E bem devagar a velha roda gira...
Estou atrasado de novo. Me desculpem, estava sem inspiração para escrever essa semana.
E desculpem de novo pelo tamanho do texto, porque depois que a inspiração veio veio com tudo kkkk
Enfim, espero que gostem
Estávamos mais uma vez naquela época do ano, aonde a neve que outrora cobria toda a cidade derrete, as flores florescem, as arvores ganham mais vida, os animais surgem do nada no meio das casas e os jovens começam a se apaixonar.
O inicio da primavera era algo lindo e mágico apreciado por todo o povo de Aurix. Ainda mais depois de um longo e difícil inverno que se passou pelo continente.
Para comemorar essa data o rei de Roklua resolveu fazer uma grande festa com muito doces, música e diversão. E além disso, seria uma festa aberta a todos os outros reinos, sem distinção. Algo extremamente grande como nunca antes tinha sido feita, uma festa eu ficaria guardada nos anais de Aurix.
-E quando pretende realizar essa grande festa vossa alteza? – Perguntou o conselheiro real.
-Daqui a 7 dias. -Respondeu o rei sem tirar os olhos dos convites que escreveria apressadamente e com uma caligrafia impecável da qual sempre se orgulhou.
-Mas..., mas... 7 dias vossa alteza. Não haverá tempo. Como vamos preparar uma festa para os 12 reinos tão rápido.
-E quem falou nos 12 reinos? – Perguntou o rei com sorriso malicioso. -Eu disse “todos os reinos” de Aurix.
-Todos os reinos? – O conselheiro pegou alguns convites que o rei já tinha escrito e só então percebeu a loucura que ele estava planejando.
- “Saudações ao rei da cidade Slime do Sul...” Leu o conselheiro sem acreditar.
-Continue – Pediu o rei.
O conselheiro foi lendo os nomes dos convidados, um a pós o outro. Um mais louco do que o outro. Até que chegou finalmente aos últimos.
- “Saudações ao rei Goblin...” e “Saudações ao rei Dragão.”. Com todo o respeito. Mas você está louco vossa majestade.
-De maneira nenhuma, meu amigo. Essa vai ser a maior festa de todas. E quanto ao rei slime, goblin e dragão tenho certeza de que eles não virão de qualquer forma. Mas vou convida-los só para manter a diplomacia.
O conselheiro sabia bem que não adiantava discutir. Quando o rei botava algo na cabeça não tinha ninguém que tirasse. Então achou melhor correr com os preparativos para a ideia louca do rei. E reforçar a segurança, para o caso de algum imprevisto.
Naquela manhã, antes de abrir o seu negócio, um jovem padeiro da cidade recebeu uma mensagem vinda do palácio, onde o rei simplesmente pedia toneladas de chocolates em formato de ovos para uma festa que iria realizar dentro de uma semana. Ovos que segundo ele significavam nascimento de coisas novas, mas que no fundo era apenas para fazer uma brincadeira com um certo príncipe da cidade Lux.
O rei já havia feito pedidos estranhos antes, uma estatua em tamanho real de chocolate, um bolo de morango gigante para o aniversário da princesa e uma fortaleza feita de pão igual à uma que apareceu misteriosamente em algum lugar por aí. Mas nada nessa quantidade e com um prazo tão curto.
Pelos próximos dias a grande padaria ficou fechada enquanto o habilidoso padeiro e sua equipe derretiam chocolate, modelavam e criavam doces novos como nunca antes foi visto. Trabalhavam praticamente sem dormir muito e sem pausas muito longas para descansar.
E quando chegou no sexto dia, na véspera da grande festa. O padeiro e sua equipe olharam admirados para toda aquela enorme quantidade de doces e guloseimas que eles haviam produzidos e finalmente anunciou:
-Ainda não fizemos nem a metade.
-Mas é impossível. -Disse o exausto ajudante.
-Mas não podemos simplesmente dizer ao rei que não temos chocolate suficiente. -Disse Alice, outra ajudante -A cidade já está cheia de viajantes. E o rei vai nos matar se não entregarmos o que ele pediu.
-Vamos ter que entregar isso. Não temos mais chocolate ou açúcar. -Anunciou o padeiro desanimado -Vão para casa, descansem e aproveitem o festival amanhã. Eu explico a situação para o rei depois.
Os ajudantes saíram desanimados e o padeiro ficou sozinho na imensa padaria, pensativo e cabisbaixo. Seria a primeira vez em toda sua vida que deixaria de entregar uma encomenda.
