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O velho contador de histórias

NolanHawk Masculino

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06 de Dezembro de 2018
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O velho contador de histórias

Era uma noite de sexta-feira e a família Hawk se reunia ao redor da lareira para o velho vovô Hawk contar suas histórias. Todos procuraram seus lugares ao redor da lareira e se aconchegaram o melhor que puderam, pois estava fazendo um tremendo frio naquela noite, do tipo de frio que eles mal lembravam de ter visto uma outra vez em suas vidas. No aposento estavam o único filho do vovô Hawk, junto de sua esposa, seus dois netos homens e sua netinha, a caçula e mais bajulada pelo idoso. E eles não estavam ali por qualquer tipo de obrigação ou simplesmente para dar um pouco de atenção ao velho homem, não… Longe disso. Eles cresceram escutando as histórias dele e amavam-nas tanto quanto uma série que eles viam na Netflix.
Todos estavam a postos, baldes de pipoca na mão, um ou outro doce espalhado pela mesinha que enfeitava o centro da sala. Fazia muito tempo que eles não se reuniam daquele jeito, pois o velho homem tinha passado um bom tempo no hospital se recuperando de uma queda que havia levado alguns meses antes. O dono do show ainda não estava ali, e o barulho ao longe da descarga antiga da casa anunciava a sua entrada no espetáculo. Ele vinha andando com um pouco de dificuldade, sendo ajudado por um dos netos até finalmente sentar na sua cadeira de balanço que ficava estrategicamente perto da lareira para tentar acalmar suas dores nas juntas.
Ele pegava uma garrafa d’água que estava elevada na altura de sua mão por um banquinho e bebia um longo gole. Depois, limpava a garganta em alto e bom som, o que fez a expectativa de todos crescer claramente nas feições de toda a família. O velho, percebendo como todos estavam em suas mãos, deu um sorrisinho de canto de boca quase imperceptível, era a hora de começar a história.​

Pesadelo sinistro

Quando eu era criança, era comum sonhar e ter pesadelos de vez em quando, habilidade que fui perdendo com o passar dos anos. Parece que a rotina me cansa tanto hoje em dia que minha mente, também cansada, prefere simplesmente me levar para o escuro do sono pacífico do que me agraciar com as visões fantásticas que um sonho, ou pesadelo, podem nos agraciar. Porém, tem um dia, ou melhor, uma data específica do mês que, não importando o cansaço, um terrível sonho sempre se repetia.
Neste sonho, eu estava voltando para casa de um dia cheio na faculdade. O cansaço já havia se apossado de meu corpo a um bom tempo e a única coisa que passava pela minha mente exausta era tomar um bom banho e deitar para ser acolhido pelos braços do sono. A noite estava gélida, mais que o normal para a época de ano que me encontrava, mas nem isso me chamou a atenção, já que simplesmente aquilo podia ser só um dia atípico, e eu estava certo, só não sabia que tal atipicidade viria de um meio sobrenatural.
Faltando uma rua para chegar em casa, todos os postes que iluminavam a viela começavam a piscar alheios a qualquer ordem ou ritmo. Eu parava, olhando-os com espanto e estranhamento, quando, na outra ponta da rua, vejo virar e vir em minha direção um ser grande, robusto e que andava em suas quatro patas. Pelo tamanho e som do rosnar, ele com certeza não era um cachorro. Estava mais próximo de um leão do que eu queria admitir, mas não existia zoológico perto para algo assim ter fugido. Fiquei paralisado de medo, era impossível fugir. A cada piscada das luzes, a criatura se encontrava mais próxima de mim e, no momento que eu pude sentir sua respiração, ela sumia diante dos meus olhos. Nesse ponto, eu sempre acordava de susto, banhado de suor e com a respiração ofegante.
Esse sonho se repete até hoje, sempre na última lua cheia do mês e eu juro que ainda consigo lembrar de sentir sua respiração próxima a minha face, sentir o seu cheiro, algo parecido com almíscar. Seus olhos brilhantes que apresentavam famintos, lascivos por um pedaço da minha carne cada vez que os postes se apagavam. Seus pelos eriçados como se estivesse pronto para o ataque...
De repente, as luzes da casa se apagam. Todos soltavam um longo “ahhhhhh”. A lareira, única coisa que realmente estava clareando a sala de estar, também acaba se apagando misteriosamente. Com seus celulares longe, ninguém tinha alguma ferramenta para iluminar a sala que contava, naquele momento, apenas com uma brilhante lua cheia para não adentrar em um escuro absoluto. Nessa hora, toda a família escuta um som estranho, parecido com o de juntas estalando e sendo deslocadas. O filho do velho homem percebe que, como se tratava do último dia do mês, com toda a certeza era a última lua cheia do mês. Como o senhor Hawk estava senil, também tinha se esquecido da importante data para ele. Com a voz fraca, tentando ao máximo se controlar, o velho homem sibila um “corram” entre os dentes. A última coisa que seus familiares viram com vida foram os olhos brilhantes e amedrontadores do avô que tanto amavam.​

Fim!
 
