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- Eliyud

O Oásis da Prosperidade

Jully Anne Feminino

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O Oásis da Prosperidade


Kiruna, Suécia, 28 de Novembro de 1930.
Sou Joanne, uma princesa Sueca que sempre dispôs do bom e do melhor, como as melhores mordomias, empregados de primeira linha ao meu dispor, um capital avaliado em aproximadamente kr 1.000.000.000,00, uma beleza natural que atraia todos os tipos de homens e causava inveja às mulheres, além de uma admiração absurda do meu povo.
Apesar de tudo isso, sentia um vazio não preenchido em meu ser, tinha a impressão de que faltava algo…
Pesquisando antigos livros de história em uma conceituada biblioteca em Paris, França, uma lenda contida em um deles me chamou a atenção, onde era citada uma antiga lenda sobre um pequeno paraíso isolado no Deserto do Saara e quem o encontrasse poderia realizar qualquer pedido.
Disposta a encontrar a vida perfeita, embarquei logo após ser ovacionada no Réveillon pela população, levando a bordo uma tripulação com mais de 1000 pessoas para satisfazerem minhas vontades e mordomias, além dos melhores historiadores disponíveis para decifrarem os estranhos caracteres contidos naquele livro. Pelas figuras contidas e marcações, era evidente que se tratava de um mapa com a possível localização do paraíso.

Saara, 29 de Janeiro de 1931.
Segundo as antigas descrições contidas no livro, 7 dias e 7 noites seriam necessários, andando em linha reta sentido leste, para encontrarmos o meu tão desejado destino e tudo caminhava perfeitamente, até que no 3º dia, um tornado repentino reduziu minha tripulação a 700 integrantes, onde 27 morreram, 273 ficaram feridos e boa parte dos nossos recursos importantes, como comida e água, foram drasticamente reduzidos. Diante desta situação, dos membros que restaram, 300 voltaram para o navio, para levarem os feridos e os corpos de volta para Kiruna em 2 dos 3 navios que foram utilizados.

Saara, 01 de Fevereiro de 1931.
Dos 400 membros que restaram da tripulação, apenas 10 tinham conhecimentos geográficos suficientes para guiar todo o grupo, os demais voltaram com os feridos e mortos para Alto-mar.
Por falta de organização entre os guias, adicionando a isso a necessidade de coletarmos recursos para a nossa sobrevivência o grupo foi dividido em 4, onde o primeiro seria para encontrar água, o segundo para encontrar comida, o terceiro para encontrar recursos diversos para nos prevenirmos à noite, como madeira e folhas e o quarto grupo seguiria em frente e traçaria a rota, neste eu me encontrava protegida e com boa parte dos recursos que sobraram.

Saara, 04 de Fevereiro de 1931.
Pela primeira vez em minha confortável vida, passei uma noite com medo, frio e fome, isso deveu-se ao fato das outras 3 equipes terem se perdido na coleta dos mantimentos.
Meu grupo era o menor dos 4, com apenas 10 integrantes e passei a ter um sentimento de desespero que, em condições normais, seria algo impossível: Morreríamos em questão de tempo por falta de recursos.

Saara, 05 de Fevereiro de 1931.
Ao final da tarde, os demais integrantes ficaram para trás, restando comigo apenas um guia e o camelo que me transportava, todos ficaram pelo caminho e forneceram seus últimos recursos para que eu pudesse chegar sã e salva no paraíso. A partir desse momento, percebi que toda a idolatria que recebia do meu povo era proveniente da imagem que lhes era passada, mas que não era merecida devidas às minhas ações.
Meu guia me pediu para seguir adiante e deitou-se sobre o chão, disse que precisava apenas de um descanso e que em seguida me alcançaria, mas, era evidente que ele já estava em seu leito de morte, assim como eu…
Inconsolada e arrependida por tudo o que fiz aquela tripulação passar por causa do meu enorme ego, só me restava esperar as luzes se apagarem, enquanto o camelo seguia bravamente em linha reta.
Como esperado, minhas forças se esvaíram e desmaiei, acreditava que era o fim e tudo o que podia pensar era em me desculpar com todo o meu povo, que sempre me apoiou e não recebeu nenhum tipo de retorno da minha parte, mas minha história não teria um fim ali…

Saara, 06 de Fevereiro de 1931.
Meus olhos se abriram, o camelo não andava mais e, quando percebi, estava sendo acordada pelo meu guia, que, praticamente sem forças, apontou para frente e me pediu para olhar bem o que estava ali: um belo oásis com uma árvore reluzente que, assim como mencionado nas antigas escrituras, me concedeu o direito a realizar um pedido.
Pedi para que tudo voltasse a ser como era antes de ler o livro, entretanto, que minhas memórias dessa aventura fossem mantidas, dessa forma, esse novo sentimento de empatia pelo próximo que preencheu o vazio que existia em mim seria mantido.
 
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