Enquanto pensava em seus problemas o padeiro tirou um leve cochilo, sentado em sua cadeira de madeira. Mas foi acordado meia hora depois por alguém batendo na porta.
-Estamos fechados – Gritou o padeiro sem abrir os olhos.
Mas o visitante não parou e continuou batendo.
O exausto padeiro se levantou e foi a porta. E a abriu já irritado.
-Eu disse que estamos...
Ele não viu ninguém. Achou que eram crianças pregando peças e estava se preparando para voltar a dormir quando alguém disse.
-Aqui em baixo.
Era um slime. Uma criatura baixinha, gosmenta, com um olho só e roxa. Era a primeira vez que o jovem padeiro via um desses.
-Ah. Boa tarde. Eu posso ajudar em alguma coisa? – Perguntou ele meio sem jeito.
-Boa tarde. O pessoar me disse que essa é a lendária padaria do lendário padeiro. E eu to aqui pra ver se é verdade isso mermo.
-Ah, desculpe estamos fechados hoje por conta do festival amanhã.
-Fechado. Ah, mas eu sou critico de padaria. Vim lá da cidade slime pra saber se seus pão fiado é bom mesmo.
O padeiro realmente não estava no clima para lidar com cliente louco naquela hora.
-Desculpe, não temos pão. E não vendemos fiado.
-Mas oce é um padeiro. Faz um pão fiado aí pra mim. Pode ficar tranquilo que no dia de São nunca eu pago.
-Olha, eu estou cheio de trabalho aqui no momento. Então se você quer pão, siga reto por 5 quarteirões por ali que a padaria do Lopez está aberta.
-Ah, mas eu já fui por ali e falei com esse tar de Lopez. Eles não vendem pão fiado. -Respondeu o slime.
-Mas eu também não vendo! -Gritou o padeiro.
-Ah, qual é meu véio, faz uma exceção. -O slime fez uma cara de choro -O Lopez me disse que era o mió pão do mundo.
-Quem você está chamando de “meu véio”?
Nesse momento o padeiro já estava pronto para pegar sua colher de pau e sua espátula para mandar aquele slime de volta para sua cidade com um golpe só. Mas foi impedido por um outro slime que se aproximava.
-José slime, já está causando problemas nessa cidade também? -Disse.
Ele era do mesmo tamanho de José, mas sua cor era azulada e tinha o que parecia ser cabelo em algumas partes do que parecia ser a sua cabeça.
-Claro que não padeiro. Só estava pedindo uns pão.
-Sei, sei. Uns pão fiado que oce só vai pagar no dia de São Nunca. Nenhuma padaria de respeito vai dar isso pra você. -O slime padeiro se dirigiu ao humano padeiro – Desculpe o meu amigo aqui. Ele tem o dom de irritar.
-Tudo bem – Respondeu o padeiro -Eu só estava cansado com algumas coisas do festival. Alguns problemas.
-Problemas? -Perguntou o slime azul – Que tipo de problema. Se você quiser eu posso ajudar. Eu também sou padeiro.
-Desculpe, mas nem o melhor padeiro do mundo poderia me ajudar agora. O rei pediu cem toneladas de ovos de chocolate para amanhã e eu e minha equipe não conseguimos fazer nem metade. E para piorar o chocolate da cidade acabou.
-Para sua sorte, eu sou o melhor padeiro do mundo. -Disse a criaturinha azul. -Vamos salvar esse festival.
-É impossível. Não temos chocolate.
-Eu tenho na minha padaria. José, me leve de volta a cidade.
-É pra já meu véio. -O slime roxo se concentrou por alguns segundos e enfim gritou –“SlimePortar”.
E num piscar de olhos os dois slimes desapareceram.
O jovem padeiro olhou para os lados tentando achar alguma explicação apara o que acabara de acontecer. “Será que estou tão cansado que estou vendo coisas?” Pensou.
Mas 2 minutos depois os dois slimes reapareceram quase que na mesma velocidade com que tinham desaparecido, e trazendo com eles toneladas de barras de chocolates.
-Eai? Vamos ao trabalho. -Perguntou o velho slime azul.
-Va..vamos. -Gaguejou o padeiro.
Eles carregaram os chocolates para dentro da padaria e começaram a trabalhar.
-E eu oque faço? -Perguntou José.
