A existência virtual é mais como um "JOGO" de azar que sempre dá prêmios. Ronaldo Bento
Este é um projeto de entrevista que busca homenagear os imprescindíveis parceiros dos desenvolvedores de games e outros. Um singelo tributo aos produtores de conteúdos e membros do Condado Braveheart. Boa leitura!
Bento: Sejam todos bem-vindos a mais uma entrevista! Para esta edição, tenho o prazer de trocar um papo com uma desenvolvedora... Que ainda não conheço, portanto poderia apresentar-se para os corações valentes?
VISUAL_SHOCK: Olá, meu nome é Karine J.S. Santos mas vocês podem me chamar de "Visual Shock"! Tenho 31 anos, moro no Rio de Janeiro e sou uma pessoa fascinada pela indústria de videogames em geral, principalmente por jogos antigos. Também sou uma fã fervorosa da Sega (meu nick é baseado em um slogan usado em propagandas do Mega Drive no Japão), sempre curtindo trocar ideias sobre títulos e consoles icônicos da empresa com outros Segamaníacos!
Power 1: Visual Shock! Power 2: Speed Shock! Power 3: Sound Shock!
Quando não estou envolvida com games, trabalho como Designer Gráfica freelancer ou desenho para passar o tempo. Minha vida é bem simples, sem muitas badalações, mas agradeço muito a Deus por me dar a oportunidade de tê-la!
Bento: Desenvolvimento de jogos pra você, é um hobby, uma paixão passageira, um trabalho ou uma futura profissão? Ou nada do que citei?
VS: Por enquanto é um hobby, trabalho e também meio de aprendizado mas gostaria muito que virasse uma futura profissão. Trabalhar com uma equipe e ver nossos trabalhos rodando em consoles e plataformas diversas seria um sonho realizado!
Eu também gostaria de ganhar experiência o suficiente para poder dividi-la com outras pessoas. Muitos querem aprender a fazer games mas, além de não saberem por onde começar, infelizmente não possuem confiança em si mesmos. Sei bastante como é sentir isso (e confesso que é algo que tenho dentro de mim até hoje) e gostaria de ter a capacidade de ajuda-las a ver que elas tem potencial para realizar os seus próprios projetos também.
Bento: Qual foi seu primeiro contato com videogames(Consoles ou PC) e já jogou algum fliperama nas quebradas ou só no shopping? Além disso, qual seu jogo preferido? Não vale o seu próprio jogo rs'?
VS: A primeira vez que joguei um game foi, se não me engano, em 1996, no meu aniversário de 5 anos. Nesse dia, um primo meu me emprestou o seu Game Boy "Tijolo" por um tempo e a primeira coisa que joguei nele foi Tetris.
Bento: Adoro Tetris. Alias, eu estou escrevendo uma matéria sobre sua história, além disso, está para sair o filme sobre ele. Continuando...
O Game Boy tijolo e o seu lendário port de Tetris
VS: Alguns segundos depois, minha mãe aparece e me presenteia com um bundle do Super Nintendo contendo o cartucho de Super Mario World, dando o pontapé inicial na minha paixão por videogames. Enquanto comecei minha vida gamística como uma fangirl da Nintendo, bem mais tarde, num período da minha fase adulta, acabei percebendo que me identificava mais com a Sega e seus personagens. No final das contas, me converti para o lado azul da força com mala e cuia e estou nele até hoje, há há.
Parte da minha coleção Megadriveana + Sonics!
Eu joguei fliperamas em vários lugares diferentes, principalmente em lanchonetes e parques de diversão. Simplesmente não havia como fugir deles nos anos 90: eles estavam nos restaurantes, lojas, parques, bares, becos...quando via as máquinas na rua, sempre pedia uns trocados para os meus pais para comprar fichas e jogar por alguns minutos. Para mim, as mais populares pareciam ser as de KOF, Metal Slug e Cruis'n USA.
Nunca fui boa em Cruis'n USA, mas curtia jogar
Meu jogo favorito muda de tempo em tempo, de acordo com o que eu experimento ou revisito, mas, atualmente, é o Sonic the Hedgehog 2 do Mega Drive. Além de ser um título extremamente divertido que nunca me enjoa, acredito que ele também possuí lições preciosíssimas de estética e game design.
Meu xodó!
Bento: Qual o seu gênero de game favorito?
VS: Plataforma 2D, 3D, Simuladores de Vida e principalmente RPGs de Ação. Já acumulei quantidades massivas de horas em jogos como Monster Hunter, Rune Factory 4 Special e Soul Sacrifice Delta, há há.
