🤔 Para Refletir :
"A verdadeira ideia criativa vem do momento mais simplório do dia."
- Yonori Akari

Senhor da Guerra: Ato II

ドーベルマン

.
Administração
Administração
O cão.
Juntou-se
29 de Março de 2017
Postagens
530
Bravecoins
2.287
title.png







Contrastando com o escuro da areia e o tom cinzento da pele de Gorbold, o púrpuro de um cacto chama atenção naquela paisagem. Cuidadosamente, o orc examina a planta em busca de um caminho em meio à infinidade de espinhos. Ele caminha de um lado para o outro, esfrega a sua cabeça, coça sua nuca, põem a mão em seu queixo, examina a planta de cima para baixo e de baixo para cima em busca de um brecha.

Se fosse um cacto normal, o orc não pensaria duas vezes antes de machucar a sua mão em troca de um gole de água, contudo, não se trata de uma planta comum, o cacto púrpuro possui uma toxina fatal, e, caso arranhe a pele do orc, muito provavelmente ele servirá de comida para os abutres nas próximas horas.

O orc examina os arredores em busca de algo para golpear os espinhos, mas apenas vê areia. Frustrado, Gorbold pensa nos riscos envolvidos e, por fim, acaba desistindo do cacto. Está sedento, mas o risco não compensa um gole daquela água.

Olhando sob os seus ombros, e vendo o púrpuro se distanciar, o orc continua caminhando naquele cenário. Por horas continua caminhando sem qualquer sinal de vida além dos abutres que lhe acompanham pelo ar até que por destino ou pura sorte o orc se depara com um pequeno círculo de areias de temperatura diferente.

O orc finalmente se anima e com parte de sua roupa improvisa uma peneira, cavando a terra, colocando-a sobre o pano e espremendo-a em busca de algumas gotas de água. O procedimento parece dar certo e quanto mais o orc cava, maior é a umidade da areia e, consequentemente, maior é a quantidade de água gerada no processo.

Sem razão aparente, o sangue do orc começa a ferver, colocando-o em um estado agitado e de alerta. Instintivamente, o orc se vira para trás e depara-se com uma grande sabriena lhe fitado a menos de três metros de distância.

O animal, furtivo e feroz, ao perceber que fora avistado, desviar o olhar para os lados, lambendo as suas patas e coçando sua coxa, virando sua cabeça enquanto olha apenas de relance para o orc.

Sabrienas são ferozes e astutas criaturas do deserto. São quadrúpedes muito semelhante as hienas, mas possuem poderosas e desproporcionais patas frontais em comparação com suas patas traseiras, possuem afiadíssimos caninos que lhe soltam a boca e uma dentição feita para moer ossos e pedras, além do mais caçam em bando.

O sangue de Gorbold lhe mandava atacar a fera naquele instante, porém a sua astúcia lhe dizia para aguardar o resto do bando, e por alguns segundos, os dois apenas se entreolhavam, até que a fera, impaciente, resolve dar o primeiro passo ou melhor, salto e avança sobre o orc, que, em reposta, golpeia-a por baixo, desviando o salto da fera e recuperando a distância inicial entre eles.

A sabriena rapidamente consegue se recuperar e parte em uma investida. Em sua defesa, o orc, arremessa areia, e, com a oportunidade criada, agarra-lhe a orelha e desfere um... dois... três socos em seu focinho, porém ao desferir o quarto golpe a criatura recua e lançar suas mandíbulas contra o pescoço de Gorbold.

Em uma manobra defensiva, o orc atravessa seu braço direito em frente ao focinho da besta, rapidamente a sabriena muda de alvo e prende o antebraço do orc em meio as suas mandíbulas.

Instintivamente, o orc arremessa seu peito sobre o pescoço do animal e abraça-lhe com sua mão esquerda, jogando o peso do seu corpo sobre a cabeça da fera e forçando-a ao chão, apertando firmemente seu pescoço entre seu peito e seu braço esquerdo em uma desesperada tentativa de estrangular a besta e impedir a movimentação da mandíbula do animal.

O movimento não funciona como esperado, e, em resposta, a criatura começa a se sacudir tentando se erguer e derrubar Gorbold, que, para manter sua posição, morde e crava suas presas sobre a corcunda do animal, deixando a criatura ainda mais agressiva.

Gorbold sabe que não tem muito o que fazer nessa situação, a fera poderá facilmente dilacerar seu braço se ele der alguma chance e quanto mais manter a posição, mais as presas do animal afundam em sua carne.