-Vai dar uma volta José, vai perguntar pra algum outro padeiro se ele vende pão fiado. -Disse o velho sem parar de trabalhar.
-É pra já meu véio.
José saiu e os dois padeiros trabalharam duro pelo resto do dia, enquanto conversavam e trocavam conhecimentos padeiristicos de suas cidades.
...
José aproveitou o resto da tarde para conhecer a cidade. Roklua era muito grande e cheia de pessoas interessantes. E nesse dia em especial estava cheia de visitantes do mundo todo.
Foi a primeira vez que a cidade slime fora convidada para um evento desses. Mas poucos quiseram ir. A maioria dos slimes não tinham interesse em conhecer cidades de humanos.
Da cidade slime do sul só veio José e o padeiro. Isso por que o padeiro estava interessado em experimentar a comida dos humanos de Roklua e convenceu josé a usar o slimeportar para leva-lo.
Da cidade slime do Norte mais slimes apareceram. A maioria desconhecida para o pequeno slime roxo. Mas reconheceu a música horrorosa do Cantorzinho da Esquina vinda da taverna local. Acompanhado alguns trovadores de Atrox muito famosos que José não conhecia.
Se o Cantorzinho da Esquina estava na cidade era provável que o amor da vida de José também estivesse. Mas ele não estava afim de arranjar briga hoje.
Também acabou esbarrando em um sapo falante durante sua caminhada que pareciam estar aprontando, mas José não se incomodou com isso. Eles não tinham cara de que vendiam pão fiado.
Por fim, José avistou um antigo conhecido próximo a uma biblioteca.
-RD, meu amigo, a quanto tempo. -Gritou José para todo mundo ouvir.
José slime e RD o Robô se conheceram a alguns anos atrás quando um ajudou o outro a salvar o mundo de uma nevoa maligna, história que um dia ainda será contada por aqui.
-José slime, a quanto tempo mesmo. O que faz por aqui? -Perguntou RD.
-Vim com o padeiro para o festival para poder comer de graça. E você? Achei que robôs não se interessavam por comida.
-Não mesmo. Estou aqui em missão junto com alguns amigos. Achamos que os goblins possam estar planejando alguma coisa.
-Goblins? Mas quem foi que convidou os Goblin? -Perguntou José.
-Aparentemente, o rei.
-Mas por que ele faria isso?
-Por que ele é doido, e gosta de confusão.
-Tendi. Parece otro rei que eu conheço. E por que acha que eles estão armando algo?
-Por que eles estão sempre armando algo.
-Tendi. Vou te ajudar a ficar de olho neles intão.
E assim foram. José e RD vasculharam a cidade inteira e encontraram um pequeno acampamento com alguma dezena de goblins. Não pareciam estar fazendo nada demais além de dormir, conversar e observar a cidade de longe. Mas era sempre bom ficar de olho.
No passado os goblins causaram um grande problema para o reino de Atrox e Lux. Mas depois da morte de seu mestre tudo o que fizeram era causar pequenos furtos e confusão de um lado para o outro. Além de plantar armadilhas por toda parte.
-O que vamos fazer? Só ficar zoiando? -Perguntou José.
-Isso, vamos ficar de olho e qualquer atividade suspeita chamamos os guardas.
E ficaram, esperaram, esperaram, esperaram, esperaram e esperaram.
Até que depois de dois minutos José já estava entediado.
-Ah, quer saber. Eu vou lá perguntar o que eles estão tramando. -Disse o slime.
-Não José, temos que ser sorrateiros.
-Ei – Gritou José para um goblin ao longe.
Nesse momento todos os goblins do acampamento olharam para os visitantes.
-O que ocês estão aprontando? -Perguntou o slime.
-José, o que está fazendo, eles nunca dirão o que est...
-Estamos querendo estragar o festival. -Disse um dos goblins.
RD nunca imaginou que fosse tão fácil tirar informações de um inimigo.
-É.- Continuou outro goblin. -Vamos roubar toda a comida deles e esconder.
-Vai ser um caos total, os humanos vão ficar desesperados.
José e RD trocaram olhares.
-Ta vendo, agora já sabemo o que eles estão fazendo. -Disse José.
-Não podemos permitir isso.
-Ei. -Gritou uma voz grave de dentro do acampamento. -O que vocês estão fazendo?
A voz vinha de um goblin todo vestido com roupas pretas e uma mascara assustadora, que RD reconheceu como sendo o rei goblin.
