ALICE
Mais uma manhã começava. Devin, dono de Alice, logo abria a porta do galinheiro para apanhar seus ovos frescos.
- Bom dia, minha ervilhinha plumada! Que ovos bonitos você colocou hoje!
Alice se sentia muito sortuda por ter um dono que a amava como ela era. Não que as outras galinhas a tratassem mal, mas também não a tratavam com igualdade. Tudo isso apenas porque Alice era uma galinha verde. De vez em quando surgiam perguntas: "Por que a sua galinha é tão verde?" as quais Devin alegremente respondia com "Talvez ela não esteja madura ainda!". Ele sabia que Alice sempre ria com essa piada. Mas apesar de todo o amor que recebia, apesar de não ter valentões que fizessem piadas com ela, Alice não se sentia bem ali.
Todo dia se sentia diferente, até mesmo inferior, do que todos os moradores da vila. Nem mesmo a misteriosa feiticeira que de vez em quando surgia no local era alvo de tantos olhares questionadores como ela. Ninguém sabia por que ela tinha nascido assim e Alice era tópico de conversas casuais com frequência. Mesmo após todas as suas contribuições e premiações no vilarejo como a galinha que mais bota ovos, a galinha de melhor apetite e até de galinha mais corajosa (fazendo surgir a piadinha de "Corajosa porque é verde, não amarela!" que durou por meses), todos ainda resistiam a vê-la como parte da comunidade.
"Por que só eu sou desse jeito? Estou com defeito? Estou estragada?" Perguntava a si mesma, enquanto ciscava grãos de milho no quintal de Devin. De repente, os questionamentos pararam de rodopiar dentro da cabeça de Alice. Seus olhos captaram algo que nunca tinha visto, nem ouvido falar. Era uma criatura verde, como ela! Alice corou ao sentir que a grande criatura verde também a observava. Depois, decidiu então ir de encontro a ela.
ALFREDO
A data era 2147. Em uma caótica cidade do Rio de Janeiro, após os incidentes com os experimentos da Chronos Corp., criaturas de tempos passados invadiram a cidade. A medida que surgiam ali também se reproduziam, aumentando ainda mais a população de criaturas amedrontadoras na região. Entretanto, nem todas elas se encaixavam nessa sociedade de caos e medo.
Alfredo era o mais novo de uma família de dinossauros. Deslocado, não se sentia parte do mundo em que estava: era vegetariano, não aprovava violência e gostava de passar seu tempo na floresta com Pinkey, o esquilo, seu melhor amigo. Os dois gostavam de aprender um com o outro: Pinkey o ensinava a abrir nozes e subir em árvores, enquanto Alfredo o ensinava a rugir e alcançar os lugares mais altos. Não era um paraíso, mas Alfredo era feliz enquanto brincava com seu amigo.
Os pais de Alfredo detestavam sua personalidade dócil e, por isso, acabaram proibindo Alfredo de se encontrar com Pinkey. O pequeno dinossauro, triste e preocupado, fugiu para a floresta em busca do amigo. Para os pais, a atitude foi intolerável. Alfredo procurou por Pinkey para conversar, mas a família o seguiu. Quando encontrou Pinkey, não teve tempo de dizer nada. O casal de dinossauros que o seguiu silenciosamente atacou Pinkey e o devorou de uma só vez.
Alfredo correu. Correu e correu, nem sabia mais por quanto tempo estava correndo. Quando parou, estava a frente de um prédio abandonado. Em uma janela do alto, uma luz azul brilhava. Ele buscou a luz dentro do prédio em ruínas e encontrou o portal, o portal que diziam ter originado tudo isso.
Não havia mais nada ali para Alfredo. Sem pensar duas vezes, passou pelo portal, desejando que seu amigo estivesse bem onde quer que estivesse agora.
Quando abriu seus olhos, estava em um lugar completamente diferente. O sol brilhava, a terra era macia e havia um suave cheiro de grama e flores onde ele estava. Ao longe, avistou um ser diminuto de cor verde que com certeza destoava um pouco do lugar. Olhou para cima e conseguiu ler uma placa: "Fantasy Farming: Orange Season". Finalmente, Alfredo se sentiu em casa.
Esta é uma história de amor entre os projetos Dino Hazard e Fantasy Farming: Orange Season! Dois personagens improváveis, mas que me divertiram muito durante a criação dessa história <3 Espero que gostem.
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