Nesse momento, um surto de raiva toma conta de Gorbold, afundando seus pés no chão, cravando seus dedos no pescoço da fera, mordendo-a com muito mais raiva e inflando seus músculos, fazendo saltar suas veias de uma maneira absurda, voltando toda a sua força para erguer a parte traseira da besta enquanto empurrava ainda mais a sua cabeça para o chão.

O manobra não parece dar certo, porém serviu para travar a cabeça da sabriena em meio ao abraço mortal do orc, em seguida, o orc grita com furor, torce seu antebraço e esmaga a garganta do animal. A sabriena, em uma resposta instintiva, larga o braço de Gorbold em busca de oxigênio, não conseguindo se libertar do abraço, começa a golpear o orc com suas patas traseiras, perdendo o seu frágil equilíbrio e permitindo que o orc completasse sua manobra.

Com o braço livre, o orc rapidamente agarrou a corcunda do animal com seu braço direito, comprimindo a garganta com o braço esquerdo, e, com ambos os braços, consegue força suficiente para erguer completamente a besta.

A sabriena, com sua cabeça entre as pernas do orc, tenta de forma desesperada se livrar, e, em um salto, Gorbold, cai sentado no chão, atingindo o solo com a cabeça do animal.

Com a colisão, o pescoço do animal fica gravemente ferido, e Gorbold, para acabar com o sofrimento da fera, crava suas presas na garganta e rompe uma artéria.

Exausto e em frenesi, Gorbold olha em volta em busca do bando, e neste estado agitado o orc fica por alguns minutos. Somente após o animal parar de se debater foi que o orc decidiu saciar sua fome, porém a tranquilidade não durou por muito tempo.

Um orc vestindo uma capa cor-da-areia e empunhando uma lança, espreita Gorbold de longe. Percebendo o olhar investigativo, o orc devolve o olhar, aguardando para saber quais as intenções daquele inesperado visitante...​



... Continua.
 
Última edição:
  Muito bom, não atoa é o staff de redação haha. No inicio achei repetitivo a palavra orc. Acho que podia substituir alguns por pronomes.

O orc finalmente se anima e com parte de sua roupa improvisa uma peneira, cavando a terra, colocando a sobre o pano e a espremendo em busca de algumas gotas de água. O procedimento parece dar certo e quanto mais o orc cava, maior é a umidade da areia e, consequentemente, maior é a quantidade de água gerada no processo.

Depois achei esse errinho básico. Só faltou o hífen ali, mas de boas.

Já a parte da batalha está muito bem detalhada. Da para ler e ver a luta com a forma que você narrou. Aqui você, com certeza atingiu seu auge na mosca.

Parabéns dobberman...
 
Maldito orc com capa cor-de-areia, que assistiu tudo! Arrisco dizer que estava com uma pipoquinha na mão!

A forma como descreveu o combate permitiu que imaginasse tudo de forma bem precisa!
Você não poupa os detalhes e, ao menos pra mim, isso faz mágica.
Ótimo texto! Espero pelo terceiro ato em breve!
 
Prezados, bom dia!


Muito obrigado pelos comentários, são esses comentários que me motivam em continuar expondo essa história. Muito obrigado!
Bom saber também que a forma descritiva das ações foi agradável de ler, esse foi o foco deste ato.

[member=2821]MarceloAltran[/member]
Opa, descuido meu. Muito obrigado por destacar. Já foi corrigido.

[member=2745]Eliyud[/member]
Muito obrigado pelo comentário.
Confesso que se existir pipoca no deserto, certamente ele estaria com uma.


Em breve, o terceiro ato.
Abraços.​
 
Senti uma aflição enorme quando você descreveu Gorbold enfiando suas presas no pescoço da sabriena e então puxando uma artéria. Sua narrativa não só me fez consegui visualizar a cena nitidamente em minha cabeça, também me fez sentir uma inquietação no meu pescoço ao ponto de me fazer virar o rosto para aquela parte do texto.
 
Prezados, boa tarde!


@Coralium
Seus comentários são sempre bem-vindos!

@hodepockland
Muito obrigado pela sinceridade e pela descrição da sua reação. Estou trabalhando bastante para tentar criar esse tipo de reação nos leitores e, ao ler o seu comentário, fico bastante animado em continuar escrevendo. Obrigado.


Abraços
.
 
Voltar
Topo Inferior