-Estamos contando nossos planos para esses simpáticos senhores. -Explicou um goblin.
-O que eu falei sobre contar nossos planos para o inimigo? -Perguntou o rei irritado.
-Aaammm... Sempre devemos contar nossos planos para o inimigo?
-NUNCA CONTE OS NOSSOS PLANOS PARA O INIMIGO. -Gritou o rei -Agora peguem esses intrusos antes que avisem aos humanos.
-José, acho que precisamos sair daqui, corre. -Gritou RD e saíram correndo floresta adentro.
Os goblins eram lentos comparados aos dois heróis, de modo que foi fácil despista-los.
-Precisamos impedi-los. -Disse RD. -Não podemos permitir que estraguem o festival.
-Por sorte eu sei onde estão fazeno os doce. -Disse José.
José foi guiando o Robô azul pela cidade em direção a padaria. Claro, se perdendo um pouco aqui e ali já que a memória do slime nunca foi muito boa.
Já estava de noite quando chegaram e a maior parte das pessoas já estavam ou dormindo, ou na taverna ouvindo música.
-Padeiro, padeiro -Gritou José. -Temos que te contar um negócio.
Os dois padeiros saíram da padaria com um semblante arrasado.
-Os goblins, eles estão aqui. E estão planejando roubar a comida para o festival e esconde-la.
-Tarde demais José. -Disse o padeiro (Slime). -Os goblin já passaram por aqui, e eles levaram tudo.
-Eram centenas -explicou o padeiro (humano). -Não tivemos nem chance.
A noticia chocou os dois pequenos. Se eles ao menos tivessem cegado antes. Mas pela quantidade de inimigos provavelmente não teria ajudado em muita coisa.
-E agora? O que faremos? -Perguntou RD.
-Agora desistimos, não da mais. O festival começa em algumas horas. E eu não sei se aguento mais fazer chocolate hoje.
-Os goblin não deve ter levado o chocolate para muito longe. Era muita coisa pra carregar. -Pensou José (não acredito que to escrevendo isso) -Eles deve ter escondido por aqui mesmo. A gente pode só procurar.
-É a nossa última esperança. -Disse o padeiro. -Mas será que conseguiremos achar todos as 100 toneladas de chocolate que centenas de goblins esconderam pela cidade a tempo?
-Gente... -Começou RD. -Acho que tive uma ideia meio maluca aqui.
...
O dia amanheceu enfim, era o dia do festival. E todas as pessoas se dirigiam para a praça central da cidade, onde o rei esperava para fazer um pronunciamento.
-Povo de Aurix, slimes, goblins e animais. -Começou animado -Agradeço a todos por terem vindo de tão longe para esse festival.
As pessoas ouviam atentamente.
-Hoje vamos fazer algo diferente. Algo que nunca nenhum outro reino chegou a fazer. Nossos amigos goblins que vieram de tão longe ao sul de Atrox, esconderam pela cidade toda, toneladas de ovos de chocolate feitos pelos maiores padeiros de todo o continente. Quem encontrar o maior número de ovos ganhará um super prêmio em barras de ouro hoje e quem não encontrar nenhum bom, vai ficar sem comer chocolate. E que a caça comece.
O povo estava animado. As pessoas de Roklua amavam desafios e caça. E os visitantes amaram participar da brincadeira.
Haviam ovos espalhados por literalmente toda parte. Dentro das casas, chaminés, becos escuros e até mesmo perto da floresta.
-Sabe padeiro. -Disse José enquanto comia um ovo que tinha achado em uma moita – Esses ovo de chocolate fiado que oce fez ta muito bom.
-Obrigado José, esse ocê pode me pagar no dia de São Nunca.
-Ah, por que eu não encontro nenhum ovo. -Gritou um homem alto de ruivo próximo a eles.
-Ai ai -Disse RD desanimado -Vou ali ajudar Horacio a encontrar alguns. Bom festival para vocês meus amigos.
A ideia de RD de colocar o povo para procurar os ovos roubados foi super bem aceita, e com o passar do tempo acabou se tornando uma tradição na cidade. Sendo realizada uma vez por ano dali em diante. Contando inclusive com a ajuda da tribo goblin que ficaram conhecidos como especialistas em esconder ovos de chocolate.
Agora é a sua vez de participar dessa grande festa meu amigo. Encontre os 12 ovos de páscoa que os goblins esconderam nessa pequena cena.
