Bem... dando a minha opinião profissional, posso garantir: NÃO existe jornada de personagem, trama, ou até mesmo jogo, não importando quando, onde, que estilo ou por quem foi criado, que não seja o monomito\jornada do Herói.
Não importa se o seu personagem é um herói, anti-herói ou vilão...
Não importa se você acha que ''Berserk'' é muito 'fora da caixa''...
Não importa se a pessoa que está criando a trama diga que nunca leu a respeito da Jornada do Herói\monomito de Campbel.
Não adianta pensar ou tentar fugir: TODAS as tramas que fizeram sucesso na história da humanidade seguem afórmula do monomito. Mesmo que inconscientemente. Podemos até dizer que faz parte do inconsciente coletivo e tudo mais. Mas, a verdade é só essa: SEMPRE será usada a fórmula do Monomito... seja com esse nome ou não.
Outra coisa: NÃO foi Joseph Campbell quem criou essa fórmula. Ele PERCEBEU esse padrão e o traduziu na forma de livro. O povo mais antenado percebeu que o livro funcionava e começou a seguir o padrão e viu que deu certo ou melhorava o que tinha antes.
Mas, acima de tudo: ''Monomito\Jornada do Herói'' NÃO é um dogma. É uma FERRAMENTA. ELA foi feita para NOS SERVIR... e não ao contrário. Não somos escravos dessa ferramenta. Você pode BRINCAR com a fórmula... retirar alguns elementos menos necessários (ou que NÃO se enquadram na trama que está produzindo naquele momento)... mudar a ordem de certos elementos... e PRINCIPALMENTE, quebrar com a expectativa do público entregando aquilo que a trama EXIGE... e NÃO aquilo que o expectador quer ver ou aquilo que é óbvio. Porém, isso depende da capacidade do conceitualista e roteirista.
Para um conceitualista e roteirista fraco a Jornada\monomito é ''uma prisão''. Para o profissional competente é uma ferramenta pra facilitar a sua vida.
Toda trama que utiliza a ''Jornada'' é uma obra de sucesso? NÃO. Volto a repetir: é uma ferramenta que ajuda a vida do roteirista. Mas, se ele não for competente, a chance de dar erro é igual a daquele que quer dar uma de ''rebelde'' e não usar o monomito (o que é quase impossível) como guia. Pois, até para brincar e FUGIR do padrão, é preciso, primeiro entender COMO se faz pra escolher o que NÃO fazer.
Abraços, gente.