Uma única verdade derrubou a realidade inteira.
Eu estava tranquilo em meu quarto, jogando no computador como de costume. Era páscoa, mas eu nunca gostei de comemorar essas datas, mesmo que fosse páscoa, o dia da crucificação de Jesus Cristo.
Eu gostava de teologia, era algo legal de se estudar e debater, mas, eu não era muito fã do cristianismo.
No meio de uma partida ranqueada, meu irmão chega em meu quarto aos gritos, entusiasmado com a festa e com todos os doces, eu francamente não me importava com tudo aquilo, então, após meu pequeno susto, voltei a olhar para o monitor.
- Hey! É páscoa! Vamos nos divertir, sei lá! - Disse ele com um tom de voz descomunal, que até eu mesmo com meu headset no máximo, consegui escutar sua fala.
Ele realmente estava animado com tudo aquilo, então o olhei de canto, e ele percebeu minha seriedade, sabia que eu não queria papo e nem muito menos me divertir.
- Ok, já entendi que você não quer falar comigo, mas acho que gostaria de saber que a Beatriz está aqui! - Disse ele com um tom de voz sarcástica, o que me fez pensar automaticamente que era uma mentira. Mas eu teria que excluir realmente esta hipótese.
Ah, já ia me esquecendo... Beatriz é uma velha amiga que eu tinha, nós éramos muito amigos, até que ela teve de sair da cidade. Seus pais iriam para outro estado a trabalho, ela não quis, mas foi obrigada pela falta de parentes para ficar. Isto foi a cerca de 4 anos, e nos últimos dias tinham me contado que havia voltado para a cidade, mas que estava em outra escola, por isso fiquei receoso de que pudesse ser mais umas das mentiras de meu irmão.
- Ok, irei vê-la. - Eu disse com uma voz claramente irritada pela interrupção de minha jogatina.
Logo que disse isto meu irmão saiu do meu quarto, parecia arrependido do que dissera, por isso, fiquei com a quase certeza de que era uma mentira.
Confesso que eu tinha uma pequena queda pela Beatriz, mas não era nada demais, apesar dela ter ido embora, eu ainda pensava nela.
Saindo de meu quarto me encontro na sala de estar, que era onde algumas pessoas (incluindo meu pai) estavam assistindo futebol e tomando uma cerveja.Era basicamente a área +18 da festa.
Não foi ali que eu encontrei a Beatriz, que convenhamos, não é um lugar onde uma adolescente de 15 anos estaria.
Logo fui para a área mais family friendly e que seria o cômodo que provavelmente Beatriz estaria, a cozinha, o lugar onde todas as mulheres se juntam para fofocar, bater um papo, dialogar, botar o assunto em dia, ok, parei.
Chegando lá... Ela não estava, foi onde perdi minhas esperanças de encontrá-la naquela festa, por isso, voltei ao meu quarto em nem sequer verificar os outros locais, já havia concluído que havia sido "tapeado" por meu irmão.
Enquanto jogava, aproximadamente 1 hora depois da minha decepção, recebi uma ligação. Meu celular, fica constantemente em cima de minha bancada. Era uma ligação anônima, e não estava com a menor vontade de atender a nenhuma ligação no momento, então, decidi rejeitá-la.
Quando levanto meu headset novamente ao ouvido, escuto 3 batidas leves em minha janela, olho para a mesma, e vejo um pequeno ser, branco e com olhos avermelhados. Minha cabeça ficou totalmente confusa e desnorteada, como um coelho, branco naquela região conseguiria subir em sua janela e dar certamente 3 toques como se realmente quisesse que eu a visse.
Logo pensei:
- Não pode ser possível, deve ser coisa da minha imaginação! - Esfreguei meus olhos e observei-o novamente... Aquilo não era fruto de minha imaginação.
- Oi meu caro, como você está? - Ele me disse com uma voz suave e tranquila, como se fosse um ser humano normal também.
Eu fiquei assustado com uma criatura tão pequena e distinta daquela se comunicando comigo, mas mesmo pude ficar calmo e disse:
- Quem é você? - Eu disse com um tom de voz mais baixo para que ninguém fora daquele cômodo pudesse escutar.
- Bom, eu sou a atração principal das festividades nessa data. Sou o coelho da Páscoa! - Disse a pequena criatura olhando bem no fundo dos meus olhos.
- Agora, se puder abrir esta janela, eu ficaria imensamente grato. - Ele disse novamente com seus olhos vidrados em mim.
Logo minha ficha caiu. Levantei-me da cadeira e fui em direção a janela, eu ainda me sentia desconfortável e em dúvida, de que aquele coelho da páscoa ou sei lá o que fosse, pudesse realmente se comunicar ou algo do tipo.