Ir para Roklua
E desculpem de novo pelo tamanho do texto, porque depois que a inspiração veio veio com tudo kkkk
Enfim, espero que gostem
O Festival
Estávamos mais uma vez naquela época do ano, aonde a neve que outrora cobria toda a cidade derrete, as flores florescem, as arvores ganham mais vida, os animais surgem do nada no meio das casas e os jovens começam a se apaixonar.
O inicio da primavera era algo lindo e mágico apreciado por todo o povo de Aurix. Ainda mais depois de um longo e difícil inverno que se passou pelo continente.
Para comemorar essa data o rei de Roklua resolveu fazer uma grande festa com muito doces, música e diversão. E além disso, seria uma festa aberta a todos os outros reinos, sem distinção. Algo extremamente grande como nunca antes tinha sido feita, uma festa eu ficaria guardada nos anais de Aurix.
-E quando pretende realizar essa grande festa vossa alteza? – Perguntou o conselheiro real.
-Daqui a 7 dias. -Respondeu o rei sem tirar os olhos dos convites que escreveria apressadamente e com uma caligrafia impecável da qual sempre se orgulhou.
-Mas..., mas... 7 dias vossa alteza. Não haverá tempo. Como vamos preparar uma festa para os 12 reinos tão rápido.
-E quem falou nos 12 reinos? – Perguntou o rei com sorriso malicioso. -Eu disse “todos os reinos” de Aurix.
-Todos os reinos? – O conselheiro pegou alguns convites que o rei já tinha escrito e só então percebeu a loucura que ele estava planejando.
- “Saudações ao rei da cidade Slime do Sul...” Leu o conselheiro sem acreditar.
-Continue – Pediu o rei.
O conselheiro foi lendo os nomes dos convidados, um a pós o outro. Um mais louco do que o outro. Até que chegou finalmente aos últimos.
- “Saudações ao rei Goblin...” e “Saudações ao rei Dragão.”. Com todo o respeito. Mas você está louco vossa majestade.
-De maneira nenhuma, meu amigo. Essa vai ser a maior festa de todas. E quanto ao rei slime, goblin e dragão tenho certeza de que eles não virão de qualquer forma. Mas vou convida-los só para manter a diplomacia.
O conselheiro sabia bem que não adiantava discutir. Quando o rei botava algo na cabeça não tinha ninguém que tirasse. Então achou melhor correr com os preparativos para a ideia louca do rei. E reforçar a segurança, para o caso de algum imprevisto.
...
Naquela manhã, antes de abrir o seu negócio, um jovem padeiro da cidade recebeu uma mensagem vinda do palácio, onde o rei simplesmente pedia toneladas de chocolates em formato de ovos para uma festa que iria realizar dentro de uma semana. Ovos que segundo ele significavam nascimento de coisas novas, mas que no fundo era apenas para fazer uma brincadeira com um certo príncipe da cidade Lux.
O rei já havia feito pedidos estranhos antes, uma estatua em tamanho real de chocolate, um bolo de morango gigante para o aniversário da princesa e uma fortaleza feita de pão igual à uma que apareceu misteriosamente em algum lugar por aí. Mas nada nessa quantidade e com um prazo tão curto.
Pelos próximos dias a grande padaria ficou fechada enquanto o habilidoso padeiro e sua equipe derretiam chocolate, modelavam e criavam doces novos como nunca antes foi visto. Trabalhavam praticamente sem dormir muito e sem pausas muito longas para descansar.
E quando chegou no sexto dia, na véspera da grande festa. O padeiro e sua equipe olharam admirados para toda aquela enorme quantidade de doces e guloseimas que eles haviam produzidos e finalmente anunciou:
-Ainda não fizemos nem a metade.
-Mas é impossível. -Disse o exausto ajudante.
-Mas não podemos simplesmente dizer ao rei que não temos chocolate suficiente. -Disse Alice, outra ajudante -A cidade já está cheia de viajantes. E o rei vai nos matar se não entregarmos o que ele pediu.
-Vamos ter que entregar isso. Não temos mais chocolate ou açúcar. -Anunciou o padeiro desanimado -Vão para casa, descansem e aproveitem o festival amanhã. Eu explico a situação para o rei depois.
Os ajudantes saíram desanimados e o padeiro ficou sozinho na imensa padaria, pensativo e cabisbaixo. Seria a primeira vez em toda sua vida que deixaria de entregar uma encomenda.