Oi, Nolan! Finalmente estou lendo um texto seu. Você escreve muito bem e achei o texto criativo, fiquei envolvida (e com medo riaiaira). Gostei de como você dividiu as partes entre a reunião da família na sala e o início do conto!

Mas acho que, aqui no Condado, a nossa meta é se desenvolver né? E eu achei que algumas coisinhas poderiam ser diferentes para que seu texto ficasse mais impactante!

Em algumas partes do texto seu vocabulário está muito bom, mas outras poderiam ter sido escritas de uma forma melhor. Acredito que isso pode ser resolvido com a minha famosa "pausa de leitor"! Depois de escrever o texto você deixa ele "descansando" por um bom tempo e, antes de postar, lê novamente. Isso nos distancia um pouquinho da escrita e nos coloca numa posição mais aproximada do leitor, o que torna mais fácil encontrar essas partes que poderiam estar melhor formuladas ou palavras que estão repetidas.

Além disso, acho que algumas frases poderiam ser melhor desenvolvidas. E também poderia fazer frases mais curtas para ajudar seu texto a ficar mais impactante e com mais suspense. Por exemplo, ao invés de escrever:


O filho do velho homem percebe que, como se tratava do último dia do mês, com toda a certeza era a última lua cheia do mês. Como o senhor Hawk estava senil, também tinha se esquecido da importante data para ele. Com a voz fraca, tentando ao máximo se controlar, o velho homem sibila um “corram” entre os dentes. A última coisa que seus familiares viram com vida foram os olhos brilhantes e amedrontadores do avô que tanto amavam.

Eu adicionaria um pouco mais de drama hehe:

"O filho do velho homem sentiu seus instintos lhe dizerem que algo estava errado, desesperadamente tentando se lembrar em que parte do mês estavam. E então, lembrou-se: era noite de lua cheia. Olhou para o pai, já sentindo as pernas ficarem trêmulas, e pôde ver a figura do Sr. Hawk começar a se transformar. Seu semblante, antes de um velho bondoso e sábio, agora mostrava preocupação e, ao mesmo tempo, raiva. Com a voz fraca, ainda tentando se controlar, Hawk murmura sons que a família não entende. E então um o amedrontador sibilo se espalha pela sala: "Corram"." e finalizaria o texto assim.

Ou algo do tipo. Só uma sugestão lógico, eu também não sou boa nisso, mas é só pra exemplificar! Você não tem que escrever assim né, é só meu gosto pessoal para narrativas.

Mas no geral, está muito bom! Espero ler mais textos seus por aqui <3
 
Última edição:
Oi, Nolan! Finalmente estou lendo um texto seu. Você escreve muito bem e achei o texto criativo, fiquei envolvida (e com medo riaiaira). Gostei de como você dividiu as partes entre a reunião da família na sala e o início do conto!

Mas acho que, aqui no Condado, a nossa meta é se desenvolver né? E eu achei que algumas coisinhas poderiam ser diferentes para que seu texto ficasse mais impactante!

Em algumas partes do texto seu vocabulário está muito bom, mas outras poderiam ter sido escritas de uma forma melhor. Acredito que isso pode ser resolvido com a minha famosa "pausa de leitor"! Depois de escrever o texto você deixa ele "descansando" por um bom tempo e, antes de postar, lê novamente. Isso nos distancia um pouquinho da escrita e nos coloca numa posição mais aproximada do leitor, o que torna mais fácil encontrar essas partes que poderiam estar melhor formuladas ou palavras que estão repetidas.

Além disso, acho que algumas frases poderiam ser melhor desenvolvidas. E também poderia fazer frases mais curtas para ajudar seu texto a ficar mais impactante e com mais suspense. Por exemplo, ao invés de escrever:



Eu adicionaria um pouco mais de drama hehe:

"O filho do velho homem sentiu seus instintos lhe dizerem que algo estava errado, desesperadamente tentando se lembrar em que parte do mês estavam. E então, lembrou-se: era noite de lua cheia. Olhou para o pai, já sentindo as pernas ficarem trêmulas, e pôde ver a figura do Sr. Hawk começar a se transformar. Seu semblante, antes de um velho bondoso e sábio, agora mostrava preocupação e, ao mesmo tempo, raiva. Com a voz fraca, ainda tentando se controlar, Hawk murmura sons que a família não entende. E então um o amedrontador sibilo se espalha pela sala: "Corram"." e finalizaria o texto assim.

