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Pensando Jogos | História da Arte e Pixel Art

BlackCatFM Masculino

Marquês
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Caríssimos,


  Estou aqui novamente para compartilhar algo que envolve esse fascinante mundo dos joguinhos e ao mesmo tempo faz-nos pensar. Além de um apaixonado pela filosofia, tenho um grande interesse pela História da Arte - mais precisamente pelo período chamado de impressionismo. Então, eis que durante minhas naveganças pelo Youtube, encontro este vídeo incrível relacionando meu gênero de pintura predileto e a Pixel Art. Nele, trata-se de mostrar, através de uma breve exposição do processo que levou do desenvolvimento dos primeiros gráficos 2D ao 3D, como ocorreu com a Pixel Art algo deveras similar ao que ocorrera há dois séculos com o surgimento do movimento impressionista.
  Em termos gerais - não entrarei no detalhe, pois teria que escrever uma dissertação aqui -, o impressionismo define-se pela rejeição do "princípio realista" que regia a pintura desde o Renascimento; ao invés de buscar representar o real, segundo dimensões e proporções ditas "realistas", o impressionismo se lança ao imaginário e à busca por captar a impressão de uma duração (um pôr do sol, um campo de tulipas sob a luz de um sol de verão, nenúfares que boiam suavemente sobre um calmo lago etc.). Segundo o autor do vídeo, a Pixel Art, assim como o impressionismo rompera com a pintura clássica, constitui uma ruptura com o realismo dos gráficos 3D, permitindo-se explorar nuances do imaginário e não mais a pura e simples representação de um objeto dado no real. Eu achei uma bela sacada, mas e vocês, o que acham? Ah, e não deixem de assistir ao vídeo; coloca-lo-ei logo abaixo!​


[youtube]https://www.youtube.com/watch?v=U0D12JOPLWE[/youtube]​


P.S: gostaria de agradecer ao [member=648]Cross Maker[/member] pela logo bacanuda! Obrigado, meu caro! o/
 
Muito bom o video manolo, e valeu pelo apoio fico feliz que tenha gostado hehe mas vamos as considerações do video:

Sempre gostei de pixel art, eu cresci com o Super Nintendo onde quase todos (ou todos mesmo kkk) eram jogos em pixel art, com o avanço do 3D eu sinceramente pensei que o pixel art iria morrer com o tempo, e durante a época do ps2 e no comecinho da época do ps3 era quase dificil tu encontrar jogos em pixel art, mas ainda bem que eles meio que ressurgiram das cinzas de uns tempo para cá chegando a bater de frente com jogos em 3D em numero de produções, que em grande parte foi através de desenvolvedores indies que por felicidade incentivou os grandes produtores a voltarem com este estilo, mas acredito que o fato de pixel art ainda existir não seja pelo fator fantasioso até porque existem diversos jogos em 3D que conseguem trazer da mesma forma o surrealismo (Mario, Sonic, Crash são exemplos disto) acredito que o grande diferencial seja o estilo diferente de arte ao qual gráficos 3D não podem oferecer da mesma forma, além de trazer o fator nostalgia que muito agradam os gamers da velha guarda
 
"(...) mas acredito que o fato de pixel art ainda existir não seja pelo fator fantasioso até porque existem diversos jogos em 3D que conseguem trazer da mesma forma o surrealismo (Mario, Sonic, Crash são exemplos disto) acredito que o grande diferencial seja o estilo diferente de arte ao qual gráficos 3D não podem oferecer da mesma forma, além de trazer o fator nostalgia que muito agradam os gamers da velha guarda."

    Certamente, esses fatores que você citou também possuem o seu peso para o retorno triunfante da pixel art, entretanto, acredito que seja um tanto mais complexo que isso. Não penso que a questão, aqui, seja a oposição entre o fantástico e o realístico, o real e o surreal. Não se trata de uma diferença puramente temática, isto é, não estou me referindo ao que separa o Senhor dos Anéis de Guerra e Paz. O tema ainda é relativo, no período pré-impressionista existiam artistas como Francisco de Goya que faziam pinturas com um certo tom surrealista, mesmo dentro dos formalismos da pintura clássica que prezava pelo realismo.
  No caso do 3D, penso sempre em como o que surpreendia aos garotos da época em que eu era adolescente, quando eles jogavam pela primeira vez num PS1, era o fato de que os gráficos 3D emulavam de uma maneira mais satisfatória a realidade. O que chamava a atenção era o quanto o 3D deixava tudo mais real: o movimento das personagens, as ambientações, o sangue parecia realmente sangue etc. O grande ponto que diferenciava o 3D do 2D era a capacidade que o 3D tinha de representar o real: árvores com animação, água dinâmica, sistemas complexos de partículas etc. E uma coisa é certa: o 3D, com seu hiper-realismo, jamais será superado pelo 2D. Uma árvore em 2D jamais terá a mesma complexidade mimética de uma árvore em 3D.
  Mesmo quando o 2D vivia o seu auge, se observarmos a sua linha evolutiva, cada avanço resultava numa maior eficácia emulatória da técnica no que tange à realidade. De Pong à Donkey Kong, as personagens e os mundos virtuais foram se tornando mais e mais complexos e verossímeis. Mas, com a chegada do 3D, tudo mudou, houve um "salto"; o 2D não tinha mais para onde ir, o 3D já havia mostrado que ele era o próximo passo em direção à mímeses perfeita do real. Mas a grande descoberta, talvez, seja justamente o fato de que a pixel art não precisa mais preocupar-se em ser realista - representar a melhor água, o melhor sangue, o melhor movimento de cabelo e por aí vai.
  Não sei se fui claro, mas pense num jogo como Layers of Fear, ele possui uma temática que mistura horror e surrealismo, mas ainda assim ele presta contas a um princípio representacional: se olhamos para um quadro na parede, esse quadro é uma representação fiel e clara de um quadro. No caso de um retrato, é perfeitamente possível identificar todos os traços do indivíduo que fora pintado. O mesmo não precisa acontecer com uma Pixel Art, basta uma sugestão, uma fraca silhueta formada por alguns pixels para entendermos: é um quadro e é um retrato. Nos termos que estou falando, jogos como Mário e Crash são mais realistas do que, para usar um exemplo citado no vídeo, Celeste.​
 
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