Enquanto pensava em seus problemas o padeiro tirou um leve cochilo, sentado em sua cadeira de madeira. Mas foi acordado meia hora depois por alguém batendo na porta.
-Estamos fechados – Gritou o padeiro sem abrir os olhos.
Mas o visitante não parou e continuou batendo.
O exausto padeiro se levantou e foi a porta. E a abriu já irritado.
-Eu disse que estamos...
Ele não viu ninguém. Achou que eram crianças pregando peças e estava se preparando para voltar a dormir quando alguém disse.
-Aqui em baixo.
Era um slime. Uma criatura baixinha, gosmenta, com um olho só e roxa. Era a primeira vez que o jovem padeiro via um desses.
-Ah. Boa tarde. Eu posso ajudar em alguma coisa? – Perguntou ele meio sem jeito.
-Boa tarde. O pessoar me disse que essa é a lendária padaria do lendário padeiro. E eu to aqui pra ver se é verdade isso mermo.
-Ah, desculpe estamos fechados hoje por conta do festival amanhã.
-Fechado. Ah, mas eu sou critico de padaria. Vim lá da cidade slime pra saber se seus pão fiado é bom mesmo.
O padeiro realmente não estava no clima para lidar com cliente louco naquela hora.
-Desculpe, não temos pão. E não vendemos fiado.
-Mas oce é um padeiro. Faz um pão fiado aí pra mim. Pode ficar tranquilo que no dia de São nunca eu pago.
-Olha, eu estou cheio de trabalho aqui no momento. Então se você quer pão, siga reto por 5 quarteirões por ali que a padaria do Lopez está aberta.
-Ah, mas eu já fui por ali e falei com esse tar de Lopez. Eles não vendem pão fiado. -Respondeu o slime.
-Mas eu também não vendo! -Gritou o padeiro.
-Ah, qual é meu véio, faz uma exceção. -O slime fez uma cara de choro -O Lopez me disse que era o mió pão do mundo.
-Quem você está chamando de “meu véio”?
Nesse momento o padeiro já estava pronto para pegar sua colher de pau e sua espátula para mandar aquele slime de volta para sua cidade com um golpe só. Mas foi impedido por um outro slime que se aproximava.
-José slime, já está causando problemas nessa cidade também? -Disse.
Ele era do mesmo tamanho de José, mas sua cor era azulada e tinha o que parecia ser cabelo em algumas partes do que parecia ser a sua cabeça.
-Claro que não padeiro. Só estava pedindo uns pão.
-Sei, sei. Uns pão fiado que oce só vai pagar no dia de São Nunca. Nenhuma padaria de respeito vai dar isso pra você. -O slime padeiro se dirigiu ao humano padeiro – Desculpe o meu amigo aqui. Ele tem o dom de irritar.
-Tudo bem – Respondeu o padeiro -Eu só estava cansado com algumas coisas do festival. Alguns problemas.
-Problemas? -Perguntou o slime azul – Que tipo de problema. Se você quiser eu posso ajudar. Eu também sou padeiro.
-Desculpe, mas nem o melhor padeiro do mundo poderia me ajudar agora. O rei pediu cem toneladas de ovos de chocolate para amanhã e eu e minha equipe não conseguimos fazer nem metade. E para piorar o chocolate da cidade acabou.
-Para sua sorte, eu sou o melhor padeiro do mundo. -Disse a criaturinha azul. -Vamos salvar esse festival.
-É impossível. Não temos chocolate.
-Eu tenho na minha padaria. José, me leve de volta a cidade.
-É pra já meu véio. -O slime roxo se concentrou por alguns segundos e enfim gritou –“SlimePortar”.
E num piscar de olhos os dois slimes desapareceram.
O jovem padeiro olhou para os lados tentando achar alguma explicação apara o que acabara de acontecer. “Será que estou tão cansado que estou vendo coisas?” Pensou.
Mas 2 minutos depois os dois slimes reapareceram quase que na mesma velocidade com que tinham desaparecido, e trazendo com eles toneladas de barras de chocolates.
-Eai? Vamos ao trabalho. -Perguntou o velho slime azul.
-Va..vamos. -Gaguejou o padeiro.
Eles carregaram os chocolates para dentro da padaria e começaram a trabalhar.
-E eu oque faço? -Perguntou José.
-Vai dar uma volta José, vai perguntar pra algum outro padeiro se ele vende pão fiado. -Disse o velho sem parar de trabalhar.
