O que é um jogo/estúdio Indie? Isso começou com uma discussão com a [member=1052]Kawthar[/member] e o [member=3]RyanKamos[/member] e se tonou uma pesquisa com alguns dos grandes nomes Indies brasileiros. Nisso cheguei a boas métricas, mas preciso admitir que definir Indie não é fácil e mesmo alguns desenvolvedores Indies possuem definições diferentes.
No final, cheguei a conclusão que nenhuma dessas métricas é boa (apesar de simpatizar com a última). O que eu acho mais errado é essa rotulação de jogos Indies poderem figurar nas categorias Indies das competições de games (como Game of Year) e das lojas. Quer dizer então que se uma empresa injetar um milhão na Capcom para criação de novas ideias e ela formar um time de 7 pessoas. Essa equipe possui carta branca para desenvolver o game que eles quiserem, entretanto o produto criado não será considerado Indie. No entanto, se em um universo alternativo a mesma galera se juntar, sair da Capcom e fizer o mesmo jogo, apesar de ser o mesmo produto, ele será considerado Indie e poderá participar das competições e lojas como tal.
Para ficar claro a ideia que vou passar, no restante do texto, usarei a palavra independente, e não Indie. A visão que eu acho mais correta, diz respeito aos aspectos do jogo/estúdio. Ou seja, um jogo pode ser Indie em uma coisa, mas outra não.
Logo, um jogo pode ter um investidor (não sendo independente em investimento), mas ser independente artisticamente, como o que aconteceu com o Inside.
Segundo essa visão que acabei de explicar, caso eu tivesse, eu poderia gastar 1 bilhão de dólares para formar uma equipe de 200 pessoas que fizesse o game que me desse na telha. O jogo e o estúdio seriam independentes em todos os aspectos.
Por isso que eu não gosto do termo jogo/estúdio Indie. Prefiro a nomenclatura projeto/estúdio pequeno.
- Um jogo Indie é feito por um estúdio pequeno. Mas pequeno quanto? Não há uma definição clara. O Sebrae define empresas brasileiras pequenas com até 49 funcionários (no ramo de serviços que é onde games se encaixam) e com receita bruta anual inferior à R$ 3.600.000,00. No BIG Festival (Brazilian Indie Games Festival), havia jogos competindo cujas empresas certamente passavam desse valor e da quantidade de integrantes.
- Um jogo Indie é feito sem investimento (exceto crowdfunding). Mas quanto de investimento? Também não há uma definição clara. Se eu der cem, dez mil, cem mil ou um milhão de reais para investir num jogo que eu gosto, ele deixa de ser Indie por isso? Cuphead recebeu um bom investimento da Microsoft, logo ele não é mais Indie.
- Um jogo Indie não liga para o mercado. Eu particularmente acho que não existe empresa que não toma nenhuma decisão com base no mercado. Enfim, mesmo um desenvolvedor solo com 18 anos que está na faculdade, se ele lançar um aplicativo na Google Play com integração com o Facebook, daquelas que dá mais moedas in-game se o jogador fizer mais pessoas baixarem o jogo com sucesso, logo ele não é um desenvolvedor Indie. Enfim, tirando alguns casos óbvios, não dá para ter certeza, dentro dos supostos estúdios Indie, quais decisões são tomadas visando o mercado.
- Um jogo Indie possui liberdade autoral. Quer dizer então que se a Capcom formar um time pequeno e eles lançarem um jogo autoral, como Viewtiful Joe, ele é Indie.
- Um jogo Indie pode possuir uma estética diferenciada, característica desse meio. Segundo esse raciocínio, Okami, da Capcom, é Indie.
No final, cheguei a conclusão que nenhuma dessas métricas é boa (apesar de simpatizar com a última). O que eu acho mais errado é essa rotulação de jogos Indies poderem figurar nas categorias Indies das competições de games (como Game of Year) e das lojas. Quer dizer então que se uma empresa injetar um milhão na Capcom para criação de novas ideias e ela formar um time de 7 pessoas. Essa equipe possui carta branca para desenvolver o game que eles quiserem, entretanto o produto criado não será considerado Indie. No entanto, se em um universo alternativo a mesma galera se juntar, sair da Capcom e fizer o mesmo jogo, apesar de ser o mesmo produto, ele será considerado Indie e poderá participar das competições e lojas como tal.
Para ficar claro a ideia que vou passar, no restante do texto, usarei a palavra independente, e não Indie. A visão que eu acho mais correta, diz respeito aos aspectos do jogo/estúdio. Ou seja, um jogo pode ser Indie em uma coisa, mas outra não.
- Um jogo pode ser independente em investimento se não receber investimento de uma fonte. Dinheiro vindo de Crowdfunding conta como doação, já que os backers não possuem poder de decisão e datas de lançamento combinadas são auto-impostas pelos desenvolvedores. No entanto, o projeto pode ser dependente desse dinheiro para sair. Mas se o game tem um investidor pedindo mudanças no projeto ou até fechando datas para lançamentos, ele não é independente nem mesmo em outros aspectos.
- Um jogo pode ser independente mercadologicamente se ele não toma ações visando um maior lucro no mercado. Como eu expliquei anteriormente, algumas ações visando o lucro são fáceis de perceber. Outras, nem tanto.
- Um jogo pode ser independente artisticamente se ele quiser criar algo autoral. Logo uma equipe na Rare que tem carta branca para criar algo autoral é independente artisticamente.
Logo, um jogo pode ter um investidor (não sendo independente em investimento), mas ser independente artisticamente, como o que aconteceu com o Inside.
Segundo essa visão que acabei de explicar, caso eu tivesse, eu poderia gastar 1 bilhão de dólares para formar uma equipe de 200 pessoas que fizesse o game que me desse na telha. O jogo e o estúdio seriam independentes em todos os aspectos.
Por isso que eu não gosto do termo jogo/estúdio Indie. Prefiro a nomenclatura projeto/estúdio pequeno.