Ou algo do tipo. Só uma sugestão lógico, eu também não sou boa nisso, mas é só pra exemplificar! Você não tem que escrever assim né, é só meu gosto pessoal para narrativas.

Mas no geral, está muito bom! Espero ler mais textos seus por aqui <3
Mano, eu adorei as mudanças que você fez, deixaria toda a situação ainda mais tenebrosa * -*. E sim, a mudança do vocabulário é realmente importante e eu relaxo um pouco nisso. Muito obrigado pelo feedback, espero que continue se divertindo com as coisas que escrevo :3
 
Finalmente dei uma passada por aqui, foi mal a demora, Nolan!

É bom manter a prática, sua criatividade está dando bons resultados.

Quanto à parte técnica, a Coralium já deu uma absurda e completa observação, que eu tenho certeza que será de grande ajuda pros seus próximos contos se aproveitar as dicas dela.

Até a próxima!
 
Prezado, boa tarde!
É uma história bastante interessante. Tem um ritmo melhor do que a anterior. Parabéns! Contudo, muito dos apontamentos que fiz no texto anterior, também se aplicam neste. A ideia é muito boa, mas a apresentação do texto em um enorme bloco de letras não é muito convidativa.​
Os apontamentos feitos pela @Coralium resumem muito do que eu diria. Escrever uma narrativa é muito diferente de uma notícia, por isso é importante reler o seu próprio texto diversas vezes e testar palavras novas.​
Contar uma história não é apenas escrever, é importante escolher as palavras cuidadosamente, pois muitas delas revelam informações que você gostaria de ocultar - principalmente quando o foco é o terror - ou simplesmente para evitar palavras repetidas. Você pode contar o mesmo fato de diversas maneiras diferentes, cabe você escolher qual o sentimento deseja passar ao leitor em cada trecho. Recomendo a leitura do conto "o dedo semovente" (The Moving Finger) de Stephen King, essa história abusa de técnicas para criar ritmo e suspense com algo muito mais banal do que um lobisomem: um dedo decepado. A leitura por si só já é uma aula.​
Claro que não basta apenas ler, você precisa refletir sobre como o autor está trabalhando o texto, desde a escolha das palavras até a ordem dos acontecimentos.​
Percebi no seu texto o excesso do uso do pretérito imperfeito (estava; lembrava; amava; ...), o que é algo que me incomodou bastante. Para você ter uma ideia, em seus oito parágrafos, o termo "ava" aparece 34 vezes e 13 vezes a palavra "estava". O uso de palavras repetidas - quando não intencional - empobrece muito a leitura, deixando-a monótona e repetitiva, prejudicando, por fim, o ritmo. A escolha das palavras é muito importante para dar o ritmo e tornar a leitura mais fluída, mas isso não depende apenas do uso das palavras de forma isolada, depende também de como elas interagem entre si, formando frases e parágrafos.​
Outra dica que lhe dou é pegar leve no gerundismo, evite as conjugações com "estava", como "estava fazendo", "estava voltando".​
À propósito, o verbo "fazer", quando usado para expressar o decurso do tempo se torna impessoal, por este motivo a frase: "fazia muito tempo que eles não se reuniam daquele jeito" está escrita de forma errada, pois o correto seria: "faz muito tempo que eles não se reuniam daquele jeito". Ou você pode trocar por outras palavras que domine melhor e que mantenham o mesmo sentido.​
Por fim, friso. Gosto bastante das suas histórias, acredito muito no seu potencial, do contrário sequer teria dedicado meu tempo para tecer esses comentários, em momento algum eu quis lhe ofender ou desmerecer sua obra. Essas são apenas minhas sinceras opiniões, sinta-se à vontade para ignorar qualquer desses apontamentos.


Abraços.​
 
@NolanHawk EU E VOCÊ APRENDENDO COM O MESTRE @Dobberman ! Hahahaha

Vou te contar, Nolan, que fiquei EM CHOQUE quando li a primeira crítica dele pro meu texto. Mas depois que me recuperei comecei a colocar todos os conselhos dele em prática (pelo menos os que eu conseguia) e tenho aprendido muito desde então.

Sempre que ele comenta nas minhas histórias fico feliz * 3 *

Cola nele que é sucesso <3
 
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