-É pra já meu véio.
José saiu e os dois padeiros trabalharam duro pelo resto do dia, enquanto conversavam e trocavam conhecimentos padeiristicos de suas cidades.
...
José aproveitou o resto da tarde para conhecer a cidade. Roklua era muito grande e cheia de pessoas interessantes. E nesse dia em especial estava cheia de visitantes do mundo todo.
Foi a primeira vez que a cidade slime fora convidada para um evento desses. Mas poucos quiseram ir. A maioria dos slimes não tinham interesse em conhecer cidades de humanos.
Da cidade slime do sul só veio José e o padeiro. Isso por que o padeiro estava interessado em experimentar a comida dos humanos de Roklua e convenceu josé a usar o slimeportar para leva-lo.
Da cidade slime do Norte mais slimes apareceram. A maioria desconhecida para o pequeno slime roxo. Mas reconheceu a música horrorosa do Cantorzinho da Esquina vinda da taverna local. Acompanhado alguns trovadores de Atrox muito famosos que José não conhecia.
Se o Cantorzinho da Esquina estava na cidade era provável que o amor da vida de José também estivesse. Mas ele não estava afim de arranjar briga hoje.
Também acabou esbarrando em um sapo falante durante sua caminhada que pareciam estar aprontando, mas José não se incomodou com isso. Eles não tinham cara de que vendiam pão fiado.
Por fim, José avistou um antigo conhecido próximo a uma biblioteca.
-RD, meu amigo, a quanto tempo. -Gritou José para todo mundo ouvir.
José slime e RD o Robô se conheceram a alguns anos atrás quando um ajudou o outro a salvar o mundo de uma nevoa maligna, história que um dia ainda será contada por aqui.
-José slime, a quanto tempo mesmo. O que faz por aqui? -Perguntou RD.
-Vim com o padeiro para o festival para poder comer de graça. E você? Achei que robôs não se interessavam por comida.
-Não mesmo. Estou aqui em missão junto com alguns amigos. Achamos que os goblins possam estar planejando alguma coisa.
-Goblins? Mas quem foi que convidou os Goblin? -Perguntou José.
-Aparentemente, o rei.
-Mas por que ele faria isso?
-Por que ele é doido, e gosta de confusão.
-Tendi. Parece otro rei que eu conheço. E por que acha que eles estão armando algo?
-Por que eles estão sempre armando algo.
-Tendi. Vou te ajudar a ficar de olho neles intão.
E assim foram. José e RD vasculharam a cidade inteira e encontraram um pequeno acampamento com alguma dezena de goblins. Não pareciam estar fazendo nada demais além de dormir, conversar e observar a cidade de longe. Mas era sempre bom ficar de olho.
No passado os goblins causaram um grande problema para o reino de Atrox e Lux. Mas depois da morte de seu mestre tudo o que fizeram era causar pequenos furtos e confusão de um lado para o outro. Além de plantar armadilhas por toda parte.
-O que vamos fazer? Só ficar zoiando? -Perguntou José.
-Isso, vamos ficar de olho e qualquer atividade suspeita chamamos os guardas.
E ficaram, esperaram, esperaram, esperaram, esperaram e esperaram.
Até que depois de dois minutos José já estava entediado.
-Ah, quer saber. Eu vou lá perguntar o que eles estão tramando. -Disse o slime.
-Não José, temos que ser sorrateiros.
-Ei – Gritou José para um goblin ao longe.
Nesse momento todos os goblins do acampamento olharam para os visitantes.
-O que ocês estão aprontando? -Perguntou o slime.
-José, o que está fazendo, eles nunca dirão o que est...
-Estamos querendo estragar o festival. -Disse um dos goblins.
RD nunca imaginou que fosse tão fácil tirar informações de um inimigo.
-É.- Continuou outro goblin. -Vamos roubar toda a comida deles e esconder.
-Vai ser um caos total, os humanos vão ficar desesperados.
José e RD trocaram olhares.
-Ta vendo, agora já sabemo o que eles estão fazendo. -Disse José.
-Não podemos permitir isso.
-Ei. -Gritou uma voz grave de dentro do acampamento. -O que vocês estão fazendo?
A voz vinha de um goblin todo vestido com roupas pretas e uma mascara assustadora, que RD reconheceu como sendo o rei goblin.
-Estamos contando nossos planos para esses simpáticos senhores. -Explicou um goblin.