Bento: Quais são suas motivações para desenvolver seus jogos?
VS: Até agora, só tenho um jogo incompleto, mas as principais motivações são adquirir conhecimento, levar conhecimento para outros, despertar nostalgia e divertir jogadores.
Bento: Como você conheceu o fórum do Condado Braveheart?
VS: Através do usuário @DougMR! Ele postou o seu excelente projeto, R-Beta, no Fórum OuterSpace e mencionou o Condado Braveheart quando expressei minhas duvidas em relação a divulgação de jogos. Criei uma conta aqui há uns dias atrás e cá estou!
Bento: Se tudo correr bem, logo será sua vez grande @DougMR
Bento: Fale sobre seus projetos?
VS: Atualmente, estou dando continuidade ao projeto "Electro Doll Kiraya", que foi o meu TCC no curso de desenvolvimento de jogos do CEBRAC, Centro Brasileiro de Cursos. Desenvolver o Alfa sozinha, contando somente com a ajuda do professor em relação a certas dúvidas, foi uma tarefa extremamente árdua, porém, pedi a Deus que ele me desse forças para seguir com o trabalho até o fim.
Eu antes e depois de apresentar o TCC
Electro Doll Kiraya é um platformer 2D arcadista com elementos de ação que nasceu do meu desejo de desenvolver um jogo baseado em games populares do meu console favorito, o Mega Drive. Para o TCC, meu professor pediu um jogo de plataforma estilo Mario mas eu meio que "sai pela tangente" e resolvi fazer algo mais inspirado nas minhas paixões gamísticas, haha. Eu sabia que teria um trabalho gigantesco fazendo isso, mas, mesmo assim, insisti (ainda sim, eu SÉRIAMENTE não recomendo que você faça isso com o seu primeiro projeto, principalmente se for solo). Depois de me frustrar muito, desenhar muito, trabalhar muito e estudar muito, felizmente consegui entregar o Alfa a tempo para a apresentação final.
Em EDK, acompanhamos Kiraya, uma boneca robô humanoide "Mekarette" que acidentalmente ganha vontade própria ao ser danificada durante um experimento fracassado de sua criadora, a bizarra Doutora Ningyo. Desenvolvendo um comportamento levado e cheio de curiosidade sobre o mundo a fora após o acidente, Kiraya foge para encontrar aventuras e diversão em terras distantes.
Ningyo, no entanto, possuí um amor maternal por Kiraya e fará de tudo para recuperá-la, incluindo causar terror em qualquer lugar que ela se esconda com seu exército de Mekarettes. Sentindo culpa por servir de imã para sua "mãe" enlouquecida, prejudicando os habitantes de vários territórios, Kiraya decide combatê-la de uma vez por todas em sua localização atual, o continente de Sirkuit.
Seguindo o exemplo da maioria dos jogos de Mega Drive, a versão final do jogo terá curta duração e deverá finalizada em um único gameplay, sem a possibilidade de salvar. No entanto, o jogo não só terá um sistema de passwords como também contará com estágios especiais contendo uma "Engrenagem Ningyo". Colecionar todas abre algo que...bem, vou manter em segredo por enquanto, rs.
Bento: Bem você já mencionou, mas para frisar: Qual Game Engine utilizada no desenvolvimento do game Electro Doll Kiraya? E quais você já teve algum conhecimento?
Em EDK, acompanhamos Kiraya, uma boneca robô humanoide "Mekarette" que acidentalmente ganha vontade própria ao ser danificada durante um experimento fracassado de sua criadora, a bizarra Doutora Ningyo. Desenvolvendo um comportamento levado e cheio de curiosidade sobre o mundo a fora após o acidente, Kiraya foge para encontrar aventuras e diversão em terras distantes.
Ningyo, no entanto, possuí um amor maternal por Kiraya e fará de tudo para recuperá-la, incluindo causar terror em qualquer lugar que ela se esconda com seu exército de Mekarettes. Sentindo culpa por servir de imã para sua "mãe" enlouquecida, prejudicando os habitantes de vários territórios, Kiraya decide combatê-la de uma vez por todas em sua localização atual, o continente de Sirkuit.
Seguindo o exemplo da maioria dos jogos de Mega Drive, a versão final do jogo terá curta duração e deverá finalizada em um único gameplay, sem a possibilidade de salvar. No entanto, o jogo não só terá um sistema de passwords como também contará com estágios especiais contendo uma "Engrenagem Ningyo". Colecionar todas abre algo que...bem, vou manter em segredo por enquanto, rs.
