Eu acho que minha "primeira vez" foi na Rodoviária de Salvador. Me lembro que meu pai (que não jogava) me fazia companhia diante daquelas "máquinas curiosas e barulhentas" quando eu era apenas um pequeno gafanhoto indo passar as férias na casa de minha avó que morava no interior da Bahia. Eu consigo lembrar de forma bem nítida que nesse lugar tinha uma máquina de Shinobbi e outra Altered Beast (algo que nunca vi em nenhum outro lugar).
No interior tinha um "lance" de que no final de semana "a garotada se arrumava" e ia pra praça da cidade "de noitinha" pra "passea, comer pipoca e com um pouco de sorte ganhar o sorriso de alguma garota". Claro que eu ia com a galera "pra praça" mas com o objetivo de ir em uma lachonete que tinha uma máquina de Capitão Comando e outra de Tartarugas Ninja.
Na minha adolescência gastei muito tempo nos fliperamas de bares no bairro onde eu morava. Muitos desses lugares eram "bem mal frequentados" mas aquela era uma época de inocência. Frequentar o fliperama era algo que "a gente" fazia "as escondidas"dos pais e por vezes motivo de chegar atrasado na aula.
Me lembro de uma máquina de TkoF 94 que ficava sempre vazia em um "hortifruti" (a gente chamava o dono do local de "Franquistein"). Mas quando alguém colocava uma ficha "aparecia do nada" uma cambada pra "jogar contra". Nessas horas aparecia torcida e tudo mais. E tinha uns caras "que compravam teu barullho" e desafiavam o cara que te venceu e depois de derrotá-lo dava "deixava você continuar jogando com a ficha dele".
Naquela época tinha também o cara que era "coach" de fliperama. Ele ficava olhando você jogar e dizendo o que vc tinha que fazer. Quando vc tava perdendo ele se oferecia pra "passar de fase".
Tem um jogo em especial que eu ia longe para jogar:
Esse jogo é muito bom e um dos poucos nos quais eu conseguia rivalizar com meu irmão (2 anos) mais novo. Aliás sempre que eu estava "alugando" a máquina de Samurai Spirits (com Galford é claro) "os caras" iam chamar meu irmão (Jenjuro) para me tirar dali. Como a gente estudava em colégios diferentes as vezes a gente se cruzava no "fliper" e o "tempo fechava" com direito a torcida e o "escabau".
O único jogo que eu e meu irmãojogávamos juntos era Final Fight. Ele sempre era 'o cara vermelho" .
No ensino médio costumava frequentar bastante o Largo da Piedade, onde tinha tinha as máquinas mais novas (Samurai Spirits 4 e Art of Fight 3) e que me faziam quase sempre perder o horário do ônibus na volta pra casa.
A distância mais longe que eu já percorri para jogar arcade foi no lançamento de Street Fight Zero 3. Eu saia de São Carlos-SP pra Limeira-SP (onde tinha uma casa de "fliper" bem no centro da cidade). Em uma breve estadia em Campinas-SP enquanto a galera ia a noite pra um lugar chamado "Giovanetti" (acho que era assim o nome) eu ia pra um boteco "pé sujo" jogar Metal Slug 2.
Bons tempos ...