-O que eu falei sobre contar nossos planos para o inimigo? -Perguntou o rei irritado.
-Aaammm... Sempre devemos contar nossos planos para o inimigo?
-NUNCA CONTE OS NOSSOS PLANOS PARA O INIMIGO. -Gritou o rei -Agora peguem esses intrusos antes que avisem aos humanos.
-José, acho que precisamos sair daqui, corre. -Gritou RD e saíram correndo floresta adentro.
Os goblins eram lentos comparados aos dois heróis, de modo que foi fácil despista-los.
-Precisamos impedi-los. -Disse RD. -Não podemos permitir que estraguem o festival.
-Por sorte eu sei onde estão fazeno os doce. -Disse José.
José foi guiando o Robô azul pela cidade em direção a padaria. Claro, se perdendo um pouco aqui e ali já que a memória do slime nunca foi muito boa.
Já estava de noite quando chegaram e a maior parte das pessoas já estavam ou dormindo, ou na taverna ouvindo música.
-Padeiro, padeiro -Gritou José. -Temos que te contar um negócio.
Os dois padeiros saíram da padaria com um semblante arrasado.
-Os goblins, eles estão aqui. E estão planejando roubar a comida para o festival e esconde-la.
-Tarde demais José. -Disse o padeiro (Slime). -Os goblin já passaram por aqui, e eles levaram tudo.
-Eram centenas -explicou o padeiro (humano). -Não tivemos nem chance.
A noticia chocou os dois pequenos. Se eles ao menos tivessem cegado antes. Mas pela quantidade de inimigos provavelmente não teria ajudado em muita coisa.
-E agora? O que faremos? -Perguntou RD.
-Agora desistimos, não da mais. O festival começa em algumas horas. E eu não sei se aguento mais fazer chocolate hoje.
-Os goblin não deve ter levado o chocolate para muito longe. Era muita coisa pra carregar. -Pensou José (não acredito que to escrevendo isso) -Eles deve ter escondido por aqui mesmo. A gente pode só procurar.
-É a nossa última esperança. -Disse o padeiro. -Mas será que conseguiremos achar todos as 100 toneladas de chocolate que centenas de goblins esconderam pela cidade a tempo?
-Gente... -Começou RD. -Acho que tive uma ideia meio maluca aqui.
...
O dia amanheceu enfim, era o dia do festival. E todas as pessoas se dirigiam para a praça central da cidade, onde o rei esperava para fazer um pronunciamento.
-Povo de Aurix, slimes, goblins e animais. -Começou animado -Agradeço a todos por terem vindo de tão longe para esse festival.
As pessoas ouviam atentamente.
-Hoje vamos fazer algo diferente. Algo que nunca nenhum outro reino chegou a fazer. Nossos amigos goblins que vieram de tão longe ao sul de Atrox, esconderam pela cidade toda, toneladas de ovos de chocolate feitos pelos maiores padeiros de todo o continente. Quem encontrar o maior número de ovos ganhará um super prêmio em barras de ouro hoje e quem não encontrar nenhum bom, vai ficar sem comer chocolate. E que a caça comece.
O povo estava animado. As pessoas de Roklua amavam desafios e caça. E os visitantes amaram participar da brincadeira.
Haviam ovos espalhados por literalmente toda parte. Dentro das casas, chaminés, becos escuros e até mesmo perto da floresta.
-Sabe padeiro. -Disse José enquanto comia um ovo que tinha achado em uma moita – Esses ovo de chocolate fiado que oce fez ta muito bom.
-Obrigado José, esse ocê pode me pagar no dia de São Nunca.
-Ah, por que eu não encontro nenhum ovo. -Gritou um homem alto de ruivo próximo a eles.
-Ai ai -Disse RD desanimado -Vou ali ajudar Horacio a encontrar alguns. Bom festival para vocês meus amigos.
A ideia de RD de colocar o povo para procurar os ovos roubados foi super bem aceita, e com o passar do tempo acabou se tornando uma tradição na cidade. Sendo realizada uma vez por ano dali em diante. Contando inclusive com a ajuda da tribo goblin que ficaram conhecidos como especialistas em esconder ovos de chocolate.
Agora é a sua vez de participar dessa grande festa meu amigo. Encontre os 12 ovos de páscoa que os goblins esconderam nessa pequena cena.
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Estava querendo fazer algo relacionado a coelho, mas a inspiração não veio. Então fiz só um quase charset