Quando abri a janela e o vi realmente entrar em minha casa, não parecia ser nada muito estranho, ele realmente era um coelho, com perninhas fofinhas e olhos avermelhados.
- Eu vou te ajudar a reanimar esta festa e a encontrar a sua amada, já que você, não foi competente o suficiente para ir em outros cômodos procurá-la! - Disse ele em um tom de ironia e raiva.
Fiquei imaginando como um coelho tão inofensivo poderia ser tão ofensivo ao mesmo tempo. Mas deixei passar.
Para que ninguém o pudesse ver, coloquei um moletom e o pus em minha toca, assim, ele poderia não ser visto. A criatura concordou com meu plano, logo então subiu em meu moletom.
Saímos do meu quarto e ele me disse que deveríamos ir para a garagem, lá era o lugar mais provável dela estar. Fiquei receoso, mas fui. Indo em direção a garagem, passamos pela sala de estar, onde não estava passando nada na televisão, mas sim um jornal.
- Vamos para as notícias agora, com Rose! - Disse o apresentador com um tom de entusiasmo. - Olá Mike! Hoje 4 de abril durante a páscoa, cerca de 4 garotos desapareceram, todos tinham em média 15 e 17 anos. Nenhum foi encontrado até o momento! Agora passaremos para a meteorologia...
Uau, eu imaginei. Todos os garotos sumiram em um único sequer dia, em uma cidade pequena como a que eu moro, isso certamente não é normal. Resolvi deixar de lado e fui para a garagem. Eram 21:13, e em todos os cômodos que eu passei, não havia mais ninguém, fiquei mais receoso ainda, mas persisti.
Chegando na garagem, ela estava escura, não conseguia enxergar 1 palmo diante de meu nariz (literalmente), fui em frente e não havia ninguém. O coelho havia parado de falar desde que saímos da sala de estar, quando coloco a mão sobre minha nuca, ele não estava mais lá.
A porta que era a única coisa que iluminava a mim e ao recinto, foi fechada, a batida foi tão alta que eu me assustei. Comecei a suar, e a ligar todos os pontos. O coelho, o jornal, os convidados. Eu certamente seria o próximo.
Olho para os lados e não há nada.
Uma gota cai sobre minha cabeça, indo diretamente em meu cabelo. Olho para cima, 2 pontos vermelhos em meio a escuridão. Era ali, onde minha curta vida acabava.
- Ó Pai, perdoai todos o...
Eu gostava de teologia, era algo legal de se estudar e debater, mas, eu não era muito fã do cristianismo.
No meio de uma partida ranqueada, meu irmão chega em meu quarto aos gritos, entusiasmado com a festa e com todos os doces, eu francamente não me importava com tudo aquilo, então, após meu pequeno susto, voltei a olhar para o monitor.
- Hey! É páscoa! Vamos nos divertir, sei lá! - Disse ele com um tom de voz descomunal, que até eu mesmo com meu headset no máximo, consegui escutar sua fala.
Ele realmente estava animado com tudo aquilo, então o olhei de canto, e ele percebeu minha seriedade, sabia que eu não queria papo e nem muito menos me divertir.
- Ok, já entendi que você não quer falar comigo, mas acho que gostaria de saber que a Beatriz está aqui! - Disse ele com um tom de voz sarcástica, o que me fez pensar automaticamente que era uma mentira. Mas eu teria que excluir realmente esta hipótese.
Ah, já ia me esquecendo... Beatriz é uma velha amiga que eu tinha, nós éramos muito amigos, até que ela teve de sair da cidade. Seus pais iriam para outro estado a trabalho, ela não quis, mas foi obrigada pela falta de parentes para ficar. Isto foi a cerca de 4 anos, e nos últimos dias tinham me contado que havia voltado para a cidade, mas que estava em outra escola, por isso fiquei receoso de que pudesse ser mais umas das mentiras de meu irmão.
- Ok, irei vê-la. - Eu disse com uma voz claramente irritada pela interrupção de minha jogatina.
Logo que disse isto meu irmão saiu do meu quarto, parecia arrependido do que dissera, por isso, fiquei com a quase certeza de que era uma mentira.
Confesso que eu tinha uma pequena queda pela Beatriz, mas não era nada demais, apesar dela ter ido embora, eu ainda pensava nela.
Saindo de meu quarto me encontro na sala de estar, que era onde algumas pessoas (incluindo meu pai) estavam assistindo futebol e tomando uma cerveja.
Não foi ali que eu encontrei a Beatriz, que convenhamos, não é um lugar onde uma adolescente de 15 anos estaria.
