O EXILADO
Por Ludwinn e Andre2m10
Não era o que ele esperava, muito menos o que ele queria. Mas era tudo que ele tinha.
Yantü sentava em frente a sua fogueira, usando um pano para limpar minuciosamente o crânio apenso de seu antebraço. Lembrando uma manopla, a bricca era uma arma típica de onde o forasteiro vinha, e longe de lá, instilava medo em qualquer um que a via. Um crânio de tigre reforçado com placas de ferro, símbolo da ferocidade do guerreiro que o afixou permanentemente, era a última coisa que mercenários mal pagos esperavam enfrentar em uma cidade pequena. E era isso que mantia sua pequena renda, mesmo que inconsistente, ser visto como selvagem e feral, um animal. Tal descrição não poderia ser mais imprecisa, pois ele não era intenso; Muito pelo contrário, cinco minutos ao seu lado acalmaria a mais agressiva das pessoas, seja por paz e tranquilidade, ou a inconsciência induzida.
Não longe, ele podia ouvir o som de vozes exacerbadas, claramente da vila próxima de seu acampamento. Não havia perigo de suspeitarem de sua fogueira, mas isso somente pois ele tinha ido pessoalmente alertá-los disso quando ainda era dia. Mas o som incessante o perturbava, e ele mal podia esperar pelo toque de recolher, que traria silêncio ao seu único momento de paz. Porém, no fundo de seu rancor, ele invejava a união daquelas pessoas.
Faziam anos que Yantü não permanecia em um mesmo lugar por muito tempo, muito menos chamava qualquer um deles de lar. Não que isso o incomodasse, ele ja havia se acostumado, porém, a solidão enfraquece até a mais inflexível das almas. E a solidão, e a monotonia que causa, planta a semente da saudade na mente, que trás a tona memórias há muito tempo esquecidas, ou relembradas.
A pior das memórias, a que ele mais evitava, mas que a que mais o atormentava, era justamente o motivo pelo qual ele vagava pelo mundo, isolado de tudo, e de si mesmo.
Yantü se lembrava claramente, mesmo que por meio de flashes, do dia em que foi banido de sua aldeia; Tinha acabado de receber sua bricca, e tinha chegado tão, tão perto de chegar ao seu objetivo. De ter a honra de ser um dos guardas que protegiam a tribo em tempos de guerra. No entanto, esse cargo só era alcançado por meio de um combate direto com um dos que já o ocupavam. Ele tentou. E esta foi a tragédia que o desonrou.
Se não conseguiria ganhar de um velho, que ja tinha a muito ultrapassado seu tempo de glória, quem dirá ter a capacidade de ocupar o espaço que este guardava? A completa desilusão nos olhos que antes o aclamavam por sua capacidade e pontecial, essa sim foi sua derrota, que o levou para muito longe do lugar que antes parecia constituir sua vida completa.
Atualmente, a mente de Yantü não se afeta tanto por tais memórias. O tempo, sem misericórdia como é, também cura muitas feridas, e reforjou o destino do jovem esperançoso em uma vida de constante luta, e redescobrimento.
Por Ludwinn e Andre2m10
Não era o que ele esperava, muito menos o que ele queria. Mas era tudo que ele tinha.
Yantü sentava em frente a sua fogueira, usando um pano para limpar minuciosamente o crânio apenso de seu antebraço. Lembrando uma manopla, a bricca era uma arma típica de onde o forasteiro vinha, e longe de lá, instilava medo em qualquer um que a via. Um crânio de tigre reforçado com placas de ferro, símbolo da ferocidade do guerreiro que o afixou permanentemente, era a última coisa que mercenários mal pagos esperavam enfrentar em uma cidade pequena. E era isso que mantia sua pequena renda, mesmo que inconsistente, ser visto como selvagem e feral, um animal. Tal descrição não poderia ser mais imprecisa, pois ele não era intenso; Muito pelo contrário, cinco minutos ao seu lado acalmaria a mais agressiva das pessoas, seja por paz e tranquilidade, ou a inconsciência induzida.
Não longe, ele podia ouvir o som de vozes exacerbadas, claramente da vila próxima de seu acampamento. Não havia perigo de suspeitarem de sua fogueira, mas isso somente pois ele tinha ido pessoalmente alertá-los disso quando ainda era dia. Mas o som incessante o perturbava, e ele mal podia esperar pelo toque de recolher, que traria silêncio ao seu único momento de paz. Porém, no fundo de seu rancor, ele invejava a união daquelas pessoas.
Faziam anos que Yantü não permanecia em um mesmo lugar por muito tempo, muito menos chamava qualquer um deles de lar. Não que isso o incomodasse, ele ja havia se acostumado, porém, a solidão enfraquece até a mais inflexível das almas. E a solidão, e a monotonia que causa, planta a semente da saudade na mente, que trás a tona memórias há muito tempo esquecidas, ou relembradas.
A pior das memórias, a que ele mais evitava, mas que a que mais o atormentava, era justamente o motivo pelo qual ele vagava pelo mundo, isolado de tudo, e de si mesmo.
Yantü se lembrava claramente, mesmo que por meio de flashes, do dia em que foi banido de sua aldeia; Tinha acabado de receber sua bricca, e tinha chegado tão, tão perto de chegar ao seu objetivo. De ter a honra de ser um dos guardas que protegiam a tribo em tempos de guerra. No entanto, esse cargo só era alcançado por meio de um combate direto com um dos que já o ocupavam. Ele tentou. E esta foi a tragédia que o desonrou.
Se não conseguiria ganhar de um velho, que ja tinha a muito ultrapassado seu tempo de glória, quem dirá ter a capacidade de ocupar o espaço que este guardava? A completa desilusão nos olhos que antes o aclamavam por sua capacidade e pontecial, essa sim foi sua derrota, que o levou para muito longe do lugar que antes parecia constituir sua vida completa.
Atualmente, a mente de Yantü não se afeta tanto por tais memórias. O tempo, sem misericórdia como é, também cura muitas feridas, e reforjou o destino do jovem esperançoso em uma vida de constante luta, e redescobrimento.