jogo que me fez redescobrir um super-herói que marcou minha infância graças a um seriado de final de tarde: O incrível Hulk. Todas as minhas fichas no fliperama eram usadas para jogar com Hulk e com o Homem Aranha.
Vale lembrar que existia um suplemente de RPG para o sistema GURPS chamado GURPS SUPERS. Com ele podíamos criar personagens superpoderosos e "sair na porrada" contra outros personagens de 800+ pontos! Só pra ter uma ideia em GURPS personagens dos jogadores são criados com cerca de 100 pontos. Me lembro que a revista Dragão Brasil em algum momento chegou a publicar uma "ficha" de heróis da Marvel e dos perosnagens de street fighter (e naquela época isso era incrível).
Segui com a Image Comics até meados de 1998 quando "a vida toma outros rumos" e surgiram outras prioridades. Nessa altura já existiam algumas publicações de mangá "aqui e acolá" pelo Brasil e eu já possuía acesso a "mangás importados". Depois disso não voltei a consumir quadrinhos americanos (exceto por velharias do selo Heavy Metal e revistas do Connan).
Acreditem, tudo isso me passou pela cabeça quando meu amigo me perguntou se eu preferia Marvel ou DC. Então finalmente eu respondi: Nenhum dos dois, mas ninguém precisa gostar apenas de uma coisa. Você pode gostar de coisas hoje que amanhã irá detestar. E pode ser que passe a gostar de coisas que antes detestava. O importante é que você seja livre para gostar do que te faz feliz.
Postado originalmente em Tecnoanalogica
Sempre achei Lobo mais "maneiro" do que Wolverine.
Eu sempre fui muito mais antenado à histórias em quadrinhos produzidas no Japão do que na América do Norte, exceto talvez por algumas coisas que eram "underground" na época (inicio dos anos 90). Ainda assim eu seguia religiosamente os quadrinhos do Homem-Aranha, do Batman e do Superman (na época que podíamos comprar uma revista com o troco do mercado).
Biblioteca Monteiro Lobato, Salvador-BA.
Em Salvador (onde eu morava) havia um biblioteca chamada Monteiro Lobato e as vezes eu passava as manhãs por lá (fazendo trabalho pra escola) e lendo quadrinhos que haviam à disposição (inclusive para empréstimo). Na biblioteca tive contato com outros super-heróis que eu até então desconhecia (como por exemplo, o Surfista Prateado, manto, olho e Homem de Ferro). Me lembro de uma história onde em que pela primeira vez eu vi o Homem-Aranha e os vingadores juntos e que no final o aracnídeo recusava o pedido para entrar no grupo liderado pelo Capitão América.
Naquela época de certa forma eu acredito que acompanhava esses super-heróis mais por falta de opção mesmo. Meus adorados mangás não existiam em solo nacional e "o que vinha de fora eram caros demais" e ainda por cima em inglês ou japonês. Outro tipo de quadrinho que eu costumava consumir eram as histórias do Zagor e esporadicamente do Tex. Na verdade nunca consegui gostar do muito do Tex mas adorava "a pegada" sobrenatural das aventuras do Zagor.
Até então eu nunca havia comprado quadrinhos por causa de um "selo", mas depois de GEN13 eu passei consumir tudo que meu dinheiro podia comprar da Image Comics. Isso me afastou um pouco do "heróis tradicionais da época". Mas voltemos um pouco no tempo uns dois anos antes (estamos por volta de 1994).Nunca (?) Entendi por que a FairChild sempre acabava com as roupas rasgada...
Eu não posso afirmar mas acredito que a crise econômica gerada pela Guerra do Golfo abalaram de alguma forma a indústria de quadrinhos e as vendas não iam muito bem. Constato isso a partido do fato de que eu costumava comprar na banca duas revistas pelo preço de uma (revistas encalhadas e relançadas à exaustão). O Brasil vivia um momento difícil como Governo Collor.
Eis então que chego na banca e me deparo com o anúncio de que o super-homem havia morrido. Aquele fato provocou um alvoroço entre os consumidores de quadrinhos da região onde eu morava e na escola onde eu estudava. Digo isso por que em todas as bancas às quais eu buscava aquele quadrinho me deparava com a mesma situação: Todas as unidades da revista (A morte do super-homem) haviam se esgotado.
Foi então que eu soube de que na escola um cara tinha a revista e mesmo sem conhecê-lo foi a sua procura. O cara não me emprestou a revista mas me contou o que aconteceu e levou a revista um outro dia para que eu e outros garotos pudéssemos folheá-la durante o "recreio". Claro que eu um "pequeno gafanhoto" fiquei muito abalado já que a partir daquele dia eu não voltaria mais a ler as aventuras do "Homem-de-Aço". Eu estava enganado pois em pouco tempo me deparei com a noticia de que o super-homem havia "retornado. Foi então que caiu minha ficha: eu estava sendo feito de trouxa.
Eu estava acostumado com as histórias de animes japoneses onde a morte do personagem era definitiva. Um dos meus traumas de infância aconteceu quando Roy Focker da série Macross morreu. Também fiquei extremamente chocado quando Macgaren (inimigo do Jaspion) morreu. Eu levava essa história de que "um personagem pode morrer" muito a sério.
O Retorno do Super-Homem me decepcionou bastante. Por que eu finalmente percebi que aquilo tudo havia sido apenas uma jogada de marketing para "alavancar as vendas" do quadrinho. Definitivamente aquele foi o ponto em que abandonei meu apreço pelo "Homem-de-Aço". Segui em frente com o Batman e com o Homem Aranha. Vale a pena lembrar que Batman sempre foi muito popular especialmente por causa do filmes do Tim Burton (de 1989) ao tempo em que o Homem Aranha era menos conhecido do grande público (cuja maior referência era um seriado de 1977).
O filme "Batman Eternamente" de 1995 me pareceu uma verdadeira aberração e por essa opinião eu meio que entrava em conflito com "a galera" que era fã do Batman na escola. Por causa da cegueira dos fãs eu "larguei mão" do Batman e a essa altura eu já estava "em lua de mel" com a Image Comics então "segui adiante". Naquele ano eu também já estava viciado em coisas como Vampiro a Máscara, GURPS e Magic. Então não foi muito difícil parar de comprar Revistas do Homem Aranha já que eu não tinha grana para comprar tudo.
No final de 1995 minha única ligação com os super-heróis fora do universo da Image Comics era o Game de Luta Marvel Super Heroes da Capcom que invadiu os Arcades. Foi esse jogo que me fez redescobrir um super-herói que marcou minha infância graças a um seriado de final de tarde: O incrível Hulk. Todas as minhas fichas no fliperama eram usadas para jogar com Hulk e com o Homem Aranha.
Segui com a Image Comics até meados de 1998 quando "a vida toma outros rumos" e surgiram outras prioridades. Nessa altura já existiam algumas publicações de mangá "aqui e acolá" pelo Brasil e eu já possuía acesso a "mangás importados". Depois disso não voltei a consumir quadrinhos americanos (exceto por velharias do selo Heavy Metal e revistas do Connan).
Acreditem, tudo isso me passou pela cabeça quando meu amigo me perguntou se eu preferia Marvel ou DC. Então finalmente eu respondi: Nenhum dos dois, mas ninguém precisa gostar apenas de uma coisa. Você pode gostar de coisas hoje que amanhã irá detestar. E pode ser que passe a gostar de coisas que antes detestava. O importante é que você seja livre para gostar do que te faz feliz.
Postado originalmente em Tecnoanalogica
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