Logo fui para a área mais family friendly e que seria o cômodo que provavelmente Beatriz estaria, a cozinha, o lugar onde todas as mulheres se juntam para fofocar, bater um papo, dialogar, botar o assunto em dia, ok, parei.
Chegando lá... Ela não estava, foi onde perdi minhas esperanças de encontrá-la naquela festa, por isso, voltei ao meu quarto em nem sequer verificar os outros locais, já havia concluído que havia sido "tapeado" por meu irmão.
Enquanto jogava, aproximadamente 1 hora depois da minha decepção, recebi uma ligação. Meu celular, fica constantemente em cima de minha bancada. Era uma ligação anônima, e não estava com a menor vontade de atender a nenhuma ligação no momento, então, decidi rejeitá-la.
Quando levanto meu headset novamente ao ouvido, escuto 3 batidas leves em minha janela, olho para a mesma, e vejo um pequeno ser, branco e com olhos avermelhados. Minha cabeça ficou totalmente confusa e desnorteada, como um coelho, branco naquela região conseguiria subir em sua janela e dar certamente 3 toques como se realmente quisesse que eu a visse.
Logo pensei:
- Não pode ser possível, deve ser coisa da minha imaginação! - Esfreguei meus olhos e observei-o novamente... Aquilo não era fruto de minha imaginação.
- Oi meu caro, como você está? - Ele me disse com uma voz suave e tranquila, como se fosse um ser humano normal também.
Eu fiquei assustado com uma criatura tão pequena e distinta daquela se comunicando comigo, mas mesmo pude ficar calmo e disse:
- Quem é você? - Eu disse com um tom de voz mais baixo para que ninguém fora daquele cômodo pudesse escutar.
- Bom, eu sou a atração principal das festividades nessa data. Sou o coelho da Páscoa! - Disse a pequena criatura olhando bem no fundo dos meus olhos.
- Agora, se puder abrir esta janela, eu ficaria imensamente grato. - Ele disse novamente com seus olhos vidrados em mim.
Logo minha ficha caiu. Levantei-me da cadeira e fui em direção a janela, eu ainda me sentia desconfortável e em dúvida, de que aquele coelho da páscoa ou sei lá o que fosse, pudesse realmente se comunicar ou algo do tipo.
Quando abri a janela e o vi realmente entrar em minha casa, não parecia ser nada muito estranho, ele realmente era um coelho, com perninhas fofinhas e olhos avermelhados.
- Eu vou te ajudar a reanimar esta festa e a encontrar a sua amada, já que você, não foi competente o suficiente para ir em outros cômodos procurá-la! - Disse ele em um tom de ironia e raiva.
Fiquei imaginando como um coelho tão inofensivo poderia ser tão ofensivo ao mesmo tempo. Mas deixei passar.
Para que ninguém o pudesse ver, coloquei um moletom e o pus em minha toca, assim, ele poderia não ser visto. A criatura concordou com meu plano, logo então subiu em meu moletom.
Saímos do meu quarto e ele me disse que deveríamos ir para a garagem, lá era o lugar mais provável dela estar. Fiquei receoso, mas fui. Indo em direção a garagem, passamos pela sala de estar, onde não estava passando nada na televisão, mas sim um jornal.
- Vamos para as notícias agora, com Rose! - Disse o apresentador com um tom de entusiasmo. - Olá Mike! Hoje 4 de abril durante a páscoa, cerca de 4 garotos desapareceram, todos tinham em média 15 e 17 anos. Nenhum foi encontrado até o momento! Agora passaremos para a meteorologia...
Uau, eu imaginei. Todos os garotos sumiram em um único sequer dia, em uma cidade pequena como a que eu moro, isso certamente não é normal. Resolvi deixar de lado e fui para a garagem. Eram 21:13, e em todos os cômodos que eu passei, não havia mais ninguém, fiquei mais receoso ainda, mas persisti.
Chegando na garagem, ela estava escura, não conseguia enxergar 1 palmo diante de meu nariz (literalmente), fui em frente e não havia ninguém. O coelho havia parado de falar desde que saímos da sala de estar, quando coloco a mão sobre minha nuca, ele não estava mais lá.
A porta que era a única coisa que iluminava a mim e ao recinto, foi fechada, a batida foi tão alta que eu me assustei. Comecei a suar, e a ligar todos os pontos. O coelho, o jornal, os convidados. Eu certamente seria o próximo.
Olho para os lados e não há nada.
Uma gota cai sobre minha cabeça, indo diretamente em meu cabelo. Olho para cima, 2 pontos vermelhos em meio a escuridão. Era ali, onde minha curta vida acabava.
- Ó Pai, perdoai todos o...
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