Bento: Bem você já mencionou, mas para frisar: Qual Game Engine utilizada no desenvolvimento do game Electro Doll Kiraya? E quais você já teve algum conhecimento?
VS: Para o Electro Doll Kiraya, estou utilizando o Gdevelop, uma engine que possibilita a criação de jogos sem o conhecimento profundo de linguagens de programação. O programa é uma excelente escolha para desenvolvedores novatos, com uma interface simples, bastante informação disponível e atualizações constantes. Ao meu ver, seu único porém é a escassez de conteúdo oficial traduzido para o português.
Para quem quer dar os seus primeiros passos com o Gdevelop, recomendo antes o estudo de conceitos básicos de programação (principalmente estruturas de decisão) para uma maior familiaridade. Com essas informações na cabeça, utilizar o programa será uma tarefa muito mais fácil e rápida.
Para quem quer dar os seus primeiros passos com o Gdevelop, recomendo antes o estudo de conceitos básicos de programação (principalmente estruturas de decisão) para uma maior familiaridade. Com essas informações na cabeça, utilizar o programa será uma tarefa muito mais fácil e rápida.
Bento: Como Ex-professor de Matemática, jogador e aspirante a desenvolvedor, acredito que os Games podem ser usados como ferramentas educacionais, especialmente em metodologias relacionadas à tecnologia da informação, como um grande apoio para a aprendizagem. Acredita que isso seja possível? Jogou algum game educacional? Já pensou em desenvolver algum jogo com temática educacional?
VS: Acredito e muito! Os games me ajudaram e ainda me ajudam a aprender muitas coisas novas, principalmente em relação a línguas estrangeiras. Eu creio que eles podem servir não só como um excelente complemento ao conteúdo dado em sala de aula para jovens e adultos mas também como uma ferramenta preciosa para educar o cidadão comum.
Quando eu era criança, meus pais costumavam a me presentear com games educativos de PC, porém, confesso que não lembro de quase nada em relação a eles. No entanto, devido a comentários recentes da minha mãe sobre esses jogos (ela vê bastante potencial nessa área de games), venho pensando seriamente sobre desenvolver algo com essa temática.
Bento: Muito interessante seu comentário... Muito obrigado por compartilhá-lo!
Bento: Agradeço muito pela oportunidade de entrevistá-la e deixo em aberto para considerações finais ou mesmo um jabá, recado ou conselho que gostaria de passar adiante?
VS: Muito obrigada! Esses últimos dois anos tem sido um período de realizações para mim pois, durante muito tempo, pensei que não possuía nenhum talento e que nunca realizaria meu sonho de criar jogos. No entanto, Deus abriu os meus olhos e me mostrou que eu precisava dar uma chance para mim mesma e depois para os outros.
Posso não estar totalmente livre da desconfiança e do medo hoje, porém, lentamente, consigo ver que sou capaz de realizar várias coisas quando não sou dura comigo mesmo e me dedico ao que estou fazendo. Por isso e muito mais, sou grata a Deus, minha família e muitas outras pessoas (incluindo vocês) por estarem me acompanhando nesta jornada.
Quando eu era criança, meus pais costumavam a me presentear com games educativos de PC, porém, confesso que não lembro de quase nada em relação a eles. No entanto, devido a comentários recentes da minha mãe sobre esses jogos (ela vê bastante potencial nessa área de games), venho pensando seriamente sobre desenvolver algo com essa temática.
Bento: Muito interessante seu comentário... Muito obrigado por compartilhá-lo!
Bento: Agradeço muito pela oportunidade de entrevistá-la e deixo em aberto para considerações finais ou mesmo um jabá, recado ou conselho que gostaria de passar adiante?
VS: Muito obrigada! Esses últimos dois anos tem sido um período de realizações para mim pois, durante muito tempo, pensei que não possuía nenhum talento e que nunca realizaria meu sonho de criar jogos. No entanto, Deus abriu os meus olhos e me mostrou que eu precisava dar uma chance para mim mesma e depois para os outros.
Posso não estar totalmente livre da desconfiança e do medo hoje, porém, lentamente, consigo ver que sou capaz de realizar várias coisas quando não sou dura comigo mesmo e me dedico ao que estou fazendo. Por isso e muito mais, sou grata a Deus, minha família e muitas outras pessoas (incluindo vocês) por estarem me acompanhando nesta jornada.
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